Não fosse o fenómeno João Félix e
talvez estivéssemos a falar da grande revelação da I Liga em 2018/19. Chiquinho
surge esta época em grande plano pelo Moreirense depois de ter brilhado na
temporada transata pela Académica na II Liga e de ter integrado parte do
período preparatório do Benfica, tendo trabalhado às ordens de Rui Vitória no passado verão.
Numa equipa de autor, obra do
romântico Ivo Vieira, o futebolista de 23 anos surge como terceiro médio num sistema
que pode ser de 4x3x3 ou de 4x2x3x1 mas cuja dinâmica é quase sempre a mesma:
jogar apoiado, promovendo a relação com a bola de todos os jogadores e pressionar
alto para recuperar em terrenos adiantados.
Inserido num modelo de jogo tão
atrativo, sobressai o talento de Chiquinho, uma espécie de mini Bruno
Fernandes, salvo as devidas proporções, pela forma exuberante como leva a
equipa para a frente, transportando a bola e dinamizando e organizando os
ataques dos minhotos no meio-campo ofensivo.
Tal como no ano passado na
Académica, não é por ser o médio mais adiantado que se torna automaticamente num
10. É mais vocacionado para transições e para chegar à área de frente para o
jogo do que propriamente para recuar, distribuir e pautar os ritmos. Anda ali a
meio caminho entre as posições 8 e 10, um pouco à imagem do capitão do
Sporting. Bem mais tecnicista do que combativo, exibe qualidade de passe e
alguma classe, sendo recorrentemente chamado a executar as bolas paradas da sua
equipa.
Com seis golos e outras tantas
assistências nas 26 jornadas já decorridas do campeonato, margem de progressão
e contrato até junho de 2023, é um ativo que promete rechear os cofres do
emblema de Moreira de Cónegos e dar o salto para um clube de maior dimensão.
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