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Parece que um caso raro no futebol português se tornou num
padrão para analisar contratações. Jorge Jesus também nunca tinha treinado um
grande antes de chegar ao Benfica e Leonardo Jardim também foi progredindo na
carreira e há muitas outras coisas a olhar além dos resultados.
O Paços de Ferreira de Paulo Fonseca terminou o campeonato
português no pódio, o que é bastante assinalável, mas era um autêntico carro de
combate. O Estoril – que em 2013/14 até conquistou os mesmos 54 pontos que os
castores em 2012/13 – respirava um futebol mais perfumado e romântico.
Havia um gosto pela circulação de bola e por tentar jogar
sempre rente ao solo, com critério e objetividade que não existia em mais
nenhuma equipa que não lutasse pelo título. É verdade que apostava sobretudo em
ataque rápido e que em Alvalade encontrará adversários menos expostos no
momento defensivo, mas o que fica de Marco Silva é a imagem de um treinador que
não se esgota nos (ótimos) resultados.
Há que reconhecer competência a quem pega numa equipa nos
últimos lugares da II Liga sem nunca ter tido experiência no comando técnico de
alguma formação, consegue subir de divisão e faz com que os seus jogadores
acreditem num modelo de jogo que em nada é típico de um recém-promovido.
Há que reconhecer versatilidade e capacidade motivacional
para quem perde vários jogadores importantes como Steven Vitória, Jefferson,
Carlos Eduardo ou Licá depois de ter ficado em 5º, não se queixa, e na
temporada seguinte ainda melhora a classificação e a pontuação.
Além dos três grandes e dos intrusos Boavista e Sp. Braga,
lembram-se do último clube a ficar duas épocas seguidas no Top 5? Temos de
recuar quase duas décadas. Vitória de Guimarães, em 1996/97 e 1997/98.
Um feito difícil de obter, com um orçamento baixo e ainda
por cima com um futebol arrojado. É o mesmo que se pede agora a Marco Silva no
Sporting.
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