domingo, 11 de abril de 2021

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Barreirense na II Divisão B

Dez jogadores que marcaram uma era no Barreirense
No início do século XX, um grupo de aprendizes das oficinas dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste fundaram uma agremiação a que deram o nome de Sport Recreativo Operário Barreirense, que foi crescendo e beneficiando da extinção de outras coletividades para aumentar o número de sócios. No entanto, dificuldades financeiras levaram o clube a proceder a uma profunda reorganização interna e, em assembleia geral realizada a 11 de abril de 1911, foi decidido que tendo como base esse clube nascesse o Foot-Ball Club Barreirense.
 
Hoje nos campeonatos distritais, o Barreirense já foi um dos clubes mais importantes do futebol nacional. Na década de 1930, foi duas vezes finalista do Campeonato de Portugal, perdendo em 1930 para o Benfica no prolongamento e em 1934 para o Sporting.
 
Na I Divisão também foi presença assídua nos anos 1950, 1960 e 1970, tendo como melhor classificação o quarto lugar obtido em 1969-70, que valeu a qualificação para a Taça das Cidades com Feiras, precursora da antiga Taça UEFA e atualmente Liga Europa, em que defrontou o Dínamo Zagreb: 2-0 no Barreiro, 1-6 na Croácia.
 
Remetidos para as divisões secundárias desde 1979, os alvirrubros assumiram-se como uma das principais equipas da II Divisão B – Zona Sul entre 1991 e 2005, numa fase em que conseguiam colocar vários produtos da formação na equipa principal, arrastar multidões a todos os campos em que jogavam e obter honrosas classificações. Em 2004-05, sagraram-se mesmo campeões e alcançaram a subida à II Liga.
 
Vale por isso a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelo Barreirense na II Divisão B.
 
 

10. Pedro Duarte (132 jogos)

Pedro Duarte
Lateral/médio esquerdo natural de Setúbal, chegou ao Barreirense ainda júnior, em 1995-96, tendo subido à equipa principal duas épocas depois pela mão de José Rachão, tendo disputado sete jogos (um a titular) na II Divisão B em 1997-98.
Na época seguinte representou o Montijo, mas regressou ao Dom Manuel de Mello no verão de 1999 para ir paulatinamente ganhando o seu espaço. Entre 1999 e 2005 atuou em 125 encontros (107 a titular) e apontou 19 golos pelos alvirrubros na II Divisão B, tendo explodido em 2004-05, temporada que ficou marcada pela subida à II Liga.
“Tive o prazer de viver neste clube um dos dias mais felizes da minha carreira, a tão desejada subida de divisão. Lembro-me como se fosse hoje: o estádio completamente repleto de barreirenses a torcer pela tão desejada vitória, e a mais que merecida subida de divisão. Tínhamos uma equipa composta por jogadores jovens, de grande qualidade e humildade, e um dos orçamentos mais baixos da II Divisão B. Todos trabalhávamos para alcançar um só objetivo, a vitória. Encarávamos todos os jogos como se fossem finais e éramos uma verdadeira família dentro e fora de campo”, afirmou ao Maisfutebol em dezembro de 2012.
Em 2005-06 estreou-se nas ligas profissionais pelo emblema do Barreiro, não evitando a despromoção.
“Foi um prazer fazer parte da família Barreirense. Digo isto porque éramos realmente uma família dentro e fora de campo. Um clube onde encontrei grandes profissionais, pessoas competentes, muita ambição, profissionalismo e onde vivi grandes alegrias. Os adeptos eram incansáveis no apoio à equipa e a nossa claque (Brigada Relote) acompanhava-nos para todo lado. O Estádio Dom Manuel de Mello estava sempre muito composto nos jogos em casa e tornava-se um campo difícil para as equipas adversárias”, recordou, saudosista.
Após a descida à II B transferiu-se para o Estoril, tendo ainda passado cinco anos no futebol cipriota antes de regressar ao Barreirense em 2013-14, na derradeira temporada da carreira.
Na época que se seguiu iniciou o seu promissor trajeto de treinador no comando técnico da equipa principal dos alvirrubros com a conquista do título distrital da AF Setúbal, tendo em 2015-16 garantido a permanência no Campeonato de Portugal. No entanto, não resistiu aos maus resultados em dezembro de 2016.
No verão de 2020 regressou ao clube para assumir novamente o comando técnico, mas foi sol de pouca dura, uma vez que ainda antes do início da temporada 2020-21 rumou ao Gil Vicente para ser adjunto de Rui Almeida.
 
