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Foi na passada segunda-feira que
Cristiano Ronaldo foi coroado com a Bola de Ouro, que o condecorou como melhor
jogador do mundo.
A justiça do vencedor não está em causa, nem é isso que se pretende aqui discutir. Mas ao olhar em quem votou em quem, assiste-se a votações muito curiosas. Há tendência para os capitães votarem em colegas de equipa e de seleção, de selecionadores votarem nos próprios selecionados e de jornalistas votarem em compatriotas. Isto, para além da influência da proximidade histórico-geográfica.
Pelo menos houve dez votos de capitães
em compatriotas. Kompany em Hazard (3º), Yepes em Falcao (1º), Drogba em Yaya Touré (1º), Lloris em Ribéry (1º), Buffon em Pirlo (1º), Blaszczykowski em
Lewandowski (3º), Lugano em Suárez (1º) e Cavani (2º), Ashley Williams em Bale
(1º) e Van Persie em Robben (1º).
Também por curiosidade, houve dezoito
(!) votos em colegas de equipa durante o ano civil de 2013.
Lionel Messi e Cristiano Ronaldo,
capitães de Argentina e Portugal, não podiam votar em si. No entanto, optaram
por não incluir a “concorrência” nas suas votações. Messi votou em Iniesta,
Xavi e Neymar, e Ronaldo em Falcao, Bale e Özil. De forma muito pouco coerente,
o sul-americano não teve problemas em considerar justa a vitória de CR7 após a
cerimónia. Se é assim que pensa, porque não votou nele?
Os selecionadores, apesar de mais
experientes, foram na mesma cantiga. Votar nos seus selecionados foi regra. Alejandro
Sabella em Messi (1º), Marc Wilmots em Hazard (3º), José Pekerman em Falcao
(1º), Didier Deschamps em Ribéry (1º), Cesare Prandelli em Pirlo (1º), Van Gaal
em Robben (3º), Sabri Lamouchi em Yaya Touré (3º), Adam Nawalka em Lewandowski
(1º), Paulo Bento em Ronaldo (1º), Del Bosque em Xavi (1º) e Iniesta (2º), Erik
Hamrén em Ibrahimovic (1º) e Chris Coleman em Bale (1º). Feitas as contas,
treze votos.
E aqui importa salientar o caso
português. Embora selecionadores de outros países, os lusos Paulo Duarte
(Gabão) e Fernando Santos (Grécia) votaram em Ronaldo como primeira opção, e Carlos
Queiroz como segunda. Ainda assim, este último justificou o seu voto como uma
“decisão coletiva” do corpo técnico do Irão. E apesar da pouca imparcialidade
de todo este processo… o único criticado foi o próprio Queiroz, que foi
obrigado a explicar-se pela imprensa portuguesa. Até Scolari escolheu o
madeirense, que tantas alegrias lhe deu, em 1º lugar.
Em relação aos jornalistas, a quem se
exige imparcialidade diariamente no exercício da profissão, esta tendência não
deixou de se verificar. Contei dez votos nacionalistas, incluindo o do nosso
Joaquim Rita.
No que concerne àquilo que referi como
proximidade histórico-geográfica, em todas as votações de países lusófonos
estava incluído o nome de Cristiano Ronaldo. Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau e
São Tomé e Príncipe fizeram o pleno: apenas votos em 1º lugar. Angola e
Moçambique colocaram-no sempre no pódio, mas nem sempre como prioridade.
Com tanta preponderância dos afetos
nesta votação, quem acabou por ser decisivo foi quem está habitualmente mais longe
das luzes da ribalta. Intérpretes de países que puderam olhar para este
processo de uma forma mais distanciada, de distintos recantos do planeta, com
pouca relevância futebolística, tiveram a oportunidade de fazer a diferença. Sem
clubismos ou nacionalismo, foram os donos do voto honesto.
Oscar Cardozo ou Éder? Vota no Duelo Futebolístico em http://galaxiafutebolistica.blogspot.pt
ResponderEliminarP.S.: Vota também no melhor guarda-redes jovem da primeira liga.
Abraços
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