A minha primeira memória de… um jogo entre AEK e equipas portuguesas
Majstorović saltou mais alto do que toda a gente na área benfiquista
A minha primeira memória de um
jogo oficial entre o AEK
e equipas portuguesas remonta aos derradeiros meses de 2009, quando a formação
de Atenas defrontou o Benfica
na fase de grupos da Liga
Europa. Três anos antes, os dois conjuntos tinham-se defrontado num jogo de
caráter particular na capital helénica, numa altura em que Fernando Santos
orientava os encarnados,
com vitória grega
por 3-1.
Mais até do que acontece hoje em
dia, nas décadas de 1990 e de 2000 o AEK
era bastante competitivo no campeonato grego, mesmo que o título acabasse por
fugir para o Olympiacos
ou para o Panathinaikos, participou em algumas das primeiras edições da Liga
dos Campeões com 32 clubes e era presença assídua nas competições
europeias. Além disso, teve cinco jogadores
na convocatória da Grécia para a vitoriosa campanha no Euro 2004: Kapsis, Zagorakis,
Tsiartas, Katsouranis e Lakis. Porém, já nenhum deles defrontou o Benfica
em 2009, embora a formação ateniense contasse nos seus quadros com alguns futebolistas
internacionais, como o guarda-redes argentino Saja, o central sueco Majstorović,
o lateral esquerdo espanhol Juanfran, o médio defensivo grego Kafes e o atacante
argentino Scocco. Também havia o atacante brasileiro Manduca, que chegou a
Atenas três anos antes precisamente proveniente do Benfica. Lembro de não ter assistido ao
primeiro jogo entre as duas equipas, a 1 de outubro em Atenas, mas recordo-me
de as águias
terem perdido, interrompendo uma extraordinária sequência no arranque dessa
época, com vitórias em quase todos os encontros e algumas goleadas, como o 4-0
ao Vorskla no playoff de acesso à
fase de grupos da Liga
Europa e o 8-1 ao Vitória
de Setúbal, o 4-0 ao Belenenses
e o 5-0 ao Leixões no campeonato.
Os encarnados
até criaram muitas ocasiões de golo na capital grega, entre as quais um
violento remate ao poste por parte de Di María ainda no primeiro quarto de
hora, mas não marcou qualquer golo. Já o AEK
aproveitou para marcar no final da primeira parte por intermédio de Majstorović,
na resposta a um canto de Manduca (43’), e igualou o Benfica
com três pontos no segundo lugar do grupo, após a 2.ª jornada. “Jesus
não conseguiu fazer o milagre dos golos. E ao 21.º jogo da época – o décimo
oficial – o Benfica
de Jorge
Jesus ficou em branco pela primeira vez. E não foi por falta de
oportunidades que os encarnados
deixaram Atenas sem marcar e com a segunda derrota europeia longe da Luz em
outros tantos jogos. Ficou bem evidente que o AEK
era uma equipa acessível e a prova disso foi que as águias
criaram as melhores oportunidades, que só não foram concretizadas por causa do
argentino Saja, um guarda-redes inspirado que ajudou a tirar a equipa da
depressão”, resumiu o Diário de Notícias.
Quando as duas equipas se
defrontaram na sexta e derradeira ronda do grupo, a 17 de dezembro, o destino
de ambas já estava traçado. O Benfica
já sabia que seguia em frente na competição, enquanto o AEK
já estava eliminado. A poucos dias de um clássico
com o FC Porto na Luz – que ficou marcado pelo famoso caso do túnel da Luz
- as águias
apresentaram um onze repleto de segundas linhas, como o guarda-redes brasileiro
Júlio César (titular na Liga
Europa em detrimento de Quim), os defesas Luís Filipe, Roderick, Miguel
Vítor e Shaffer, os médios Felipe Menezes e Carlos Martins e os atacantes
Weldon e Nuno Gomes. No entanto, o jogo da Luz não foi
propriamente um jogo sem história, tendo ficado marcado por um grande golo de letra
de Di María, que bisou nesse encontro (45’ e 73’) – dias depois de ter sido
expulso num jogo em Olhão para o campeonato
– antes de outro argentino, Ismael Blanco, ter reduzido para o AEK
(84’) e estabelecido o resultado final. “Os destinos de ambas as equipas
estavam traçados ainda o árbitro não tinha apitado para o início do encontro –
o Benfica
seguiria sempre em frente na liderança, mesmo que não tivesse vencido e o AEK
terminava na Luz a sua campanha europeia –, pelo que poucos motivos de
interesse sobravam. Restava confirmar a rotação de Jorge
Jesus com o clássico do próximo domingo na cabeça. E do banco saíram,
afinal, vários pontos a não esquecer: nova vitória na Liga
Europa, a vingança da derrota (1-0) em Atenas, o teste das opções para um
meio-campo obrigatoriamente remendado frente aos dragões e, claro, a grande
pena que Jesus
terá de não poder contar com um Di María em semelhante rotação”, sintetizou o
jornal O Jogo.
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