sábado, 1 de outubro de 2011

Liga ZON Sagres | Benfica 4-1 Paços de Ferreira



O Benfica venceu esta noite o Paços de Ferreira por 4-1, no Estádio da Luz, num jogo a contar para a 7ª jornada da Liga ZON Sagres.


Eis a constituição das equipas:

Benfica



Já se sabia que os encarnados não podiam contar com Javi Garcia, por isso, é Matic quem ocupa naturalmente a sua posição. O Benfica apresenta-se de uma forma diferente do que aquela que actuou no Estádio do Dragão, voltando com o 4-4-2 losango tal como no ano da conquista do título, com Saviola e Cardozo a formarem um dueto na frente de ataque, e com Matic a ser o único médio-defensivo, com Gaitán e Bruno César nas alas, relegando Witsel e Nolito para o banco de suplentes. De resto, não há novidades.


Paços de Ferreira



No que concerne aos pacenses, com as sete ausências já conhecidas, o que me surpreende é a não inclusão de Michel no onze inicial, quando este já o demonstrou várias vezes, inclusivé no jogo frente ao Sporting, que é o jogador mais perigoso da equipa. De resto, um 4-3-3 virado para o contra-ataque.


O jogo começou equilibrado, no entanto, aos 6’, o Benfica viu um golo seu ser duvidosamente anulado, por intermédio de Cardozo.

O jogo não foi disputado de uma forma muito intensa, o Benfica esteve sempre muito tranquilo, e o Paços de Ferreira não foi aquele tipo de equipa atrevida que aparecem de 15 em 15 dias na Luz. Os encarnados foram controlando e chegaram ao golo aos 21’, numa jogada em que Maxi Pereira subiu pelo seu flanco, cruzou a bola para a área onde Cardozo se cabeça assiste Saviola para o 1-0.

O jogo manteve-se com o mesmo ritmo, o Paços manteve-se pouco atrevido e jogou quase como se estivesse 0-0. Aos 35’, escreveu-se direito por linhas tortas e William, lesionado, deu o lugar a Michel, um jogador que mostra uma qualidade acima da média, que pode jogar em várias posições e que estranhamente surgiu no banco de suplentes.

Apesar da alteração, foi mesmo o Benfica que chegou ao golo, novamente por Saviola, após um canto de Bruno César na direita, o argentino surgiu sozinho e rematou de primeira para o fundo das redes de Cássio, um belo golo aos 42’.


Para a segunda parte, a dúvida estava na atitude do Paços, se iam procurar explorar as fragilidades físicas de um Benfica que teve dois jogos muito intensos na última semana, ou se se iam dar por vencidos dada a dificuldade em poder conseguir pelo menos o empate.

Bem, o Benfica entrou forte após o descanso, criou algumas situações de golo que mostravam que a equipa queria despachar o assunto, no entanto, por ironia, foi o Paços quem marcou, através de uma grande penalidade convertida por Michel, aos 49’.

O jogo que aparentemente estava controlado tornou-se algo instável para os encarnados, sobretudo quando Melgarejo cabeceou para uma defesa incrível de Artur, minutos depois

Os vice-campeões nacionais perceberam então que a melhor forma de defender era atacando, e foi assim que chegaram ao 3-1, com Luisão completamente à vontade a dar de cabeça sequência a um livre marcado a meio do meio-campo pacense por Aimar.

Ainda os adeptos benfiquistas estavam a festejar o golo, Nolito (que tinha entrado para o lugar de Bruno César), na sequência de uma jogada individual em que os defesas do Paços de Ferreira ficaram especados a olhar, conseguiu fazer o 4-1, estavam decorridos 67 minutos.

O Benfica que tinha acelerado após a entrada do espanhol, volta a reduzir a velocidade, mas desta vez, com três golos de vantagem e com 20 minutos para se jogar, não havia perigo, a vitória estava garantida.


Com esta vitória, os encarnados passam a somar 17 pontos e tornam-se líderes isolados do campeonato, ainda que com mais um jogo que FC Porto e Sp. Braga, que só amanhã cumprem o seu jogo da 7ª jornada.


Analisando as equipas, começando pelos homens da casa, o Benfica pareceu-me algo cansado, em gestão de esforço, mas ao mesmo tempo muito tranquilos e confiantes de que o golo haveria de aparecer, e tanto assim foi que ao intervalo ganhavam por 2-0, e foi com alguma injustiça que apanharam o susto quando o Paços reduziu.
Artur volta a ser batido, tal como todos os outros jogos do campeonato, embora seja sempre das melhores unidades em campo. Do sector defensivo não há nada a dizer, no meio-campo Matic trouxe mais centímetros e qualidade técnica, mas peca por não ter a velocidade, garra, entrosamento e cultura táctica de Javi Garcia. Nas alas, Bruno César e Gaitán não foram tão exuberantes como de costume, e parece mentira que geralmente quando Jorge Jesus opta por dar a titularidade a Bruno César, é o suplente Nolito que aparece para dar algo a mais à equipa (como foi o exemplo de hoje) mas quando acontece o contrário, é o brasileiro quem joga melhor e traz mais utilidade (como no Estádio do Dragão). Uma dor de cabeça que todos os treinadores gostariam de ter. Saviola fez o que lhe foi pedido, e mesmo não marcando, Cardozo esteve muito bem no primeiro golo, é preciso ter muita cultura táctica e técnica para fazer a assistência que ele fez.

Quanto ao Paços, ainda que sejam sete as ausências, não gostei da atitude da equipa, que se continuar com desempenhos do género, será uma séria candidata à descida de divisão.
A defesa tinha telhados de vidro, falharam muitas vezes na marcação e é incompreensível como no golo anulado ao Benfica, na jogada seguinte em que Cardozo criou muito perigo e no golo de Luisão, os jogadores encarnados estavam completamente sozinhos, o central brasileiro então nem preciso de saltar para cabecear.
As transições ofensivas foram uma nulidade, a equipa não conseguia sair a jogar colectivamente, e foram chegando à área contrária através, sobretudo, de algumas jogadas individuais, quer no primeiro como no segundo tempo, ainda que na segunda parte, com Michel em campo, esses lances individuais fossem mais fortes. É inacreditável como nem conseguiram fazer cinco remates e não exploraram melhor o contra-ataque.

Premier League | Manchester United 2-0 Norwich




O Manchester United venceu esta tarde o Norwich por 2-0, em Old Trafford, a contar para a 7ª Jornada da Premier League, num jogo complicadíssimo para a turma de Alex Ferguson.


Eis a constituição das equipas:

Manchester United



Destaque para a rotatividade dos “red devils”. Alguns titulares em outros jogos como De Gea, Ferdinand, Carrick e Giggs ficam no banco, dando lugar a atletas que não jogam tão regularmente de inicio como Lindegaard, Anderson e Park Ji-Sung. No entanto, já se sabe, estamos a falar do Manchester United, das melhores equipas do mundo, e rotatividade não significa perca de qualidade.
Ainda assim, o MU veio de dois jogos seguidos sem vencer, primeiro no último fim-de-semana, frente ao Stoke City, para a Premier League, e na terça-feira frente ao Basileia, empatando ambos os jogos.


Norwich



Do Norwich pouco ou nada conhecia. É uma equipa que subiu este ano à Premier League, e que há dois anos estava no terceiro escalão inglês, sendo promovida por duas vezes consecutivas.
Ainda assim, veio de duas vitórias consecutivas no principal escalão e ocupa uma posição para já tranquila a meio da tabela.


O jogo na primeira parte foi pobre em ocasiões de golo, apenas houve uma, num cabeceamento de Wayne Rooney por volta dos 35’.

O United parece não estar a atravessar um bom momento de forma, depois dos dois empates, entrou com pouca intensidade, imaginação e até mesmo garra, e ainda que se fizesse notar a sua claríssima superioridade em termos técnicos, não conseguiu transformá-la em situações perigosas. Nani, através de algumas diagonais, ainda tentou a sua sorte, mas sem grande perigo.

Já o Norwich, esteve sempre organizadíssimo durante o primeiro tempo, fechando bem o centro do terreno e obrigando os campeões ingleses a procurar o jogo directo, tipo de jogo que não os favorecia visto que no ataque jogava o não muito alto Rooney e sobretudo Chicharito. Se sem bola os canários estavam concentradíssimos, com bola mostraram que não têm estrelas nem de perto nem de longe, não houve um jogador que desse muitos nas vistas, no entanto, jogaram sempre pela certa, cada jogador tinha sempre uma linha de passe e a verdade é que conseguiram manter uma percentagem de posse de bola semelhante à do United. E se não contra-atacaram mais, não foi por apresentarem um futebol negativo, mas sim porque os “red devils” arriscaram muito pouco e a sua linha defensiva jogava bastante mais recuada que o habitual.
Mérito para os jogadores que estiveram sempre concentradíssimos, mas também para Paul Lambert, treinador do Norwich, que organizou muitíssimo bem a sua equipa.


Na segunda parte, o jogo foi muito mais intenso e partido, com o United a fazer subir as suas linhas, jogando mais perto da área do Norwich, mas ao mesmo tempo, sendo mais permeável lá atrás, e os canários lá iam aproveitando as situações de contra-ataque para criar perigo.
Basicamente, assistimos a um jogo “à inglesa” nos últimos 45 minutos, em que num minuto ambas as equipas têm oportunidades de chegar ao golo, tendo a situação mais evidente ocorrido aos 66’, em que Pilkington está pertíssimo de jogar e no mesmo minuto, após um canto de Giggs e uma série de cabeceamentos, primeiro de Jones, depois de Rooney e finalmente de Anderson, a bola entra na baliza e estava feito o 1-0 para a formação da casa, numa altura em que Nani já tinha sido substituído pelo galês e Chicharito por Welbeck.

Depois, o Norwich foi à procura do empate como lhe competia, sempre com muita concentração e garra de todos os jogadores, mas na hora de rematar à baliza, faltava sempre engenho e arte para empatar a partida. No entanto, o United não se livrou de alguns sustos, e neste capitulo falo em especial de um remate de Pilkington, desviado pelas costas de Anderson e que embateu no poste da baliza de Lindegaard. Estavam decorridos 75 minutos.

Após alguns minutos muito intensos em que parecia que tudo poderia acontecer, o MU fez o 2-0, através de uma excelente combinação entre Park e Welbeck, na qual o coreano assistiu o jovem avançado inglês para uma finalização à boca da baliza. Foi a estocada final.


