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Barreirense e Amora defrontaram-se no Alfredo da Silva |
Já não me lembro do motivo, mas a
2 de outubro de 2004, ainda com
Estádio
Dom Manuel de Mello de pé, o
Barreirense
recebeu o
Amora
na casa do vizinho e rival
Fabril,
o Estádio Alfredo da Silva. Como parte do acordo, os sócios
fabrilistas
podiam assistir ao jogo gratuitamente, e lembro-me que eu e o meu pai
aproveitámos a oportunidade, até porque naquela altura devorávamos tudo o que
eram encontros de futebol das principais equipas do Barreiro.
Recordo-me vagamente de ter
assistido ao encontro ou pelo menos a parte dele junto à zona do bar, entre a
central poente, destinada aos sócios da equipa da casa, e o topo sul. Também me
lembro de uma escaramuça entre adeptos e do resultado ser um empate a um golo,
mas sem a ajuda da Internet já não conseguia precisar quem havia marcado
primeiro e em que temporada tinha sido o jogo. Até julgava que havia sido em
2006-07. Mas não. Foi em 2004-05, uma época de boa memória para o
Barreirense,
marcada pela subida à
II
Liga.
Ora, recorrendo à Internet, posso
adiantar que era um jogo da quinta jornada da Zona Sul da II Divisão B. O
Barreirense
de Daúto Faquirá, que na época anterior havia falhado a promoção após uma
ultrapassagem do
Olhanense
na reta final, estava novamente no topo da classificação, com os mesmos dez
pontos do
Louletano.
O
Amora,
que na altura oscilava entre a II B e a III Divisão, estava mais atrás, com
quatro pontos somados nas primeiras quatro jornadas, e tinha Rui Dias como
treinador.
Os
forasteiros
foram os primeiros a marcar, graças a um golo de Domingos logo aos três
minutos, no seguimento de um cruzamento do lateral esquerdo Rogério. A vantagem
dos amorenses haveria de durar mais de uma hora.
“Foi de facto uma primeira parte
sem chama, sem imaginação e sem garra por parte dos pupilos de Daúto Faquirá,
pois nunca conseguiram ser uma verdadeira equipa, ao contrário do
Amora,
que com o seu jogo de passes curtos conseguiu sempre ter o controlo e as
melhores oportunidades de golo, tendo inclusivamente atirado uma bola à barra e
uma outra situação desperdiçada por Carlitos, que completamente isolado atirou
para a defesa de
Paulo
Silva”, escreveu o insuspeito
site
não oficial do Barreirense.
Perante exibição tão fraca, Daúto
mexeu na equipa à passagem da meia hora, trocando o trinco Mauro pelo atacante
Moreira. “O
Barreirense
passava a jogar em 4x3x3, o que fez com que colocasse mais homens na frente e
provocasse uma superioridade numérica ainda mais acentuada a meio-campo a favor
do
Amora.
É, como se costuma dizer: ‘tapa de um lado destapa do outro’. Mesmo assim
Sandro mesmo no final da primeira parte teve a única situação de verdadeiro
perigo, mas Humberto conseguiu defender”, acrescentou o portal alvirrubro.
O segundo tempo começou com uma
grande oportunidade para o
Amora,
com Carlitos uma vez mais a não conseguir bater
Paulo
Silva, “mas a partir daí só deu
Barreirense”,
mais precisamente devido à entrada de Paulo Vieira para o lugar de João Afonso.
O golo do empate surgiu aos 68
minutos. Vítor Moreno protagonizou uma grande arrancada pelo corredor direito e
cruzou com precisão para uma “entrada de cabeça fulgurante de Sandro”, que
assim restabeleceu a igualdade.
O 1-1, ainda assim, não
galvanizou o
Barreirense,
que deixou de incomodar o guarda-redes
amorense.
“Faltou arte, engenho e acima de tudo um pouco de inspiração para poder sair do
Estádio Alfredo da Silva com a vitória. Fica para a próxima. Resultado que se
ajusta apesar do
Amora
ter estado mais perto da vitória”, pode ler-se na página afeta do
Barreirense.
“Jogo francamente mau. Entrámos
mal e sentimos muito o golo sofrido cedo. Tivemos muito tempo para dar a volta
ao resultado, mas estivemos mal, não conseguimos circular a bola, não
conseguimos pressionar o adversário mesmo depois de termos sofrido o golo.
Fomos pouco criativos, estivemos desinspirados, não fomos aquela equipa que
costumamos ser e só temos que dar os parabéns ao
Amora,
eles tiveram mérito. É claro que se jogássemos no nosso campo seria melhor, mas
isso não serve de desculpa, e de facto hoje o resultado foi melhor que a
exibição”, comentou Daúto Faquirá.
“Na primeira parte só existiu o
Amora,
tivemos duas oportunidades, uma num remate ao poste a outra a do Carlitos
isolado e fomos sempre mais organizados, fomos perfeitos. Logo no início da
2ªparte o Carlitos falhou o 2-0 e depois com a entrada do Paulo Vieira, o
Barreirense
conseguiu fazer subir os laterais e aí tivemos mais dificuldades, mérito do
treinador Daúto que fez esta substituição muito inteligente. Mesmo assim, no
cômputo geral rematámos mais 4 vezes que o nosso adversário. Já tinha visto o
Barreirense
por duas ocasiões e sabíamos que era uma equipa muito organizada e sabíamos
quais os seus pontos fortes. Parabéns a todos os jogadores, mas pelo que
fizemos creio que podíamos ter saído daqui com 2-1 a nosso favor”, analisou Rui
Dias.
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