Juventude e Vitória competem no Campeonato de Portugal |
Dois clubes com dimensões bem
distintas, Vitória
Futebol Clube e Juventude
Sport Clube estão localizados em cidades que distam cerca de 100
quilómetros entre si e são presenças assíduas nos campeonatos nacionais. A
relativa proximidade geográfica entre as capitais de distritos vizinhos e o
nível competitivo em que competem ambos os emblemas têm potenciado o salto de
jogadores dos eborenses
para os sadinos
ou, por outro lado, a passagem em Évora na fase descendente de uma carreira que
teve como um dos pontos altos a estadia em Setúbal.
Dinis Vital (guarda-redes)
Dinis Vital |
Guarda-redes internacional A e B
por Portugal, nasceu em Grândola, começou a jogar no Grandolense e foi de lá
que saltou para o Lusitano
de Évora no verão de 1951, tendo contribuído para a conquista do título
nacional da II Divisão e ficado nos lusitanistas
durante as 14 temporadas consecutivas que os eborenses
ficaram na I
Divisão.
Após a despromoção à II Divisão
continuou a jogar ao mais alto nível no Vitória
de Setúbal, clube pelo qual venceu uma Taça
de Portugal (1966-67), foi a outra final (1967-68) e jogou nas
competições europeias, tendo amealhado 124 encontros e 126 golos sofridos
pelos sadinos em
todas as provas entre 1966 e 1970.Em 1970-71 representou pela primeira vez o Juventude de Évora, aos 38 anos, conseguindo subir à II Divisão na função de jogador-treinador.
Depois de três anos no União de Montemor, encerrou a carreira de futebolista em 1974-75 no Estádio Sanches de Miranda, mais uma vez numa época em que assumiu a função de jogador-treinador, desta feita na II Divisão Nacional.
Entretanto tornou-se treinador a tempo inteiro, tendo voltado a orientar o Juventude entre 1979 e 1981, em 1984-85 e entre 1986 e 1989. Posteriormente, foi técnico de guarda-redes da equipa principal do Vitória entre 1997 e 1999.
Viria a falecer em setembro de 2014, aos 82 anos. Em jeito de homenagem, a Associação de Futebol de Évora batizou a sua Taça de futebol sénior de Taça Dinis Vital.
Sabú (defesa central)
Sabú |
Defesa central nascido em Angola,
iniciou a carreira no Vitória
de Setúbal durante a era dourada do clube, em 1969-70. Embora nem
sempre uma primeira opção na equipa
sadina, participou em mais de quatro dezenas de encontros entre 1969 e
1978, sempre na I
Divisão.
Seguiram-se dois anos no Beira-Mar
antes de representar o Juventude
de Évora em 1980-81, uma temporada em que os eborenses
ficaram a um pequeno passo de subir ao primeiro
escalão do futebol português.Cardoso (defesa central)
Cardoso |
Defesa central natural de
Setúbal, ingressou na equipa principal do Vitória
em 1970-71, tendo somado cerca de 20 jogos oficiais pelos sadinos
ao longo de três temporadas, tendo contribuído para a obtenção do histórico 2.º
lugar na I
Divisão em 1971-72 e para a caminhada até à final da Taça
de Portugal na época que se seguiu.
Em 1973-74 representou o Montijo,
mas depois regressou ao Bonfim
para amealhar mais de 40 partidas em mais três temporadas.Entre 1977 e 1981 vestiu a camisola do Portimonense e nos dois anos que se seguiram somou mais 36 jogos pelo Vitória.
Depois de passagens por Benfica Castelo Branco, Recreio de Águeda e Olhanense, vestiu a camisola do Juventude de Évora na III Divisão.
Conceição (lateral direito)
Conceição |
Lateral direito nascido em
Luanda, apareceu a jogar no Vitória
de Setúbal em 1962-63, dando o pontapé de saída a um ciclo de dez anos ao
serviço do clube que só não foi ininterrupto porque representou o Farense
em 1971-72 antes de uma última temporada no Bonfim.
Não só integrou as equipas que
venceram a Taça
de Portugal em 1964-65 e 1966-67 como atuou nas duas finais, tendo sido um
dos jogadores que acompanhou o clube em praticamente todo o seu período áureo,
tendo amealhado pelo menos 208 jogos e dois golos pelos sadinos
em todas as provas.As boas campanhas com a camisola verde e branca valeram ao defesa cinco internacionalizações por Portugal, todas em 1969.
No verão de 1973 transferiu-se para o Juventude de Évora, tendo contribuído para a promoção à II Divisão Nacional em 1973-74 e para a permanência no segundo escalão na época seguinte, a última da carreira.