Os campeões ingleses continuam assim na liderança da Premier League, com os mesmo pontos que o seu rival da mesma cidade, o Manchester City, que esta tarde também venceu, no terreno do Blackburn, por 4-0.
Ainda assim, a exibição dos homens de encarnado não foi muito convincente (também por culpa do adversário é verdade), com muito pouca intensidade, sobretudo na primeira parte, e pelo que vejo nas partidas que já assisti do United, parece-me que acima de tudo são eficazes, porque nem na Luz, nem com o Chelsea, nem esta tarde com o Norwich criaram muitos situações para marcar, mas tiveram sorte de concretizar as poucas que tiveram, apesar do pouco brilhantismo.
Devo dar uma palavra de apreço ao sector mais recuado, no qual Jones e Evans fizeram excelentes exibições, fizeram cortes fundamentais, dificultaram ao máximo a acção dos atacantes contrários, e dada a sua juventude, e como já é conhecido o gosto de Alex Ferguson em trabalhar com jovens, parece-me que esta época Ferdinand e Vidic vão-se sentar muitas vezes no banco, mesmo quando estiverem em plena forma. Estes dois têm grande futuro, tal como Smalling, que hoje não jogou devido a lesão, mas que tem feito boas exibições.
No meio-campo, Anderson que nem estava a fazer um grande jogo acabou por marcar o golo que rompeu com o empate, Fletcher esteve discreto como sempre, Nani esteve menos exuberante que habitual e Giggs foi bem mais útil à equipa. Park embora também não muito interventivo, trabalhou bem e participou na jogada do 2-0.
No ataque, já se sabe que Rooney não sabe jogar mal, Chicharito esteve apagado, até porque este tipo de jogo não o favoreceu, e Welbeck continua com a veia goleadora esta época, apesar do período em que esteve afastado da competição devido a lesão.

No Norwich é difícil destacar nomes, mais uma vez reforço a ideia de que é uma equipa sem estrelas mas com um colectivo muito forte, e tem como principais virtudes a concentração, a entreajuda e o bom posicionamento.
Morison, avançado galês, como homem mais adiantado dos canários foi talvez quem esteve mais vezes presente em situações de perigo, no entanto, não teve um desempenho superior ao dos colegas.
Por fim, deixo uma palavra de elogio ao seu treinador, Paul Lambert, que pelo sucesso que tem tido, não me admiro que se daqui a uns anos estiver num clube maior da Premier League.

sábado, 24 de setembro de 2011

Liga ZON Sagres | Sporting 3-0 Vit. Setúbal



O Sporting conseguiu hoje vencer pela primeira em casa esta temporada para o campeonato naquela que foi a exibição mais consistente até agora, batendo o Vitória de Setúbal por expressivos 3-0.


Eis a constituição das equipas:

Sporting



Domingos Paciência volta a apostar nos mesmos onze que começou o jogo com o Rio Ave. Pereirinha, Jeffren e Izmailov estão lesionados, e no meu entender esta é a melhor equipa do Sporting de entre os jogadores que estão disponíveis.
Sobre este jogo, há três curiosidades: se Rui Patrício se iria apresentar mais tranquilo, se Wolfswinkel ía conseguir a sua melhor sequência de sempre e marcar em quatro jogos consecutivos (conseguindo também o seu primeiro em Alvalade) e se a equipa leonina ía conseguir derrotar uma formação com que no ano passado perdeu duas vezes em três encontros disputados, incluindo um jogo que valeu a eliminação da Taça de Portugal.


Vitória de Setúbal



Do Vitória, só tinha assistido a um jogo esta temporada, quando me desloquei ao Bonfim para ver o jogo frente ao Sporting de Braga.
Parece-me melhor que a generalidade do ano passado, manteve as peças nucleares (Diego, Neca e Pitbull), reforçou-se bem e acredito que possa fazer um campeonato tranquilo.
A grande surpresa no “onze” na minha opinião é a ausência de Neca, no entanto, mais pelo que tenho lido nos jornais, parece que Zé Pedro está a fazer um bom inicio de temporada e por isso é o ex-Belenenses a merecer a confiança de Bruno Ribeiro.


O Sporting mais uma vez entrou a vencer no jogo, logo aos 2’, numa grande arrancada de Carrillo começada ainda antes da linha de meio-campo, o peruano foi progredindo no terreno, rematou perante a passividade de Anderson do Ó que (para não libertar João Pereira que estava na direita) não abordou o lance, Diego defende para a frente e Schaars na recarga empurra a bola para dentro da baliza sadina.

Poucos minutos depois, foi o Vitória a quase marcar, após um mau alívio de Rui Patrício (que começou nervoso mas que foi ganhando confiança no decorrer da primeira parte), a bola bate no braço de João Silva, o árbitro nada assinala, no entanto na sequência do lance Rinaudo consegue interceptar a bola perto da linha de baliza. Após esse lance, os homens de Setúbal voltaram a criar perigo, novamente por João Silva, mas desta vez Patrício respondeu com uma grande defesa.

No minuto seguinte, João Pereira faz um grande passe em profundidade para Wolfswinkel, que completamente desmarcado e sem oposição de nenhum defesa, rematou forte e fez o 2-0, estavam decorridos 7 minutos.

O Vitória entretanto respondeu num livre directo de Pitbull que enviou a bola à trave, aos 10’, estávamos a assistir a um grande jogo.

Aos 14’, o Sporting voltaria a marcar! Canto marcado na direita para o centro da área, a bola vai para Elias que subtilmente a endossa para Wolfswinkel que num remate colocado, consegue o 3-0 ainda que o esférico tenha acertado na trave antes de bater nas redes de Diego.

A partir daí, mesmo mantendo um ritmo muito forte, a equipa leonina arrefeceu um pouco o jogo, mas desta vez, jogando muito mais longe da sua baliza, praticando um futebol nada passivo, mas sim muito vistoso, com algumas jogadas bonitas e ao primeiro toque. Em jeito de brincadeira, posso dizer que o Sporting jogou com “Nota Artística”, como diria Jorge Jesus.
Mas há que dizer que também o fez devido à passividade dos setubalenses a defender, pois houve lentidão e pouca agressividade na abordagem dos lances, provavelmente efeitos da veterania de muitos dos seus jogadores.

Na segunda parte, o mesmo filme. O Sporting aprendeu com os erros de Vila do Conde e tentou a ampliar um resultado em vez de jogar de forma passiva, e por diversas vezes esteve perto do 4-0. Wolfswinkel esteve diversas vezes perto do “hat-trick”, no entanto, nunca o conseguiu, por algum demérito é verdade, mas sobretudo por mérito de Diego, grande guarda-redes do Vitória, que esteja a equipa bem ou mal, é sempre dos melhores, é raro falhar e é um caso curioso um “goleiro” desta categoria, com a idade que tem, estar a jogar num clube sem grandes ambições. É dos melhores desta Liga, senão mesmo o melhor, tem reflexos extraordinários e é muito completo!

Os leões só acabaram por abrandar nos últimos 15 minutos, quando já pouco tempo havia para jogar, os jogadores vitorianos estavam desgastados e pouco acreditavam num resultado que lhes pudesse dar pontos. Foi nesse período de jogo que a qualidade técnica de homens como Zé Pedro e Neca (entrou ao intervalo) se fez mais notar, no entanto, nada a fazer, nem um golo sequer. Vitória justíssima do Sporting, que só pecou por escassa.


Analisando as equipas, começando pelo Sporting, penso que dentro dos disponíveis foi apresentado o melhor “onze”. São jogadores que já começam a ganhar algum entrosamento e que têm muita qualidade. Izmailov e Jeffren estão lesionados, no entanto, Carrillo e Schaars melhoram de jogo para jogo, é impressionante! Hoje o peruano esteve muito bem, mostra que tem qualidade técnica, que certamente acrescentará muito mais do que Yannick Djaló e que vai fazer Jeffren esforçar-se muito para recuperar o seu lugar na equipa.
Rui Patrício foi ganhando confiança ao longo deste jogo, os centrais estiveram bem, Insúa esteve ao nível que nos tem habituado e João Pereira esteve endiabrado.
Rinaudo é uma autêntica “dona de casa”, varre todas as jogadas ofensivas dos adversários que passam perto de si. Elias na minha opinião, fez o seu melhor jogo de leão ao peito, com momentos fantásticos e erros muito escassos. Schaars está cada vez melhor e está a formar uma dupla terrível no lado esquerdo do meio-campo com Capel que continuou com o nível exibido frente ao Rio Ave, ainda que se note algum desespero para marcar golos, eles hão-de aparecer! A falar em golos, Wolfswinkel é o novo “homem-golo” do Sporting, bateu o seu recorde de jogos consecutivos a marcar (4), leva um registo que faz lembrar Liedson e parece posicionar-se melhor e conseguir melhores oportunidades de jogo para jogo, procurou o “hat-trick” a todo o custo, mas infelizmente para ele, não conseguiu.
Quanto aos suplentes que entraram, Polga fez esquecer que Rodríguez tinha jogado na primeira parte (saiu devido a lesão ao intervalo), Matías mostra ser uma alternativa no meio-campo e estou convicto de que será titular diante da Lazio (Elias não pode jogar nas competições europeias e Bojinov precisa de golos para ganhar confiança, um pouco à imagem do que se sucedeu com Wolfswinkel.

No que diz respeito ao Vitória de Setúbal, penso que a linha defensiva é muito lenta, fruto da idade avançada que os seus jogadores têm. Dos 11 titulares, 7 são trintões (!) e os outros quatro são atletas de características mais ofensivas. Apenas João Silva tem menos de 27 anos na equipa sadina. Foram diversas as vezes que os defesas do Vitória foram ultrapassados em velocidade, e face a esse “handicap” muitas vezes adoptaram por alguma violência, especialmente Ricardo Silva, que coloca o chamado agressivo Bruno Alves a um canto nesse aspecto. O meio-campo também foi pouco pressionante, até porque os seus jogadores tinham características mais ofensivas, e não haja dúvidas que ofensivamente os sadinos têm qualidade, fizeram muitos remates, têm jogadores com muito bom toque de bola, com muita qualidade de passe e facilidade de remate, certamente que apesar dos números de hoje e do jogo há duas semanas no Dragão farão um campeonato tranquilo.


Com esta vitória, o Sporting fica a três pontos de FC Porto, Benfica e Braga (que hoje venceu o Nacional), as três equipas que partilham a liderança da Liga.
Já o Vitória de Setúbal, tem sete pontos e vai ocupando uma posição folgada na tabela classificativa.

Liga ZON Sagres | FC Porto 2-2 Benfica



Na abertura da 6ª Jornada da Liga ZON Sagres, FC Porto e Benfica empataram 2-2 no primeiro clássico da temporada, disputado no Estádio do Dragão.


