Hoje faz anos o russo que se tornou ucraniano e entrou em guerra com Souness no Benfica. Quem se lembra de Kandaurov?
Kandaurov somou 81 jogos e 13 golos pelo Benfica entre 1998 e 2001
Médio com forte pontapé e qualidade
na execução de livres diretos, nasceu na cidade russa de Zheleznogorsk, ainda
em altura de União
Soviética, mas adotou a Ucrânia
como a sua seleção, num processo com algumas voltas e reviravoltas.
Sagrou-se campeão europeu de
sub-18 pela URSS
em 1990 (batendo Portugal na final), estreou-se pela seleção
principal ucraniana em 1992 e chegou a mudar de ideias ao representar a
seleção sub-21 russa no Campeonato da Europa da categoria em 1994 e integrar os
trabalhos da seleção
principal da Rússia antes do Mundial
dos Estados Unidos, mas após não ser convocado para a fase final voltou a
vestir a camisola da Ucrânia,
tendo somado seis internacionalizações. A nível de clubes, começou a
jogar profissionalmente ao serviço dos ucranianos do Metalist Kharkiv em 1990, mas
em 1993 mudou-se para os israelitas do Maccabi Haifa, clube pelo qual começou a
mostrar veia goleadora, tendo contribuído para a conquista do campeonato de
Israel em 1993-94. Numa altura em que o Maccabi perdia
algumas das suas maiores figuras e não estava a conseguir manter o nível das
épocas anteriores, Serhiy Kandaurov transferiu-se para o Benfica
a meio da temporada 1997-98, num negócio avaliado em cerca de um milhão de
dólares. Na estreia de águia ao peito, diante do FC
Porto nas Antas, a 3 de janeiro de 1998, marcou um golo que acabou anulado
por alegada mão na bola, apesar de o próprio garantir que jogou de forma limpa:
“fomos roubados. Não joguei com a minha mãe. Foi limpo.”
Com impacto imediato na equipa
então orientada por Graeme
Souness, foi importante para a obtenção de um segundo lugar que valeu a
qualificação para as pré-eliminatórias da Liga
dos Campeões, mas na época seguinte entrou em conflito com o treinador
escocês e chegou a envolver-se numa troca de socos com o colega Michael
Thomas.
Viria a recuperar fôlego em
1999-00, às ordens de Jupp Heynckes, tendo apontado sete golos em 37 jogos em
todas as competições. Porém, eclipsou-se na temporada que se seguiu, em final
de contrato, não indo além de oito encontros.
Após a saída da Luz
chegou a ser apontado a vários emblemas ingleses, mas acabou por voltar ao
Metalist, tendo ainda representado os modestos Ashdod e Helios Kharkiv e
voltado a Portugal para uma breve passagem pelo Felgueiras
antes de pendurar as botas em 2006. Após encerrar a carreira de
jogador iniciou a de treinador, e foi nessa função que voltou a estar ligado ao
Benfica,
como diretor da escola de futebol do clube em Kharkiv.
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