segunda-feira, 7 de outubro de 2024

A minha primeira memória de… um jogo entre Portugal e Polónia

Fernando Couto em disputa de bola com polaco Olisadebe
O Mundial 2002 foi o meu primeiro. E logo um Mundial marcado pelo regresso de Portugal, que participava pela terceira vez, depois do 3.º lugar de 1966 e do insucesso de 1986. Com Luís Figo e Rui Costa em alta e jogadores como Vítor Baía, Fernando Couto, Rui Costa, João Vieira Pinto ou Pauleta em bom plano, havia quem se atrevesse a sonhar com o título.
 
Recordo-me vagamente de se ter considerado acessível o grupo da equipa das quinas, que tinha ainda Estados Unidos, Polónia e a coanfitriã Coreia do Sul. Lembro-me até de se ter falado que os polacos seriam o osso mais duro de roer, talvez pela experiência negativa de 1986, por se tratar de uma seleção europeia ou por contar, entre outros, com o guarda-redes do Liverpool, Jerzy Dudek.
 
A verdade é que essa previsão saiu ao contrário. Portugal perdeu com os Estados Unidos na estreia e com a Coreia do Sul a fechar a fase de grupos e, pelo meio, goleou a Polónia.
 
Depois de ter assistido ao jogo com os Estados Unidos num pavilhão da escola primária que frequentava a meio da manhã e antes de ter visto uma parte do duelo com a Coreia do Sul em casa (à hora de almoço) e a outra na escola, lembro-me de ter acompanhado a transmissão do Portugal-Polónia em casa, também à hora de almoço, apesar de ser segunda-feira. Porquê? Porque era feriado, 10 de junho, Dia de Portugal. E, curiosamente, foi mesmo o Dia de Portugal nesse Campeonato do Mundo.
 
Sem cábulas, lembro-me de Pauleta ter apontado um hat trick, conseguindo nesse jogo três dos quatro golos que somou em 15 partidas em fases finais. Mas não me lembrava de como tinham sido os golos e de quem tinha apontado o outro.
 
Aos 14 minutos, o açoriano recebeu um grande passe de João Pinto, tirou Tomasz Hajto do caminho e inaugurou o marcador. Aos 65’, desviou à boca da baliza um passe/cruzamento rasteiro de Luís Figo. Aos 77’, servido por Rui Costa, fez o que quis de Tomasz Waldoch antes de completar o hat trick. Por falar em Rui Costa, foi o maestro quem fez o 4-0, ao desviar ao primeiro poste uma bola cruzada rasteira por Capucho na direita.
 
“Cinco dias depois da catástrofe, a Seleção Nacional redescobriu-se viva. Com um imenso suspiro de alívio, o país ganhou, no mínimo, mais quatro dias de suspense e, acima de tudo, a certeza de que ainda há, na equipa portuguesa, potencial para legitimar algumas das expectativas trazidas para a Coreia. A vitória sobre a Polónia (4-0) não foi, durante cerca de uma hora, fruto da exibição de luxo que o resultado final anuncia. Realisticamente não poderia sê-lo, tamanho o rombo na autoconfiança resultante daqueles fantasmagóricos 36 minutos diante dos Estados Unidos. Mas foi, até aí, um triunfo lúcido, inteligente e, mérito decisivo com vista ao futuro, conquistado a pulso. Depois, quando Pauleta conseguiu o seu segundo golo da noite, pondo ponto final na incerteza, os polacos partiram para um assalto cego e obstinado, abrindo avenidas que a confiança recuperada dos artistas explorou com requintes sádicos”, resumiu o Maisfutebol.



 




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