Pelé emprestado ao Nottingham Forest até junho de 2019 |
Não foi uma das revelações da I Liga em 2017/18 porque já há várias épocas que andava pelo campeonato português, mas Pelé foi certamente um dos jogadores que mais evolui durante a última temporada, beneficiando da ideia de jogo do Rio Ave de Miguel Cardoso.
À frente da defesa, integrado num duplo pivot geralmente formado com Tarantini, era o internacional guineense que tinha como missão baixar entre os centrais para iniciar a construção dos ataques, funcionando como um organizador de jogo a partir de zonas recuadas.
A partir do momento em que a bola lhe chegava aos pés, começava a mostrar as qualidades pelas quais o Mónaco despendeu 10 milhões de euros pelo seu passe em julho, depois de se ter falado de possíveis transferências para Sp. Braga, Benfica ou Wolverhampton – curiosamente (ou não), todos clubes do círculo Jorge Mendes, tal como o Nottingham Forest, emblema que milita no Championship (II liga inglesa) e ao qual o luso-guineense foi agora emprestado, nos últimos dias da janela de janeiro do mercado de transferências.
Dotado de visão de jogo periférica e de um porte físico bastante razoável (1,82 m), exibiu capacidade para sair a jogar e decidir bem mesmo em zonas e momentos de forte pressão dos adversários e, sobretudo, precisão de passe a curta, média e longa distância. Essa qualidade de passe dava ao Rio Ave a possibilidade de queimar linhas, virar rapidamente o centro do jogo ou explorar o espaço nas costas da defesa contrária – Guedes brilhou nesse aspeto -, assim como de reter a posse de bola e gerir o ritmo do encontro conforme a necessidade.
Também pelo aspeto defensivo revelou estar apto para algo mais do que uma formação que apenas lute pelas competições europeias em Portugal. Quase sempre bem posicionado, equilibrava a equipa através da ocupação dos espaços, mostrando-se agressivo no momento de morder os calcanhares aos adversários, mas ainda assim elegante, sem excessos.
Depois de 11 jogos pelo Mónaco na primeira metade da temporada, este frio e exímio executante de grandes penalidades ficou (ainda mais) tapado pela chegada de jogadores como Adrien Silva (emprestado pelo Leicester), Vainqueur (cedido pelo Antalyaspor) e Fàbregas (contratado pelo Chelsea). No entanto, terá a possibilidade de continuar a pensar e construir jogo num campeonato bastante competitivo e atrativo, apesar de se tratar do segundo escalão do futebol inglês, e logo num clube histórico como é o campeão europeu de 1978/79 e de 1979/80.
É o carrocel dos mendilhões... Agora, só falta o principal, o jogador concretizar mesmo o suposto valor que lhe atribuem. Ou será mais um fogo-fátuo made in Gestifoot?
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