O Benfica foi esta noite à Suiça vencer o Basileia por 2-0, num jogo a contar para a Fase de Grupos da Liga dos Campeões.
Eis a constituição das equipas:
Basileia
É o primeiro jogo que vejo destes suíços esta temporada, por isso, pouco ou nada sabia de como funcionavam, ainda assim, os desempenhos na Liga dos Campeões estavam a ser bastante surpreendidos, com o Basileia a assumir o primeiro lugar no grupo, após vitória por 2-1 ao Otelul Galati e o empate em Old Trafford por 3-3. Esta formação o ano passado venceu o campeonato do seu país e este ano ocupa a 4ª posição, estando a quatro pontos do primeiro classificado. A estrela da companhia é Alexander Frei, ponta-de-lança helvético de 32 anos, já com alguns créditos no futebol europeu, que é o melhor marcador da equipa, tanto na Liga Suiça como na Liga dos Campeões.
Ao que parece, também mudaram de treinador nos últimos dias, o que pode ser um indicador positivo e quererem mostrar trabalho neste jogo ao novo técnico, ou então vão acusar negativamente a mudança.
Benfica
A grande surpresa neste Benfica vai para a titularidade de Rodrigo, em detrimento de Cardozo ou mesmo Saviola. Este pode ser um indicador de que os encarnados vão explorar o contra-ataque e por isso incluíram no onze um jogador mais móvel em detrimento de um mais posicional. Ainda assim, foi surpreendente essa escolha ter recaído no espanhol e não em Saviola por exemplo, que tem mais rotinas como titular.
A eterna dúvida Bruno César/Nolito desta vez recaiu sobre o brasileiro, no entanto, já se sabe, geralmente é quem começa o jogo do banco que acaba por entrar e a melhorar o desempenho da equipa em campo.
O jogo começou bastante equilibrado e com duas equipas muito ambiciosas, com o Benfica a povoar o meio-campo contrário e a chegar junto à baliza adversária sobretudo através de tabelinhas.
O Basileia também quis assumir o jogo e nos primeiros 20 minutos conseguiu criar alguns desequilíbrios e rematar à baliza, no entanto, sem grandes consequências.
Quando os encarnados deram pelo volume de jogo dos helvéticos tentaram pausar mais o jogo, fazendo a bola circular com segurança e lá na frente tentar criar perigo através de tabelinhas e passes rápidos, e foi assim que conseguiram chegar ao golo, aos 20’, após um passe de Gaitán em que Rodrigo leu bem o jogo e saltou sobre a bola permitindo que esta sobrasse para Bruno César que sem grandes dificuldades fez o 1-0.
Com um resultado que lhe convinha, o Benfica foi controlando o jogo com trocas de bola seguras e na qual a mobilidade de Rodrigo foi bastante útil, recuperando a bola em zonas mais atrás do que as que normalmente um ponta-de-lança povoa, participando na troca de passes da equipa e sobretudo arrastando consigo os defesas de forma a deixar um outro jogador livre para receber o esférico.
O Basileia não estava a conseguir ter bola para dar a volta ao assunto, esteve sempre a correr atrás dela e a desgastar-se até que nos últimos minutos da primeira parte conseguiu novamente criar desequilíbrios e fez dois remates muito perigosos, mas que acabaram com duas grandes defesas de Artur como resposta.
Bom jogo de futebol nesta primeira parte, especialmente nos primeiros 20 minutos e nos 10 últimos, em que as duas equipas criaram oportunidades de golo. As equipas tacticamente estavam a fazer um bom jogo, mas devido à qualidade técnica dos jogadores, especialmente os do Benfica, conseguiram criar alguns desequilíbrios que resultaram em bons momentos.
Na segunda parte, o Basileia foi sempre inconsequente, fruto também do controlo de jogo que o Benfica impôs. O ritmo do jogo baixou mas era isso que convinha aos encarnados, que apesar de não terem sido intensos ofensivamente, foram brilhantes em termos tácticos, reduzindo os espaços, mantendo a posse de bola com segurança e basicamente, tornando os suíços totalmente impotentes.
Até aos 75’, Cardozo de livre directo fez o 2-0, mas até aí, mesmo com a vantagem mínima, o Benfica dominava de tal modo as operações que nem os próprios helvéticos mostraram que acreditavam na reviravolta, dada a inconsequência das suas acções ofensivamente, ainda que tenham feito alguns remates com relativo perigo.
Depois, o resto foi para cumprir o tempo de jogo regulamento, com as equipas perfeitamente com a noção de que o jogo iria acabar assim, com a equipa lisboeta a mostrar total segurança e os suíços a estarem conformados com o resultado.
Com esta vitória, o Benfica soma 7 pontos e tornou-se no líder isolado do seu grupo, estando apenas a uma vitória de distância de assegurar a presença nos Oitavos-de-final.
No outro jogo deste conjunto de equipas, o Manchester United foi à Roménia vencer por 2-0.
Analisando as equipas, posso começar já pela de arbitragem, e como eu só falo desta quando quero tecer algumas criticas, devo dizer que não gostei da excessiva rigorosidade de Viktor Kassai, já que o árbitro húngaro apitava em demasia, lances que em Inglaterra são geralmente considerados como “limpos”.
O Basileia mostrou que tem uma equipa razoável, foi impotente é verdade, mas tem algumas unidades de muito valor e ainda bastante jovens que eu desconhecia, como os extremos Fabian Frei e Shaqiri. O guarda-redes também pareceu ser de bom nível, e embora não tivessem feito o que lhes realmente competia, Alexander Frei e Streller mostraram que têm categoria.
Quanto ao Benfica, devo dizer que a equipa foi fantástica! Não foi aquele jogo de grandes rasgos individuais, no entanto, cumpriram todos com o máximo rigor o que lhes foi pedido tacticamente nos mais diversos momentos do jogo.
Artur esteve espectacular, os centrais foram óptimos, Maxi esteve a bom nível também e Emerson só falhou mesmo numa jogada no final da primeira parte que originou um contra-ataque do Basileia que se poderia ter revelado fatal.
Javi Garcia esteve ao seu nível, Witsel ocupou bem os espaços e ajudou nas trocas de bola que foram pautando o ritmo do jogo, Gaitán foi talvez quem sobressaiu mais individualmente porque foi quem mais vezes trouxe o jogo para próximo da baliza adversária, Bruno César marcou e parece ter ganho créditos para no futuro ser titular mais vezes, e Rodrigo mostrou uma utilidade extrema como avançado mais móvel, por motivos que já adiantei mais acima.
Nolito refrescou a equipa que já sabe que não pode contar para Aimar durante os 90 minutos e Cardozo entrou para marcar, basicamente não fez mais que isso.
Ainda assim, apesar da tranquila vitória, surgiram alguns problemas. Maxi Pereira e Gaitán saíram tocados, Emerson viu o cartão vermelho (e na Liga dos Campeões já se sabe que não há Capdevila) e Jorge Jesus foi expulso do banco, falhando com certeza a recepção ao Basileia e talvez o jogo em Old Trafford.