sexta-feira, 27 de setembro de 2024

O “meio Eusébio, meio Pelé” do Sporting. Quem se lembra de Careca?

Careca esteve no Sporting entre 1990 e 1992
Médio ofensivo/avançado brasileiro, despontou no Cruzeiro e afirmou-se no clube de Belo Horizonte ainda em tenra idade, ajudando a raposa a ganhar dois campeonatos mineiros (1987 e 1990). Em 1987 venceu também os Jogos Pan-Americanos, e no ano seguinte vestiu a camisola 10 da seleção olímpica canarinha que conquistou a medalha de prata nos Jogos de Seul e somou as primeiras de seis internacionalizações pelo escrete.
 
No verão de 1990 foi contratado pelo Sporting. E o presidente Sousa Cintra, que tinha ido ao Brasil com o objetivo de recrutar um número 10 digno de seleção brasileira, não fez a coisa por menos quando apresentou o reforço: “Temos aqui Careca, que é meio Eusébio, meio Pelé.”
 
O jogador, que até se considerava “um dos nomes grandes do futebol brasileiro”, reconheceu que essa frase, que “ganhou uma enorme proporção”, se tornou um peso em cima dos próprios ombros. “Na altura não fiquei surpreendido com o que ele disse: entendi que ele estava a referir-se à minha fisionomia. Ainda hoje acho que ele estava a dizer que tinha parecenças físicas com eles. Mas a imprensa entendeu que ele estava a falar das qualidades futebolísticas e essa ideia perseguiu-me”, confessou ao Maisfutebol em fevereiro de 2013.
 
Jogador possante e com alguma habilidade, era o chamado “falso lento”, mas na época de estreia conseguiu um registo não muito insatisfatório, com nove golos em 38 jogos, tendo faturado logo na estreia, numa vitória caseira sobre o Vitória de Guimarães. Para a história ficou um incentivo de Sousa Cintra, em pleno balneário, antes de um jogo da Taça UEFA frente ao Bolonha: “Tens de mostrar a estes gajos que não és merda nenhuma. És o melhor e Itália toda vai estar a olhar para ti.”
 
“As coisas não estavam a correr-me bem e ele queria que eu mostrasse a toda a gente que o Careca tinha futebol dentro dele. Mas de Sousa Cintra eu só posso falar bem. Era muito bacano e era adorado por todos os jogadores do grupo. Era muito positivo, muito audacioso. Marcou-me muito”, contou Careca.
 
 
A segunda temporada, sim, foi uma completa desilusão: três jogos, zero golos.
 
Seguiu-se um ano de empréstimo ao Famalicão. Atuou em dez partidas pelos famalicenses, mas não marcou qualquer golo.
 
Em 1993 acabou por voltar ao Cruzeiro, clube pelo qual voltou a sagrar-se campeão mineiro em 1994. Passou ainda por clubes como Ponte Preta, Atlético Mineiro, Coritiba e pelos peruanos do Alianza Lima antes de pendurar as botas no América Mineiro, em 2000, quando tinha apenas 32 anos.
 




 
  

 




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