José Luís (lateral esquerdo)
José Luís |
Lateral/extremo nascido em Cabo
Verde, baixo (1,73 m), mas bastante potente e capaz de jogar nas duas alas,
entrou em Portugal como voluntário para a Marinha e começou a jogar futebol ao
serviço do União
de Montemor, de onde saltou para o Juventude
de Évora em 1975.
Ao serviço das águias
azuis fez parte da equipa que 1977-78 esteve a um pequeno passo da
promoção à I
Divisão.Valorizado, deu o salto para o Vitória de Setúbal. Em duas temporadas no Bonfim, nas quais atuou quase sempre como lateral esquerdo, amealhou mais de 50 encontros e um golo em todas as competições.
As boas exibições catapultaram-no para o FC Porto, mas não vingou nas Antas, tendo ainda passado por Sanjoanense, Lusitano de Évora e Farense antes de voltar a vestir a camisola do Juventude de Évora entre 1984 e 1986, tendo contribuído para a subida à II Divisão Nacional em 1984-85, ainda que não tivesse conseguido impedir a despromoção à III Divisão na temporada seguinte.
Em 1987-88, já depois de uma passagem pelo Barreirense, representou pela última vez pelo Juventude, contribuindo para mais uma promoção à II Divisão.
Barrinha (médio defensivo)
Barrinha |
Defesa central/médio natural de
Alcochete, concluiu a formação no Belenenses
e começou o percurso como sénior a jogar na I
Divisão com a camisola do União
de Tomar, tendo ingressado no Juventude
de Évora em 1978.
Na única temporada que passou no Estádio
Sanches de Miranda esteve a um pequeno passo de ajudar os eborenses
a assegurar uma inédita subida à I
Divisão.Seguiu-se passagens por União de Leiria e Vitória de Guimarães antes de dois anos no Vitória de Setúbal, entre 1984 e 1986, despedindo-se com a despromoção à II Divisão em 1985-86.
Mamede (médio centro)
Mamede |
Médio natural de Alcácer do Sal,
chegou aos juvenis do Vitória
de Setúbal em 1989-90, depois de ter começado a jogar futebol num clube do
seu concelho, o Torino Torranense.
Em 1991-92 transitou para a
equipa principal dos sadinos,
mas depois de três anos em que raramente jogou foi ganhar rodagem para o Juventude
de Évora às ordens de Carlos Cardoso (já lá vamos…) em 1994-95, época
marcada pela despromoção à III Divisão.No verão de 1995 regressou ao Bonfim para se ir afirmando paulatinamente, tendo somado 114 jogos e seis golos no espaço de cinco temporadas, tendo contribuído para a promoção à I Liga em 1995-96 e para o apuramento para a Taça UEFA em 1998-99. No entanto, despediu-se da pior forma, com uma descida à II Liga.
No verão de 2000 transferiu-se para o Reggina, da Série A italiana, protagonizando na altura a maior transferência de sempre dos setubalenses: 265 mil contos (cerca de 1,3 milhões de euros).
“Sempre sofri muito pelo Vitória e, por isso, não é fácil sair com a equipa no segundo escalão. Porém, aos 26 anos, não podia rejeitar uma proposta tentadora para jogar em Itália, onde alinham a maioria dos craques mundiais e onde se disputa o campeonato considerado o melhor da Europa. A minha transferência também foi boa para o Vitória”, afirmou ao Record na hora da despedida.
Jorge Jesus (médio ofensivo)
Jorge Jesus |
Bem mais conhecido pela carreira
que tem feito enquanto treinador, Jorge
Jesus foi um médio de características ofensivas que, após concluir a
sua formação no Sporting,
procurou o seu espaço na I
Divisão. Após ter estado emprestado ao Olhanense,
regressado sem sucesso a Alvalade e
passado por Belenenses
e Riopele,
regressou à II Divisão para jogar pelo Juventude
de Évora em 1978-79.
Nessa que foi a única temporada
que passou no Estádio Sanches de Miranda esteve a um pequeno passo de ajudar os
eborenses
a assegurar uma inédita subida à I
Divisão.Seguiu-se uma época na União de Leiria antes de ingressar no Vitória de Setúbal durante o verão de 1980, quando tinha 26 anos. Embora não fosse propriamente um titular indiscutível, amealhou mais de 38 jogos e quatro golos ao serviço dos sadinos ao longo de três temporadas.
