Depois de ter passado os
primeiros anos de vida no Montijo, onde começou a jogar futebol no Atlético do
Montijo e no Desportivo
do Montijo, mudou-se com a mãe e o irmão para Loulé, quando os pais se
separaram. Praticou basquetebol, ténis, natação e atletismo, mas acabou por se
decidir pelo futebol. Fez os derradeiros anos de formação no Louletano
e chegou a ser chamado à seleção nacional de sub-18. Quando subiu a sénior foi
ganhar rodagem para o Almancilense, então na III Divisão Nacional, e depois
regressou ao emblema
de Loulé, pelo qual jogou na II
Liga entre 1992 e 1994. Mas desengane-se quem pensa que se afirmou
rapidamente. “Tive uma concorrência muito
grande a nível de centrais. Tinha o Pagani, que deu muito ao Louletano,
era uma grande referência, e o João Carlos, que hoje em dia é treinador no
Brasil. Era uma dupla brasileira fortíssima. Também tinha o Marco que tinha
vindo do Farense
emprestado ao Louletano
nesse ano. Houve jogos onde joguei como defesa esquerdo, não tinha tanta
liberdade ofensiva, mas foi aí que tive mais oportunidades de jogar. Procurei
agarrar o lugar, embora não fosse a minha posição. Mas acabámos por descer”,
recordou à Tribuna
Expresso em janeiro de 2021. Na temporada seguinte, na II
Divisão B e com Manuel Balela no comando técnico, agarrou um lugar no onze do Louletano,
fosse no centro ou no lado esquerdo da defesa. Paralelamente, “o Farense
leva uma razia tremenda nesse ano, com rescisões, de salários em atraso e o
mister Paco Fortes vira-se para alguns jovens próximos”. E Idalécio era um
deles. “Tive a ajuda e a intervenção do falecido empresário Manuel
Barbosa e do meu pai. Quando eu começo a ir à seleção, o meu pai deve ter
pensado que se calhar até tinha jeito para a coisa. E tenta chegar ao contacto
com o senhor Manuel
Barbosa, um agente de renome na altura. Assinei contrato com ele e ele
tirou-me do Louletano,
pagou 15 mil contos ao clube, ficou dono do meu passe e colocou-me no Farense
por empréstimo de uma época”, contou.
Em Faro teve uma “época muito
difícil, sempre com salários em atraso, com muitas dificuldades”, mas com Paco
Fortes a segurar o barco: “Ele era uma pessoa bastante exigente, rigorosa nos
aspetos especialmente defensivos, mas sempre com uma equipa muito aguerrida,
ele transmitia aquela raça catalã.” No
início dessa temporada de 1995-96 competiu na Taça UEFA, tendo atuado nos dois
jogos frente aos franceses do Lyon. Com sete meses de salário em
atraso, mas a jogar com regularidade, recebeu uma proposta do Sp.
Braga no verão de 1996 e rumou ao emblema
arsenalista, que viria a representar durante seis anos. Logo na estreia
marcou num empate diante do seu clube do coração, o Benfica,
no Estádio
da Luz.
Depois do quarto lugar com Manuel
Cajuda em 1996-97, foi um dos esteios da equipa comandada por Alberto Pazos
que atingiu a final da Taça
de Portugal na época seguinte, mas ficou fora dos 18 inscritos na ficha de
jogo no Jamor. Seguiram-se Vítor Oliveira e Carlos Manuel no comando técnico,
mas foi com o regressado Cajuda
que os bracarenses
reentraram nos eixos, com novo quarto lugar em 2000-01 – à frente do Benfica.
Deixou os minhotos
em 2002, mas continuou na I
Liga ao serviço do recém-promovido Nacional,
então orientado por José
Peseiro. Mas na Madeira, tal como em Braga e em Faro, voltou a vivenciar o
drama dos salários em atraso.
Após uma época nos alvinegros
ofereceu-se para regressar ao Sp.
Braga, já com António Salvador na presidência, mas não foi correspondido.
Depois enviou uma mensagem a Carlos Brito, então treinador do Rio
Ave, e acabou por reforçar os vila-condenses,
na altura também recém-promovidos à I
Liga. Depois de duas boas temporadas com Carlos
Brito – em 2004-05 foi totalista no campeonato, tendo cumprido os 3060 minutos –,
nas quais o Rio
Ave ficou às portas do apuramento para a Taça
UEFA, a saída do treinador para o Boavista
e a chegada de António Sousa não fizeram bem à equipa, assim como as mexidas no
plantel, e os vila-condenses
foram despromovidos à II
Liga em 2006. O último jogo de Idalécio no primeiro
escalão foi a 23 de abril desse ano, numa derrota em Barcelos diante do Gil
Vicente. Tinha 32 anos.
Seguiram-se passagens por Trofense
e Gondomar na II
Liga antes de regressar ao Algarve
para vestir novamente as camisolas de Louletano
e Farense,
desta feita na III Divisão Nacional, e subiu à II Divisão B pelos dois clubes,
mas nenhum o convidou para continuar na equipa. O último clube que representou
foi o Quarteirense,
em 2010-11, nos distritais
algarvios, despedindo-se da carreira de futebolista com uma promoção à III
Divisão Nacional. Após pendurar as botas foi viver
para Londres, onde tem trabalhado no ramo da restauração e hotelaria.
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