Campeão Benfica é o clube mais representado
A cada edição da I Liga, novos
valores vão emergindo e reclamando um lugar ao sol. Desde o jovem que veio da
formação, ao reforço pelo qual ninguém dava nada, passando ainda por aqueles
que já tinham tido oportunidades, mas ainda não tinham mostrado tanta
qualidade. São as chamadas revelações.
Guarda-redes:
O registo de 39 golos sofridos em
24 jogos não é o mais impressionante dos cartões de visita, mas ninguém tem
ligado a números quando se fala de João
Miguel Silva. O jovem guarda-redes ultrapassou a concorrência dos mais
experientes Assis e Douglas e, com as duas mãos, agarrou a oportunidade chamada
baliza do Vitória de Guimarães.
Além da paixão pelo clube que
representa, mostrou também reflexos, energia, garra e determinação enquanto
última barreira dos vimaranenses.
Fala-se do interesse de Sporting
e Benfica e até já há quem diga que está aqui o futuro guardião da Seleção
Nacional.
Centrais:
Após dois anos a marinar na
equipa B e num empréstimo aos espanhóis do Reus, Rúben Semedo finalmente conquistou o seu espaço na I Liga.
Primeiro no Vitória de Setúbal,
onde chegou cedido na fase inicial da temporada, estabelecendo-se como central
indiscutível e revelando-se fundamental até após a sua saída, pois os sadinos
não mais tiveram a baliza a zeros.
Depois, no Sporting, a casa-mãe,
para onde voltou em janeiro e agarrou um lugar no onze, relegando para o banco
e bancada centrais como Paulo Oliveira e Naldo, que estavam a dar conta do
recado até então.
Houve quem reclamasse a sua
chamada ao Euro-2016. A Seleção Nacional ainda não lhe chegou ao currículo, mas
está para breve…
Partiu para 2015/16 como campeão
europeu de sub-21 pela Suécia, mas com o estatuto de quarto central do Benfica.
Lindelof começou a época na equipa
B, aproveitou a lesão de Luisão para ir para o banco e a de Lisandro López para
assumir a titularidade.
Entretanto, tanto o brasileiro e
o argentino voltaram, mas o sueco já tinha colocado uma estaca com o seu nome
no onze encarnado, destacando-se como um central moderno e fiável, de futuro,
mas sobretudo… de presente.
Vai representar a sua seleção no
Euro-2016 e tem gigantes do futebol europeu bastante atentos à sua evolução.
Laterais:
Terminou a temporada de forma
discreta, enquanto suplente de André Almeida, mas ninguém pode esquecer o
fulguroso inicio de época de Nélson
Semedo. O lateral encarnado, que há vários anos alinhava pelos bês, estava
a fazer esquecer Maxi Pereira e a ser uma das principais figuras do campeonato
nas primeiras jornadas.
Marcou na estreia na I Liga, numa
goleada por 4-0 ao Estoril, e quando estava a ser titular indiscutível no
Benfica sofreu uma lesão grave… na estreia pela Seleção Nacional.
Provavelmente, uma presença
discutível quando o tema é revelações. Marvin
Zeegelaar tem o selo da formação do Ajax, jogos pela equipa principal do
clube de Amesterdão e, na I Liga, já vinha com uma temporada completa ao
serviço do Rio Ave e enquanto titular.
Mas, em 2015/16, partiu
definitivamente a loiça toda. Fixou-se como lateral-esquerdo – também pode
jogar a extremo – e revelou-se uma autêntica locomotiva na faixa, não só se
destacando pelo pendor ofensivo como pela solidez defensiva. O facto de ser
alto (1,86 m) é abonatório, e num ápice se tornou membro do onze ideal de Jorge
Jesus no Sporting, onde Jefferson tinha até então um papel aparentemente
intocável.
Médios:
Quando a época começou, Vukcevic aparentemente estava destinado
a um empréstimo ao Moreirense. Mas as aparências iludem e, o montenegrino, que
já era internacional pelo seu país, convenceu Paulo Fonseca e pegou de estaca
num sempre exigente Braga, onde tinha passado as duas temporadas anteriores na
equipa B.
