U. Madeira e Sp. Covilhã na lutaram pela permanência |
A edição 2017/18
da II Liga ficou marcada pela decisão administrativa, a meio do campeonato, de
integrar o Gil Vicente no primeiro escalão, em virtude do desfecho do Caso
Mateus. Lida a sentença, a equipa de Barcelos deixou de ter objetivos
concretos, perdeu competitividade e caiu a pique na tabela classificativa,
terminando mesmo zona de despromoção.
Na próxima
época, antes de regressar à I Liga, os minhotos vão competir no Campeonato de
Portugal, mas os resultados dos seus jogos não contarão. A possibilidade de os
pontos obtidos nos jogos dos gilistas não serem contabilizados já na temporada
que agora se concluiu chegou a estar em cima da mesa, mas acabou por não se
concretizar.
Assim sendo, o
Gil acabou por inflacionar a classificação. Num exercício meramente
especulativo, se os seus jogos não tivessem contado, teria subido o Penafiel
e não o Santa
Clara, e teriam descido Sp. Covilhã e Sp. Braga B em vez de União da
Madeira e Sporting B.
Luta pela subida sem jogos do Gil Vicente |
Luta pela permanência sem jogos do Gil |
Por falar em
Sporting B, com a carruagem em andamento os responsáveis leoninos decidiram que
2017/18 seria a última temporada dessa equipa, não mostrando vontade de a
conciliar com a futura formação sub-23. Essa decisão também teve impacto no
conjunto verde e branco, que também caiu a pique na tabela e acabou por fechar
o campeonato na zona de despromoção.
A falta de
verdade desportiva foi assim reforçada. Curiosamente, se os jogos de Sporting B
e Gil Vicente não tivessem contado, Nacional
e Santa Clara seriam os promovidos, tal como foi ditado pela classificação
real. Contudo, no fundo da tabela, teria sido o Sp. Covilhã a descer, em vez do
União da Madeira.
Luta pela subida sem Sporting B e Gil Vicente |
Luta pela permanência sem Sporting B e Gil |
No entanto, o
facto de os bês não poderem subir à I Liga faz com que os restantes clubes se
queixem de que estas formações secundárias rodam em demasia a equipa,
apresentando onzes muito fortes em algumas ocasiões e menos capazes noutras.
Num exercício
bem mais complexo, se não fossem contabilizados os jogos do Gil Vicente e de
todos os bês, teria sido promovido o Penafiel
e não o Santa
Clara. E embora um potencial cenário da permanência seja mais difícil de
traçar, o Sp. Covilhã teria de olhar para cima para encontrar o União da
Madeira.
Classificação sem equipas B e Gil Vicente |
U. Madeira o mais prejudicado, Sp. Covilhã o mais beneficiado
Estes
exercícios, volto a frisar, são de natureza meramente especulativa, mas podem
tirar-se algumas conclusões. Afinal, nos três casos, o União da Madeira, que
acabou por ser despromovido ao Campeonato de Portugal, é claramente a equipa
que sai mais prejudicada pelos casos que assolaram a II Liga – incluindo o da
não utilização de um mínimo de jogadores sub-23 do Santa
Clara. Por outro lado, o Sp. Covilhã é a formação que sai mais beneficiada,
pois acabou por permanecer no segundo escalão.
No topo da
tabela, o Nacional
seria sempre campeão. Contudo, em dois dos três exercícios especulativos, teria
sido o Penafiel
a acompanhar os madeirenses e não o Santa
Clara. Já o Académico de Viseu, que por estes dias vai lutando na
secretaria pela subida à I Liga, em nenhum dos três casos seria promovido.
No entanto, a
frieza destes números não compreendem as várias nuances que existem no futebol:
quem ganha, geralmente entra mais confiante no jogo seguinte; quem perde,
normalmente entra mais retraído; os cartões vistos nos jogos frente a Gil
Vicente e bês acabaram por ajudar a retirar jogadores de outros encontros,
devido a castigo; e o facto de terem havido outras equipas que entraram nas
últimas jornadas conhecedoras do seu destino no campeonato, como o Real
e as do meio da tabela.
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