Ressaca brasileira serviu para consolo holandês
Esta noite, no Estádio Nacional Mané
Garrincha, em Brasília, a Holanda bateu o Brasil por 3-0, terminando assim o
Mundial-2014 em 3º lugar. Van Persie (de grande penalidade), Blind e Wijnaldum foram
os autores dos golos.
Eis a constituição das equipas:
Brasil
Desde 8 de junho
de 1999 que o Brasil não vence a Holanda. Daí para cá, dois empates e uma
derrota.
A seleção
canarinha (3.ª no Ranking FIFA) ainda vive a ressaca da goleada sofrida ante a
Alemanha (1-7), nas meias-finais.
O escrete alcançou o 3º lugar em 1938 e
1978, e o 4º em 1974.
Neymar
encontra-se lesionado.
Holanda
A Holanda (15.ª no Ranking FIFA) ainda não perdeu neste Campeonato do
Mundo, tendo sido afastada nas meias-finais com a Argentina apenas nas grandes
penalidades.
Na única vez que disputou o jogo de atribuição do 3º e 4º lugar, saiu
derrotada, frente à Croácia, em 1998.
Nigel de Jong e Leroy Fer são os ausentes. Wesley Sneijder lesionou-se
no aquecimento e também falhou o encontro.
Filme do jogo:
[vídeo]
Brasil variava entre o 4x2x3x1 e o 4x3x3. Neste último sistema, Luis
Gustavo, Paulinho e Ramires formam um triângulo a meio-campo, com Oscar na ala
esquerda e Willian na direita.
O escrete apresentava um futebol lento e denunciado. Apenas Oscar ía
dando sinais de inconformismo.
Poucas situações de finalização para além dos golos durante a primeira
parte.
Ao intervalo, Luiz Felipe Scolari trocou Luiz Gustavo por Fernandinho.
Brasil aparentemente mais compacto na segunda parte, a reagir melhor à
perda de bola.
90+1’ Robben abriu para Janmaat que
cruzou para a zona do primeiro poste, onde Wijnaldum finalizou certeiro.
90+3’
Vorm entrou para o lugar de Cillessen.
Sem mais ocorrências até final, confirmou-se o triunfo holandês.
Crónica:
Pela alma demonstrada pelos seus jogadores a entoar o hino,
esperava-se um Brasil determinado em redimir-se da goleada imposta pela
Alemanha nas meias-finais, tentando de alguma forma limpar as feridas e mostrar
o seu verdadeiro valor.
Mas os primeiros instantes expuseram o nervosismo sentido, e como se
não bastasse, bem cedo foi assinalada uma grande penalidade a ajuizar falta de
Thiago Silva sobre Robben. As imagens televisivas deram a ideia de a infração
ter sido cometida fora da área e de ser merecedora de cartão vermelho. Quem não
se importou foi Van Persie, que inaugurou o marcador na execução do penalty.
O que se seguiu mostrou um Brasil resignado e ainda a viver de forma
acentuada a ressaca da humilhação do jogo anterior. Era uma equipa lenta e sem
ideias, a praticar um futebol denunciando, voltando a mostrar-se desequilibrada
no momento da perda de bola.
O 0-2 surgiu com normalidade, por Blind, ainda antes de se ter
completado vinte minutos de encontro.
O que restou da primeira parte teve escassez em ocasiões de golo, com
o esférico a passar longe das balizas. O inconformismo de Oscar ía sendo uma
exceção entre os brasileiros.
No segundo tempo, Scolari quis mudar a dinâmica do meio-campo,
lançando primeiro Fernandinho, e depois Hernanes, mas sempre sem criar grande
perigo. Também Hulk entrou, ameaçou agitar as águas, mas foi perdendo gás.
Já em tempo de compensação, após um bom lance coletivo, Wijnaldum
correspondeu da melhor forma a um cruzamento rasteiro de Janmaat e fechou o
resultado em 0-3.
E pela quarta vez consecutiva, houve uma equipa que marcou três golos
no jogo de atribuição de 3º e 4º lugar do Campeonato do Mundo.
Analisando os atletas em campo, começando pelos do Brasil…
Júlio César (Toronto FC) não teve culpa nos golos
sofridos;
Maicon (Roma) aventurou-se algumas vezes a subir pelo corredor; Thiago
Silva (PSG) cometeu a grande penalidade e viu um cartão vermelho ser-lhe
poupado nesse lance, embora as imagens tivessem dado a entender que a falta foi
cometida fora da área; David Luiz (PSG) aliviou o cruzamento de De
Guzmán para o pior sítio, deixando a bola nos pés de Blind, que fez o 0-2; e Maxwell
(PSG) deu pouca profundidade ao corredor esquerdo;
Luiz Gustavo (Wolfsburg) esteve apagado e acabou por
ser substituído com alguma naturalidade; Paulinho (Tottenham) deu pouca
dinâmica ao miolo; e Oscar (Chelsea) foi o mais inconformado da seleção
brasileira, procurando pegar no jogo;
Ramires (Chelsea) alternou entre terrenos interiores e exteriores, numa
exibição com pouco fulgor; Willian (Chelsea) criou poucos desequilibrios;
e Jô (Atlético Mineiro) nunca foi ameaça para os defesas holandeses;
Fernandinho (Manchester City) coincidiu com a fase do
jogo em que o meio-campo foi mais compacto; Hernanes (Inter) tentou dar
alguma criatividade ao miolo; e Hulk (Zenit) mexeu no jogo assim que
entrou, mas foi perdendo influência com o tempo.
Quanto aos jogadores da Holanda…
Cillessen (Ajax) esteve seguro;
De Vrij (Feyenoord), do trio de defesas, foi o que mais se disposicionou; Vlaar
(Aston Villa) patrulhou o setor defensivo; e Bruno Martins Indi
(Feyenoord) esteve forte na marcação e quando necessário recorreu à falta;
Kuyt (Fenerbahçe) cumpriu taticamente, passando para o lado esquerdo após
a saída de Blind; Blind (Ajax) saiu lesionado a meio do segundo tempo,
mas antes mostrou frieza no momento em que apontou o 0-2; e Wijnaldum
(PSV) e Clasie (Feyenoord) não deixaram o meio-campo do escrete colocar o seu futebol em
prática, pressionando intensamente os médios brasileiros, tendo o primeiro
fechado o resultado em 0-3, e o segundo saído lesionado;
De Guzmán (Swansea) funcionou bem como primeiro
homem a pressionar o início de construção dos ataques brasileiros; Robben
(Bayern) teve imensa liberdade, sofreu o penalty
que deu origem ao primeiro golo e participou nas jogadas do segundo e terceiro;
e Van Persie (Manchester United) inaugurou o marcador, de grande
penalidade, apesar da exibição discreta;
Janmaat
(Feyenoord) posicionou-se como lateral-direito, rendendo o lesionado Blind, e
ainda foi a tempo de fazer a assistência para o terceiro golo; Veltman
(Ajax) praticamente nem tocou na bola, substituindo o também lesionado Clasie;
e Vorm (Swansea) teve direito a dois minutos de Campeonato do Mundo;
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