domingo, 24 de setembro de 2023

Os 10 internacionais guineenses com mais jogos na I Liga portuguesa

Dez internacionais guineenses que deixaram a sua marca em Portugal
Desde que o campeonato português num sistema de pontos foi instituído em 1934-35 que dezenas e dezenas de jogadores nascidos na Guiné-Bissau ou com raízes guineenses têm disputado a competição.
 
Uns ainda no tempo do colonialismo, outros após a independência do país africano. Uns nasceram em Guiné-Bissau, mas nunca quiseram jogar pelos djurtus, outros até nasceram noutros países, mas optaram por representar o país de pais e/ou avós. Por isso, contabilizamos neste ranking apenas os internacionais guineenses que jogaram na I Liga portuguesa.
 
Neste top 10, em que todos superaram as sete dezenas de encontros no primeiro escalão do futebol luso, encontra-se um futebolista que se sagrou campeão.
 
No dia em que Guiné-Bissau festeja a independência, vale a pena conhecer esta lista.
 

10. Nanú (75 jogos)

Nanú
Lateral direito nascido em Coimbra, mas com ascendência guineense, chegou a jogar ao lado de Bernardo Silva, Ricardo Horta e Rony Lopes nos infantis do Benfica, mas foi no Beira-Mar que concluiu a formação e iniciou o percurso como sénior, tendo passado por um empréstimo ao Gafanha antes de ingressar no Marítimo no verão de 2015.
Depois de três anos na equipa B dos madeirenses, estreou-se finalmente pela equipa principal num jogo frente ao Moreirense a 15 de abril de 2018, somando aí o primeiro de 52 encontros (50 a titular) ao serviço dos verde-rubros na I Liga, num percurso no qual constam três golos, o último dos quais numa vitória sobre o FC Porto no Dragão em outubro de 2020.
Apos esse encontro foi contratado precisamente pelos azuis e brancos, mas nunca se impôs como titular. Na primeira época na Invicta ainda atuou em 12 jogos (oito a titular), mas na segunda não chegou a jogar e por isso não foi considerado campeão nacional.
Em 2022 esteve emprestado aos norte-americanos do FC Dallas, mas no início de 2023 voltou a Portugal para representar o Santa Clara, tendo atuado em onze partidas (cinco a titular), não conseguindo impedir a despromoção à II Liga.
Paralelamente, contabiliza já 21 internacionalizações (e um golo) pela seleção da Guiné-Bissau, a primeira das quais num amigável frente a Angola em junho de 2019.
 
 
 

9. Lino (99 jogos)

Lino
Lateral direito/extremo de baixa estatura (1,69 m) nascido em Bissau e que concluiu a formação no FC Porto, ajudou o Varzim a ascender desde a II Divisão B à I Liga antes de se estrear no primeiro escalão ao serviço dos poveiros em 1997-98.
Nessa época atuou em 23 jogos (15 a titular) e apontou três golos no patamar maior do futebol português, insuficiente para impedir a despromoção à II Liga.
Seguiram-se cinco temporadas no Marítimo, clube pelo qual amealhou 66 partidas (55 a titular) e dois remates certeiros entre 1998 e 2003, tendo contribuído para a caminhada até à final da Taça de Portugal e para o consequente apuramento para a Taça UEFA em 2001.
No verão de 2003 transferiu-se para o Portimonense.
 
 
 

8. Cícero (106 jogos)

Cícero
Possante ponta de lança (1,89 m) nascido em Seia, mas com raízes guineenses, ingressou nos juniores do Sp. Braga em 2002-03 e chegou mesmo a atuar em oito jogos (quatro a titular) e marcar um golo ao serviço da equipa principal dos bracarenses na primeira metade da época 2004-05, antes de se transferir para os russos do Dínamo Moscovo.
Enquanto esteve na Rússia representou as seleções de sub-20 e de sub-21 de Portugal.
Em 2008-09 regressou a Portugal para vestir a camisola do Vitória de Guimarães, mas não foi além de quatro jogos como suplente utilizado no primeiro escalão.
Depois de um empréstimo à Oliveirense, então na II Liga, disputou 13 jogos (um como titular) na I Liga em 2010-11 ao serviço do Rio Ave. Embora não tivesse marcado qualquer golo nessa época, estreou-se pela seleção principal da Guiné-Bissau em outubro de 2010.
Depois de em 2011-12 ter ajudado o Moreirense a subir à I Liga, transferiu-se para o Paços de Ferreira, o clube no qual teve mais sucesso em toda a carreira. Entre 2013 e 2017 totalizou 81 partidas (44 a titular) e 13 remates certeiros no patamar maior do futebol português, tendo ajudado os pacenses a alcançar um brilhante 3.º lugar em 2012-13 que valeu o apuramento para o playoff de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões – pelo meio representou os cazaques do Astana (segunda metade de 2013) e os turcos do Sanliurfaspor (segunda metade de 2015).
No verão de 2017 mudou-se para o Arouca, então na II Liga, e não voltou a atuar na I Liga.
Paralelamente, somou 14 internacionalizações e seis golos pela seleção principal da Guiné-Bissau.
 
