sexta-feira, 4 de abril de 2025

A minha primeira memória de… um jogo entre Barreirense e Amora

Barreirense e Amora defrontaram-se no Alfredo da Silva
Já não me lembro do motivo, mas a 2 de outubro de 2004, ainda com Estádio Dom Manuel de Mello de pé, o Barreirense recebeu o Amora na casa do vizinho e rival Fabril, o Estádio Alfredo da Silva. Como parte do acordo, os sócios fabrilistas podiam assistir ao jogo gratuitamente, e lembro-me que eu e o meu pai aproveitámos a oportunidade, até porque naquela altura devorávamos tudo o que eram encontros de futebol das principais equipas do Barreiro.
 
Recordo-me vagamente de ter assistido ao encontro ou pelo menos a parte dele junto à zona do bar, entre a central poente, destinada aos sócios da equipa da casa, e o topo sul. Também me lembro de uma escaramuça entre adeptos e do resultado ser um empate a um golo, mas sem a ajuda da Internet já não conseguia precisar quem havia marcado primeiro e em que temporada tinha sido o jogo. Até julgava que havia sido em 2006-07. Mas não. Foi em 2004-05, uma época de boa memória para o Barreirense, marcada pela subida à II Liga.
 
Ora, recorrendo à Internet, posso adiantar que era um jogo da quinta jornada da Zona Sul da II Divisão B. O Barreirense de Daúto Faquirá, que na época anterior havia falhado a promoção após uma ultrapassagem do Olhanense na reta final, estava novamente no topo da classificação, com os mesmos dez pontos do Louletano. O Amora, que na altura oscilava entre a II B e a III Divisão, estava mais atrás, com quatro pontos somados nas primeiras quatro jornadas, e tinha Rui Dias como treinador.
 
Os forasteiros foram os primeiros a marcar, graças a um golo de Domingos logo aos três minutos, no seguimento de um cruzamento do lateral esquerdo Rogério. A vantagem dos amorenses haveria de durar mais de uma hora.
 
“Foi de facto uma primeira parte sem chama, sem imaginação e sem garra por parte dos pupilos de Daúto Faquirá, pois nunca conseguiram ser uma verdadeira equipa, ao contrário do Amora, que com o seu jogo de passes curtos conseguiu sempre ter o controlo e as melhores oportunidades de golo, tendo inclusivamente atirado uma bola à barra e uma outra situação desperdiçada por Carlitos, que completamente isolado atirou para a defesa de Paulo Silva”, escreveu o insuspeito site não oficial do Barreirense.
 
Perante exibição tão fraca, Daúto mexeu na equipa à passagem da meia hora, trocando o trinco Mauro pelo atacante Moreira. “O Barreirense passava a jogar em 4x3x3, o que fez com que colocasse mais homens na frente e provocasse uma superioridade numérica ainda mais acentuada a meio-campo a favor do Amora. É, como se costuma dizer: ‘tapa de um lado destapa do outro’. Mesmo assim Sandro mesmo no final da primeira parte teve a única situação de verdadeiro perigo, mas Humberto conseguiu defender”, acrescentou o portal alvirrubro.
 
O segundo tempo começou com uma grande oportunidade para o Amora, com Carlitos uma vez mais a não conseguir bater Paulo Silva, “mas a partir daí só deu Barreirense”, mais precisamente devido à entrada de Paulo Vieira para o lugar de João Afonso.
 
O golo do empate surgiu aos 68 minutos. Vítor Moreno protagonizou uma grande arrancada pelo corredor direito e cruzou com precisão para uma “entrada de cabeça fulgurante de Sandro”, que assim restabeleceu a igualdade.
 
O 1-1, ainda assim, não galvanizou o Barreirense, que deixou de incomodar o guarda-redes amorense. “Faltou arte, engenho e acima de tudo um pouco de inspiração para poder sair do Estádio Alfredo da Silva com a vitória. Fica para a próxima. Resultado que se ajusta apesar do Amora ter estado mais perto da vitória”, pode ler-se na página afeta do Barreirense.
 
“Jogo francamente mau. Entrámos mal e sentimos muito o golo sofrido cedo. Tivemos muito tempo para dar a volta ao resultado, mas estivemos mal, não conseguimos circular a bola, não conseguimos pressionar o adversário mesmo depois de termos sofrido o golo. Fomos pouco criativos, estivemos desinspirados, não fomos aquela equipa que costumamos ser e só temos que dar os parabéns ao Amora, eles tiveram mérito. É claro que se jogássemos no nosso campo seria melhor, mas isso não serve de desculpa, e de facto hoje o resultado foi melhor que a exibição”, comentou Daúto Faquirá.
 
“Na primeira parte só existiu o Amora, tivemos duas oportunidades, uma num remate ao poste a outra a do Carlitos isolado e fomos sempre mais organizados, fomos perfeitos. Logo no início da 2ªparte o Carlitos falhou o 2-0 e depois com a entrada do Paulo Vieira, o Barreirense conseguiu fazer subir os laterais e aí tivemos mais dificuldades, mérito do treinador Daúto que fez esta substituição muito inteligente. Mesmo assim, no cômputo geral rematámos mais 4 vezes que o nosso adversário. Já tinha visto o Barreirense por duas ocasiões e sabíamos que era uma equipa muito organizada e sabíamos quais os seus pontos fortes. Parabéns a todos os jogadores, mas pelo que fizemos creio que podíamos ter saído daqui com 2-1 a nosso favor”, analisou Rui Dias.









 
 

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