segunda-feira, 5 de maio de 2014

Fotorreportagem | Barreiro degradado

Por baixo desta ponte, viveu a linha férrea Barreiro - Seixal



Antigo estaleiro naval

Nuvens cinzentas pairam sobre uma terra de ferroviários

Enormes viagens fizeram estas carruagens agora vandalizadas

Bairro da CUF, silencioso e em mau estado

Paredes ruídas e água poluída, junto ao estaleiro naval

Podia ser uma casa de sonho, com vista para o mar, mas está degradada e inabitada

Do outro lado deste muro degradado, o símbolo da modernidade da cidade, o Fórum Barreiro

Casa em ruínas, numa das ruas mais movimentadas da cidade

Aglomerado de ervas esconde carris, junto à antiga fábrica da CUF

Imagem do coração da cidade, simbolizando o estado da mesma


Antigo parque industrial da CUF, uma sombra do que já foi

Antiga Padaria Alentejana, onde tantos barreirenses compravam pão quente

Sinais de degradação no antigo Parque Industrial da CUF

Prédios antigos e em más condições, bastante perto do rio Tejo

Onde tanto trabalho houve, sobra uma mão cheia de nada

Uma parede improvisada face aos sinais de degradação

Marcas de inutilização da ferrovia



O Tejo, poluído mas forte, destrói lentamente os muros do Parque Industrial da CUF

Os locais chamam a esta zona de “Barreiro Velho”

Casas degradadas e demolidas, sem sinais de herdeiras

Vestígios das bancadas do antigo Campo de Santa Bárbara

Antiga estação ferroviária, de onde tantos comboios partiram para distintos pontos do país


A próspera, moderna e industrial vila que o Barreiro foi em boa parte do século XX contrasta com a cidade sisuda e cinzenta, abandonada, degradada e com falta de vida que hoje existe no mesmo lugar.

O desenvolvimento desta localidade da Margem Sul do Tejo teve inicio ainda no século XIX, com a construção de ferrovias até Vendas Novas e Setúbal, conhecendo já após o fim da monarquia a sua expansão para todo o país. Em 1898, o empresário Alfredo da Silva instalou, na até então vila, as indústrias da Companhia União Fabril (CUF), entidade que tantos empregos gerou e que fez tantas pessoas migrarem de vários pontos de Portugal à procura de uma vida melhor.

Hoje em dia, a CUF acabou, o parque industrial que ocupava foi maioritariamente abandonado, as fábricas estão em ruínas, os postes caídos, as paredes a cair, as estradas inutilizáveis e construções que ficaram por se concluir. Sobram os vestígios. A procura de uma vida próspera faz-se agora na outra margem, ou noutro ponto do país ou do globo. Os bairros de operários pautam agora pela desertificação e pelo mau estado.

O mesmo se pode dizer em relação à ferrovia. Mantém-se a ligação com Setúbal, mas muito se perdeu. As fábricas da CP, que tantos empregos proporcionou, hoje estão desativadas e com um aspeto deteriorado. A estação terminal, de onde tantas carruagens partiram para esse país fora, está visivelmente degradada, e foi hoje substituída por uma nova, que limita-se a ver partir e chegar comboios de trinta e trinta minutos durante a semana, e de hora em hora aos sábados, domingos e feriados. Perto da estação Barreiro A, no coração da cidade, encontra-se a céu aberto uma autêntica lixeira de carruagens, avariadas e agora vandalizadas e danificadas, sobre carris cobertos de ervas, marcas da inutilização. Da linha férrea que ligava o Barreiro ao Seixal, restam os vestígios, e atualmente o único trajeto entre localidades, que quase se tocam, é feito por via rodoviária, contornando o rio Coina.

Os pequenos estaleiros navais que existiam ainda são visíveis, mas consumidos pela degradação. Degradação essa que acompanha praticamente toda a zona ribeirinha da parte mais antiga da cidade. Junto ao rio, onde agradavelmente se avistam os moinhos de Alburrica e catamarãs nas viagens de ida e volta para Lisboa, situam-se casas deterioradas, com algumas das suas partes demolidas.