Eis a constituição das equipas:

FC Porto



Já se sabia que James Rodríguez, para mim o melhor jogador do FC Porto esta época, estupidamente expulso no jogo com o Feirense, não poderia dar o seu contributo à equipa, e creio que Vitor Pereira apostou no “onze” que dá mais garantias. Havia a dúvida entre Otamendi e Maicon, confesso que gosto mais de Maicon, parece-me um jogador mais completo, sobretudo a jogar com os pés, e num jogo em que qualquer erro pode ser fatal, o brasileiro, não tão bom nesse aspecto, poderia comprometer. Maicon tinha a seu favor a altura, e o facto de poder lidar melhor com o jogo aéreo de Cardozo, no entanto, nada que os centrais dos dragões, se se mantiverem concentrados, fiquem a perder.
A outra dúvida era entre Varela e Cristián Rodríguez, a escolha acabou por recair pelo português e creio que pode-se revelar acertada, creio que é mais explosivo, certamente estará motivado, até porque quer fazer uma grande exibição e agarrar o lugar. Parece-me também que tem mais ritmo de jogo.
No meio-campo, embora não houvessem grandes dúvidas sobre isso, Guarín é titular em detrimento de Defour ou Belluschi. Creio que Defour é muito bom jogador, no entanto, acrescenta pouco ao que João Moutinho pode fazer, e com Guarín, o FC Porto ganha capacidade de recuperação de bola em zonas longe da sua baliza e claro, um pontapé-canhão que pode revelar-se útil a longa distância. Belluschi não entrou bem esta época, no entanto, é um jogador que cumpre em qualquer jogo, e certamente que se as coisas não estiverem a correr bem, será chamado ao jogo, porque é um jogador muito criativo, no entanto, num jogo em que são precisas muitas cautelas, Guarín é um jogador que defende melhor e que também ataca bem.
De resto, o onze é aquele que tem sido geralmente utilizado esta época.


Benfica



Desta vez, Jorge Jesus não inventou!
O Benfica apresenta aquele que para a generalidade das pessoas é o seu melhor onze, ainda que durante a semana se tenha falado da possibilidade de Ruben Amorim jogar no flanco direito, à frente de Maxi, tal como fez frente ao Manchester.
No entanto, o treinador benfiquista decidiu colocar Nolito no “onze”, aproveitando o excelente momento de forma com o espanhol que bisou frente à Académica. Num jogo que se decidirá certamente por detalhes, a veia goleadora e eficácia que o ex-Barcelona B revela podem ser decisivas, e é ao mesmo tempo uma atitude que dá confiança à equipa, pois o treinador mostra crença de que o Benfica é superior ao FC Porto e se jogar ao seu nível pode vencer no Dragão, e afinal de contas, no meio-campo já existem dois “pivots” defensivos, ainda que Witsel tenha um papel criativo algo importante no jogo ofensivo da equipa.
A confiança de Jesus é tão grande que mantém-se a aposta em Cardozo, um avançado mais posicional, num jogo em que vai ser preciso todos os jogadores lutarem muito, jogarem de forma coesa como equipa, e em que provavelmente não terão muitas oportunidades de encostar o FC Porto lá atrás. Uma aposta em Saviola poderia ser mais útil em momento do jogo em que Cardozo poderá ter um papel equivalente a zero, dadas as suas características, no entanto, acrescenta centímetros, capacidade de finalização e utilidade em livres directos.
No banco, ainda há um Bruno César em excelente momento de forma e Ruben Amorim que poderá ser muito útil se a equipa precisar de defender.


O FC Porto entrou mais forte no jogo, no entanto, sem entrar fortíssimo e em impor um ritmo de jogo muito elevado.
Foi dominando territorialmente, foi tendo mais posse de bola, foi atacando mais e foi estando mais próximo de criar perigo, ainda que durante toda a primeira parte só tenha tido três verdadeiras ocasiões, uma das quais o golo, mas já lá vamos.
O Benfica jogou com alguma contenção, Witsel e Javi Garcia estavam a impedir completamente que João Moutinho e Guarín pudessem ser criativos, no entanto, devido a essa situação, o belga não pode participar no jogo ofensivo da equipa, e Javi nem sequer teve hipótese de começar a primeira fase de construção.
Com um flanco central cheio de gente, a solução estava nos flancos, e aí a força do FC Porto fez-se sentir, atacando mais, tendo mais bola nas alas, e daí surgiu a primeira grande situação de golo do jogo, a partir do flanco direito, Hulk (que esteve endiabrado!) fez uma diagonal das suas e rematou muito forte para uma grande defesa de Artur. Emerson não teve descanso!

A segunda grande oportunidade voltou a sair de um flanco, desta vez do lado esquerdo, com Varela a colocar a bola redondinha em Fucile, que no entanto, com a baliza à sua mercê, permite uma grande defesa de Artur, no entanto, muito demérito para o lateral uruguaio.

Costuma-se dizer que à terceira foi de vez, e assim o foi! Desta vez, numa bola parada apontada por Guarín do lado esquerdo, a meio do meio-campo benfiquista, cruzando a bola para a grande área onde apareceu Kléber para desviar para a baliza, estavam decorridos 37 minutos. Assim o FC Porto colocou-se em vantagem, perto do intervalo.

Durante todo a primeira parte tínhamos assistido praticamente a uma luta de 9 vs. 9, porque os pontas-de-lança, muito posicionais, não se envolviam no jogo colectivo, no entanto, como estava um de cada lado com as mesmas características, isso não provocou desequilíbrios.
Kléber muito provavelmente não tocou mais que duas ou três vezes na bola antes de marcar, e Cardozo até ao descanso poucos mais toques tinha feito. Basicamente, são jogadores que pouco contribuem para o jogo colectivo da equipa mas que podem resolver o jogo a qualquer instante, o que torna-se um pau de dois bicos, sobretudo para Jorge Jesus que tem um muito mais móvel Saviola no banco. O FC Porto, como se sabe, não tem alternativas a Kléber, não tem um avançado mais móvel como era Falcao.
O centro do terreno, esteve fechado durante a maioria do tempo de jogo na primeira parte, e a diferença entre o volume de jogo das equipas esteve nos flancos onde o FC Porto simplesmente foi mais forte, Hulk e Varela tiveram mais bola, Nolito e Gaitán não a tiveram tantas vezes.

Na segunda parte o Benfica teria de arriscar mais, provavelmente Witsel terá de jogar mais avançado no terreno, e isso pode ser benéfico para os encarnados, como pode também dar mais espaço a João Moutinho e a Guarín para serem criativos.


No segundo tempo, o Benfica entrou praticamente entrou a vencer, perante a passividade da defesa azul e branca, Nolito assiste Cardozo para recolocar a igualdade no marcador.

No entanto, o FC Porto rapidamente voltou a colocar-se em vantagem, ao surpreender a marcar um canto à maneira curta, a defesa à zona do Benfica desmontou-se, Varela recebeu a bola na direita, e assistiu Otamendi para fazer o 2-1 à boca da baliza, estavam decorridos 50 minutos.

Nesta fase, o jogo tornou-se muito equilibrado, o Benfica foi ascendendo em termos de posse de bola, e foi subindo mais no terreno, no entanto, o FC Porto mantinha o domínio territorial, ainda que ambas as equipas não criassem muitas oportunidades.
As mais flagrantes até aos dez minutos finais surgiram no mesmo minuto, entre os 61’ e 62’, Guarín de fora da área tenta o chapéu a Artur mas este responde com uma defesa para canto, e na sequência do canto, o Benfica faz um contra-ataque rapidíssimo, onde é inexplicável como o FC Porto a ganhar fica tão desprotegido na sua defesa, e Cardozo falha o golo na cara de Helton, que saiu bem da sua baliza para fazer a mancha.

Jesus mexeu na sua equipa e retirou Nolito e Aimar em detrimento de Bruno César e Saviola, com o intuito de dar mais apoio a Cardozo, o Benfica estava a mostrar alguma ambição, no entanto, sem criar oportunidades de golo, até que Saviola colocou a bola em Gaitán que surge na esquerda e remate forte, fazendo a bola embater na trave e entrar na baliza. Estava reposta a igualdade, 2-2, um autêntico balde de água fria no Dragão.

Vitor Pereira, que tinha retirado o seu ponta-de-lança (Kléber) para fazer entrar Cristián Rodríguez, mostrando apostar no contra-ataque, viu-se obrigado a colocar outro jogador com características semelhantes, Walter, para retirar um extremo, no caso Varela, no entanto, sem conseguir fazer mudar o resultado até final.


Creio que foi um jogado a um bom ritmo, foi intenso, no entanto, fiquei satisfeito por ter sido dos mais calmos a nível de ânimos dos jogadores dos últimos anos, teve as suas picardias mas penso que em termos gerais os atletas mostraram respeito uns pelos outros. Parece que com os 5-0, a conquista do campeonato e a reviravolta na Taça de Portugal a vingança do FC Porto está feita e já não há muita raiva acumulada. Espero que dentro de meses, na Luz, se assista a um embate ao mesmo nível. Os próprios adeptos continuaram a levar isqueiros, bolas de golfe e alguns objectos de arremesso, no entanto, reparei que foram em menor quantidade e sem condicionar o jogo. De louvar esta melhoria de comportamento.

O jogo não teve muitas oportunidades de golo, diria que talvez umas cinco para o Porto e quatro para o Benfica, no entanto, na hora de atirar à baliza houve eficácia e acabámos para assistir a um dos clássicos mais equilibrados e ao mesmo tempo com mais golos dos últimos anos. O empate aceita-se, pode-se dizer que teve alguma justiça, no entanto, se houvesse um vencedor pela atitude que demonstrou durante os 90 minutos, foi o FC Porto sem dúvida, que dominou por completo na primeira parte, e quando arrefeceu na segunda, não foi dominado, mas assistiu-se sim a um período do jogo mais equilibrado.

Analisando as equipas, creio que tal como se esperava num jogo destes, os pontas-de-lança mais posicionais desaparecem durante o jogo, mas aparecem geralmente para criar perigo ou para marcar como foi o caso de Kléber e Cardozo neste jogo, que praticamente nem tocaram na bola durante a primeira parte.

De resto, creio que o FC Porto apresentou a sua melhor formação, no entanto, tal como o Shakhtar Donetsk, tirou cedo o pé do acelerador e não conseguiu construir uma vantagem mais folgada, embora fosse controlando o jogo. É o único erro que posso apontar a uma equipa que face ao impasse que se assistia na luta entre meio-campos, foi ganhando por mérito próprio na luta pelos flancos, sobretudo na primeira parte em que o jogo esteve mais fechado, e fê-lo não por ter uma melhor estratégia mas sim pela qualidade individual dos seus jogadores, sobretudo Hulk na direita perante Emerson.