 
 

7. Abel Camará (111 jogos)

Abel Camará
Avançado capaz de desempenhar várias funções no ataque, nasceu em Bissau, mas radicou-se em Portugal em tenra idade, tendo concluído a formação no Belenenses, tendo sido emprestado ao Estrela da Amadora antes de regressar aos azuis do Restelo, então na II Liga.
Contudo, entre janeiro de 2012 e maio de 2013 esteve cedido ao Beira-Mar, clube pelo qual amealhou 30 encontros (16 a titular) e cinco golos na I Liga durante esse período, mostrando-se impotente para impedir a despromoção dos aveirenses ao segundo escalão em 2012-13.
Após a descida de divisão esteve um ano emprestado aos romenos do Petrolul Ploiesti antes de finalmente jogar pelo Belenenses na I Liga entre 2014 e 2017 – com um período de empréstimo aos sadinas do Al-Faisaly pelo meio –, tendo somado 57 partidas (44 a titular) e cinco remates certeiros pelos azuis durante esses três anos, contribuindo para o apuramento para a Liga Europa em 2014-15.
Depois de passagens por países como Chipre, Itália, Cazaquistão, Turquia e Irão e de experiências na II Liga ao serviço de Feirense e Mafra, em 2021-22 atuou em 24 jogos (16 a titular) pela B SAD na I Liga e apontou cinco golos.
Apesar de ter representado a seleção portuguesa de sub-21 entre 2011 e 2012, somou cinco internacionalizações pela seleção principal da Guiné-Bissau, tendo marcado presença no CAN 2017.
 
 
 
 

6. Sami (116 jogos)

Sami
Extremo nascido em Bissau, mas radicado em Portugal desde entra idade, concluiu a formação no Benfica e passou pelos seniores de Eléctrico e Desp. Aves antes de ingressar no Marítimo no verão de 2009.
Em cinco anos nos Barreiros totalizou 82 encontros (74 a titular) e 12 remates certeiros na I Liga, mas pelo meio esteve emprestado ao Fátima em 2009-10 e atuou apenas pela equipa B dos madeirenses em 2010-11. E foi precisamente quando se começou a destacar na equipa principal dos insulares, no final de 2011, que se estreou pela seleção principal da Guiné-Bissau.
No verão de 2014 deu o salto para o FC Porto, mas nunca chegou a jogar pelos dragões, tendo dividido a temporada 2014-15 entre Sp. Braga (oito jogos e um golo na I Liga) e Vitória de Guimarães (14 partidas no primeiro escalão), em ambos os clubes na condição de jogador cedido pelos azuis e brancos.
Depois de um ano e meio na Turquia, foi cedido Arouca na segunda metade de 2016-17, tendo participado em seis encontros (quatro como titular) e marcado um golo no patamar maior do futebol português numa campanha marcada pela surpreendente despromoção à II Liga.
Na temporada seguinte regressou ao Desp. Aves, mas não foi além de seis partidas (duas como titular) na I Liga.
Paralelamente, somou onze internacionalizações pela Guiné-Bissau, tendo marcado presença no CAN 2017.
 
 
 
 

5. Braíma (130 jogos)

Braíma
Médio de características defensivas nascido ainda na Guiné-Bissau, mas radicado em Portugal desde muito jovem, concluiu a formação no Boavista e representou os seniores de Gondomar, Torres Novas, Gondomar e União de Lamas antes de ingressar na equipa principal dos axadrezados em 1998-99, já com o estatuto de internacional guineense, porém, não disputou qualquer jogo oficial.
Depois de um frustrante regresso ao Bessa, assinou pelo Desp. Aves. Se em 1999-00 ajudou os avenses a alcançar a promoção à I Liga, na época que se seguiu atuou em 26 jogos (todos como titular) e marcou três golos no primeiro escalão, não conseguindo evitar a descida à II Liga.
Depois de um ano no Leça no segundo escalão, representou o Gil Vicente na I Liga entre 2002 e 2006, período no qual totalizou 104 partidas (83 a titular) e dois remates certeiros no patamar maior do futebol português.
Paralelamente, somou 26 internacionalizações e quatro golos pela seleção principal da Guiné-Bissau.
 
