17 de outubro de 1965. Estádio
do Bonfim. Sexta jornada da I
Divisão. Vitória–Varzim. Após um arranque de campeonato
não muito bem conseguido, o treinador sadino
Fernando Vaz lançou no onze inicial o jovem médio da formação Fernando
Tomé, então com 18 anos. Os setubalenses
não foram além de um empate a um golo, mas nesse dia teve início o trajeto na
equipa principal de uma das maiores lendas vivas do clube.
Filho do futebolista João Tomé,
natural de Setúbal
– a mãe é de Alcácer do Sal -, nasceu no Porto
a 10 de julho de 1947, quando o pai representava o Académico
local. Quem diria? “O meu estatuto de
naturalidade não condiz com a minha vivência. Toda a minha família do lado
paterno é natural de Setúbal,
de um bairro bem bonito que é o Bairro Santos Nicolau, e eu fui nascer longe. O
meu pai jogava no Académico
do Porto, levou a minha mãe para lá e eu nasci na freguesia de Campanhã.
Infelizmente, toda a gente se pode naturalizar em relação a outros países, mas
eu não posso ter outra naturalidade, porque se não eu já tinha mudado há muito
tempo. Costumo dizer que tenho uma boa madrasta que é Setúbal,
tenho um bom padrasto que é o Bairro Santos Nicolau e tenho um pai desportivo
fabuloso que é o Vitória”,
contou ao jornal O Setubalense em
abril de 2016.