Sobre o Benfica, como disse, colocar Cardozo em campo é um pau de dois bicos. Por um lado, com Saviola seria um jogador a mais que até podia desbloquear o impasse do jogo dos encarnados no meio-campo, já que é um jogador mais móvel e mais prestável ao colectivo do que o paraguaio, no entanto já se sabe que Cardozo é um ponta-de-lança com características que o podem levar a resolver um jogo a qualquer momento.
A escolha entre Bruno César e Nolito é sempre uma dor de cabeça que qualquer treinador gostaria de ter, creio que o brasileiro acabou por ser mais útil à equipa, ainda que se perceba a intenção na titularidade do espanhol, que não se impôs, nem na esquerda nem na direita.
Uma palavra também para Gaitán, que com as tantas poupanças a que Aimar é alvo, acaba pro ser o melhor jogador da equipa em termos gerais, um autêntico dínamo, um jogador muito bom tecnicamente e também muito veloz, dos melhores extremos a actuar em Portugal.


Com este empate, ambos continuam empatados na liderança da Liga ZON Sagres com 14 pontos e quem pode aproveitar é o Sp. Braga que se amanhã vencer alcança-os, e também o Sporting, que se conseguir uma vitória diante do Vitória de Setúbal, fica apenas a três pontos dos rivais.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Liga BBVA | Valência 2-2 Barcelona



Hoje, no Mestalla, Valência e Barcelona não foram além de um empate a duas bolas num desafio muito bem jogado.


Eis a constituição das equipas:

Valência



Esta temporada do Valência só tinha acompanhado o jogo em Alvalade, onde venceram o Sporting por 3-0, demonstrando grande poder de contra-atacar e muita eficácia. À entrada para estar jornada ocupavam a liderança da Liga Espanhola e certamente que iria ser um osso duro de roer para este Barcelona. Nos últimos anos perderam Villa, Joaquin, Mata, David Silva e outros, no entanto, vão arranjando sempre argumentos para continuar a ser a terceira equipa espanhola.


Barcelona



O Barcelona surpreende no «onze inicial» sobretudo com a ausência de David Villa, que fica no banco de suplentes. Iniesta, Alexis e Piqué estavam indisponíveis e era de prever menor capacidade de posse de bola para os catalães.


Estava curioso para ver o posicionamento dos homens do ataque “blaugrana”, já que não tinham um extremo de raiz. Bem, Fabregas aparece como extremo, no entanto, não foi o que Pedro, Villa e Alexis costumam ser, ocupou maioritariamente a zona mais central do terreno, muitas vezes Pedro aparecia muitas vezes na esquerda e era Daniel Alves, que muitas das vezes funcionava como extremo do lado direito.
Messi já se sabe, vinha buscar jogo atrás e funcionava como falso ponta-de-lança como de costume.
Basicamente, o Barcelona em diversos momentos do jogo desdobrou-se várias vezes tacticamente, utilizando preferencialmente um 4-3-3, mas também um 4-4-2 losango, e uma espécie de 3-4-3.

O Valência, na primeira parte, apresentou-se com um 4-4-2 que também se desdobrava em 4-4-1-1, com Canales a jogar um pouco mais recuado que Sodaldo, apoiando-o a ele e também ao meio-campo.

O jogo começou muito intenso, embora não muito bem jogado, várias perdas de bola de parte a parte, devido ao ritmo forte a que se jogava, e embora não de uma forma muito evidente, o Barcelona ía tendo mais posse de bola, e o Valência apostava mais em contra-ataque.
E foi num contra-ataque que equipa de Unai Emery chegou ao 1-0, com um cruzamento algo atabalhoado de Mathieu na esquerda a encontrar o pé de Abidal, que fez auto-golo, estavam decorridos 12 minutos.

No entanto, o Barcelona provou mais uma vez que é a melhor equipa do planeta, ou melhor, que é uma equipa de outro planeta, e pouco tempo depois de o jogo recomeçar, numa fantástica jogada que envolveu Fabregas, Messi e Pedro, este último não perdoou no cara-a-cara com o guarda-redes.

A partir deste momento o jogo tornou-se mais fluído, não a um nível tão intenso como nos primeiros minutos (ainda que se jogasse com bastante intensidade), e viu-se um Valência que em ataque organizado e especialmente em contra-ataque mostrava que queria ganhar o jogo e que não ía jogar encolhido e com medo dos campeões nacionais e europeus.
O Barcelona, pelo estatuto que tem, também foi procurando chegar perto da área contrária, no entanto, com menos argumentos do que o costume. Em termos de posse de bola os catalães estavam em vantagem, no entanto, não “golearam” nesse aspecto como de costume, a falta que Iniesta faz! Keita não tem a mesma capacidade de passe e de posse de bola e isso fez toda a diferença, as coisas não estavam a sair bem aos catalães, e a defesa também ia tremendo.

A meio da primeira parte, os “ché” voltaram a colocar-se em vantagem, numa jogada com construção semelhante à do primeiro golo, mas desta vez foi Canales a conduzir a bola na esquerda e a centrar rasteiro, Abidal volta a estar mal ao não conseguir cortar e o esférico sobra para Pablo Hernandéz que fez o 2-1.

Até ao descanso, nada mudou, as equipas continuaram com a mesma atitude, o Barcelona com mais posse de bola, no entanto, sem ser esmagador, havendo mesmo jogadores a mostrar alguma passividade, tanto que os cerca de 55% de posse com que chegaram ao intervalo devem ser dos piores registos dos últimos anos.
O Valência manteve-se atrevido, mas desta vez, também procurou segurar a vantagem, com todos os seus jogadores a cumprirem muito bem as suas funções tacticamente, fechando bem as linhas de passes e espaços por onde o Barça poderia progredir no terreno e contra-atacando bem, e em mais uma jogada de contra-ataque, pela esquerda, tal como nos dois golos dos valencianos, Mathieu centra rasteiro, Valdés desvia a bola, no entanto esta sobra para Sodaldo que em esforço atira ao lado. Foi a maior perdida do jogo, podia ter dado o 3-1, no entanto, o ponta-de-lança espanhol não quis ficar atrás do compatriota Fernando Torres e quis ser notícia pelos golos que falha clamorosamente, estavam decorridos 41 minutos.


Na segunda parte, as equipas vieram com a mesma atitude com que deixaram o campo após os primeiros 45 minutos. O Barcelona estava pouco agressivo, e isso revelava-se em todos os aspectos: no bom número de passes seguidos bem sucedidos do Valência (a dar a provar aos catalães do seu próprio veneno) sem grande oposição, na falta de volume de jogo ofensivo e até na quantidade de faltas cometidas, que aos 63’, era apenas de uma, e que no final do jogo não deve ter ultrapassado as três.

Guardiola fez entrar Villa para o lugar de Pedro, o que me causou alguma surpresa, porque Pedrito estava a ser o mais irrequieto dos “culé”, embora se tivesse apagado na segunda parte.
Também Adriano entrou para o lugar de Keita.
Neste momento do jogo, o Barça desdobrou-se menos e jogou sempre na fórmula que tanto sucesso tem dado, o 4-3-3, com Fabregas a recuar para o meio-campo, ocupando os espaços antes ocupados por Keita, e na frente, Villa posicionou-se na ala esquerda como de costume, e Adriano na ala direita, uma posição na qual eu penso que o brasileiro não tem grandes rotinas. Com estas alterações, o Barcelona ganha mais profundidade e capacidade ofensiva, fruto de ter jogadores com características mais próprias para as posições, que permitiria à equipa criar mais ocasiões de golo já que havia mais soluções para procurar a baliza de Guaita. Os movimentos em que Villa parte do flanco esquerdo para o meio para rematar são conhecidíssimos, já marcou muitos golos assim, e de Adriano no lado direito, tendo ele no seu pé esquerdo o seu forte, esperava-se o mesmo. Assim havia também mais apoio a Messi, e Daniel Alves deixou de precisar tanto de subir, e recorde-se que os dois golos do Valência ocorreram exactamente no lado do lateral brasileiro.
Mesmo com Messi não muito inspirado, estas alterações abanaram os “blaugrana” que a partir daí foram mais perigosos, foram encostando o Valência ao seu meio-campo ofensivo numa altura em que o resultado parecia estar mais perto do 3-1 do que do 2-2, e dado o valor dos jogadores, não foi de estranhar que o empate surgisse mais cedo ou mais tarde, algo que acabou por acontecer aos 77’, por Fabregas, após um passe de ruptura extraordinário de Lionel Messi.

Daí em diante, foi o Barça que esteve mais perto de vencer, parecendo-se mais com o Barcelona que estamos habituados a ver, e os últimos minutos foram de muita intensidade e dramatismo, no entanto, tarde de mais! O jogo (e que jogo!) terminou empatado.


Analisando as equipas, creio que o Valência tacticamente fez um jogo que roçou a perfeição. Sem grandes craques do ponto de vista técnico, cada jogador cumpriu a sua função, a equipa foi sempre muito coesa, funcionou como uma unidade durante os 90 minutos, e pelo jogo que fez, se alguém tivesse que vencer pela atitude que teve, os “ché” teriam vencido.
Concentrados a defender e rápidos e perigosos a (contra) -atacar, estiveram todos muito bem, parabéns para o treinador que organizou e trabalho esta equipa, e a todos os jogadores pelo mérito que tiveram em cumprir o que lhes foi pedido.
Soldado, que levava 5 golos em três jogos, acabou por ser quem não cumpriu com a tarefa que lhe era incutida: finalizar! Fazer golos! E foram vários os falhanços do ponta-de-lança espanhol, sobretudo quando o jogo estava em 2-1.
Destaco Canales, jovem de 20 anos emprestado pelo Real Madrid que foi o mais irrequieto da equipa, jogando no apoio ao ponta-de-lança, foi o “dínamo” da equipa, um verdadeiro quebra-cabeças para a defesa do Barcelona. Certamente terá um futuro brilhante pela frente, não tenho dúvidas!
O guarda-redes Guaita, mostrou segurança, tanto nas saídas aos pés dos jogadores (destaco uma a Messi quando o jogo ainda estava 2-1), como nos cruzamentos e pela forma como pontapeava a bola em momentos que esta lhe era dirigida. Mostrou qualidades, ainda que no primeiro golo do Barcelona o seu posicionamento não fosse o melhor.

