sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

A minha primeira memória de… um jogo entre Man. United e Arsenal

Cristiano Ronaldo silenciou o Emirates com um disparo de livre
Por muito que puxe pela cabeça, não consigo recordar-me de um jogo entre Manchester United e Arsenal antes do duplo confronto entre ambos nas meias-finais da Liga dos Campeões em 2008-09.

Nessa altura, era a formação orientada por Alex Ferguson que tinha a hegemonia em Inglaterra, conseguindo até estender esse domínio ao nível europeu, até porque um ano antes tinha conquistado a Champions em Moscovo após bater o vizinho Chelsea no desempate por grandes penalidades.


Da equipa que tinha vencido a Liga dos Campeões em 1999, já pouco restava. Apenas Scholes, Giggs e Gary Neville. Após alguns erros de casting, Van der Sar era finalmente um digno sucessor de Schmeichel. Vidic e Ferdinand formavam uma das melhores duplas de centrais do mundo. Evra era o dono e senhor de um lado esquerdo da defesa que durante muitos anos foi ocupado por Irwin. Carrick e Fletcher ocupavam vagas no meio-campo que antes pertenciam a Roy Keane e Butt. Já não haviam os livres e cruzamentos teleguiados de David Beckham, mas faziam furor em Old Trafford os dribles mágicos de Cristiano Ronaldo. E no eixo do ataque a dupla composta por Andy Cole e Dwight Yorke deu lugar aos mais móveis Wayne Rooney e Carlos Tévez – pelo meio, Ruud van Nistelrooy fez uma notável transição entre as duas gerações.

O Arsenal também já pouco tinha a ver com a equipa que na viragem do milénio venceu por três vezes o título inglês e que conquistou outros troféus importantes. Da equipa titular dos campeões nacionais invictos em 2003-04, restava talvez o seu patinho feio, o central costa-marfinense Kolo Touré, além do eterno Arsène Wenger no comando técnico. Lehmann na baliza? Não: o modesto Almunia. Ashley Cole a atacar e defender com grande qualidade no lado esquerdo? Não: Gibbs a fazer os possíveis. Vieira e Gilberto Silva a segurarem o meio-campo? Não: tinham de se contentar com Diaby ou Song. Henry e Bergkamp no ataque? Não: Adebayor ou Bendtner. Também já não havia Pires ou Ljungberg, mas havia Cesc Fàbregas a afirmar-se como o maestro da orquestra dos gunners e um dos melhores médios do mundo naquela altura.


 Na primeira-mão, em Old Trafford, o Manchester United bem atacou, criou e rematou, mas teve de se contentar com uma magra vitória por 1-0, com um golo do improvável John O’Shea aos 17 minutos. No jogo 800 de Ryan Giggs pelos red devils, Cristiano Ronaldo esteve perto de fazer o 2-0 na segunda parte, mas acertou com estrondo na trave.

“O Manchester United ganhou vantagem sobre o Arsenal num jogo em que foi muito superior. Aos gunners valeu, sobretudo, Almunia. Ronaldo foi um dos melhores e merecia o golo que tanto procurou. Anderson foi outro dos destaques na equipa de Ferguson, que, desta feita, nem para o banco levou Nani. Alex Ferguson havia dito, na antevisão do encontro, que ficaria muito satisfeito com uma vitória por 1-0, e a verdade é que o Manchester United lhe fez a vontade. Contudo, olhando para o que se passou no relvado, o treinador dos red devils deve ter ficado certamente desiludido, tal foi a superioridade demonstrada pela sua equipa diante de um Arsenal que conseguiu um resultado muito lisonjeiro”, resumiu o jornal O Jogo, acerca de um encontro cuja transmissão recordo não ter assistido.


A segunda-mão, no Estádio Emirates, prometia. O Arsenal jogava em casa e a vantagem do Manchester United era curta. Previa-se, por isso, um encontro emocionante e espetacular. A parte do espetacular confirmou-se. A emoção é que se perdeu logo nos primeiros minutos.


 Recordo-me de estar a jantar na cozinha e a acompanhar a transmissão do jogo por parte da RTP 1 através de uma televisão a preto e branco antes de me mudar para a sala e assistir ao encontro com mais conforto e comodidade. Porém, num contra-ataque endiabrado os red devils inauguraram o marcador aos oito minutos, por Park Ji-Sung a passe de Cristiano Ronaldo. E pouco depois o internacional português aumentou para 0-2 através de um disparo de livre direto e colocou um ponto final na minha intenção de assistir ao resto da partida na sala. Afinal, os londrinos estavam obrigados a marcar quatro golos e não sofrer mais nenhum para seguir em frente.

Na segunda parte, Cristiano Ronaldo fez o terceiro para o United (61’), de nada valendo o penálti convertido em golo por Robin van Persie já na reta final (76’).

Ronaldo calou 60 mil. Uma assistência e dois golos deram brilho a uma exibição de gala do CR7, decisivo na qualificação para a final, tal como nas eliminatórias anteriores. Manchester United vai defender, com todo o mérito, o título de campeão europeu. Mas, se a exibição dos red devils em Londres foi exemplar, o que dizer da prestação de Ronaldo? Fantástica é a palavra adequada, dando razão aos elogios de Alex Ferguson na véspera, quando salientou o regresso à boa forma do extremo, que voltou a ser determinante, como já havia sucedido nos segundos jogos com o Inter e o FC Porto”, sintetizou o jornal O Jogo.


Na final da Champions, o Manchester United foi derrotado pelo Barcelona, que nas meias-finais eliminou o Chelsea com muita polémica à mistura.










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