segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Hoje faz anos o russo que se tornou ucraniano e entrou em guerra com Souness no Benfica. Quem se lembra de Kandaurov?

Kandaurov somou 81 jogos e 13 golos pelo Benfica entre 1998 e 2001
Médio com forte pontapé e qualidade na execução de livres diretos, nasceu na cidade russa de Zheleznogorsk, ainda em altura de União Soviética, mas adotou a Ucrânia como a sua seleção, num processo com algumas voltas e reviravoltas. 

Sagrou-se campeão europeu de sub-18 pela URSS em 1990 (batendo Portugal na final), estreou-se pela seleção principal ucraniana em 1992 e chegou a mudar de ideias ao representar a seleção sub-21 russa no Campeonato da Europa da categoria em 1994 e integrar os trabalhos da seleção principal da Rússia antes do Mundial dos Estados Unidos, mas após não ser convocado para a fase final voltou a vestir a camisola da Ucrânia, tendo somado seis internacionalizações.
 
A nível de clubes, começou a jogar profissionalmente ao serviço dos ucranianos do Metalist Kharkiv em 1990, mas em 1993 mudou-se para os israelitas do Maccabi Haifa, clube pelo qual começou a mostrar veia goleadora, tendo contribuído para a conquista do campeonato de Israel em 1993-94.
 
Numa altura em que o Maccabi perdia algumas das suas maiores figuras e não estava a conseguir manter o nível das épocas anteriores, Serhiy Kandaurov transferiu-se para o Benfica a meio da temporada 1997-98, num negócio avaliado em cerca de um milhão de dólares. Na estreia de águia ao peito, diante do FC Porto nas Antas, a 3 de janeiro de 1998, marcou um golo que acabou anulado por alegada mão na bola, apesar de o próprio garantir que jogou de forma limpa: “fomos roubados. Não joguei com a minha mãe. Foi limpo.”
 
 
Com impacto imediato na equipa então orientada por Graeme Souness, foi importante para a obtenção de um segundo lugar que valeu a qualificação para as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões, mas na época seguinte entrou em conflito com o treinador escocês e chegou a envolver-se numa troca de socos com o colega Michael Thomas.
 
 
Viria a recuperar fôlego em 1999-00, às ordens de Jupp Heynckes, tendo apontado sete golos em 37 jogos em todas as competições. Porém, eclipsou-se na temporada que se seguiu, em final de contrato, não indo além de oito encontros.
 
 
Após a saída da Luz chegou a ser apontado a vários emblemas ingleses, mas acabou por voltar ao Metalist, tendo ainda representado os modestos Ashdod e Helios Kharkiv e voltado a Portugal para uma breve passagem pelo Felgueiras antes de pendurar as botas em 2006.
 
Após encerrar a carreira de jogador iniciou a de treinador, e foi nessa função que voltou a estar ligado ao Benfica, como diretor da escola de futebol do clube em Kharkiv.



 

 





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