Já o Barcelona, continuo sem compreender como gastaram tanto dinheiro em dois jogadores de características ofensivas e não investiram em nenhum defesa. Desde o arranque da época, que Puyol e Piqué têm falhado jogos devido a lesão, e não houve nunca uma alternativa à altura destes dois, Mascherano é um bom recuperador, no entanto, não pode jogar ali, e muito menos Abidal, que embora hoje fosse defesa-esquerdo (e fez um jogo muito desinspirado, estando mal na fotografia nos dois golos sofridos), foi muitas vezes utilizado como central. A “cantera” continua a produzir jogadores de características ofensivas de grande qualidade, no entanto, a nível defensivo, há poucas alternativas para os titulares, que por curiosidade, são os que mais tempo passaram lesionados durante esta época que ainda vai curta. O meio-campo foi pouco agressivo, não fez pressão alta de uma forma muito intensa e mostrou passividade, possibilitando ao Valência muitas das vezes fazer muitos passes sucessivos, algo bastante raro quando se joga contra o Barça.
A táctica inicial não estava a resultar, não percebo como Guardiola colocou Fabregas como extremo, desdobrando-se para situações em que aparecia como médio-interior-esquerdo, Pedro aparecia como extremo desse lado e Daniel Alves fazia todo o flanco direito, aparecendo como extremo. No entanto, devido às subidas do lateral brasileiro, foram pelo seu lado os contra-ataques rápidos que originaram os golos dos valencianos.
As alterações na segunda parte fizeram todo o sentido, e a equipa ressentiu-se disso com um maior volume de jogo ofensivo.
Messi esteve muito desinspirado, no entanto, é um jogador tão bom que quando as coisas lhe correm menos bem faz duas assistências, impressionante!
O melhor em campo, na minha opinião, foi Fabregas que esteve nos dois golos, jogou sempre muito bem, raramente falhou passes, e esteve bem na construção e em guiar a bola para os homens da frente, finalizando ainda sem qualquer tipo de problemas, quando surgiu isolado perante o Guaita.

Com este empate, o Valência mantém-se na liderança (ainda que à condição, porque pode ser ultrapassado pelo Bétis amanhã) e o Barcelona desperdiçou uma oportunidade de luxo para se distanciar do Real Madrid e ao mesmo tempo ultrapassar a equipa de Unai Emery na tabela classificativa.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Liga ZON Sagres | Rio Ave 2-3 Sporting



O Sporting foi esta noite a Vila do Conde vencer o Rio Ave por 3-2, num jogo em que mais uma vez teve que sofrer para conseguir o triunfo.


Eis a constituição das equipas:

Rio Ave



É o primeiro jogo que vejo do Rio Ave este ano, daí que não possa tecer grandes comentários sobre a táctica e jogadores escolhidos. Olhando para o «onze», vejo nomes com algum estatuto no futebol português, com alguns internacionais pela equipa das quinas, ainda que alguns apenas nas camadas jovens. Se por um lado à entrada para esta jornada eram a lanterna vermelha, por outro o único ponto que conquistaram, foram ao Sp. Braga, na única vez que os bracarenses perderam pontos nas primeiras quatro jornadas.


Sporting



O Sporting não apresentou grandes novidades, apenas fazendo entrar Elias e fazendo sair Pereirinha em relação à equipa que venceu em Zurique na quinta-feira.
Carrillo é um desequilibrador, acrescenta mais que Pereirinha, e precisa de ritmo de jogo e de se adaptar ao futebol português, e só se adapta jogando, e creio que com Izmailov e Jeffren indisponíveis, esta oportunidade para o peruano vem na altura ideal.


O Sporting entrou praticamente a ganhar no jogo, logo aos 2’, canto de Elias marcado rasteiro para a entrada da área, onde Schaars desviou com um remate forte e colocado para dentro da baliza vila-condense.

No minuto seguinte, veio o 0-2, num cruzamento de Capel na esquerda que foi concluído por Wolfswinkel à ponta-de-lança. Vantagem tranquila, bem cedo no jogo, como os leões precisavam.

Bem cedo no jogo também, o Rio Ave ficou privado do seu matador, João Tomás, que provavelmente partiu o nariz após ter levado com o pé de Onyewu, num lance casual. Para o seu lugar entrou Christian Atsu, emprestado pelo FC Porto.

A partir do 0-2, o jogo foi equilibrado, sempre com o Sporting a ter mais posse de bola, no entanto, a não ser muito perigoso com ela, embora atacasse e chegasse algumas vezes à área contrária. A equipa, especialmente nos minutos seguintes ao segundo golo, fez boas trocas de bola, mostrou grande confiança, no entanto, com o passar do tempo, foi querendo gerir o esforço, foi guardando a bola e perdeu algum entusiasmo.

Já o Rio Ave, também foi fazendo pela vida, e mesmo sem o seu habitual marcador de golos, mesmo sem criar grandes situações de golo evidente, foi atacando e chegando perto da baliza de Rui Patrício, que mostrou-se muito nervoso durante esta parte do jogo, precipitando-se muitas vezes, quer em pontapear logo a bola, quer nas saídas fora da grande área (numa delas pontapeou contra um jogador do Rio Ave e se não fosse a felicidade do ressalto os vila-condenses podiam ter reduzido), quer nas saídas nos cruzamentos e até nos pontapés de baliza em que pontapeou mal a bola algumas vezes.
Estava a precisar de uma grande defesa este jovem guarda-redes português.

Ao intervalo, 0-2, um resultado que parece tranquilo para qualquer equipa, mas que na prática, revela-se algo enganador, porque é sempre um resultado que está sob suspeita. Se o Rio Ave reduzir o resultado, pode a qualquer momento empatá-lo, e o melhor é o Sporting tentar outro golo.
Em Zurique, os leões chegaram também a esse resultado muito cedo no jogo e ganharam, no entanto, adormeceram cedo no jogo, e se não fosse a falta de pontaria dos suíços (três bolas enviadas ao ferro), as coisas podiam ter sido diferentes, por isso, é preciso muito cuidado, e já se sabe, a melhor defesa é o ataque.

Na segunda parte, a minha teoria confirmou-se, o Sporting entrou relaxado, a ter posse de bola mas não muito longe da sua baliza, como de um treino se tratasse, sem ter olhos para a baliza contrária e não demorou muito a sofrer golo, logo aos 49’, por intermédio de Christian, a passe de Yazalde, num lance em que Rui Patrício ficou muito mal na fotografia.

O Sporting nem assim acordou, continuou relaxado, a fazer o mesmo tipo de jogo, e o empate viria a surgir aos 63’, desta vez por Yazalde, assistido por Christian.

Neste momento, o jogo tornou-se dividido, ao contrário do que previa os verde-e-brancos não baixaram os braços, foram à procura da vitória, no entanto, o Rio Ave também a procurou, e nesta fase, qualquer equipa podia ter chegado ao 3-2, mas acabou por ser o Sporting a marcar. Canto de Capel direito à cabeça de Onyewu, que se impôs nas alturas e enviou a bola para dentro da baliza de Paulo Santos.

A partir daí, e embora as alterações que Domingos fez não indicassem nesse caminho, o Sporting não relaxou, tentou manter a vantagem e até mesmo ampliá-la, e acabou por conseguir ganhar o jogo, sendo que a expulsão de Jean Sony acabou por facilitar a tarefa dos leões.


Analisando as equipas, creio que o Rio Ave mostrou alguns argumentos e que mais tarde ou mais cedo vai sair da situação que ocupa. Tal como na época passada, a equipa começou mal mas melhorou gradualmente ao longo da temporada, ameaçando mesmo chegar a um lugar europeu, e creio que este ano, talvez não chegue tão longe, mas certamente sairá desta posição desconfortável. A dupla Christian/Yazalde mostrou argumentos, e creio que com João Tomás formar-se-á um trio na frente de ataque que vai fazer a vida negra às defesas contrárias.
Há que destacar a crença da equipa, que apesar da classificação que ocupa, acreditou que podia alcançar um bom resultado mesmo quando estava a perder por dois golos de diferença, e chegou mesmo ameaçar ganhar o jogo.
Há muito trabalho pela frente para Carlos Brito mas os resultados vão surgir.

Quanto ao Sporting, entrou com o seu melhor «onze», dentro dos jogadores que estão disponíveis, no entanto, Rui Patrício mostrou-se demasiado nervoso, após as criticas que foi alvo nos últimos jogos, e esteve bastante inseguro e pouco concentrado, tendo culpas no primeiro golo e acumulando algumas falhas, só colmatadas por uma grande defesa na parte final do desafio.
A defesa tem muito a melhorar, sobretudo na estratégia da Defesa em Linha que parece que os jogadores ainda não assimilaram. É preciso também maior agressividade na abordagem dos lances, ao invés de tanta passividade.
No que concerne ao jogo ofensivo da equipa, quando se marca três golos há pouco a apontar, na minha opinião Capel foi o melhor jogador em campo, e se depois do jogo com o Zurique lhe apontei algumas criticas como agarrar-se demasiado à bola em vez de ir para o flanco e procurar os cruzamentos que tão bem faz, neste jogo só tenho de o elogiar, foi um jogador de colectivo, provando isso logo ao terceiro minuto quando assistiu Wolfswinkel no 0-2. Marcou ainda o canto do 2-3. Elias esteve muito bem também, tem bom toque de bola, é útil para a manutenção de posse de bola e na construção de jogo ofensiva, creio que com tempo tornar-se-á num jogador fundamental no Sporting. Wolfswinkel marcou pelo terceiro jogo consecutivo e mostra porque o contrataram, ainda que estranhe as suas movimentações, já que em determinadas fases do jogo descai sobre o flanco direito e procura cruzamentos, quando ele é que deveria estar na área. É bom mostrar-se um jogador solidário, capaz de entrar no jogo ofensivo da equipa, não ficando parado lá à frente, no entanto, não sei se por iniciativa individual ou por ordem do técnico, estes posicionamentos não favorecem a equipa, embora ele não estivesse mal sempre que teve a bola no flanco.
Carrillo mostra ser melhor que Djaló, no entanto, assim que Jeffren recuperar, deve perder o lugar, até porque aguardo com bastante ansiedade ver Capel e Jeffren a ocupar simultaneamente as alas.
Schaars está a agarrar o lugar e a mostrar cada vez mais a sua utilidade.
No entanto, fico algo insatisfeito pela atitude da equipa assim que fica a ganhar por 2-0. Creio que uma equipa que toda a gente vê que está pouco entrosada (o treinador e o jogador usam esse argumento para desculpar os resultados e retirar pressão) não pode dedicar-se exclusivamente a guardar a bola quando o resultado é tão suspeito, sobretudo quando não se guarda a bola longe da sua grande área. Basicamente, é estar-se a pôr a jeito para ataques venenosos dos adversários.
É preciso procurar ampliar a vantagem, fazer o adversário desistir de disputar o jogo, é preciso ser-se demolidor, até porque um resultado mais confortável daria mais confiança à equipa.
Aqui critico Domingos, até porque as substituições falam por si, retiraram-se os extremos para serem colocados jogadores menos móveis para fechar no meio-campo.
Assim é difícil conseguir resultados e exibições como as do Benfica, por exemplo, que mostra-se muito forte a jogar em ataque rápido e em contra-ataque, situações em que o Sporting não conseguiu na recta final do jogo criar boas oportunidades.

