Yaya Touré está no Manchester City desde o verão de 2010 |
Excetuando o trabalho nas alas, que é
confundível com o de um extremo, no miolo de uma equipa há três posições: a de
trinco (da qual já falei anteriormente), a de box-to-box e a de organizador, às quais se atribuem os números 6, 8 e 10, respetivamente.
No futebol atual, há excelentes
intérpretes para todas as elas e que têm funções que se diferem ligeiramente.
Por exemplo, no Barcelona, devido à equipa ter a bola durante tanto tempo, mal
dá para ver que Xavi, no fundo, é um 8, ainda que passe grande parte do
encontro apenas no meio-campo contrário, até mesmo junto à área adversária.
Já aqui neste blogue destaquei a inteligência de Busquets, mas posso também falar da presença física e
agressividade de um Javi García, da qualidade de passe de Pirlo, Modric ou Xabi Alonso, da rotatividade de homens como João Moutinho e Paul Scholes, da visão
de jogo de Aimar, da criatividade de Özil, da forma como Witsel se libertava da
sua posição mais recuada (no Benfica) para aparecer em zonas decisivas, no
entanto, a maioria destes craques que referi possuem essencialmente a
característica que lhes apontei e pouco das outras que atribui aos outros
jogadores.
Mas existe um centro-campista a quem
reconheço, ainda que salvo as devidas proporções, todos esses pormenores
técnicos, físicos e táticos: chama-se Yaya Touré, é costa-marfinense e joga no
Manchester City.
Não é o médio mais popular do mundo, mas é
inteligente, elegante, agressivo, forte fisicamente, possante, rápido a agir e
a conduzir a bola (contrariando a primeira ideia, quando olhamos para o seu
robusto corpo) e criativo, todos estes adjetivos com um "muito” a
anteceder-lhes.
No Barcelona, contra o seu gosto, jogava a
trinco (ia alternando com Busquets), e tinha tudo para ser um dos
melhores na sua posição, já que é uma presença física intimidante e agressiva,
é forte tacticamente e tecnicamente podia sair a jogar como poucos o fazem
nesse setor.
Nos citizens, embora jogue várias vezes
a 10, onde consegue ser um apoio precioso para quem quer que seja o
ponta-de-lança, dando dinâmica ao ataque e ao mesmo tempo a tal presença física
e ainda capacidade de drible e remate, é como 8 que joga habitualmente.
Quando joga aí, algo que acontece quase sempre, a sua relevância é tal que consigo distinguir dois tipos de Manchester City: um a praticar um futebol lento, sem capacidade para penetrar as defesas contrárias, com muitos passes mas com poucas situações de perigo, que é quando está preso tacticamente ao duplo pivot; ou então, um conjunto orientado por Roberto Mancini com muita acutilância ofensiva (chegando a ser sufocante nesse capítulo), criatividade, dinamismo, e uma maior facilidade em entrar na área contrária, que coincide quando Yaya Touré se consegue libertar da sua posição e apoiar devidamente o ataque.
Quando joga aí, algo que acontece quase sempre, a sua relevância é tal que consigo distinguir dois tipos de Manchester City: um a praticar um futebol lento, sem capacidade para penetrar as defesas contrárias, com muitos passes mas com poucas situações de perigo, que é quando está preso tacticamente ao duplo pivot; ou então, um conjunto orientado por Roberto Mancini com muita acutilância ofensiva (chegando a ser sufocante nesse capítulo), criatividade, dinamismo, e uma maior facilidade em entrar na área contrária, que coincide quando Yaya Touré se consegue libertar da sua posição e apoiar devidamente o ataque.
Para mim, não há dúvidas, é mesmo o médio mais
completo da atualidade.
Concordo
ResponderEliminarPosso não estar a racicionar bem, mas eu escolheria o arturo vidal, é apenas uma opinião , ficaria contente caso respondesses a dizer o que achas dele. Continuação de bom trabalho e boa sorte!
ResponderEliminarBem, antes de mais confesso que não acompanho tanto futebol italiano como inglês, e que por isso não acompanho tanto o percurso do Arturo Vidal como o do Yaya Touré, mas pareceu-me um bom jogador, rotativo, uma espécie de João Moutinho com mais 10 cm, pressionante no momento da recuperação de bola, mas a nível físico e da influência que tem na sua equipa ofensivamente, na minha opinião não está ao nível de Yaya.
EliminarAdoro o teu blog! Continua!
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