 
 
 

4. Pelé (157 jogos)

Pelé
Médio defensivo nascido no Cacém, no concelho de Sintra, mas com ascendência guineense, concluiu a formação no Belenenses, que o catapultou para as jovens seleções… portuguesas, tendo inclusivamente ajudado a equipa das quinas de sub-20 a chegar à final do Campeonato do Mundo da categoria em 2011.
Paralelamente, somou 16 jogos (nove a titular) pelos azuis do Restelo na I Liga entre janeiro de 2009 e maio de 2010, não conseguindo impedir a despromoção à II Liga em 2009-10.
Após uma época ao serviço do Belenenses no segundo escalão, transferiu-se para o AC Milan após o Mundial de sub-20, que o emprestou ao Arsenal Kiev em 2012-13 e ao Olhanense na época seguinte, tendo participado em 13 partidas (nove a titular) no patamar maior do futebol português ao serviço dos algarvios, voltando a descer de divisão.
Já em 2014-15 esteve cedido ao Belenenses, tendo vivido uma das melhores temporadas da carreira: 30 encontros (24 a titular) e seis remates certeiros na I Liga e apuramento para a Liga Europa.
No verão de 2015 foi contratado pelo Benfica, que o cedeu imediatamente ao Paços de Ferreira, tendo atuado em 29 partidas (26 a titular) e apontado quatro golos no primeiro escalão.
Numa altura em que parecia estar a afirmar-se cada vez mais no patamar maior do futebol português, lesionou-se com gravidade e perdeu a primeira metade da época 2016-17. Em janeiro de 2017 ainda foi emprestado ao Feirense, mas não foi além de apenas um jogo (e dez minutos) na I Liga, numa campanha em que os fogaceiros alcançaram a sua melhor classificação de sempre no primeiro escalão (8.º lugar).
Talvez pensando que depois dessa época maldita jamais conseguiria atingir a seleção principal de Portugal, aceitou o convite da Guiné-Bissau e estreou-se pela seleção guineense em junho de 2017, somando aí a primeira de 23 internacionalizações.
Contudo, em 2017-18 mostrou a sua melhor versão ao serviço do Rio Ave, tendo participado em 31 encontros (todos como titular) e apontado sete golos, ajudando os vila-condenses a apurarem-se para a Liga Europa.
Valorizado pela grande temporada nos Arcos, deu o salto para o Mónaco, mas não se afirmou no Principado, tendo sido cedido ao Nottingham Forest na primeira metade de 2019 e ao Reading em toda a época 2019-20.
Em 2020-21 regressou ao campeonato português pela porta do Rio Ave, por empréstimo do Mónaco, tendo atuado em 25 jogos (21 a titular) e marcado dois golos na I Liga numa campanha marcada pela despromoção à II Liga.
Depois de um ano sem jogar nos monegascos, foi cedido ao Famalicão em 2022-23, época na qual participou em 12 encontros (sete a titular) no primeiro escalão.
Paralelamente, marcou presença nas edições de 2019 e 2021 da Taça das Nações Africanas.
 
 
 

3. Ivanildo (160 jogos)

Ivanildo
Extremo nascido em Bissau, mas radicado em Portugal desde tenra idade, fez toda a formação no FC Porto e inclusivamente somou 19 internacionalizações pelas seleções jovens portuguesas.
Em fevereiro de 2005 foi lançado por José Couceiro na equipa principal dos dragões, pela qual somou 20 encontros (oito a titular) ao longo de época e meia na I Liga, tendo conquistado o título nacional e a Taça de Portugal em 2005-06.
Seguiram-se três empréstimos: primeiro à União de Leiria em 2006-07, época em que atuou em 20 partidas (nove a titular) e marcou um golo no primeiro escalão; na temporada seguinte à Académica, tendo participado em 22 jogos (nove a titular) no patamar maior do futebol português; e finalmente ao Gil Vicente, mas na II Liga.
Já sem ligação ao FC Porto, ajudou o Portimonense a subir à I Liga em 2009-10, tendo participado em 19 encontros (14 a titular) e apontado três golos ao serviço dos algarvios no primeiro escalão na época seguinte, insuficientes para impedir a despromoção. Por essa altura, somou as primeiras internacionalizações pela seleção principal da Guiné-Bissau.
Nos dois anos que se seguiram permaneceu no Algarve, mas com a camisola do Olhanense, clube pelo qual amealhou 21 partidas (13 a titular) e dois golos na I Liga entre 2011 e 2013.
Seguiram-se três épocas na Académica, nos quais totalizou 58 jogos (48 a titular) e quatro golos no patamar maior do futebol português, despedindo-se dos estudantes com a despromoção à II Liga em 2015-16.
Paralelamente, somou 14 jogos e um golo pela seleção guineense.
 