Com esta vitória, o Sporting volta a depender apenas de si próprio para vencer o campeonato, (embora não seja esse o objectivo de Domingos Paciência) e na sexta-feira há clássico FC Porto – Benfica.

WWE | Night Of Champions 2011



Data: 18 de Setembro de 2011
Arena: First Niagara Center
Cidade: Buffalo, Nova Iorque

domingo, 18 de setembro de 2011

Premier League | Manchester United 3-1 Chelsea



O Manchester United venceu hoje em Old Trafford o Chelsea por 3-1, num jogo a contar para a Premier League.


Eis a constituição das equipas:

Manchester United



Como se pode ver, o United apresentou-se muito diferente do que aquele que na quarta-feira jogou no Estádio da Luz, sobretudo no sector ofensivo.
Na zona defensivo, destaque para as entradas do guarda-redes De Gea para o lugar de Lindegaard e de Jones para ocupar a vaga de Fábio Da Silva. Ferdinand e Vidic mantêm-se indisponíveis.
Já no meio-campo e ataque, a equipa transformou-se do 4-3-3 que tinha jogado na Luz para um 4-4-2 que em determinados do jogo se transformava em 4-2-4.
Fletcher foi o único sobrevivente do meio-campo, que jogou no miolo desta vez apenas com a companhia de um homem, o brasileiro Anderson. Nas alas jogaram Ashley Young e Nani em detrimento de Valencia e Park, e no ataque Rooney teve a companhia de Chicharito.
O Manchester United é uma equipa com muitos recursos, com várias alternativas para cada posição, mas este «onze» aproximou-se muito mais de ser o melhor da equipa ao invés daquele que defrontou o Benfica.


Chelsea



Já o Chelsea, devo dizer que foi o primeiro jogo que vi da equipa este ano, e por isso, não tinha nenhuma ideia pré-definida.
Apenas tenho estado informado, e as informações que me têm chegado é a de um Lampard em baixo de forma, Torres que não marca mas que contribui e de que maneira para o jogo ofensivo da equipa (duas assistências frente ao Leverkusen), Bosingwa em boa forma, Mata a ser visto como um reforço muito útil e uma defesa sólida. No entanto, sem apresentar resultados com os mesmos números que as duas equipas de Manchester, por exemplo, têm apresentado.


O Chelsea entrou no jogo com “sinal +”, no entanto, foi o United a marcar bem cedo, aos 7’, por Smalling, após um livre marcado a meio do meio-campo londrino, no qual o jovem defesa dos “red devils” cabeceou muito à vontade para dentro da baliza do Chelsea. Aqui há que apontar duas situações: o marcador do golo (tal como outros dois colegas seus) estava em fora-de-jogo e Lampard que o estava a marcar mostrou completa passividade na abordagem do lance, uma negligência que foi fatal numa fase tão prematura do jogo.

Os “blues” não se mostraram afectados com o golo sofrido e rapidamente foram à procura da igualdade, no entanto, mostrando grande ineficácia na hora da decisão.
Ramires na minha opinião fez um grande jogo, defendeu bem e foi um dínamo na construção do jogo ofensivo da equipa, Sturridge era um extremo que desconhecia mas que mostrou dotes de craque, Raúl Meireles esteve bem na sua função, Torres mostrou-se muito lutador, e apesar da crise que atravessa por não marcar golos, mostrou-se psicologicamente forte, não foi egoísta como muitos no seu lugar teriam sido para finalmente “matar o borrego” e fez grandes passes que viriam a dar em situações de golo evidente, sendo a mais flagrante uma em que Ramires praticamente sozinho na pequena área permite uma grande defesa a De Gea, guarda-redes espanhol do United que neste jogo deve ter calado as criticas.
Naquela altura, para o Chelsea, estar a jogar com Lampard ou estar a jogar com dez era igual, não que este estivesse a errar, mas demonstrava uma falta de atitude muito grande e uma inutilidade muito grande, que a este nível e com a sua equipa a perder, ainda era maior.

Do outro lado, o United não estava a fazer um grande jogo, não rematava, e praticamente na segunda vez que o fez, Nani fez o 2-0, estavam decorridos 37 minutos. O português recebeu um grande passe pelo ar a uns bons 40 metros de distância, fez uma boa recepção, progrediu no terreno com alguma à vontade, e rematou forte naquele que foi um grande golo, no qual Cech não teve a mínima hipótese. Não querendo estar a bater na mesma tecla, jogando Lampard como médio-interior-esquerdo, talvez tivesse a obrigação de fechar melhor o flanco direito do United e não permitindo tanto espaço a Nani.

O Chelsea desmoralizou um pouco, no entanto, não desistiu, porque diga-se de passagem, estava a jogar bem, cometeu dois erros e sofreu dois golos, que noutra situação nem poderiam ter resultado em nada, e foram os dois (sobretudo o primeiro) do mesmo jogador, que ofensivamente não estava também a acrescentar nada. Não havia nada a apontar à equipa de Villas Boas, que durante a primeira parte rematou por doze vezes e teve um grande volume de jogo ofensivo. Ainda antes do intervalo, ao quarto remate (!), o Manchester United fez o 3-0, após um lance confuso na área, em que a defesa londrina mostrou alguma passividade, Rooney aparece em posição frontal e não perdoou.

Complicada a vida do ex-treinador do FC Porto, que apostou e bem naquela que acreditava ser a sua melhor equipa, que praticou um futebol de qualidade, mostrando falta de sorte na hora da concretização e algum azar nos golos que sofreu, visto que o United marcou três golos em quatro remates, mostrando 75% de eficácia.

Por esta altura, e por estar habituado a ver os jogos da Liga Portuguesa, pensaria que o jogo estaria resolvido e que a segunda parte iria ser algo aborrecida, com muita contenção de jogo por parte dos “red devils” e medo de sofrer mais golos por parte dos “blues”, mas felizmente este jogo é da Liga Inglesa, e Villas Boas tirou a “ovelha negra” (a.k.a. Frank Lampard) para colocar Anelka, e o resultado dessa alteração fez-se notar em apenas… 30 segundos. Sim, foi esse o tempo de jogo que o francês precisou de estar em campo para assistir Torres, que num remate de excelente execução, fez o 3-1.

Com a entrada de Anelka, pensei que o Chelsea fosse jogar com dois avançados, com Mata e Sturridge nas alas, no entanto, manteve o 4-3-3, apresentando Anelka na ala esquerda e recuou o espanhol para médio-interior-esquerdo. Provavelmente, o ex-Valência perdeu alguma liberdade que teria no flanco, no entanto, daria outra criatividade à zona central do meio-campo londrino.

Com o golo madrugador na segunda parte, o Chelsea foi à procura de reduzir a desvantagem sem receios, e o United começou a jogar em contra-ataque, o jogo tornou-se muito partido e viveram-se momentos de grande emoção.
Aos 55 minutos, Nani em mais um grande remate atirou à trave, e na sequência do lance, acabou derrubado por Bosingwa na grande área, com o árbitro a assinalar grande penalidade.
Na conversão, Rooney tropeçou e atirou ao lado. Oportunidade de luxo desperdiçada pelos “red devils”, que se tivessem marcado dariam contornos de goleada a este jogo e matavam por completo as possibilidades do Chelsea em poder, no mínimo, chegar ao empate.

O jogo manteve-se partido, o Chelsea nesta altura estava a ter mesmo muita posse de bola, no entanto, continuavam a falhar da concretização de forma incrível e algo injusta, sendo que a situação mais clarividente passou-se aos 81’, quando Torres surge isolado, consegue ultrapassar De Gea e de baliza escancarada atirou ao lado. Foi este o momento crítico do jogo, a partir daqui sentiu-se que já nada haveria a fazer, tal o falhanço incrível de “El Niño”.

Minutos depois, foi o United a desperdiçar nova oportunidade de fazer o 4-1, com Rooney a atirar ao poste, e na recarga, o remate de Berbatov permitiu um grande corte de Ashley Cole sobre a linha de golo.


Nada havia a fazer, vitória do United algo injusta, no entanto, há que dar mérito a quem marca e demérito a quem não concretiza as várias oportunidades. Em termos defensivos, os erros que o Chelsea cometeu na primeira parte resultaram em golos sofridos, no entanto, os “red devils”, com uma defesa muito jovem e algo imatura, também deram muito espaço aos atacantes londrinos, mas estes não conseguiram marcar. Talvez o resultado mais adequado fosse o 3-2 ou o 2-1, no entanto, o futebol é assim.

O United tem uma grande equipa e mostra atributos para jogar para ganhar contra quem quer que seja e para ambicionar conquistar todos os troféus que disputar, ainda que sem algum brilhantismo como apresentou hoje e no jogo da Luz.

Já o Chelsea, por muito esforçado que Torres seja e jogue bem, naquela zona pede-se golos e certamente que com o regresso de Drogba os londrinos possam melhorar nesse aspecto. No entanto, e ainda que as muito faladas vitórias morais não existem, Villas Boas pode estar orgulhoso do desempenho dos seus jogadores, ainda que, continuando a jogar desta forma, Lampard não pode fazer parte do «onze inicial».

ROH | Death Before Dishonor IX



Data: 17 de Setembro de 2011
Arena: Manhattan Center
Cidade: Nova Iorque, Nova Iorque

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Liga Europa | FC Zurique 0-2 Sporting



O Sporting foi hoje à Suiça vencer o FC Zurique por 2-0, em jogo de abertura da Fase de Grupos da Liga Europa.


O FC Zurique apresentou a seguinte equipa: Johnny Leoni; Raphael Koch, Mathieu Béda, Jorge Teixeira e Ricardo Rodriguez; Marco Schönbächler (Nikci), Oliver Buff (Margairaz), Chikhaoui (Chermiti) e Gajic; Admir Mehmedi e Alexandre Alphonse.

