Hoje faz anos o marroquino que brilhou no Estoril e ganhou a Portugal. Quem se lembra de Aziz Bouderbala?
Aziz Bouderbala com Fernando Santos no Estoril em 1992-93
Jogador dotado de boa técnica e
visão de jogo, nasceu a 26 de dezembro de 1960 no seio de uma família de oito irmãos – era o segundo
mais novo – filhos de um pai taxista e de uma mãe dona de casa. Frequentou o
conservatório durante cinco anos, especializando-se em música clássica árabe,
mas foi dentro de campo que se revelou um maestro.
Despontou no Wydad Casablanca (ou
WAC), clube que representou a nível sénior entre 1978 e 1984, mas os bons
desempenhos ao serviço de clube e seleção
despertaram o interesse de clubes europeus, tendo rumado aos suíços do Sion
para quatro épocas positivas, com destaque para a conquista da Taça da Suíça em
1985-86. Enquanto atuava no futebol helvético
foi convocado para o Mundial 1986 e não foi propriamente ao México fazer
turismo, uma vez que participou nos quatro jogos de Marrocos
no torneio, incluindo a vitória sobre Portugal
(3-1) e o empate com Inglaterra
(0-0) na fase de grupos e a derrota às mãos da Alemanha
(0-1) nos oitavos de final. Nesse ano ficou em segundo lugar no prémio de
melhor futebolista africano, atrás do compatriota Ezzaki Badou (Maiorca)
e imediatamente à frente do camaronês Roger Milla (Montpellier).
No ano em que foi eleito melhor
jogador da Taça das Nações Africanas, 1988, mudou-se para França, país onde
representou o Racing Club Paris (1988 a 1990) e o Lyon
(1990 a 1992), tendo sido orientado por Artur
Jorge no emblema parisiense. Em 1992-93 vestiu a camisola do Estoril,
então comandado por Fernando Santos, ajudando os canarinhos
a assegurar a permanência numa época na qual apontou quatro golos em 25 partidas,
tendo jogado ao lado de futebolistas como Carlos Manuel ou Voynov.
Após essa temporada em Portugal
regressou à Suíça para defender as cores do St. Gallen e depois voltou ao
Wydad, despedindo-se dos relvados em 1997 após conquistar uma Taça do Trono de
Marrocos. Feitas as contas, somou 57
internacionalizações e 14 golos pela seleção
de Marrocos, tendo marcado presença nas edições de 1980, 1986, 1988 e 1992
da CAN, assim como no Mundial 1986. Após pendurar as botas tornou-se
treinador e posteriormente dirigente, tendo já trabalhado como adjunto da seleção
marroquina e diretor técnico do Wydad.
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