sábado, 4 de janeiro de 2025

O espanhol mais amado em Faro. Quem se lembra de Paco Fortes?

Paco Fortes levou o Farense à final da Taça e à Taça UEFA
Talvez o espanhol mais marcante da história do futebol português e certamente o mais amado em Faro. Enquanto jogador, El Feo (O Feio) representou clubes importantes no país vizinho, como Barcelona, Espanyol e Málaga, tendo jogado ao lado de Johan Cruyff e vencido uma Taça do Rei e uma Taça das Taças pelos blaugrana e chegado a internacional A.
 
Em 1984, após dois anos no Valladolid, reforçou o Farense ainda na qualidade de futebolista, tendo contribuído para a subida à I Divisão em 1985-86.
 
Em 1988-89 encerrou a carreira de jogador e iniciou a de treinador precisamente nos leões de Faro, tendo estado mais de dez anos no cargo, até 1999. Ao longo desse período, sempre com o seu mítico bigode estampado no rosto, guiou os algarvios à subida ao primeiro escalão e à final da Taça de Portugal em 1989-90, ajudou-os a estabilizar no patamar maior do futebol português e levou-os ao único apuramento europeu da sua história, em 1995, após um fantástico quinto lugar no campeonato – e depois caminho 75 quilómetros entre Faro e Ayamonte para cumprir uma promessa. Às suas ordens estiveram jogadores emblemáticos do Farense como Hajry, Eugénio, Paixão, Jorge Soares, King, Miguel Serôdio, Pitico, Rufai, Carlos Costa ou Hassan.
 
Com boa reputação em Portugal, orientou ainda Imortal, União de Lamas, Pinhalnovense (chegando a estar perto da subida à II Liga) e novamente Farense, tendo também comandado os marroquinos do Raja Casablanca. “Passei aí grande parte da minha vida. Aliás, estive para sair primeiro de Portugal quando saí a primeira vez do Farense, mas as minhas filhas não deixaram. Portugal também já era nessa altura muito importante para a minha família, uma mudança seria muito duro. E hoje penso que sou um símbolo do clube. Ainda hoje estou ligado sentimentalmente e falo muitas vezes com os amigos que deixei em Portugal e no Algarve. O Estádio de São Luís é uma casa também para mim, tal como Barcelona. Mais de 30 anos ligados ao futebol é qualquer coisa, não é? Agora a vida é outra, as coisas mudam, mas os sentimentos não, ficam para sempre connosco”, afirmou ao Diário de Notícias em janeiro de 2017.
 
Entretanto, soube-se em 2009 que passava por dificuldades financeiras e que vivia sozinho dentro de uma carrinha em L’Hospitalet, na Catalunha. Nunca quis dar parte fraca, mas um familiar entrou em contacto com a Associação de Veteranos do Barcelona, que lhe deu um novo rumo à vida, arranjando-lhe emprego no Porto de Barcelona.








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