Já o Sporting: Rui Patrício; João Pereira, Rodríguez, Onyewu e Insúa; Pereirinha, Rinaudo e Schaars; André Carrillo (André Santos), Van Wolfswinkel (Diego Rubio) e Diego Capel (Evaldo).


Domingos Paciência não inventou e manteve praticamente o mesmo «onze» que começou o jogo em Paços de Ferreira, no entanto, por força de já ter jogado pelo Atlético Madrid esta época o internacional brasileiro Elias não pode jogar e entra na equipa inicial Carrillo, fazendo recuar Pereirinha para médio interior. Esperava-se que fosse Izmailov a substituir o brasileiro, no entanto, o russo nem apareceu nos 18 convocados, possivelmente devido a lesão. Wolfswinkel, que resolveu o jogo da Mata Real, vai ser titular, roubando o lugar a Bojinov.

Do Zurique, pouco ou nada tenho a dizer sobre esta equipa totalmente desconhecida para mim.


O jogo começou equilibrado, com as equipas a encaixarem uma na outra, no entanto, o Sporting cedo abriu o marcador. Livre de Schaars a meio do meio-campo do Zurique, e Insúa responde com um bom cabeceamento à entrada da área para fazer o 0-1, estavam decorridos três minutos.

O jogo manteve-se equilibrado, no entanto, com o Sporting a dar sinal mais, a manter-se por cima do jogo, com mais posse de bola, e maior volume de jogo ofensivo, e foi com alguma naturalidade que chegou ao 0-2 aos 20’. Grande combinação de Schaars com Insúa no flanco esquerdo, com o argentino a centrar rasteiro para uma conclusão à ponta-de-lança de Wolfswinkel. Foi a segunda assistência do ex-Liverpool para o avançado holandês em dois jogos, provavelmente, foram tantas as assistências para golo que Insúa fez em dois jogos do que Evaldo desde que pertence ao Sporting.

Pelo meio, assistimos a um “deja-vú” do jogo da Mata Real, com Onyewu a cortar uma bola que Rui Patrício veio a agarrar. O árbitro entendeu que foi atraso e foi marcado mais um livre indirecto, no entanto, Rodríguez, lateral-esquerdo do Zurique, enviou a bola ao ferro.

A partir daí, o Sporting começou a gerir o jogo, com muita posse de bola entre os homens da defesa e do meio-campo, de forma a fazer os suíços correrem atrás da bola, gerir o esforço e aproveitar qualquer erro de marcação dos homens do Zurique para lançar mais um ataque.
Os helvéticos tiveram as suas oportunidades, aproveitando alguns passes errados da defesa e meio-campo leoninos, no entanto, não conseguiram marcar. O mesmo para o Sporting, que também esteve perto do 0-3, com um remate de Capel a resultar numa grande defesa de Leoni.

A equipa portuguesa ía assim para intervalo com um resultado muito conveniente, no entanto, ao mesmo tempo perigoso e fácil de contornar.

Na segunda parte o Zurique entrou forte, povoou mais o meio-campo sportinguista, impediu as trocas de bola entre a defesa e o meio-campo do Sporting, que não estava a conseguir fazer chegar o jogo aos homens da frente.

No entanto, Domingos lê bem o jogo e tira Carrillo para fazer entrar André Santos, Pereirinha ocupa o lugar do peruano mas ocupa uma posição mais interior e o Sporting ganha logo capacidade de posse de bole, e a partir daí consegue ter mais bola, consegue construir mais jogo e foi a partir desse momento que conseguiu criar algumas oportunidades na segunda parte, sobretudo com a entrada do mais tecnicista Rubio para a saída do mais posicional Wolfswinkel.
Capel também acabou por sair para entrar Evaldo, para ajudar a dificultar os ataques suíços, a missão dos jogadores que entraram na segunda parte foi cumprida e a vitória ficou cada vez mais próxima, apenas à distância do apito final para ficar confirmada.

No entanto, nos segundos 45 minutos o Zurique pregou alguns sustos, especialmente com dois remates ao jogo, o primeiro por Mehmedi e o segundo por Ricardo Rodríguez, na conversão de um livre directo.


Analisando tacticamente o jogo, penso que Domingos acertou no «onze», sem Jeffren e Izmailov a opção por Carrillo foi bem tomada, e embora não se mostrasse muito explosivo, parece ter mais qualidade técnica do que Yannick Djaló, e como muito novo que é, com maior entrosamento, adaptação e progressão pode-se vir a tornar uma mais-valia.
A defesa esteve bem, não sofreu golos, no entanto, ainda apanhou uns sustos desnecessários. Quem ganhou o lugar é Insúa, que defende bem, mas é a atacar que mais se tem revelado, com um golo na partida de hoje, mas especialmente já soma duas assistências em dois jogos com a camisola do Sporting. Era o lateral que a equipa precisava para o lado esquerdo.
No meio-campo, a meu ver Rinaudo foi o melhor em campo indiscutivelmente! O homem recuperou bolas, teve uma eficácia de passe a rondar os 100%, e destruiu ataques e contra-ataques onde eles devem ser destruídos, logo no inicio, ainda no meio-campo defensivo dos adversários. Schaars fez uma das melhores exibições de leão ao peito, estando nos dois golos, no entanto ainda falhou muitos passes. Pereirinha esteve bem, Capel continua a ser uma unidade importante a causar desequilíbrios, mas pessoalmente penso que agarra-se demasiado à bola e vai demasiadas vezes para cima dos defesas em vez de procurar ir para os flancos fugir deles e tentar cruzamentos. Já Wolfswinkel cumpriu o seu papel.

Quanto aos helvéticos, provaram que as equipas da Suiça já começam a ganhar estatuto no futebol europeu e mostraram argumentos, criaram situações de golo, no entanto, insuficientes para bater hoje o Sporting.
Destaco os tunisinos da frente (que têm muito boa capacidade técnica e física) e o lateral Rodríguez, que é um bom lateral, tem muita raça, é forte na cobrança de livres e tem uma enorme margem de progressão, porque tem apenas 19 anos, não me admirava se ouvisse falar dele nu grande clube futuramente.

No outro jogo do grupo, o FC Vaslui (Roménia) foi a Itália empatar com a Lazio por 2-2.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Liga dos Campeões | Benfica 1-1 Manchester United



No regresso das grandes noites europeias ao Estádio da Luz, o Benfica empatou frente ao Manchester United a uma bola, na primeira jornada da Fase de Grupos da Liga dos Campeões.

O Benfica apresentou a seguinte equipa: Artur; Maxi, Garay, Luisão e Emerson; Javi Garcia e Witsel; Rúben Amorim (Nolito), Aimar (Matic) e Gaitán (Bruno César); Cardozo.

Já o Manchester United: Lindegaard; Fábio da Silva (Jones), Smalling, Evans e Evra; Fletcher (Chicharito), Carrick e Giggs; Park Ji-Sung, Valencia (Nani) e Rooney.


Jorge Jesus só surpreende pela inclusão de Rúben Amorim no «onze» em vez de Nolito ou Bruno César como era previsível. O Benfica perde assim alguma velocidade e poder de contra-atacar, no entanto, pode ganhar no que concerne à posse de bola, o que pode indicar que a equipa encarnada iria querer assumir o jogo desde inicio.

Já Alex Ferguson mexeu muito na sua equipa. Já se sabia que Ferdinand não podia dar o seu contributo à equipa, no entanto, homens como De Gea, Anderson, Ashley Young e Nani também ficaram de fora. O Manchester United mantém muita qualidade, no entanto, na minha opinião, perde algum poder de fogo no ataque sem Young e Nani, apesar da qualidade de Park e Valencia. Seria estratégia secreta do técnico escocês ou estaria a poupar os melhores jogadores para o clássico com o Chelsea no próximo domingo?

O jogo começou muito equilibrado, com as duas equipas a demorarem alguns minutos a encaixarem uma na outra e ambas a quererem assumir o jogo, no entanto, foi o Benfica que foi atacando mais e chegando mais próximo da baliza contrária, embora o Manchester United tivesse mais posse de bola, ainda que fosse uma posse de bola muito inofensiva, maioritariamente entre os homens do meio-campo e a linha defensiva.

O Benfica estava bem, atacava bem, defendia com muita concentração e solidez, e rematava, algo que os ingleses não faziam, e fizeram-no com algum perigo duas vezes por Gaitán na esquerda e outra por Cardozo de pé direito, permitindo a defesa a Lindegaard. Mas afinal, o paraguaio só estava a ameaçar, pois aos 24’, após um passe espectacular de trivela de Gaitán, Cardozo domina, troca as voltas a Evans e com o seu pior pé rematou forte, fazendo o 1-0.

A partir daí, a equipa de Manchester acordou, embora se mantivesse algo inofensiva, e o Benfica sentiu isso e procurou novo golo, no entanto, tal não veio a acontecer.
Ora a defesa e o meio-campo defensivo do Benfica que estava muito concentrado, distraiu-se momentaneamente e permitiu que Giggs fosse progredindo no terreno, e quando chegou perto da área encarnada, desferiu um remate forte, colocando de novo o jogo empatado. Estavam decorridos 42 minutos.

Algo injusto, mas o futebol é assim, e quando se têm jogadores como o Manchester United tem, todo o cuidado é pouco, pois em qualquer jogada podem descobrir o caminho para o golo. O jogo ía para intervalo com um 1-1, com dois belos golos já marcados, e 45 minutos que prometiam muito ainda por decorrer, visto que o resultado estava em aberto, o Benfica estava a jogar muito bem a todos os níveis mas os “red devils” têm a equipa que têm e ainda tinha muitas (e melhores) opções no seu banco de luxo.

Na segunda parte, o Manchester United jogou mais avançado no terreno, mostrou mais o que vale, povoou mais o meio-campo do Benfica, no entanto, criou poucas situações, sendo que a única que assustou os benfiquistas verdadeiramente foi um remate cruzado de Valencia que foi muito bem desviado por Artur.

Depois, o Benfica mostrou que ainda não tinha dito a sua última palavra e que não estava conformado com o empate, criando algumas oportunidades que tiveram muito perto em dar em golo. Lindegaard foi obrigado a fazer duas grandes defesas, uma a remate de Nolito e outra a remate de Gaitán, e destaque ainda para remates de Aimar, Emerson e do próprio Nolito novamente que não passaram longe.
Aqui os encarnados conseguiram retirar alguma pressão que o United estava a fazer e conseguiram ter mais bola, curiosamente, quando o inicio da segunda parte indicava o contrário e quando Matic já estava em campo do lado do Benfica, mas sobretudo, Nani e Chicharito também já estavam em jogo do lado dos ingleses.


