Num Vitória
de Setúbal com algum défice de qualidade individual e vários problemas
coletivos, nomeadamente nos momentos ofensivos, tem sobressaído Éber Bessa, versátil
e baixinho (1, 66 m) médio brasileiro de 27 anos.
Integrado numa equipa disposta em
4x4x2 losango e que muitas vezes opta por um futebol direto dos defesas para os
avançados, sem passar pelos médios, o antigo jogador do Marítimo (2015 a 2018) exibe
uma combatividade e qualidade técnica. Combatividade no ataque às segundas
bolas originadas por esse futebol direto, qualidade técnica para passar,
transportar ou rematar a bola depois de a recuperar.
No meio-campo sadino, os seus
níveis de agressividade só poderão ser comparados aos de Semedo,
com a missão quase exclusiva de destruir jogo. E estamos a falar de um dos médios mais
ofensivos da equipa, que muitas das vezes atua mesmo no vértice superior do
losango de Sandro Mendes. Não é por acaso que o técnico vitoriano o coloca
muitas vezes ao lado dos avançados numa primeira linha de pressão à fase de
construção do adversário.
E por muito que outros
centrocampistas do plantel, como Nuno Valente, Tiago Castro ou Carlinhos,
gostem de ter a bola no pé e se assumam como tecnicistas, nenhum tem conseguido
mostrar a qualidade de passe, de transporte, de envolvimento no jogo exterior e
até de tomada de decisão que Éber Bessa tem patenteado. Quando joga no vértice
esquerdo do losango, torna o dispositivo tático híbrido, entre o 4x4x2 e o 4x3x3,
pois descai para ala e funciona praticamente como um extremo, de frente para o
jogo e a fazer diagonais a partir do flanco para a zona central.
Além da combatividade e da
qualidade técnica em jogo corrido, é um bom executante de bolas paradas,
correspondendo com qualidade quando lhe é solicitado o cruzamento ou o remate.
Na retina dos adeptos sadinos está ainda o grande golo que apontou de livre
direto ao Nacional na época passada.
Por tudo isto, tomara o Vitória
ter mais jogadores como Éber Bessa.
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