segunda-feira, 9 de setembro de 2024

O primeiro estrangeiro a vencer a Bola de Prata. Quem se lembra de Edmur?

Edmur foi o melhor marcador da I Divisão em 1959-60
Só passou três temporadas no Vitória de Guimarães, mas é, ainda hoje, o quarto melhor marcador de sempre dos vimaranenses na I Divisão, com 59 golos – à sua frente, só tem os portugueses Tito, António Mendes e José Brioso.
 
E foi também o primeiro futebolista estrangeiro a vencer a Bola de Prata, o prémio de melhor marcador do primeiro escalão em Portugal, em 1959-60, com 25 golos. 20 anos antes, o jugoslavo Slavko Kodrnja (FC Porto) havia apontado os mesmos 29 golos do sportinguista Peyroteo no topo da tabela dos goleadores, mas foi prejudicado no critério de desempate que favorecia quem tinha disputado menos jogos.
 
Antes de chegar ao Minho, Edmur já era um jogador muito conceituado, depois de ter representado Flamengo, Vasco e Portuguesa no seu país. E também era um internacional A pela seleção canarinha, depois de ter disputado um particular diante do Paraguai em novembro de 1955.
 
Em 1958, jogava no Náutico quando foi recrutado pelo Vitória de Guimarães, na altura de regresso à I Divisão, por indicação de António Pimenta Machado, um emigrante vimaranense radicado no Recife e familiar daquele que se viria a tornar presidente do emblema minhoto, que se mostrou maravilhado com as qualidades do atacante.
 
Na Cidade-Berço, formou um trio de ataque temível juntamente com os compatriotas Ernesto Paraíso e Carlos Alberto. Juntos ajudaram os vitorianos a alcançar honrosas classificações como o quinto lugar em 1958-59 e o quarto em 1960-61. Pelo meio, um sétimo lugar na época em que Edmur arrecadou a Bola de Prata.
 
Apesar dos 32 anos, o brasileiro era um alvo muito apetecível para os maiores clubes portugueses da altura, tendo o Vitória chegado a um acordo com o Belenenses para a sua transferência no verão de 1961. Contudo, a direção dos azuis do Restelo não aprovou a contratação, por ser cara e tratar-se de um jogador velho, e Edmur acabou por ser recrutado pelos espanhóis do Celta de Vigo.
 
Haveria de regressar a Portugal pela porta do Leixões em 1962-63, contribuindo com sete golos para a obtenção de um honroso 5.º lugar na I Divisão.
 
Regressaria ainda ao Brasil e passaria pelo futebol venezuelano antes de pendurar as botas.
 
Mais tarde tornou-se treinador, tendo voltado a Portugal para orientar Aliados de Lordelo, Fafe, Gil Vicente, Moreirense e São Martinho.
 
Embora tivesse criado raízes em Guimarães – o filho Edmur Filho também foi futebolista profissional e chegou a representar o Desportivo das Aves –, regressou ao Brasil, onde viria a falecer a 25 de setembro de 2007, aos 78 anos. Poucos meses depois, aquando do 85.º aniversário do Vitória, o clube inaugurou a sua sala de troféus e batizou-a com o nome de Sala de Troféus Edmur Pinto Ribeiro. É lá que está exposta a Bola de Prata de 1959-60.



 
 
 


 




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