quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Hoje faz anos o mexicano que desiludiu e se sentiu chantageado no Benfica. Quem se lembra de Kikin Fonseca?

Kikin Fonseca marcou três golos em 13 jogos pelo Benfica
Avançado com créditos firmados no campeonato mexicano e ao serviço da seleção tricolor, pela qual tinha apontado 20 golos em 33 internacionalizações, reforçou o Benfica no verão de 2006, por uma verba a rondar os 3,5 milhões de euros, após ter marcado a Portugal num dos quatro jogos que disputou no Mundial da Alemanha e um ano depois de ter dado nas vistas na Taça das Confederações – faturou diante de Japão e Alemanha.
 
Quando o Benfica está prestes a reforçar-se com um jogador, o alarido é sempre grande e o assunto rende dias e dias nos jornais. E com Kikin Fonseca, que na altura alinhava no Cruz Azul, não foi diferente. Anda por cima, tinha um currículo, um registo de golos bem interessantes e ainda era relativamente jovem (26 anos). O hype era enorme.
 
No entanto, as coisas não lhe correram bem em Portugal, numa altura em que tinha como principais concorrentes Nuno Gomes e Fabrizio Miccoli. Nos primeiros 11 jogos de águia ao peito, quatro deles na condição de titular, não marcou qualquer golo. Redimiu-se no 12.º, ao marcar numa vitória caseira sobre o Belenenses a quatro dias do Natal de 2006, em jogo em atraso da I Liga; e no 13.º, ao bisar numa goleada na receção ao Oliveira do Bairro, para a Taça de Portugal.
 
 
E depois? Depois regressou de forma surpreendente ao seu país, para vestir a camisola do Tigres, precisamente quando atravessava a sua melhor fase no Benfica, numa transferência que rendeu cerca de 3,8 milhões de euros aos cofres encarnados. A verdade, ou pelo menos a versão de Kikin, veio ao de cima em julho de 2015, numa entrevista que concedeu ao jornal O Jogo: “Veio o José Veiga ao México buscar-me e, no início, eu nem entendia porque não jogava. Deram-me pouco tempo e, mesmo assim, ainda marquei uns golos. Depois apareceu-me um representante croata (Zdenko Ilicic), a dizer que conhecia o treinador da altura, Fernando Santos. E disse-me ele: ‘Vais ser prejudicado se não me deres 300 mil euros'. Disse-lhe: 'Repara uma coisa: o José Veiga é que foi ao México buscar-me!' Disseram-me que foram eles (Ilicic e um sócio) que me levaram para o Benfica. Logo, queriam 300 mil euros.”
 
“Não sei se o José Veiga tinha algo a ver ou estava feito com eles, o que sabia é que não jogava. Fui ter com o Fernando Santos e disse-lhe: 'Ó Fernando, veio ter comigo um indivíduo a dizer que eu ou lhe dou 300 mil euros, ou tu vais prejudicar-me'. Ele respondeu-me que não se metia em nada destas coisas. Mas não só eu não jogava como depois até começaram a desgastar-me; metiam-me a treinar sozinho à tarde, quando a equipa treinava de manhã, por exemplo. Depois já diziam que me queriam transferir para o Hamburgo. Mas senti que algo corrupto se passava. Quase me pediram dinheiro para jogar”, acrescentou.
 
 
A verdade é que Kikin Fonseca não voltou a ser o mesmo. Até ao final da carreira, o melhor que conseguiu numa época foi sete golos pelo Tigres na segunda metade de 2006-07. Continuou a figurar nas convocatórias da seleção mexicana até ao final de 2008, tendo inclusivamente participado na Gold Cup 2007, mas somou a última internacionalização aos 29 anos.
 
Despediu-se dos relvados em 2014, aos 34 anos, com dois campeonatos mexicanos (clausura e apertura em 2004) e um troféu Campeón de Campeones (2004) pelo UNAM e uma Superliga Norte-Americana (2009) pelo Tigres.
 
 
Atualmente é comentador de futebol no canal mexicano Televisa Deportes Network.




 





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