quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Sergio Busquets, o jogador-radar

Sergio Busquets caminha para o jogo 500 pelo Barcelona
Num Barcelona onde são a arte de Messi, a eficácia de Suárez, a classe de Iniesta e mais recentemente os reflexos de Ter Stegen que costumam dar que falar, continua a pontificar o discreto Sergio Busquets à frente da defesa, a assegurar o equilíbrio da equipa.

Se, nos resumos, o que nos deixa deliciados são as ações individuais e coletivas dos seus companheiros, quem assistir a um jogo completo dos catalães e se focar nas decisões que o médio defensivo toma, só pode rendido. É impressionante. Parece que tem uma antena na cabeça ou um chip na chuteira, pois consegue estar sempre no sítio certo e escolher as melhores opções. Tudo isto ao nível do relvado e no decorrer de jogos de alta intensidade. Um autêntico jogador-radar, a prova de que um trinco não vive da agressividade ou da dureza. Aliás, quem muitas vezes utiliza essas armas fá-lo porque não estava no local certo à hora certa.


Extremamente focado, convida os adversários a escolher os piores caminhos, aparece instantaneamente a compensar algum desposicionamento de um companheiro e raramente falha um passe, colocando quase sempre a bola no colega em melhores condições para a receber. Com uma inteligência bem acima da média, disfarça muito bem a falta de velocidade e alguma fragilidade na condução da bola. Não corre, mas faz a redondinha correr.

É a extensão do treinador dentro de campo, o patrão da equipa. É frequentemente visto a indicar o melhor posicionamento aos companheiros, para que possam progredir de uma forma fluída com bola e manter o coletivo equilibrado e em superioridade numérica sem ela. E o mais impressionante é que toda esta sabedoria não foi adquirida com o passar dos anos. Sergio Busquets tem 29 – completa 30 em julho -, mas já a revela desde que chegou à equipa principal, pela mão de um treinador que enquanto jogador atuava precisamente na sua posição: Pep Guardiola.

Um corpo estranho chamado André Gomes
Por outro lado, quem parece um autêntico peixe fora de água no Barça de Ernesto Valverde é André Gomes. O médio internacional português parece que é de uma espécie diferente da dos companheiros, sem a mesma classe, o mesmo toque e a mesma inteligência, demorando a justificar o investimento que os blaugrana fizeram por ele.







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