 
 

9. Rui Dionísio (147 jogos)

Rui Dionísio
Avançado natural do Montijo e formado e revelado pelo Clube Desportivo do Montijo, mudou-se para o Barreirense no verão de 1993.
Na primeira época no Dom Manuel de Mello alternou entre o onze inicial e o banco de suplentes, mas nas temporadas seguintes explodiu, perfilando-se como um dos goleadores da II Divisão B – Zona Sul. Ao longo da sua primeira passagem pelos alvirrubros, entre 1993 e 1997, apontou 50 golos no campeonato em 121 jogos (106 a titular).
Após três anos no Oriental regressou ao Barreiro em 2000-01 para atuar em 26 encontros (20 a titular) e faturar por sete vezes.
Depois voltou ao emblema de Marvila.
 
 

8. Zé Pedro (148 jogos)

Zé Pedro
Médio ofensivo possante (1,86 m), visão de jogo apurada e refinada qualidade técnica, terá sido um dos melhores jogadores que passaram pelo Dom Manuel de Mello desde que o Barreirense deixou de competir na I Divisão.
Com passagem pela formação do Benfica, foi contratado ao Montijo no verão de 1997 quando ainda estava a dar os primeiros passos no futebol sénior, tendo sido lançado às feras pela dupla técnica composta por José Rachão e Carlos Lóia.
Maioritariamente titular desde a primeira época no Barreiro, foi paulatinamente ganhando cada vez mais estatuto na equipa, até explodir definitivamente em 2001-02, temporada em que apontou dez golos no campeonato. Três anos antes fez parte da equipa que ficou a apenas um ponto de subir à II Liga. No total, em cinco anos com a camisola alvirrubra atuou em 148 jogos (115 a titular) e apontou 23 golos na II Divisão B.
Valorizado pelas excelentes temporadas no Barreirense, nomeadamente a última, deu o salto para o Boavista no verão de 2002, numa altura em que os axadrezados eram vice-campeões nacionais.
Acabou por não vingar no Bessa, mas brilhou no Belenenses entre 2004 e 2010.
 
 
 

7. Paulo Renato (165 jogos)

Paulo Renato
Guarda-redes natural do Montijo e que jogou ao lado de Samuel na formação do Benfica, passou por clubes como Rio Ave, União de Santiago do Cacém, Peniche, Montijo e Campomaiorense antes de reforçar o Barreirense no verão de 1996, numa altura em que já tinha 30 anos.
Titular indiscutível ao longo das primeiras épocas no Dom Manuel de Mello, disputou 165 jogos pelos alvirrubros e sofreu 140 golos na II Divisão B entre 1996 e 2004, tendo feito parte da equipa que em 1998-99 ficou a apenas um ponto de subir à II Liga. Na segunda metade da época 1999-00 perdeu a titularidade para Ernesto, em 2000-01 viveu na sombra de Paulo Lopes e em 2002-03 foi definitivamente destronado por Paulo Silva.
Em 2004 pendurou as luvas.
 
 

6. Semedo (166 jogos)

Semedo
Médio defensivo de origem cabo-verdiana, surgiu no plantel principal do Barreirense em 1993-94.
Sempre bastante utilizado nas sete temporadas que passou no Dom Manuel de Mello, atuou em 166 partidas (128 a titular) e apontou três golos na II Divisão B, tendo feito parte, por exemplo, da equipa que em 1998-99 ficou a apenas um ponto de subir à II Liga.
No verão de 2000 transferiu-se para o Lusitano VRSA.
 
 

5. Farinha (167 jogos)

Farinha
Lateral direito formado na vizinha e rival Quimigal [atual Fabril], passou ainda por Luso e Palmelense antes de reforçar o Barreirense no verão de 1997.
Titular indiscutível no lado direito da defesa alvirrubra durante a meia dúzia de épocas que passou no clube, disputou um total de 167 encontros (161 a titular) e apontou três golos, tendo feito parte da equipa que em 1998-99 ficou a apenas um ponto de subir à II Liga.
Em 2003 deixou o Dom Manuel de Mello para reforçar o Olivais e Moscavide.

