Era um central à antiga: alto
(1,86 m), duro e talhado para marcações cerradas.
Mário
Jardel,
João Tomás e
Deco que o
digam. Disputou 59 jogos e apontou um golo na
I
Liga entre 2000 e 2004, todos ao serviço do
Gil
Vicente.
Nascido a 17 de dezembro de 1975
na
cidade do Porto, Ivo Afonso fez grande parte do
Boavista,
clube que o catapultou para as seleções jovens nacionais – foi duas vezes
internacional pelos sub-17 e cinco pelos sub-18.
Porém, uma grave lesão antes do
Campeonato da Europa de sub-18, em 1994, condicionou a sua afirmação. “Tinha
feito a formação no
Boavista,
onde fui campeão com o falecido Queiró e um excelente grupo de irmãos. Aquele
clube moldou-me como jogador e como homem. Infelizmente, rebentei o joelho
antes do Campeonato da Europa de sub-18, em 1994, em que fomos campeões frente
à
Alemanha”, contou ao
Maisfutebol
em maio de 2016.
Ainda integrou o plantel
principal do
Boavista
em 1994-95, mas não chegou a ser utilizado. Depois foi obrigado a procurar a
sorte noutras paragens, tendo subido a pulso antes de chegar à
I
Liga. Começou pelo
Famalicão
na
II
Liga, passou pelo
Arrifanense,
na II Divisão B, e teve “dois anos felizes no
FC
Marco e outro no
Canelas”,
também na II B, até ingressar no
Gil
Vicente no início da época 2000-01.
Ao serviço do
emblema
de Barcelos cimentou a imagem de central duro e talhado para marcações
cerradas, tendo anulado
Mário
Jardel numa receção ao
Sporting
em 2001-02. “Aquela imagem de duro era a minha imagem de marca. Lembro-me que
após esse jogo com o
Sporting
que fizeram uma reportagem sobre isso: o central com quem
Jardel
não conseguiu marcar. Lembro-me de nesse jogo dizer ao Carlos para controlar a
defesa, porque eu só teria olhos para o
Jardel.
E assim foi. Tanto que nem vi nada do jogo. Só olhava para ele, porque sabia
que se olhasse para a bola, ele fugia”, recordou o antigo defesa, que ao longo
dos quatro anos que passou no
primeiro
escalão também marcou craques de
Benfica
e
FC
Porto.
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| Cromo de Ivo Afonso em 2001-02 |
“Apostavam muito em mim para as
marcações. No primeiro ano defrontei o
Benfica
e tive de marcar o João Tomás. Na época seguinte, o
Mário
Jardel. Por vezes colocavam-me a trinco e apanhava por exemplo com o
Deco. Enfim,
gostava disso, e embora tivesse aquela imagem, acho que só fui uma vez expulso
na carreira”, lembrou Ivo Afonso, que em 59 jogos no
patamar
maior do futebol português viu por 21 vezes o cartão amarelo e uma o
vermelho (por acumulação).
Depois de quatro anos em que não
foi propriamente um titular indiscutível do
Gil
Vicente, foi para a
II
Liga contribuir para a promoção da Naval ao
primeiro
escalão em 2005. Na temporada seguinte defendeu as cores do
recém-despromovido
Moreirense,
não evitando a despromoção à II Divisão B, numa época em que desciam seis
equipas na
II
Liga.
No verão de 2006, emigrou pela
primeira vez. “Saí de Portugal numa altura em que estava a tirar o curso de
treinador. Fui para
Chipre (
Olympiakos de Nicósia), depois
Grécia (
Panetolikos
e
Kalamata), o Olympiakos pediu-me para voltar, era subcapitão numa equipa com
sete portugueses, mas havia muitos problemas. Ainda joguei no
Luxemburgo, onde
há bons nomes e boas condições, mas é difícil mudar algumas mentalidades”,
assumiu o defensor, que pendurou as botas em 2014, aos 38 anos.
Após encerrar a carreira permaneceu
mais alguns anos no Luxemburgo, tendo trabalhado para
La Provençale, um grande
mercado grossista, à imagem da
Makro em Portugal, que fornece bens alimentares
(e não só) no Luxemburgo, mas já voltou ao país de origem.
O seu filho
Afonso Afonso também
é futebolista e representa atualmente a equipa principal do
Belenenses.
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