Mas por toda a cidade há marcas da decadência que a abasta. Mesmo em ruas principais, muito movimentadas, é inevitável ver o estado lastimoso de edifícios que outrora contribuíram para o comércio local. O quiosque de Santa Maria, onde tantos jornais e revistas foram vendidos, é hoje um espaço vandalizado. A Sociedade de Panificação Sul do Tejo, conhecida como padaria alentejana, pela variedade e qualidade de pão, que aquecia as manhãs dos barreirenses logo pelo pequeno-almoço, partilha do mesmo destino.

E até no desporto o concelho não se livra de ser a sombra do que foi. Das gloriosas equipas de Grupo Desportivo da CUF (agora Grupo Desportivo Fabril) e Futebol Clube Barreirense, que olhavam os grandes nos olhos e até as competições internacionais disputaram, restam modestas formações que lutam para se manter nos campeonatos nacionais. Um triste fado partilhado pelas modalidades de futebol, basquetebol e hóquei em patins, que tanta tradição fizeram.









8 comentários:

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  2. Olá Boa tarde.
    O Barreiro não tem só sítios degradados.
    Tem o Parque da Cidade, Avenida da Praia...
    Procure melhor ;)

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    Respostas
    1. Concordo com a ideia de que o Barreiro não tem só sitios degradados, aliás, a ideia deste trabalho nem foi contrariar isso, mas sim apenas mostrar os sitios degrados.

      No entanto, esses argumentos são fracos:

      1. Parque da Cidade: uma sombra do que já foi. Casas de banho vandalizadas, falta de segurança, parque para crianças com alguns baloiços/escorregas/afins inutilizáveis e outros sitios com poucas condições.

      2. Avenida da Praia: Concordo que tem sido feito um esforço para modernizar essa zona, mas está mais tempo em obras do que funcional nos últimos anos. Que raio de obras são essas, pergunto eu? Ainda assim, do lado interior dessa Avenida há casas em muito mau estado.


      Mas pode-me falar do polis, do esforço que vem sendo feito na zona da recosta, das obras de modernização da zona de Alburrica, etc.

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  3. queixem-se ao cavaco ao boxexas aos mellos e aos proprietarios privados k so kerem o dinheiro das rendas

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  4. Boa tarde, gostei muito da reportagem e concordo, o meu Barreiro esta muito degradado... nascida e criada na freguesia do Alto-Seixalinho mas actualmente vivo no estrangeiro e cada vez que regresso a minha cidade fico desiludida eu vejo um enorme potencial para o barreiro.... brinquei e conheco todos os cantos da cidade e custa-me ver a cidade morrer aos poucos com falta de organizacao e criatividade da autarquia, sao uns incompetentes....... o pais esta em crise e agora essa e a desculpa para tudo.... a verdade e que nao querem saber nao teem amor a terra que nos viu crescer... vejo tambem uma populacao conformada que nao age nem reage a nada.... nem quando lhes tiram o pao da boca e gente triste e que prefere baixar a cabeca que arregacar as mangas.... vejo uma geracao de jovens que ja nao brincam na rua e so querem centros comerciais e facebook.... todos nos Barreirenses temos o direito e dever de cuidar da nossa terra... a culpa tambem e um pouco nossa.
    Por fim obrigado por esta optima fotoreportagem e bom saber que ainda ha quem veja com olhos de saudade a bela cidade que o Barreiro ja foi....

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  5. Fez bem em denunciar o que se deve denunciar. Não se auto-censure. O Barreiro merecia ter tido gente mais inteligente e menos complexada à sua frente. Não é uma questão de partidos; é falta de visão mesmo. Continue o seu bom trabalho.

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  6. A minha bela cidade do Barreiro hoje como bem diz esta muito mal tratada por muitas razões mas e sempre e será a cidade para a história a cidade que foi mais industrializada da península ibérica graças ao Doutor Alfredo da Silva

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