 
 

4. Tomás (168 jogos)

Tomás
Defesa central nascido na Guiné-Bissau e formado da cantera do Barreirense, ascendeu à equipa principal em 1993-94 pela mão de Luís Norton de Matos.
Em oito temporadas no Dom Manuel de Mello, nem sempre foi propriamente um titular. Afinal, teve a concorrência de centrais que haveriam de atingir um nível mais elevado, como Paulo Fonseca, Duka, Bruno Costa, Hugo Carreira e Kali. Ainda assim, disputou um total de 168 jogos (164 a titular) e apontou quatro golos na II Divisão B entre 1993 e 2001, tendo feito parte da equipa que em 1998-99 ficou a apenas um ponto de subir à II Liga.
No verão de 2001 transferiu-se para o Imortal na companhia de Miguel.
 
 

3. Monzelo (176 jogos)

Monzelo
Defesa central/médio defensivo natural de Alcochete e formado e revelado pelo Montijo, passou por Oriental e Imortal antes de reforçar o Barreirense no verão de 1998.
Maioritariamente titular no Dom Manuel de Mello durante as seis temporadas que representou o clube na II Divisão B, amealhou um total de 176 jogos (149 a titular) e apontou 16 golos, tendo feito parte das equipas que em 1998-99 e 2003-04 estiveram bastante perto da subida à II Liga.
No verão de 2004 fez uma pausa no futebol, mas voltou à atividade em 2005-06 para representar o Alcochetense, tendo ainda passado por Juventude Évora, Lusitano Évora, Atlético Reguengos e Olímpico Montijo antes de voltar ao Barreiro para encerrar a carreira em 2012-13, coroando a despedida com a subida ao recém-criado Campeonato de Portugal.
 
 
 

2. Álvaro (232 jogos)

Álvaro Mendes
Lateral esquerdo nascido em Angola, mas radicado na margem sul do Tejo desde tenra idade, começou a jogar futebol nos infantis do Vila Chã, mas concluiu a formação no Barreirense, tendo ascendido à equipa principal em 1990-91, quando os alvirrubros militavam na II Liga.
Seguiram-se mais dez anos a jogar pelo emblema no Barreiro na II Divisão B, tendo amealhado um total de 232 encontros (223 a titular) e um golo no campeonato entre 1991 e 2001, tendo conquistado o estatuto de capitão e feito parte da equipa que em 1998-99 ficou a apenas um ponto de subir à II Liga.
Entretanto encerrou a carreira, mas entre 2002 e 2004 voltou a jogar futebol com a camisola do Luso nos distritais da AF Setúbal.
 
 
 

1. Bruno Costa (291 jogos)

Bruno Costa
Defesa central natural de Alhos Vedros, no concelho da Moita, e que começou a jogar futebol nos infantis no Moitense, concluiu a formação e iniciou o seu trajeto no futebol sénior com a camisola do Barreirense em 1993-94.
Entre 1993 e 2002 amealhou 266 encontros (263 a titular) e nove golos com a camisola alvirrubra na II Divisão B, conseguindo afirmar-se como titular apesar no eixo defensivo apesar da concorrência de jogadores como Kali, Hugo Carreira, Paulo Fonseca e Duka. Em 1998-99 fez parte da equipa que ficou a apenas um ponto de subir à II Liga.
No verão de 2002 deu o salto para o Penafiel, clube pelo qual teve a oportunidade de jogar na II Liga. Entretanto passou por Louletano, União Micaelense, Torreense e Pinhalnovense antes de regressar a casa em 2006-07 para atuar em 25 encontros (todos a titular) e marcar um golo ao Pinhalnovense, não conseguindo evitar a descida à III Divisão.
No verão de 2007 foi jogar para os madeirenses do Caniçal, tendo ainda passado pelo Olímpico Montijo antes de voltar ao Barreirense em 2011 para somar três subidas e uma descida de divisão em quatro temporadas. Em 2015 encerrou as botas quando ainda era titular indiscutível dos alvirrubros, à beira de comemorar o 41.º aniversário.
 













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