Basileia vence, quase 80 minutos com dez
Esta noite, na Red Bull Arena, em
Salzburgo, o Basileia derrotou o Red Bull Salzburgo por 2-1, na segunda-mão dos
Oitavos-de-final da Liga Europa, depois de um nulo no jogo realizado na Suiça.
Jonathan Soriano inaugurou o marcador para os austríacos, mas Streller e Sauro
assinalaram a reviravolta para os helvéticos.
Eis a constituição das equipas:
Red
Bull Salzburgo
Nos austríacos joga o melhor
marcador da presente edição da Liga Europa, Jonathan Soriano (sete golos).
O Red Bull Salzburgo tem feito
uma campanha extraordinária na segunda competição europeia. Fosse no Play-Off, fase de grupos e
16-avos-de-final, venceram todos os jogos que disputaram. O registo de golos é
de 28 marcados e quatro sofridos. Para trás ficaram equipas como FK Zalgiris,
Elfsborg, Esbjerg fB, Standard Liège e Ajax. Curiosamente, o único empate foi
na primeira-mão dos Oitavos-de-final, um nulo em Basileia.
O melhor que o clube conseguiu na
Taça UEFA/Liga Europa foi chegar à final, em 1993/94, quando ainda se chamava
Casino Salzburgo e foi derrotado perante o Inter no conjunto de jogos decisivo
(2-0 no agregado).
A nível interno, o conjunto orientado por
Roger Schmidt está a um ponto de ser campeão.
Basileia
O Basileia foi repescado da Liga dos Campeões, depois de ter ficado em
3º no seu grupo, atrás de Chelsea e Schalke 04, e à frente do Steaua Bucareste.
Nos 16-avos-de-final da Liga Europa, eliminou o Maccabi Telavive (3-0
no agregado).
O melhor que os helvéticos conseguiram na competição foi chegar às
meias-finais, curiosamente, na temporada transata.
No campeonato suíço, ocupam o 1º lugar e estão bem encaminhados para
se sagrarem penta campeões.
Cronómetro:
Bom começo do Red Bull Salzburgo.
Atitude muito pressionante dos austríacos.
Philipp Degen e David Degen recuaram para laterais depois da expulsão.
Conjunto orientado por Roger Schmidt apostava forte nas transições
ofensivas.
Jogo interrompido devido a má conduta dos adeptos do Basileia, que
atiraram objetos para o relvado enquanto Kampl tentava cobrar um pontapé de
canto.
45+10’
David Degen foi substituído por Aliji.
45+16’
Philipp Degen viu o seu remate ser desviado para a malha superior.
Intervalo.
Os austríacos, sobretudo após o segundo golo sofrido, pareciam menos
lúcidos na forma como construíam os seus ataques.
Sem mais ocorrências até final, confirmou-se o triunfo do Basileia.
Análise:
O Red Bull Salzburgo entrou a todo o gás, muito agressivo
ofensivamente e a pressionar no meio-campo adversário, deixando antever um jogo
complicado para o Basileia. A expulsão de Suchy ainda nos primeiros dez minutos
confirmou o cenário.
A meio da primeira parte, finalmente, os austríacos, sempre muito
persistentes e versáteis, capazes de atacar de forma rápida, apoiada ou
vertical, inauguraram o marcador. O inevitável Jonathan Soriano deu o melhor
destino a um cruzamento de Kampl, depois de um grande esforço de Klein.
Inconsolados por verem a sua equipa mal encaminhada, os adeptos suíços
arremessaram objetos para o relvado, levando o jogo a ser interrompido durante
cerca de dez minutos. Fosse como fosse, até ao intervalo só deu praticamente
Salzburgo.
No segundo tempo, tudo mudou. Costuma-se dizer que os lances de bola
parada são lances à parte da prestação das duas formações no encontro, e essa
teoria provou-se com a reviravolta operada pelos helvéticos. Dois golos na
sequência de pontapés de canto, ambos cobrados por Fabian Frei, e que de uma
forma ou de outra, foram apontados por Streller e Sauro.
O conjunto orientado por Roger Schmidt pagou caro pela sua ineficácia
na hora da finalização, e a partir do 1-2 nunca mais conseguiram construir
lances ofensivos de forma lúcida, faltando sempre discernimento para a
definição das jogadas.
O tempo foi passando, o Basileia foi-se sentido cada vez mais cómodo,
e confirmou o apuramento.
Analisando os atletas em campo, começando pelos do Red Bull Salzburgo…
Gulácsi saiu mal
de entre os postes e foi mal batido no 1-2;
Klein, lateral muito
ofensivo, revelou a sua persistência ao evitar que a bola saísse pela linha de
baliza, começando aí a construir o primeiro golo do encontro; André Ramalho
esteve impecável, forte no jogo aéreo, com bom sentido posicional, velocidade,
elegância e até com capacidade para iniciar a construção, fazendo lembrar David
Luiz, salvo as devidas proporções; Rodnei não inspirou tanta confiança
como o seu companheiro do centro da defesa, apesar de não ter estado envolvido
diretamente nos tentos encaixados; e Svento deu profundidade ao seu
corredor;
Ilsanker, o mais
posicional do duplo pivot, marcou
Sauro de forma deficiente no lance do segundo golo do Basileia; Leitgeb
aliou um bom posicionamento, que permitiu equilíbrio defensivo à equipa, à
participação na manobra ofensiva; Kampl, de grande capacidade técnica e
visão de jogo, foi dos principais desequilibradores e inconformados dos
austríacos e fez o cruzamento para o 1-0; e Mané criou bastantes
sobressaltos à defesa adversária através da sua velocidade e qualidade técnica;
Jonathan Soriano,
bom finalizador, capitão e grande estrela da equipa, inaugurou o marcador e
consolidou o seu estatuto de principal artilheiro da Liga Europa (oito golos),
no entanto, saiu lesionado já no quarto de hora final; e Alan, expulso
nos últimos minutos por acumulação de amarelos, é forte no jogo aéreo mas
também se envolve bem na construção dos ataques à flor da relva;
Zulj Berisha
e Meilinger pouco ou nada acrescentaram, numa fase em que o Red Bull
Salzburgo atacava mais com o coração do que com a cabeça.
Quanto aos jogadores do Basileia…
Sommer (alinhará
em 2014/15 pelo Borussia M’Gladbach), muito ágil apesar de baixo para
guarda-redes (183 cm ),
fez intervenções fantásticas, que salvaram a eliminatória;
Arlind Ajeti é
duro na forma como aborda os lances, mas conseguiu fazer a assistência para o
1-2; Suchy nem durou dez minutos em campo, sendo expulso por falta
grosseira sobre Alan; e Sauro apontou, de cabeça, o segundo golo dos
suíços;
Fabian Frei
cobrou os cantos que originaram os golos da sua formação; El Neny teve
praticamente como missão exclusiva responsabilizar-se pelas tarefas de
cobertura; Philipp Degen, forte fisicamente, sentiu dificuldades para
travar a dupla Svento/Mané; David Degen foi batido por Klein junto à
bandeira de canto, na origem do 1-0; e Stocker apareceu pouco;
Sio esteve
apagado e viu um cartão amarelo que o afastará da primeira-mão dos quartos-de-final; e Streller, veterano (32 anos) e possante (195 cm ) ponta-de-lança,
igualou o encontro com um bom cabeceamento;
Aliji deu maior
consistência ao lado esquerdo da defesa, já que David Degen não é um lateral de
raiz; Xhaka refrescou o miolo; e Embolo (de apenas 17 anos) teve
direito a alguns minutos em campo.
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