Mais tarde, foi treinador dos setubalenses entre outubro de 2000 e janeiro de 2002. Quando chegou ao Bonfim para suceder a Rui Águas, o Vitória era 7.º classificado na II Liga, tendo ainda perdido os dois primeiros jogos no campeonato. No entanto, a partir daí a equipa desatou a ganhar e conseguiu a promoção à I Liga nos minutos finais da última jornada, numa receção à Naval. “Queria dedicar esta vitória a esta massa associativa. Esta cidade tem uma paixão pelo futebol que, tirando Benfica, Sporting e FC Porto, mais ninguém tem. Ninguém consegue arrastar tanta gente atrás como o Vitória arrastou aqui hoje, 30 mil pessoas, todos eles vitorianos. Esta subida à I Liga vai inteiramente para os sócios e simpatizantes”, afirmou Jorge Jesus após o encontro decisivo.
Na época seguinte até nem começou mal, tendo amealhado três vitórias nas primeiras cinco jornadas. No entanto, depois não conseguiu evitar uma queda a pique que atirou a equipa para o 17.º lugar e acabou por não resistir aos maus resultados, tendo sido substituído por Luís Campos.
Dário (avançado)
Dário |
Extremo esquerdo brasileiro com
praticamente toda a carreira feita no futebol português, representou Olhanense,
Feirense
e Estrela de Portalegre antes de vestir a camisola do Juventude
de Évora em 1978-79.
Nessa que foi a única temporada
que passou no Estádio Sanches de Miranda esteve a um pequeno passo de ajudar os
eborenses
a assegurar uma inédita subida à I
Divisão.Seguiram-se três épocas no Vitória, clube pelo qual somou pelo menos 93 jogos e 22 golos entre 1979 e 1982.
Pinto de Almeida (avançado)
Pinto de Almeida |
Médio/interior lisboeta que
começou a jogar futebol nos juniores do Belenenses,
não vingou no Restelo e por isso tentou melhor sorte no Juventude
de Évora, clube que representou em 1951-52 na II Divisão Nacional, tendo
contribuído para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Após essa temporada mudou-se para
o Vitória
de Setúbal, clube que representou ao longo de meia dúzia de épocas, nas
quais amealhou pelo menos 114 encontros, muitos dos quais na condição de
capitão de equipa, e nove golos. Em 1953-54 fez parte da equipa que chegou à
final da Taça
de Portugal perdida de forma polémica para o Sporting,
recompensada com a Taça Recompensa, oferecida pela população de Setúbal.João Mendonça (avançado)
João Mendonça |
Avançado nascido em Luanda e
irmão dos também avançados Fernando Mendonça, que jogou no Sporting
e no Sp.
Braga, e Jorge Mendonça, que passou por Sp.
Braga, Atlético
Madrid e Barcelona, chegou
a Portugal com 16 anos para jogar nos juniores do Sporting,
mas não vingou e, por isso, mudou-se para o Juventude
de Évora quando transitou para sénior.
Depois de quatro temporadas a
jogar pelos eborenses
nas divisões secundárias do futebol português, nas quais contribuiu para a
conquista do título nacional da III Divisão em 1950-51 e para a caminhada até
aos quartos de final da Taça
de Portugal em 1951-52, mudou-se para o Vitória
de Setúbal no verão de 1953.Na única temporada que passou no emblema sadino causou boa impressão ao apontar 15 golos em 21 jogos e participar na caminhada até à final da Taça de Portugal.
Após três anos no Torreense e um no Sp. Braga, voltou a representar o Vitória entre 1958 e 1960 no patamar maior do futebol nacional, não conseguindo evitar a descida à II Divisão em 1959-60 apesar dos 12 golos em 31 jogos ao longo desses dois anos.
Carlos Cardoso (treinador)
Carlos Cardoso |
Antigo defesa central setubalense
que somou mais de 320 jogos pelo Vitória,
único clube que conheceu durante a carreira de futebolista (entre 1964 e 1977),
enquanto treinador ficou conhecido por ser o “bombeiro” de serviço dos sadinos,
por ter assumido em várias ocasiões o comando técnico nas fases finais das épocas,
quando os vitorianos estavam em apuros na tabela classificativa. Salvou o Vitória
da despromoção por três vezes, em 1997-98, 2006-07 e 2008-09, tendo descido
apenas em 2002-03. Na única época completa à frente da equipa, em 1998-99,
colocou os vitorianos em 5.º lugar e devolveu a Europa a Setúbal 25 anos
depois. “Como treinador estive 15 anos. Por inteiro, residente, como adjunto,
fiz esses papéis todos”, resumiu numa entrevista ao jornal O Jogo.
Paralelamente, teve uma passagem
pouco feliz pelo Juventude
de Évora em 1994-95, não conseguindo impedir a despromoção à III Divisão.
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