O avançado cedido pelo Real Madrid que queria ser campeão pelo Vitória SC. Quem se lembra de Edwin Congo?
Congo apontou cinco golos em 12 jogos pelo Vitória de Guimarães
Imaginem se acontecesse hoje: um
avançado internacional colombiano com mais de uma dezena de
internacionalizações, na flor da idade (23, 24 anos) e dos quadros do Real
Madrid ser emprestado ao Vitória
de Guimarães. O hype teria de ser grande. E no verão de 2000 também
o foi.
Após ter despontado no campeonato
do seu país ao serviço do Once Caldas, Edwin Congo foi contratado por 4,8
milhões de euros – um valor que aos dias de hoje talvez correspondesse a duas
ou três vezes mais – pelo Real
Madrid em julho de 1999, depois de ter bons desempenhos na Copa América
desse ano. Perante a concorrência de goleadores
como o mítico Raúl e Fernando Morientes, Edwin Congo foi sendo sucessivamente
dispensado pelos treinadores que passaram pelo banco merengue.
Primeiro por John
Toshack, conduzindo o avançado a um empréstimo ao Valladolid, e depois por
Vicente del Bosque, o que o levou o colombiano a procurar ganhar rodagem no
futebol europeu ao serviço do Vitória
de Guimarães de Paulo Autuori em 2000-01.
À chegada ao Minho, elevou
muitíssimo a fasquia. “O Vitória
não é uma equipa com as ilusões iguais ou similares às do Real
Madrid, mas é uma equipa que joga bem e tem muitos bons jogadores. Neste
clube podem-se fazer coisas grandes. Quero trabalhar e jogar bem, suando a
camisola. O Vitória
joga em conjunto e sabe tocar bem a bola. (…) Quero ajudar o Vitória
a ser campeão”, afirmou na altura. A verdade é que Congo não esteve
assim tão mal na Cidade-Berço: 12 jogos, cinco golos. Faturou diante de Desportivo
das Aves, Beira-Mar
e Estrela
da Amadora (dois) na I
Liga e frente ao vizinho Moreirense
na Taça
de Portugal. O Vitória
é que esteve péssimo, tendo apenas garantido a permanência na última jornada.
Em janeiro de 2001, o avançado
sul-americano voltou ao Real
Madrid, que por sua vez o emprestou ao Toulouse. Apesar de ter sido uma estrela no
Championship Manager 2001-02, nunca chegou a jogar oficialmente pelos blancos,
embora tivesse estado inscrito na Liga
dos Campeões e festejado com a bandeira colombiana no relvado após a
conquista da Champions
em 2002. “Eu nunca me senti triste no Real
Madrid, porque nunca perdi a esperança. Treinava muito e esforçava para
estar ali. Cresci muito como jogador, graças ao Zidane,
Roberto Carlos e Figo. O Vicente del Bosque foi sempre fantástico comigo e
adorei esses tempos. O Roberto Carlos era um grande anfitrião na casa dele,
diverti-me muito. Hoje em dia vivo uma vida anónima, poucos sabem que eu sou! É
excelente viver como uma pessoa normal!”, comentou. Ainda assim, já foi convidado
para jogar pela equipa de lendas do Real
Madrid, tendo faturado num jogo contra antigas glórias do Liverpool
em março de 2017.
Em maio de 2020, Edwin Congo
voltou a ser notícia, mas pelas piores razões, uma vez que foi detido em
Espanha numa operação antidroga, por alegado envolvimento numa rede de tráfico
de cocaína. Porém, foi rapidamente libertado e reclamou inocência.
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