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Por baixo desta ponte, viveu a linha férrea Barreiro - Seixal |
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Antigo estaleiro naval |
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Nuvens cinzentas pairam sobre uma terra de ferroviários |
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Enormes viagens fizeram estas carruagens agora vandalizadas |
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Bairro da CUF, silencioso e em mau estado |
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Paredes ruídas e água poluída, junto ao estaleiro naval |
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Podia ser uma casa de sonho, com vista para o mar, mas está degradada e inabitada |
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Do outro lado deste muro degradado, o símbolo da modernidade da cidade, o Fórum Barreiro |
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Casa em ruínas, numa das ruas mais movimentadas da cidade |
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Aglomerado de ervas esconde carris, junto à antiga fábrica da CUF |
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Imagem do coração da cidade, simbolizando o estado da mesma |
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Antigo parque industrial da CUF, uma sombra do que já foi |
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Antiga Padaria Alentejana, onde tantos barreirenses compravam pão quente |
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Sinais de degradação no antigo Parque Industrial da CUF |
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Prédios antigos e em más condições, bastante perto do rio Tejo |
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Onde tanto trabalho houve, sobra uma mão cheia de nada |
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Uma parede improvisada face aos sinais de degradação |
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Marcas de inutilização da ferrovia |
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O Tejo, poluído mas forte, destrói lentamente os muros do Parque Industrial da CUF |
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Os locais chamam a esta zona de “Barreiro Velho” |
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Casas degradadas e demolidas, sem sinais de herdeiras |
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Vestígios das bancadas do antigo Campo de Santa Bárbara |
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Antiga estação ferroviária, de onde tantos comboios partiram para distintos pontos do país |
A próspera, moderna e industrial vila que o Barreiro foi em boa parte do século XX contrasta com a cidade sisuda e cinzenta, abandonada, degradada e com falta de vida que hoje existe no mesmo lugar.
O
desenvolvimento desta localidade da Margem Sul do Tejo teve inicio ainda no
século XIX, com a construção de ferrovias até Vendas Novas e Setúbal,
conhecendo já após o fim da monarquia a sua expansão para todo o país. Em 1898,
o empresário Alfredo da Silva instalou, na até então vila, as indústrias da
Companhia União Fabril (CUF), entidade que tantos empregos gerou e que fez
tantas pessoas migrarem de vários pontos de Portugal à procura de uma vida
melhor.
Hoje em dia,
a CUF acabou, o parque industrial que ocupava foi maioritariamente abandonado, as
fábricas estão em ruínas, os postes caídos, as paredes a cair, as estradas
inutilizáveis e construções que ficaram por se concluir. Sobram os vestígios. A
procura de uma vida próspera faz-se agora na outra margem, ou noutro ponto do
país ou do globo. Os bairros de operários pautam agora pela desertificação e
pelo mau estado.
O mesmo se
pode dizer em relação à ferrovia. Mantém-se a ligação com Setúbal, mas muito se
perdeu. As fábricas da CP, que tantos empregos proporcionou, hoje estão
desativadas e com um aspeto deteriorado. A estação terminal, de onde tantas
carruagens partiram para esse país fora, está visivelmente degradada, e foi
hoje substituída por uma nova, que limita-se a ver partir e chegar comboios de trinta
e trinta minutos durante a semana, e de hora em hora aos sábados, domingos e
feriados. Perto da estação Barreiro A, no coração da cidade, encontra-se a céu
aberto uma autêntica lixeira de carruagens, avariadas e agora vandalizadas e danificadas,
sobre carris cobertos de ervas, marcas da inutilização. Da linha férrea que
ligava o Barreiro ao Seixal, restam os vestígios, e atualmente o único trajeto
entre localidades, que quase se tocam, é feito por via rodoviária, contornando
o rio Coina.
Os pequenos
estaleiros navais que existiam ainda são visíveis, mas consumidos pela
degradação. Degradação essa que acompanha praticamente toda a zona ribeirinha
da parte mais antiga da cidade. Junto ao rio, onde agradavelmente se avistam os
moinhos de Alburrica e catamarãs nas viagens de ida e volta para Lisboa,
situam-se casas deterioradas, com algumas das suas partes demolidas.
