O “meio Eusébio, meio Pelé” do Sporting. Quem se lembra de Careca?
Careca esteve no Sporting entre 1990 e 1992
Médio ofensivo/avançado
brasileiro, despontou no Cruzeiro
e afirmou-se no clube
de Belo Horizonte ainda em tenra idade, ajudando a raposa
a ganhar dois campeonatos mineiros (1987 e 1990). Em 1987 venceu também os
Jogos Pan-Americanos, e no ano seguinte vestiu a camisola 10 da seleção
olímpica canarinha que conquistou a medalha de prata nos Jogos de Seul e somou
as primeiras de seis internacionalizações pelo escrete.
No verão de 1990 foi contratado
pelo Sporting.
E o presidente Sousa
Cintra, que tinha ido ao Brasil com o objetivo de recrutar um número 10
digno de seleção
brasileira, não fez a coisa por menos quando apresentou o reforço: “Temos
aqui Careca, que é meio Eusébio,
meio Pelé.” O jogador, que até se considerava
“um dos nomes grandes do futebol brasileiro”, reconheceu que essa frase, que
“ganhou uma enorme proporção”, se tornou um peso em cima dos próprios ombros. “Na
altura não fiquei surpreendido com o que ele disse: entendi que ele estava a
referir-se à minha fisionomia. Ainda hoje acho que ele estava a dizer que tinha
parecenças físicas com eles. Mas a imprensa entendeu que ele estava a falar das
qualidades futebolísticas e essa ideia perseguiu-me”, confessou ao Maisfutebol
em fevereiro de 2013. Jogador possante e com alguma
habilidade, era o chamado “falso lento”, mas na época de estreia conseguiu um
registo não muito insatisfatório, com nove golos em 38 jogos, tendo faturado
logo na estreia, numa vitória caseira sobre o Vitória
de Guimarães. Para a história ficou um incentivo de Sousa
Cintra, em pleno balneário, antes de um jogo da Taça
UEFA frente ao Bolonha:
“Tens de mostrar a estes gajos que não és merda nenhuma. És o melhor e Itália
toda vai estar a olhar para ti.” “As coisas não estavam a
correr-me bem e ele queria que eu mostrasse a toda a gente que o Careca tinha
futebol dentro dele. Mas de Sousa
Cintra eu só posso falar bem. Era muito bacano e era adorado por todos os
jogadores do grupo. Era muito positivo, muito audacioso. Marcou-me muito”,
contou Careca.
A segunda temporada, sim, foi uma
completa desilusão: três jogos, zero golos. Seguiu-se um ano de empréstimo ao
Famalicão.
Atuou em dez partidas pelos famalicenses,
mas não marcou qualquer golo. Em 1993 acabou por voltar ao Cruzeiro,
clube pelo qual voltou a sagrar-se campeão mineiro em 1994. Passou ainda por
clubes como Ponte
Preta, Atlético
Mineiro, Coritiba
e pelos peruanos do Alianza
Lima antes de pendurar as botas no América Mineiro, em 2000, quando tinha
apenas 32 anos.
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