Sportinguista Liedson vigiado de perto por Mathieu |
É comum há vários anos o Sporting
defrontar uma ou outra equipa francesa durante a pré-época, até porque era tradição
realizar estágios em países com muitos emigrantes. Recordo-me, por exemplo, de
os leões
terem defrontado Lyon
e Paris
Saint-Germain em Alvalade
em julho de 2002 e Mónaco
e Bastia em solo gaulês um ano depois.
Mas em termos oficiais, a minha
primeira memória de um jogo entre verde
e brancos e formações francesas remonta a 1 de dezembro de 2004, numa
partida a contar para a fase de grupos da Taça
UEFA. Na altura, cada grupo era composto por cinco equipas, que se
defrontavam apenas por uma vez. E o Sporting
recebeu o Sochaux em Alvalade,
numa altura em que o apuramento para a fase a eliminar estava praticamente
assegurado – Newcastle, Panionios e Dínamo Tbilisi completavam o agrupamento.
Na altura, o Sochaux participava
pela segunda vez consecutiva na Taça
UEFA e vivia um bom período na sua história, uma vez que tinha concluído o campeonato
francês em quinto lugar nas duas épocas anteriores, tendo ainda vencido a
Taça da Liga Francesa em 2003-04 e chegado pela primeira vez à final dessa prova
um ano antes.
Olhando para o plantel, saltam à
vista dois nomes: o então lateral
esquerdo Jérémy
Mathieu, na altura um jovem de 21 anos em afirmação no clube em que fez a
formação, anos antes de passar por Toulouse, Valência,
Barcelona
e… Sporting;
e um jovem avançado de 17 anos chamado Jérémy Ménez, que viria a representar
clubes como AS
Roma, Paris
Saint-Germain e AC
Milan, assim como a seleção francesa. No entanto, havia mais
internacionais, como os defesas senegaleses Omar Daf e Souleymane Diawara, o
médio suíço Johann Lonfat, o extremo marroquino Jaouad Zairi, o avançado
tunisino Francileudo dos Santos e o avançado brasileiro Ilan.
Com jogadores como Ricardo,
Polga, Beto, Rui Jorge, Rochemback, Hugo Viana, Pedro Barbosa, Douala e Liedson
no onze, os homens de José
Peseiro entraram praticamente a perder, na sequência de um lance em que
Polga terá ficado sem discernimento, perdeu a bola por duas vezes em zona proibida
– com um desarme pelo meio – e permitiu que Lonfat inaugurasse o marcador logo
aos dois minutos. Depois, os franceses comandados por Guy Lacombe seguraram a
vantagem com unhas e dentes até ao apito final.
“O Sporting
sofreu ontem a primeira derrota na presente edição da Taça
UEFA, mercê de um golo madrugador de Lonfat. (...) O primeiro capítulo
desta história teve Polga como personagem principal, uma vez que o brasileiro
ofereceu, de forma infantil, o golo a Lonfat, depois de sucessivos erros num só
lance. Um autêntico brinde natalício, que teve um efeito de… poção mágica para
os gauleses. A vencer, a formação de Guy Lacombe tornou-se irredutível na sua
estratégia, passando a defender como um autêntico bloco - com três centrais e
dois laterais -, ainda que nem sempre da forma mais eficaz. Quais personagens
de um livro de Asterix e Obélix, os gauleses uniram-se em prol de um objetivo,
guardando a sua aldeia, sem, porém, hipotecarem ataques cirúrgicos ao inimigo”,
resumiu o jornal O Jogo.
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