Mas por toda
a cidade há marcas da decadência que a abasta. Mesmo em ruas principais, muito
movimentadas, é inevitável ver o estado lastimoso de edifícios que outrora
contribuíram para o comércio local. O quiosque de Santa Maria, onde tantos
jornais e revistas foram vendidos, é hoje um espaço vandalizado. A Sociedade de
Panificação Sul do Tejo, conhecida como padaria alentejana, pela variedade e
qualidade de pão, que aquecia as manhãs dos barreirenses logo pelo
pequeno-almoço, partilha do mesmo destino.
E até no
desporto o concelho não se livra de ser a sombra do que foi. Das gloriosas
equipas de Grupo Desportivo da CUF (agora Grupo Desportivo Fabril) e Futebol
Clube Barreirense, que olhavam os grandes nos olhos e até as competições
internacionais disputaram, restam modestas formações que lutam para se manter
nos campeonatos nacionais. Um triste fado partilhado pelas modalidades de
futebol, basquetebol e hóquei em patins, que tanta tradição fizeram.
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ResponderEliminarOlá Boa tarde.
ResponderEliminarO Barreiro não tem só sítios degradados.
Tem o Parque da Cidade, Avenida da Praia...
Procure melhor ;)
Concordo com a ideia de que o Barreiro não tem só sitios degradados, aliás, a ideia deste trabalho nem foi contrariar isso, mas sim apenas mostrar os sitios degrados.
EliminarNo entanto, esses argumentos são fracos:
1. Parque da Cidade: uma sombra do que já foi. Casas de banho vandalizadas, falta de segurança, parque para crianças com alguns baloiços/escorregas/afins inutilizáveis e outros sitios com poucas condições.
2. Avenida da Praia: Concordo que tem sido feito um esforço para modernizar essa zona, mas está mais tempo em obras do que funcional nos últimos anos. Que raio de obras são essas, pergunto eu? Ainda assim, do lado interior dessa Avenida há casas em muito mau estado.
Mas pode-me falar do polis, do esforço que vem sendo feito na zona da recosta, das obras de modernização da zona de Alburrica, etc.
queixem-se ao cavaco ao boxexas aos mellos e aos proprietarios privados k so kerem o dinheiro das rendas
ResponderEliminarBoa tarde, gostei muito da reportagem e concordo, o meu Barreiro esta muito degradado... nascida e criada na freguesia do Alto-Seixalinho mas actualmente vivo no estrangeiro e cada vez que regresso a minha cidade fico desiludida eu vejo um enorme potencial para o barreiro.... brinquei e conheco todos os cantos da cidade e custa-me ver a cidade morrer aos poucos com falta de organizacao e criatividade da autarquia, sao uns incompetentes....... o pais esta em crise e agora essa e a desculpa para tudo.... a verdade e que nao querem saber nao teem amor a terra que nos viu crescer... vejo tambem uma populacao conformada que nao age nem reage a nada.... nem quando lhes tiram o pao da boca e gente triste e que prefere baixar a cabeca que arregacar as mangas.... vejo uma geracao de jovens que ja nao brincam na rua e so querem centros comerciais e facebook.... todos nos Barreirenses temos o direito e dever de cuidar da nossa terra... a culpa tambem e um pouco nossa.
ResponderEliminarPor fim obrigado por esta optima fotoreportagem e bom saber que ainda ha quem veja com olhos de saudade a bela cidade que o Barreiro ja foi....
ResponderEliminarFez bem em denunciar o que se deve denunciar. Não se auto-censure. O Barreiro merecia ter tido gente mais inteligente e menos complexada à sua frente. Não é uma questão de partidos; é falta de visão mesmo. Continue o seu bom trabalho.
Justo o que procurava sobre conservadora barreiro
ResponderEliminarA minha bela cidade do Barreiro hoje como bem diz esta muito mal tratada por muitas razões mas e sempre e será a cidade para a história a cidade que foi mais industrializada da península ibérica graças ao Doutor Alfredo da Silva
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