Em relação às equipas, devo dizer que os centrais do Benfica estiveram muito bem, sobretudo Luisão que para mim foi o melhor em campo. A escolha que recaiu em Rúben Amorim pareceu ajustada da forma como Jesus abordou o jogo, possibilitando mais posse de bola e ajudando Maxi a parar a dupla que se previa estar no lado esquerdo Evra/Ashley Young que merecia ter cuidados redobrados, tanto pela qualidade do extremo inglês, como do lateral francês, no entanto, não jogou Young mas sim Park, e Amorim foi útil sobretudo em manter a posse de bola e não tanto em termos defensivos, apontando uma boa exibição, e quando a equipa atacava, por não ser um extremo, ocupava terrenos mais interiores para ser Maxi a subir pelo corredor direito do Benfica até a área contrária. De resto pouco há a dizer, boa exibição do Benfica, toda a defesa esteve muito concentrada, o meio-campo foi criativo e possibilitou ao ataque algumas oportunidades de golo, que desta vez só resultaram num tento.

Quanto ao Manchester United, viu-se aqui alguma falta de preocupação com a vitória neste jogo, possivelmente a pensar no jogo de domingo com o Chelsea no qual a liderança dos “red devils” está ameaçada. No entanto, cumpriram os objectivos mínimos e certamente encararão este resultado como normal, até porque não compromete em nada o apuramento dos ingleses.
Não opino sobre que «onze» devia ter começado o jogo porque houve claramente gestão do plantel e porque é o primeiro jogo que vejo do United este ano, no entanto, esperava mais ambição por parte daquele que é afinal o vice-campeão europeu. Apenas dois remates perigosos é muito, mas muito pouco.
Este jogo não foi muito feliz para Ferguson, porque o meteu Nani e Chicharito para dar maior poderio ao jogo ofensivo da sua equipa, no entanto, despovoou a zona central e o Benfica aproveitou bem para controlar o jogo pelo meio, e ao mesmo tempo fechou bem as alas, onde Nani esteve muito apagado no pouco tempo em que jogou. Chicharito não teve hipóteses frente a Garay e Luisão, Rooney não teve oportunidades, o flanco esquerdo não funcionou tanto quanto podia, no entanto, creio que o Manchester não ficou de qualquer forma incomodado com o resultado e talvez por isso tenhamos visto alguma falta de ambição.

Num último pormenor, destaque para o jogador mais assobiado em campo, que foi… Nani, um português. É favor tirar conclusões.

No outro jogo do grupo, o Basileia venceu por 2-1.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Liga dos Campeões | FC Porto 2-1 Shakhtar Donetsk



O FC Porto venceu esta noite, no Estádio do Dragão, a formação do Shakhtar Donetsk por 2-1, no jogo de abertura da Liga dos Campeões nesta temporada.

O FC Porto apresentou a seguinte equipa: Helton; Fucile, Otamendi, Maicon e Álvaro Pereira; Fernando (Belluschi), Defour e João Moutinho; James Rodríguez, Kléber (Djalma) e Hulk (Varela).

Já o Shakhtar Donetsk: Rybka; Srna, Chygrynskiy, Rakitskiy e Razvan Rat; Mkhitaryan e Fernandinho; Willian (Hubschman), Jadson (Alex Teixeira) e Eduardo (Kucher); Luiz Adriano.

Desta vez Vitor Pereira não inventou e colocou na equipa inicial os melhores, no entanto, destaque para a titularidade de Defour, quando talvez os críticos apontassem para que jogasse de inicio Belluschi. Na defesa, já se sabia, Sapunaru e Rolando eram cartas fora do baralho.

O Shakhtar entrou melhor, mostrando personalidade e que está na disputa pelo jogo, no entanto foi o FC Porto a criar as primeiras situações de golo. Aos 5 minutos Hulk remata fora da área, a bola bate nas costas de Defour e vai à trave. Aos 10’, o árbitro assinala grande penalidade por obstrução a James. Hulk na conversão atira ao poste e o FC Porto mostra de novo atracção pelo ferro após o jogo com o Vitória de Setúbal em que foram três a embater nos postes.

No futebol costuma-se dizer que quem não marca sofre, e dois minutos depois, os ucranianos chegam à vantagem. Willian, na esquerda, remata de pé direito, a bola vai algo enrolada, Helton não a consegue agarrar, e Luiz Adriano apanha o esférico à sua mercê para inaugurar o marcador.
Golo com responsabilidades para o guardião brasileiro dos dragões.

O FC Porto foi em busca do empate, dominando territorialmente, tendo mais a bola, no entanto, quem acabou por marcar foi mais uma vez o Shakhtar, aos 25’, penso que mais uma vez por Luiz Adriano, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo. A realização do jogo não mostrou a repetição, mas os jogadores do Shakhtar ficaram a reclamar pela posição de Defour que estava a colocar o marcador do golo do jogo. Ainda assim, o árbitro manteve a decisão.

Como quem não marca (ou neste caso, quem não vê o seu golo validado) arrisca-se a sofrer, Hulk, dois minutos depois, na conversão de um livre directo, atira fortíssimo e acaba por marcar, num remate indefensável para Rybka. O mais difícil estava feito, o empate.

A partir daí, até ao final da primeira parte, só deu FC Porto, e Hulk, minutos depois teve mais um grande remate, mas desta vez, Rybka conseguia parar a bola. A equipa portuguesa até ao final dos primeiros 45 minutos foi a que mostrou querer ganhar o jogo, foi a que foi dominando, embora não estivesse a sair muito bem o último passe, quer pelo meio, quer em cruzamentos, e era difícil colocar a bola em Kléber, por exemplo, o homem mais adiantado dos dragões.

Perto dos 40’, Rakitskiy entra muito duro sobre Moutinho e é expulso. Lucescu, treinador do Shakhtar, não perde tempo e reorganiza a equipa defensivamente com a entrada de Kucher para o lugar de Eduardo. No entanto, e apesar do brasileiro naturalizado croata não estar a jogar muito, a equipa perdeu claramente capacidade ofensiva e previa-se uma segunda parte de muito sofrimento para os homens do Leste europeu.

O FC Porto entrou na segunda parte como terminou a primeira: Ao ataque! A dominar, a povoar o meio-campo contrário, a jogar perto da área do adversário, e não demoraria a chegar ao golo. James faz um belo trabalho na esquerda, e num cruzamento rasteiro assiste Kléber, para o primeiro golo de sempre do brasileiro na Liga dos Campeões, estavam decorridos 51 minutos.

A partir deste momento, notam-se algumas alterações tácticas interessantes no FC Porto:
João Moutinho que durante toda a primeira parte jogou mais descaído pelo lado esquerdo do meio campo, durante alguns momentos da segunda jogou mais pelo lado direito, e como resultado vimos algumas boas combinações com Hulk, uma das quais foi uma dupla tabelinha que foi das melhores jogadas durante todo o encontro, pena a irrelevância que acabou por ter.
Falando de outra alteração táctica, James Rodriguez jogou mais no centro, ocupando a posição de “10”, primeiro com Hulk a jogar numa posição mais interior, fazendo dupla de avançados com Kléber e o meio-campo a formar um losango. Depois, com a saída do “Incrível” e do ponta-de-lança ex-Maritimo, James continuou a ocupar terrenos mais centrais, no entanto, os avançados que já eram Djalma e Varela jogavam muito mais abertos, nas suas posições de extremos, algo que se compreende pois não fazia falta um homem mais adiantado no meio, e com um “10” e dois avançados abertos a posse de bola estava mais facilitada.
Com a saída de Fernando, Moutinho jogou mais recuado, ainda que com participação activa no jogo ofensivo da equipa, Belluschi ajudou à posse de bola, e face à equipa ucraniana se encontrar muito recuada, foi recorrente ver os laterais portistas subirem para jogarem numa linha muito próxima dos centro-campistas.

Quanto ao jogo propriamente em si, o FC Porto tentou a todo o custo ampliar a vantagem, sejam por remates de longe, ou por tentar fazer a bola à grande área, fosse pelo meio ou especialmente pelos flancos, no entanto, nunca o conseguiu.
O Shakhtar fez o que lhe competia e tentou chegar à igualdade, mas sem causar grandes incómodos, ainda assim, dava a ideia de que numa jogada com alguma ponta de sorte, podiam fazer o 2-2, logo, esta vantagem dos azuis-e-brancos não era cómoda.

O FC Porto foi gerindo a vantagem, foi gerindo muito bem a posse de bola, fazendo passar o esférico por quase todos os elementos da equipa, quando possível tentou o 3-1, no entanto, isso não foi possível, e a prioridade foi segurar a vantagem, com bola, no meio-campo do adversário, e essa tarefa facilitou-se com a expulsão por acumulação de amarelos de Chygrynskiy, que encostou definitivamente os ucranianos às cordas.


Creio que o FC Porto jogou com a formação certa, da forma certa durante todo o jogo, foi uma equipa que jogou de forma diferente nos diversos momentos do jogo e soube jogar bem em qualquer um deles. Soube assumir o jogo, soube ir à procura do empate e posteriormente da vitória, soube controlar o jogo, dominá-lo, soube (ainda que de uma forma algo ineficaz e pouco acentuada) criar situações de golo e soube gerir a posse de bola quando isso era o pedido.
Destaco o colectivo que esteve muito bem, no entanto, creio que James fez mais uma grande exibição e que Defour fez bem o seu papel, sendo muito semelhante a Moutinho, permite uma espécie de simetria no meio-campo do FC Porto. Kléber marcou, mas enfim, infelizmente para ele vai estar sempre associado ao antecessor, e sendo o antecessor um fora-de-série, a sua tarefa complica-se, mas mesmo sendo um jogador que joga muito mais para si do que para o colectivo, comparativamente com Falcao, assim como menos virtuoso tecnicamente, tem respondido com golos e isso é que interessa.

Quanto ao Shakhtar, tem uma boa equipa, que teve a infelicidade de jogar durante muito tempo em inferioridade numérica, mais creio que em sua casa vai criar muitas dificuldades ao FC Porto. Tem três jogadores que ofensivamente são muito perigosos (Willian, Jadson e Luiz Adriano). Willian é um extremo rapidíssimo, Jadson é um “playmaker” de classe média/alta do futebol europeu e Luiz Adriano mostrou-se eficaz e creio que é um excelente ponta-de-lança.

Quanto ao outro resultado do grupo, o APOEL Nicósia venceu o Zenit por 2-1.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

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