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Paco Fortes levou o Farense à final da Taça e à Taça UEFA |
Talvez o espanhol mais marcante da história do futebol português e
certamente o mais amado em Faro. Enquanto jogador, El Feo (O Feio) representou clubes importantes no país vizinho,
como Barcelona, Espanyol e Málaga, tendo jogado ao lado de Johan Cruyff e vencido
uma Taça do Rei e uma Taça das Taças pelos blaugrana
e chegado a internacional A.
Em 1984, após dois anos no Valladolid, reforçou o Farense ainda na
qualidade de futebolista, tendo contribuído para a subida à I Divisão em
1985-86.
Em 1988-89 encerrou a carreira de jogador e iniciou a de treinador
precisamente nos leões de Faro, tendo estado mais de dez anos no cargo, até
1999. Ao longo desse período, sempre com o seu mítico bigode estampado no
rosto, guiou os algarvios à subida ao primeiro escalão e à final da Taça de
Portugal em 1989-90, ajudou-os a estabilizar no patamar maior do futebol
português e levou-os ao único apuramento europeu da sua história, em 1995, após
um fantástico quinto lugar no campeonato – e depois caminho 75 quilómetros
entre Faro e Ayamonte para cumprir uma promessa. Às suas ordens estiveram
jogadores emblemáticos do Farense como Hajry, Eugénio, Paixão, Jorge Soares,
King, Miguel Serôdio, Pitico, Rufai, Carlos Costa ou Hassan.
Com boa reputação em Portugal, orientou ainda Imortal, União de Lamas, Pinhalnovense
(chegando a estar perto da subida à II Liga) e novamente Farense, tendo também
comandado os marroquinos do Raja Casablanca. “Passei aí grande parte da minha
vida. Aliás, estive para sair primeiro de Portugal quando saí a primeira vez do
Farense, mas as minhas filhas não deixaram. Portugal também já era nessa altura
muito importante para a minha família, uma mudança seria muito duro. E hoje
penso que sou um símbolo do clube. Ainda hoje estou ligado sentimentalmente e
falo muitas vezes com os amigos que deixei em Portugal e no Algarve. O Estádio
de São Luís é uma casa também para mim, tal como Barcelona. Mais de 30 anos
ligados ao futebol é qualquer coisa, não é? Agora a vida é outra, as coisas
mudam, mas os sentimentos não, ficam para sempre connosco”, afirmou ao Diário
de Notícias em janeiro de 2017.
Entretanto, soube-se em 2009 que passava por dificuldades financeiras e que
vivia sozinho dentro de uma carrinha em L’Hospitalet, na Catalunha. Nunca quis
dar parte fraca, mas um familiar entrou em contacto com a Associação de
Veteranos do Barcelona, que lhe deu um novo rumo à vida, arranjando-lhe emprego
no Porto de Barcelona.
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