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Edmur foi o melhor marcador da I Divisão em 1959-60 |
Só passou três temporadas no
Vitória
de Guimarães, mas é, ainda hoje, o quarto melhor marcador de sempre dos
vimaranenses
na
I
Divisão, com 59 golos – à sua frente, só tem os portugueses Tito, António Mendes
e José Brioso.
E foi também o primeiro
futebolista estrangeiro a vencer a Bola de Prata, o prémio de melhor marcador
do primeiro escalão em Portugal, em 1959-60, com 25 golos. 20 anos antes, o
jugoslavo Slavko Kodrnja (
FC
Porto) havia apontado os mesmos 29 golos do
sportinguista
Peyroteo no topo da tabela dos goleadores, mas foi prejudicado no critério de
desempate que favorecia quem tinha disputado menos jogos.
Antes de chegar ao Minho, Edmur
já era um jogador muito conceituado, depois de ter representado
Flamengo,
Vasco
e
Portuguesa
no seu país. E também era um internacional A pela
seleção
canarinha, depois de ter disputado um particular diante do
Paraguai
em novembro de 1955.
Em 1958, jogava no
Náutico
quando foi recrutado pelo
Vitória
de Guimarães, na altura de regresso à
I
Divisão, por indicação de António Pimenta Machado, um emigrante vimaranense
radicado no Recife e familiar
daquele
que se viria a tornar presidente do emblema minhoto, que se mostrou
maravilhado com as qualidades do atacante.
Na Cidade-Berço, formou um trio
de ataque temível juntamente com os compatriotas Ernesto Paraíso e Carlos
Alberto. Juntos ajudaram os
vitorianos
a alcançar honrosas classificações como o quinto lugar em 1958-59 e o quarto em
1960-61. Pelo meio, um sétimo lugar na época em que Edmur arrecadou a Bola de
Prata.
Apesar dos 32 anos, o brasileiro
era um alvo muito apetecível para os maiores clubes portugueses da altura,
tendo o
Vitória
chegado a um acordo com o
Belenenses
para a sua transferência no verão de 1961. Contudo, a direção dos
azuis
do Restelo não aprovou a contratação, por ser cara e tratar-se de um
jogador velho, e Edmur acabou por ser recrutado pelos espanhóis do
Celta
de Vigo.
Haveria de regressar a Portugal
pela porta do
Leixões
em 1962-63, contribuindo com sete golos para a obtenção de um honroso 5.º lugar
na
I
Divisão.
Regressaria ainda ao Brasil e
passaria pelo futebol venezuelano antes de pendurar as botas.
Mais tarde tornou-se treinador,
tendo voltado a Portugal para orientar Aliados de Lordelo,
Fafe,
Gil
Vicente,
Moreirense
e
São
Martinho.
Embora tivesse criado raízes em
Guimarães – o filho Edmur Filho também foi futebolista profissional e chegou a
representar o
Desportivo
das Aves –, regressou ao Brasil, onde viria a falecer a 25 de setembro de
2007, aos 78 anos. Poucos meses depois, aquando do 85.º aniversário do
Vitória,
o clube inaugurou a sua sala de troféus e batizou-a com o nome de Sala de Troféus
Edmur Pinto Ribeiro. É lá que está exposta a Bola de Prata de 1959-60.
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