quarta-feira, 14 de outubro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre Itália e Holanda

Holandês Kluivert procura fugir à marcação de italiano Nesta
Falar da minha primeira memória de um jogo entre Itália e Holanda é recuar aos primórdios do meu trajeto como adepto de futebol. Apanhei um logo um Euro 2000 que ficou marcado por um grande desempenho da seleção portuguesa, que foi eliminada pela França nos últimos minutos do prolongamento das meias-finais. Na segunda semifinal do torneio, um dia após a eliminação lusa, Itália e Holanda defrontaram-se na Arena de Amesterdão.

Tenho bem presente que não acompanhei a transmissão do encontro, mas recordo-me perfeitamente que tinha ido às compras com os meus pais e que assisti ao desempate por grandes penalidades numa televisão no estabelecimento comercial em que me encontrava, a antiga Feira Nova, no Barreiro.


Não conhecia praticamente nenhum jogador nas duas seleções, mas fixei o médio holandês Edgar Davids, pelas rastas e sobretudo pelos óculos, assim como o seu companheiro de equipa Van der Sar, obviamente bastante focado pela realização durante os penáltis. Do outro lado, o nome do guardião italiano Francesco Toldo, por ter como apelido uma palavra portuguesa, também ficou imediatamente gravado na minha memória.

Holanda - Itália (Euro 2000)
Pode parecer estranho, pois houve guarda-redes transalpinos que atingiram um patamar superior, mas Toldo foi dos primeiros guardiões que admirei, precisamente pelas suas performances tanto no desempate por penáltis da meia-final com a Holanda como na final com a França, que Itália até viria a perder. Anos depois, reforcei essa minha admiração ao assistir a mais brilhantes desempenhos dele ao serviço do Inter na Liga dos Campeões.

Embora só tenha assistido ao desempate por grandes penalidades, Toldo também esteve em grande plano durante os 120 minutos de jogo, tendo defendido uma grande penalidade de Frank de Boer, pouco depois de Gianluca Zambrotta ter sido expulso e deixado Itália reduzida a apenas dez unidades – mais tarde, também Kluivert desperdiçou um penálti, acertando no poste.

Na lotaria das grandes penalidades, Itália venceu por 3-1. Di Biagio, Pessotto e Totti marcaram para os italianos – Maldini atirou para defesa de Van der Sar. Kluivert marcou para os holandeses, com De Boer (defesa de Toldo), Stam (por cima) e Bosvelt (defesa de Toldo) a falharem.

“O mundo é assim. Para uns os penaltis contra são sempre más notícias, para outros, nunca serão demais. A Itália sobreviveu a seis, dois no tempo regulamentar, três defendidos por Toldo e apenas um marcado, já no desempate por grandes penalidades, desperdiçados que foram os 120 minutos quase totalmente holandeses. Em Roterdão, a França terá os italianos no caminho, mas não será fácil. Primeiro porque estes últimos conseguiram sobreviver a noventa minutos de relativo sufoco apenas com dez jogadores em campo e podem fazê-lo outra vez; depois, porque, ao contrário dos portugueses, é muito provável que nem com penaltis possam ser derrotados”, escreveu o jornal O Jogo.


Oito anos depois, as duas seleções voltaram a defrontar-se oficialmente na jornada inaugural da fase de grupos do Euro 2008. Embora Itália fosse campeã mundial na altura, foi dizimada em Berna pela Holanda de Marco Van Basten, que venceu por 3-0, com golos de Ruud van Nistelrooy (26’), Wesley Sneijder (31’) e Giovanni van Bronckhorst (79’).
















E para o caro leitor, qual é o primeiro jogo entre Itália e Holanda de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes jogos de sempre entre as duas seleções?

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