Não marca grandes golos, não
faz grandes defesas, não faz fintas de levantar o estádio, mas discretamente, Fernando
é, desde alguns anos para cá, um dos alicerces do FC Porto.
Tem um pulmão incrível e corre
quilómetros a um ritmo estonteante durante os 90 minutos para estar no sítio
certo. Se a equipa adversária ataca pela direita, lá vai ele para a direita
encurtar espaço ao portador da bola, prevenir um desposicionamento, criar
superioridade numérica ou cortar uma linha de passe. Se a equipa adversária
ataca pela esquerda, idem.
Não tem a mesma qualidade
técnica que William Carvalho, o dom de organizar a partir de uma posição tão
recuada como Matic, ou a agressividade e capacidade no jogo aéreo que Javi
García, mas no que concerne às características acima referidas, supera a
concorrência.
Chamam-lhe o polvo, porque
quando parece que um lance está perdido, a sua agilidade permite-lhe esticar a
perna para fazer um corte, como se de um molúsculo se tratasse, a fazer uso do
tentáculo.
A sua capacidade física e
cultura tática conseguem segurar um meio-campo sozinho como poucos o fazem, por
isso, não foi de estranhar que tenham relacionado uma possível saída de
Fernando à inversão do triângulo do meio-campo portista esta época. A sua
sucessão não implica um substituto, mas sim dois, e para jogar em simultâneo.
Até do ponto de vista técnico,
tem crescido nas últimas temporadas, sobretudo com Vítor Pereira, e isso fê-lo
estar mais próximo do último terço do terreno.
Silenciosamente, tem sido uma
peça imprescindível nos azuis e brancos, mas foi talvez esse silêncio que o afastou
do escrete. Agora, tem nacionalidade portuguesa e, isso já chegou aos ouvidos
de Paulo Bento.
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