quarta-feira, 25 de junho de 2025

O homem de negócios sete vezes campeão como presidente do Benfica. Quem se lembra de Borges Coutinho?

Borges Coutinho foi presidente do Benfica entre 1969 e 1977
Um dos mais bem-sucedidos presidentes de clube em Portugal no que concerne a títulos e também um pioneiro no que concerne a fazer negócios.
 
Duarte António Borges Coutinho nasceu em Lisboa, mas dividiu a infância entre Grã-Bretanha, Irlanda do Norte e Portugal, tendo vivido no Palacete do Rato (onde é hoje a sede do PS), praticado salto em altura e combatido na Segunda Guerra Mundial a pilotar aviões da Força Aérea Real (do Reino Unido), com 18 anos. Por essa altura, já usufruía do honroso título de marquês da Praia e Monforte.
 
Tornou-se sócio do Benfica relativamente tarde, quando tinha 37 anos, em 1959, cinco anos antes de ter entrado para o clube para assumir funções na Direção dos Assuntos Administrativos e Instalações Sociais e dez anos antes de se ter tornado presidente, ao derrotar Fernando Martins e Romão Martins com 58% dos votos.
 
Desde a primeira o início do primeiro de dois mandatos, em abril de 1969, à despedida, em maio de 1977, ganhou dez troféus: sete campeonatos (1968-69, 1970-71, 1971-72, 1972-73, 1974-75, 1975-76 e 1976-77) e três Taças de Portugal (1968-69, 1969-70 e 1971-72). Um período essencial para tornar o Benfica a força dominante no futebol português, com 23 títulos de campeão – contra os 14 do Sporting e os seis do FC Porto – e 15 Taças de Portugal – contra as nove dos leões e as quatro dos dragões.
 
Um desses títulos teve um sabor especial, o de 1972-73, uma vez que o Benfica se sagrou campeão invicto e com mais de cem golos marcados (101), com o inglês Jimmy Hagan no comando técnico.
 
Além do sucesso desportivo, Borges Coutinho revelou-se também um presidente com olho para os negócios. Conseguiu gerar um encaixe de 10 mil contos com a transferência de Humberto Coelho para o Paris Saint-Germain e outro de nove mil com a de Rui Jordão para o Saragoça. Num dérbi com o Sporting, em 1972, encaixou 2000 contos de receita (um recorde naquele tempo) com uma assistência de 80 mil espetadores.
 
 
Por outro lado, rejeitou uma proposta dos brasileiros do Vasco da Gama por Eusébio e renovou o contrato ao seu goleador, que passou a ganhar 1300 contos por ano, apesar de o Pantera Negra ter chegado a posar para a fotografia com uma camisola dos vascaínos vestida. Isto foi em setembro de 1969. No final dessa época, Eusébio sagrou-se melhor marcador do campeonato português pela sexta vez na carreira, com 20 golos.
 
 
Durante os seus mandatos, o Benfica tomou posse dos terrenos adjacentes ao Estádio da Luz e lá edificou três campos de futebol, uma pista de atletismo e oito campos de ténis.
 
 
Por todos estes motivos e mais alguns, foi distinguido com a Águia de Ouro em 1973.
 
 
Decidiu não concorrer às eleições de 26 de maio de 1977 e teve como sucessor José Ferreira Queimado. Quatro anos depois, a 18 de maio de 1981, morreu em Inglaterra, quando tinha apenas 59 anos. Após a sua morte, o Benfica homenageou-o ao designar o seu novo pavilhão de Pavilhão Borges Coutinho.
 
Quase 50 anos depois de ter deixado a presidência do Benfica, é o seu neto, Martim Mayer, que vai tentar lá chegar, nas eleições agendadas para outubro deste ano.
 


 
 





  

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