quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Hoje faz anos o central durão que jogou na I Liga pelo Gil Vicente. Quem se lembra de Ivo Afonso?

Ivo Afonso subiu a Naval à I Liga após quatro anos em Barcelos
Era um central à antiga: alto (1,86 m), duro e talhado para marcações cerradas. Mário Jardel, João Tomás e Deco que o digam. Disputou 59 jogos e apontou um golo na I Liga entre 2000 e 2004, todos ao serviço do Gil Vicente.
 
Nascido a 17 de dezembro de 1975 na cidade do Porto, Ivo Afonso fez grande parte do Boavista, clube que o catapultou para as seleções jovens nacionais – foi duas vezes internacional pelos sub-17 e cinco pelos sub-18.
 
Porém, uma grave lesão antes do Campeonato da Europa de sub-18, em 1994, condicionou a sua afirmação. “Tinha feito a formação no Boavista, onde fui campeão com o falecido Queiró e um excelente grupo de irmãos. Aquele clube moldou-me como jogador e como homem. Infelizmente, rebentei o joelho antes do Campeonato da Europa de sub-18, em 1994, em que fomos campeões frente à Alemanha”, contou ao Maisfutebol em maio de 2016.
 
Ainda integrou o plantel principal do Boavista em 1994-95, mas não chegou a ser utilizado. Depois foi obrigado a procurar a sorte noutras paragens, tendo subido a pulso antes de chegar à I Liga. Começou pelo Famalicão na II Liga, passou pelo Arrifanense, na II Divisão B, e teve “dois anos felizes no FC Marco e outro no Canelas”, também na II B, até ingressar no Gil Vicente no início da época 2000-01.
 
Ao serviço do emblema de Barcelos cimentou a imagem de central duro e talhado para marcações cerradas, tendo anulado Mário Jardel numa receção ao Sporting em 2001-02. “Aquela imagem de duro era a minha imagem de marca. Lembro-me que após esse jogo com o Sporting que fizeram uma reportagem sobre isso: o central com quem Jardel não conseguiu marcar. Lembro-me de nesse jogo dizer ao Carlos para controlar a defesa, porque eu só teria olhos para o Jardel. E assim foi. Tanto que nem vi nada do jogo. Só olhava para ele, porque sabia que se olhasse para a bola, ele fugia”, recordou o antigo defesa, que ao longo dos quatro anos que passou no primeiro escalão também marcou craques de Benfica e FC Porto.
 
Cromo de Ivo Afonso em 2001-02
“Apostavam muito em mim para as marcações. No primeiro ano defrontei o Benfica e tive de marcar o João Tomás. Na época seguinte, o Mário Jardel. Por vezes colocavam-me a trinco e apanhava por exemplo com o Deco. Enfim, gostava disso, e embora tivesse aquela imagem, acho que só fui uma vez expulso na carreira”, lembrou Ivo Afonso, que em 59 jogos no patamar maior do futebol português viu por 21 vezes o cartão amarelo e uma o vermelho (por acumulação).
 
Depois de quatro anos em que não foi propriamente um titular indiscutível do Gil Vicente, foi para a II Liga contribuir para a promoção da Naval ao primeiro escalão em 2005. Na temporada seguinte defendeu as cores do recém-despromovido Moreirense, não evitando a despromoção à II Divisão B, numa época em que desciam seis equipas na II Liga.
 
No verão de 2006, emigrou pela primeira vez. “Saí de Portugal numa altura em que estava a tirar o curso de treinador. Fui para Chipre (Olympiakos de Nicósia), depois Grécia (Panetolikos e Kalamata), o Olympiakos pediu-me para voltar, era subcapitão numa equipa com sete portugueses, mas havia muitos problemas. Ainda joguei no Luxemburgo, onde há bons nomes e boas condições, mas é difícil mudar algumas mentalidades”, assumiu o defensor, que pendurou as botas em 2014, aos 38 anos.
 
Após encerrar a carreira permaneceu mais alguns anos no Luxemburgo, tendo trabalhado para La Provençale, um grande mercado grossista, à imagem da Makro em Portugal, que fornece bens alimentares (e não só) no Luxemburgo, mas já voltou ao país de origem.
 
O seu filho Afonso Afonso também é futebolista e representa atualmente a equipa principal do Belenenses.







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