sábado, 23 de setembro de 2023

Vitória FC nunca perdeu diante da Sanjoanense. Recorde todos os jogos entre os dois clubes

Imagem de um Sanjoanense-Vitória na década de 1960
Dois clubes que nos últimos anos têm-se defrontado apenas no andebol, Sanjoanense e Vitória de Setúbal vão reeditar este domingo, em partida da segunda eliminatória da Taça de Portugal, um duelo que já teve a I Divisão como palco, mas que já não se realiza desde 1969.
 
Com histórias e palmarés bastante distintos, alvinegros e sadinos cruzaram-se num mesmo campeonato em quatro épocas (1946-47, 1966-67, 1967-68 e 1968-69), sempre no primeiro escalão, e ainda se defrontaram uma vez na Taça de Portugal (1954-55). O balanço é completamente favorável aos vitorianos: seis vitórias e três empates.
 
Vale por isso a pena recordar todos os jogos oficiais entre SanjoanenseVitória de Setúbal.
 
 
8 de dezembro de 1946 – I Divisão (3.ª jornada)
Na época de estreia da Sanjoanense na I Divisão, houve receção ao Vitória de Setúbal na 3.ª jornada, depois de um empate caseira diante da Académica (1-1) e uma goleada sofrida às mãos do SL Elvas (0-8). Já os sadinos, depois de um empate em Guimarães (1-1) e de uma vitória caseira sobre o Olhanense (3-1), prolongaram a invencibilidade em São João da Madeira, vencendo por 4-1.
António Nunes deu vantagem aos setubalenses aos 22 minutos, mas Baptista restabeleceu a igualdade aos 32’ e levou o resultado empatado para intervalo. No entanto, no segundo tempo um golo de Borges (46’) e um bis de Cardoso Pereira (55’ e 71’) deram o triunfo (folgado) aos vitorianos.



13 de abril de 1947 – I Divisão (16.ª jornada)
À partida para o jogo da segunda volta, o Vitória de Setúbal era quinto classificado, com quinze pontos, em igualdade pontual com Vitória de Guimarães, Olhanense e Estoril, que ocupavam as posições imediatamente abaixo. Já a Sanjoanense segurava a lanterna vermelha, com apenas três pontos.
Sem surpresa, os sadinos aplicaram a lei do mais forte no Campo dos Arcos e venceram por 3-0, com três golos apontados na segunda parte. António Nunes voltou a abrir a contagem, aos 64 minutos. Mário Viegas (84’) e Pina (88’) apontaram os restantes golos já na reta final do encontro.


 
8 de maio de 1955 – Taça de Portugal (16 avos de final)
Oito anos após o duelo anterior, a Sanjoanense voltou a visitar o Campo dos Arcos, desta feita numa partida da Taça de Portugal.
Os visitantes até se colocaram em vantagem aos cinco minutos, por intermédio de Vítor Baptista (não confundir com o famoso futebolista setubalense), mas os sadinos chegaram ao intervalo a vencer por 3-1, graças a golos de Rosário (11’), Casaca (23’) e Rosário (45’).
No segunda tempo Bastos apontou o quarto golo dos setubalenses e Baptista o segundo do conjunto do distrito de Aveiro.


 
11 de dezembro de 1966 – I Divisão (10.ª jornada)
Depois de duas derrotas no Campo dos Arcos, a Sanjoanense conheceu o Estádio do Bonfim e não se deu mal. Segurou um empate a zero, insuficiente para sair da zona de despromoção, mas que deixou o Vitória com oito pontos ao cabo de dez jornadas, cada vez mais longe dos lugares cimeiros.
“O desejo de golos de ambas as equipas não teve possibilidade de concretização”, resumiu o Diário de Notícias.


 
16 de abril de 1967 – I Divisão (23.ª jornada)
Depois do nulo na primeira volta as equipas progrediram na tabela classificativa. A Sanjoanense, que à 10.º jornada tinha apenas três pontos, somava 15 à 22.ª e estava fora da zona de despromoção. Já o Vitória amealhou mais 12 pontos nas 12 jornadas que se seguiram e ocupava a 7.ª posição.
Esse progresso mútuo refletiu-se também no resultado: novo empate, mas desta feita com golos. José Maria adiantou os sadinos aos 25 minutos, mas Jambane restabeleceu a igualdade aos 86’.
“Rapa, tira, deixa, põe. Ambas as equipas tiveram o êxito ao seu alcance e, curiosamente ambas o perderam por culpa própria, desperdiçando oportunidades magníficas e fazendo os golos no período menos certo”, podia ler-se no Jornal de Notícias.  

 
 
24 de dezembro de 1967 – I Divisão (10.ª jornada)
Mais um Vitória-Sanjoanense disputado à 10.ª jornada, desta feita em plena véspera de Natal. Os sadinos, que na altura eram os detentores da Taça de Portugal, partiram para o encontro em terceiro lugar, a dois pontos de Benfica e FC Porto. Já o conjunto de São João da Madeira seguia tranquilamente na sétima posição, em igualdade pontual com o Belenenses, que era sexto.
Ao contrário do que havia acontecido na época anterior, os setubalenses então orientados por Fernando Vaz confirmaram o favoritismo e venceram por 1-0, graças a um golo de José Maria no final da primeira parte (43 minutos).
“Melhores no ataque, os sadinos só puderam marcar um golo e suportaram a ação repressiva do adversário”, sintetizou o Diário de Notícias.

 
 
21 de abril de 1968 – I Divisão (23.ª jornada)
À partida para a 23.ª de 26 jornadas, a Sanjoanense estava tranquila no 9.º lugar, com mais cinco pontos do que a primeira equipa em zona de despromoção, ao passo que o Vitória de Setúbal seguia na quinta posição com os mesmos pontos que o FC Porto, que era quarto classificado.
Tal como um ano antes, houve empate em São João da Madeira, desta feita a zero.
“Alternando-se nos lances de perigo, as duas equipas não lograram transformar jogadas de vantagem em golos”, podia ler-se no Diário de Notícias.


 
3 de novembro de 1968 – I Divisão (7.ª jornada)
Ao cabo de seis jornadas, Vitória de Setúbal e Sanjoanense encontravam-se separados por cinco pontos: os sadinos no 9.º lugar, com cinco pontos, e os alvinegros em 12.º, com três.
No entanto, os vitorianos aproveitaram a receção ao conjunto de São João da Madeira no Bonfim para descolar de forma mais veemente. Depois de um bis de Ernesto Figueiredo (10 e 47 minutos), Wágner sentenciou o resultado final a um quarto de hora do fim.
“Os setubalenses não precisaram de forçar muito o seu jogo atacante”, resumiu o Diário de Notícias.


 
23 de fevereiro de 1969 – I Divisão (20.ª jornada)
Tal como no primeiro jogo entre as duas equipas, em dezembro de 1946, também no último o Vitória foi a São João da Madeira golear por quatro bolas a uma.
Orlando Santos até levou a Sanjoanense em vantagem para o intervalo, graças a um golo obtido na conversão de uma grande penalidade aos 20 minutos, mas o segundo tempo foi um vendaval sadino: Arcanjo empatou aos 55’, Ernesto de Figueiredo deu a volta aos 60’ e Jacinto João (77’) e novamente Arcanjo (89’) engordaram o triunfo setubalense já no quarto de hora final.
“O triunfo sadino só apareceu na segunda parte, mas sempre contestado com energia pelos locais”, resumiu o Diário de Notícias.
O desfecho aproximou os vitorianos, que estavam em quarto lugar, do pódio, ao passo que a Sanjoanense ficou mais afundada em zona de despromoção.



 










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