domingo, 29 de janeiro de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre Real Madrid e Real Sociedad

Ameaça de bomba gerou o pânico no Bernabéu
A minha primeira memória de um jogo entre Real Madrid e Real Sociedad ou… o dia em que uma ameaça de bomba evacuou o Santiago Bernabéu e fez com que um jogo iniciasse em 2004 e apenas terminasse no ano seguinte.
 
Estávamos em dezembro de 2004 e eu, nessa altura com apenas 12 anos, tinha o bom hábito de comprar um jornal desportivo à segunda-feira, de forma a ficar a par dos resultados de todos os campeonatos nacionais e distritais em Portugal e também das principais ligas europeias.
 
No dia 13 desse mês, a secção de futebol internacional do jornal desportivo que comprei – não sei precisar qual, mas provavelmente terá sido A Bola ou O Jogo – dava grande destaque à ameaça de bomba que interrompeu o Real Madrid-Real Sociedad na véspera, aos 88 minutos, quando a partida estava empatada a um golo, com um golo do brasileiro Ronaldo para os merengues (42’) e um do turco Nihat Kahveci para os bascos (73’). O Estádio Santiago Bernabéu foi evacuado em poucos minutos, tendo alguns dos 70 mil adeptos saído pelo relvado.
 
O aviso de que uma bomba ia explodir foi feito pela organização terrorista basca ETA, num comunicado enviado para a redação do jornal Gara. As autoridades foram avisadas e decidiram de imediato evacuar o recinto, com o quarto árbitro Roberto Carlos Jallas Amigo a avisar o juiz Vicente José Lizondo Cortés, que decretou a interrupção do encontro sem transmitir aos jogadores o motivo. Depois as autoridades inspecionaram todas as zonas do estádio com a ajuda de cães, não tendo encontrado qualquer explosivo.
 
O jogo, que começou a 12 de dezembro de 2004 e tinha García Remón como treinador do Real Madrid, terminou a 5 de janeiro de 2005, uma quarta-feira, já com o brasileiro Vanderlei Luxemburgo no comando técnico dos merengues. Nesses últimos seis minutos, a formação da capital espanhola apresentou um ataque verdadeiramente galáctico, composto por Beckham, Guti, Zidane, Raúl, Morientes e Ronaldo, no tudo por tudo para conseguir a vitória. E acabou por valer a pena, porque Zidane fez o 2-1 na conversão de uma grande penalidade a castigar falta de Mikel Labaka sobre Ronaldo.
 
“Uma grande penalidade, um golo, duas substituições, a estreia de um treinador, e claro, três pontos. Todas estas incidências couberam em escassos seis minutos e 40 segundos, aproveitados de forma intensa pelo Real Madrid”, resumiu o Diário de Notícias.
 
 
A Real Sociedad tem estado na luta pelos primeiros lugares da Liga Espanhola nas últimas épocas e em 1980-81 e 1981-82 conquistou os dois únicos campeonatos da sua história, mas no início deste milénio também esteve muito perto de fazer história.
 
Em 2002-03, os bascos ficaram a dois pontos do título e terminaram a época com 20 pontos de vantagem sobre o Barcelona e 16 sobre o Valência. Nessa altura, pontificavam no clube da cidade de San Sebastián vários jogadores internacionais como o guarda-redes holandês Sander Westerveld, o central norueguês Bjorn Tore Kvarme, o central argentino Gabriel Schürrer, o lateral direito espanhola López Rekarte, o lateral esquerdo espanhol Aranzábal, o médio espanhol Xabi Alonso, o médio turco Tayfun Korkut, o médio russo Dmitri Khokhlov, o extremo espanhol Javier de Pedro,  o extremo russo Valery Karpin e sobretudo dois avançados que marcavam golos atrás de golos: o sérvio Darko Kovacevic e o turco Nihat Kahveci.




 





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