 
 

2. Forbs (260 jogos)

Forbs
Avançado natural de Mansoa, entrou no futebol português em 1982-83 pela porta do Bombarralense, tendo depois passado pelo Peniche, de onde saltou diretamente para o Sporting no verão de 1984.
Em duas épocas em Alvalade somou 13 jogos (seis a titular) na I Divisão, não tendo apontado qualquer golo.
Seguiram-se dois anos no Portimonense, clube pelo qual mostrou a sua melhor versão: 62 encontros (59 a titular) e 18 remates certeiros no primeiro escalão entre 1986 e 1988.
Valorizado, voltou ao Sporting. Até fez melhor do que na passagem anterior, com quatro golos em 29 jogos (20 a titular) em 1988-89 no patamar maior do futebol português, mas voltou a não se afirmar.
Na época seguinte representou o Boavista, conseguindo uma temporada bastante razoável: 28 jogos (20 a titular) e oito golos na I Divisão.
Depois de estar constantemente a saltar de clube em clube, ganhou estabilidade no Sp. Braga entre 1990 e 1995, período no qual amealhou 128 partidas (90 a titular) e 22 remates certeiros na I Liga.
No verão de 1995 transferiu-se para o Penafiel, então na II Liga, e não voltou a jogar no primeiro escalão.
Paralelamente, somou três internacionalizações e um golo pela seleção principal da Guiné-Bissau.
 
 
 

1. Bobó (318 jogos)

Bobó
Médio nascido em Canchungo, mas radicado em Portugal desde bastante jovem, concluiu a formação e iniciou o percurso como sénior no FC Porto em 1981-82, tendo sido lançado pelo treinador austríaco Hermann Stessl num dérbi frente ao Boavista em janeiro de 1982, naquele que foi o último jogo do campeonato que disputou nessa época.
Seguiu-se um empréstimo ao Recreio de Águeda antes de voltar às Antas para atuar em quatro jogos (dois a titular) e marcar dois golos na I Divisão em 1983-84, numa temporada na qual conquistou Supertaça Cândido de Oliveira e Taça de Portugal.
Depois de uma passagem pelo Vilanovense, regressou ao primeiro escalão pela porta do Varzim em 1984-85, tendo participado em 26 encontros (23 a titular) numa época marcada pela despromoção à II Divisão.
No entanto, Bobó permaneceu no patamar maior do futebol português ao serviço do Vitória de Guimarães, clube pelo qual em 1985-86 disputou 28 partidas (24 a titular) e apontou quatro golos, ajudando os vimaranenses a alcançar um honroso quarto lugar no campeonato e o consequente apuramento para a Taça UEFA.
Seguiram-se dois anos no Marítimo, tendo nesse período amealhado 44 jogos (28 a titular) e dois golos pelos insulares no primeiro escalão.
Depois na aventura na Madeira, representou o Estrela da Amadora entre 1988 e 1990, tendo somado 59 encontros (56 a titular) e dois golos na I Divisão e conquistado a Taça de Portugal em 1989-90.
Valorizado, no verão de 1990 deu o salto para o Boavista, o clube em que mais se notabilizou. Entre 1990 e 1996 totalizou 156 jogos (139 a titular) e dois remates certeiros na I Divisão, tendo conquistado a Taça de Portugal e a Supertaça Cândido de Oliveira em 1992.
A seleção da Guiné-Bissau, porém, surgiu tarde na carreira deste centrocampista, que se estreou pelos djurtus em junho de 1996, na fase de qualificação para o Mundial 1998, tendo somado apenas duas internacionalizações.
 




 




1 comentário:

  1. Creio que faltam outros como: ronaldo , alberto, armando mulato e outros

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