Destacou-se no duplo pivot do
meio-campo, preferencialmente ao lado de Luiz Carlos, e despertou o interesse
dos grandes do futebol português.
É, muito provavelmente, a maior
revelação da I Liga. Renato Sanches
partiu para 2015/16 na equipa B, como um mero jovem desconhecido de 17 anos que
nem integrou a pré-época do plantel principal, e terminou a época a ser vendido
para o Bayern por €35 milhões.
Apesar da tenra idade, que ainda
lhe confere o estatuto de júnior, surpreendeu tudo e todos ao agarrar
rapidamente um lugar no onze do Benfica, revelando-se preponderante para a
conquista do tricampeonato.
A agressividade defensiva, o
forte remate e a facilidade de chegada à área são as suas principais
características, tendo até impressionado o selecionador nacional Fernando
Santos, que o chamou para o Euro-2016.
Emprestado pela segunda temporada
consecutiva ao Vitória de Guimarães, Otávio
mostrou em Portugal o valor que o Porto já tinha vislumbrado quando o contratou
aos brasileiros do Internacional.
Apontou seis golos em 25 jogos na
I Liga, exibiu a sua qualidade técnica e intensidade, e viu Pinto da Costa
garantir a sua integração no plantel dos dragões em 2016/17.
Após se ter estreado na alta-roda
do futebol português ainda enquanto júnior de segundo ano, na temporada
transata, André Horta revelou o seu
talento em 2015/16 no Vitória de Setúbal, equipa onde assumiu o papel de
maestro.
Qualidade técnica, visão de jogo,
agressividade e gosto por jogar bem, bonito e a um ritmo alto levaram-no a
transferir-se para o Benfica.
Avançados:
Já tinha participado em bastantes
jogos pelo Arouca nas duas temporadas anteriores, mas foi em 2015/16 e no
Vitória que André Claro finalmente
explodiu. Junto ao Sado, o avançado português alinhou em todas as jornadas do
campeonato e apontou 12 golos.
A sua mobilidade, polivalência,
qualidade técnica e espontaneidade de remate foram as armas que revelou na
época que agora findou.
Só Jonas, Slimani e Mitroglou
fizeram melhor do que ele. Léo Bonatini
cumpriu a primeira temporada completa em Portugal com um registo de 17 golos na
I Liga, o que lhe confere uma média de um tento em cada dois jogos. De fazer
inveja.
Foi o grande destaque de um
Estoril tranquilo na tabela classificativa e que ainda ameaçou chegar à Europa,
mostrando-se um avançado completo. É elegante, bom finalizador, tem qualidade
técnica e para além de ponta de lança, pode jogar como segundo avançado ou até
como extremo, e sempre com um desempenho agradável.
Treinador:
Pegou no Belenenses nos últimos
lugares da classificação e levou-o à tranquilidade. Mas Julio Velázquez não quis conquistar pontos a qualquer custo. O
treinador espanhol de 34 anos quis fazê-lo com um futebol bonito e bem jogado,
apoiado, rente à relva e com bastante mobilidade.
Tanto fazia se o sistema era o
4x4x2, 4x3x3 ou 3x5x2, o jovem técnico mantinha a sua ideia de jogo e não
abdicava dela. Por privilegiar um futebol de qualidade, promoveu várias
adaptações individuais que visavam essa melhoria de jogo, como Rúben Pinto a
central, Tiago Almeida a lateral-direito e Fábio Nunes a lateral-esquerdo.
Também pagou por querer fazer omeletes
sem ovos, mas a ideia com que se fica é de que, quando caiu, caiu de pé.
Os mais pontuados em ano de estreia na I Liga:
ResponderEliminarGR: Stefanovic (6.38)
DC: Diego Carlos(5.94) e Boly (5.74)
DL: Miguel Layún (5.99)
MC: Otávio (6.35*)
E: Corona (5.91) e Bryan Ruiz (6.13)
PL: Mitroglou (5.92)
*Não estava em ano de estreia na I Liga mas tinha feito poucos jogos anteriormente