quinta-feira, 7 de setembro de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre Portugal e Eslováquia

Ronaldo na marcação de um livre no jogo de Bratislava
Ainda não seguia futebol quando Portugal bateu a Eslováquia em outubro de 1998 e junho de 1999, em partidas de qualificação para o Euro 2000, mas recordo-me perfeitamente dos jogos entre as duas seleções no âmbito da fase de apuramento para o Mundial 2006.
 
Na altura, a seleção eslovaca não contava ainda com jogadores de alguma categoria como Skrtel ou Hamsik. O futebolista mais conhecido era, talvez, o central Stanislav Varga, que atuava no Celtic. Mas o avançado Marek Mintál, do Nuremberga, foi o melhor marcador da Bundesliga em 2004-05, tendo batido a concorrência de Roy Makaay (Bayern Munique) e Berbatov (Bayer Leverkusen). O médio Miroslav Karhan também jogava muito na liga alemã ao serviço do Wolfsburgo, enquanto o extremo Szilard Nemeth competia na Premier League com a camisola do Middlesbrough. O lateral esquerdo Marían Had haveria de representar o Sporting em 2007-08, sem grande sucesso. E pouco mais.
 
Portugal manteve a base da equipa que havia sido finalista vencida no Euro 2004, à exceção de Fernando Couto e Rui Costa, que haviam deixado a seleção, e no jogo de Bratislava ainda não contava com Luís Figo, que também fez um hiato no que concerne a quinas ao peito.
 
Numa altura em que ambas as seleções estavam empatadas na liderança do grupo de qualificação, à frente da Rússia, os homens de Luiz Felipe Scolari passaram um final de tarde difícil na capital eslovaca.



 
Numa fase ainda muito madrugadora do jogo, Paulo Ferreira derrubou Michalik na área portuguesa e foi assinalada uma grande penalidade que Karhan converteu em golo, logo aos oito minutos.
 
Foi então necessário esperar não só pela segunda parte como também pela hora de jogo para que Portugal chegasse ao empate, por intermédio de Hélder Postiga, no seguimento de um canto executado por Deco a partir da direita e de um desvio de Ricardo Carvalho no coração da área (62’).
 
“Paulo Ferreira levou demasiado à letra o desejo de Scolari ver toda a equipa a meter o pé com afinco, quer em jogos particulares quer a sério. E o pé que meteu permitiu a vantagem da Eslováquia logo aos 8', através de um penalty. Condicionada pela desvantagem no marcador, a seleção portuguesa viu-se aflita para ultrapassar o bloco eslovaco. Se é verdade que usou o pé, como Scolari queria, faltou-lhe usar a cabeça, sobretudo quando Deco desapareceu da partida. O empate acaba por ser um bom resultado, pois coloca a qualificação nas mãos de Portugal”, escreveu o Record.
 
 
 
O segundo jogo entre as duas seleções foi na jornada logo a seguir, ou seja, ainda com as equipas empatadas pontualmente na primeira posição. Desta feita, Portugal aproveitou o fator casa para vencer e destacar-se na liderança do grupo, conseguindo resolver o assunto ainda na primeira parte.
 
Fernando Meira inaugurou o marcador aos 21 minutos, num lance com algumas semelhanças ao do golo do empate em Bratislava: canto de Deco (desta vez a partir da esquerda), desvio de Pauleta (agora ao primeiro poste e não no coração da área) e toque para o fundo das redes do então jogador do Estugarda. 20 minutos depois, Cristiano Ronaldo fez o 2-0 final na execução de um livre direto.
 
“O último minuto da primeira parte é elucidativo. Ricardo era assistido, após uma saída aparatosa, e oito dos onze jogadores da Eslováquia apoiavam o desalento das mãos nas ancas. A típica posição de frustração tinha uma forte razão por trás: os eslovacos começaram o jogo ao contrário para uma equipa de futebol direto, com mais bola, com mais perigo, mas, à medida que Deco pegou na batuta, também sem resultado. Portugal marcou dois golos de bola parada, após um ganho progressivo de confiança, e decidiu a cimeira de líderes do Grupo 3 de apuramento para o Mundial 2006”, podia ler-se no Diário de Notícias.
 



 


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