Dez jogadores que fizeram história pelo Sporting na Liga Europa |
Uma vez finalista da Taça
UEFA/Liga
Europa, o Sporting
Clube de Portugal está prestes a iniciar a sua 34.ª participação na prova –
a 10.ª sob o atual formato – e vai reforçar o estatuto de clube com mais
presenças na competição, à frente de Club Brugge (30), Inter
de Milão e Ajax
(ambos 28).
Estreantes em 1975-76, os leões
não foram além da segunda eliminatória nessa campanha, mas viriam a atingir a
final em 2004-05, tendo saído derrotados às mãos do CSKA
Moscovo em pleno Estádio
José Alvalade.
Os verde
e brancos chegaram ainda às meias-finais em 1990-91 e 2011-12 e aos quartos
de final em 1985-86, 2007-08 e 2017-18.
No total, 180 futebolistas
representaram o Sporting na Taça
UEFA/Liga
Europa. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
10. João Moutinho (27 jogos)
João Moutinho |
Médio formado no Sporting,
fez a estreia na então denominada Taça
UEFA com apenas 18 anos, tendo entrado no decorrer da segunda parte
de uma
vitória caseira sobre o Feyenoord (2-1) em fevereiro de 2005.
Pelos leões haveria
de disputar 27 jogos e marcar um golo na prova até 2010, tendo participado na
caminhada até à final em 2004-05 e até aos quartos de final em 2007-08.
Paralelamente, conquistou
duas Taças
de Portugal (2006-07 e 2007-08) e duas Supertaças (2007
e 2008) pelo emblema
leonino.
No verão de 2010 mudou-se para o FC
Porto, clube pelo qual haveria de conquistar a já denominada Liga
Europa em 2010-11. “Esta medalha é de primeiro lugar. Infelizmente em 2005
não consegui ganhar, mas hoje estamos aqui a fazer a festa. Aqui é muito mais
fácil ganhar”, considerou,
após uma
final em que os dragões bateram o Sp. Braga.
9. Pedro Barbosa (28 jogos)
Pedro Barbosa |
Médio ofensivo/extremo que passou
pela formação do FC
Porto, foi recrutado ao Vitória
de Guimarães em 1995 com o intuito de fazer Luís Figo, que tinha
rumado ao Barcelona.
Internacionalmente não teve uma carreira tão bonita como o antecessor, mas teve
um trajeto mais glorioso em Alvalade.
Em dez anos de verde
e branco, pautou por alguma irregularidade: tanto era capaz de jogadas e
golos apenas ao alcance de grandes génios do futebol como fazia desesperar as
bancadas ao parecer alhear-se em alguns jogos ou à lentidão em soltar a bola.
Em termos de Taça
UEFA atuou em 28 partidas (18 a titular) e marcou dois golos de leão
ao peito ao longo de seis participações na prova, tendo contribuído para a
caminhada até à final em 2004-05.
Paralelamente, conquistou dois
campeonatos (1999-00
e 2001-02), uma Taça
de Portugal (2001-02) e três Supertaças
Cândido de Oliveira (1995, 2000
e 2002).
Em 2003 foi distinguido com o
Prémio Stromp na categoria Futebolista.
Após pendurar as botas, em 2005,
desempenhou funções na estrutura leonina,
deixando o clube em definitivo em novembro de 2009.
8. Carlos Xavier (28 jogos)
Carlos Xavier |
Disputou o mesmo número de jogos
de Pedro Barbosa, mas amealhou mais 545 minutos em campo – 2083 contra 1538.
Jogador polivalente e formado no
clube, esteve 12 temporadas na equipa principal, mas terá sido titular
indiscutível em apenas três. Para muitos, terá feito uma carreira aquém do
esperado.
Capaz de fazer várias posições na
defesa e no meio-campo, estreou-se de leão
ao peito aos 18 anos, marcando um dos golos numa goleada caseira ao Amora
em dezembro de 1980 (5-0). Na temporada seguinte formou uma dupla sólida com
Eurico no eixo defensivo e conquistou o único título nacional da carreira,
tendo vencido ainda a Taça
de Portugal nessa época – e a Supertaça
Cândido de Oliveira poucos meses depois.
Apesar do início promissor de
carreira, nem sempre conseguiu manter o lugar no onze, ao ponto de em 1986-87
ter sido emprestado à Académica.
No regresso a Alvalade
voltou a oscilar entre a titularidade e o banco de suplentes, tendo conquistado
a Supertaça
em 1987.
No verão de 1991 transferiu-se
para os espanhóis da Real
Sociedad, mas regressou ao clube do coração três anos depois, para
conquistar mais uma Taça
de Portugal (1994-95) e uma Supertaça
(1995).
Ao longo destas três passagens
pela equipa principal do Sporting
totalizou 28 encontros (23 a titular) e um golo na Taça
UEFA em oito participações, tendo contribuído para caminhada até às
meias-finais em 1990-91 e até aos quartos de final em 1985-86.
7. Beto (28 jogos)
Beto |
Disputou o mesmo número de jogos
de Pedro Barbosa e Carlos Xavier, mas amealhou mais minutos em campo: 2376.
Defesa central formado no Sporting
e desde cedo considerado uma das joias da coroa da cantera leonina,
esteve emprestado a União
de Lamas e Campomaiorense
antes de se fixar na equipa principal em 1996 e por lá se afirmar até 2006,
quando se mudou para o Bordéus.
Ao longo de quase uma década conquistou
dois campeonatos (1999-00
e 2001-02), uma Taça
de Portugal (2001-02) e duas Supertaças
Cândido de Oliveira (2002).
Em termos de Taça
UEFA somou 28 partidas (26 a titular) e dois golos em oito participações,
tendo contribuído para a caminhada até à final em 2004-05.
Em 2001 e 2004 foi distinguido
com o Prémio Stromp nas categorias Futebolista e Especial Europeu, respetivamente.
Após pendurar as botas regressou
ao Sporting
como diretor de relações institucionais sob a presidência de Godinho Lopes e
como team manager da equipa principal já na era Frederico Varandas.
6. Venâncio (32 jogos)
Venâncio |
Defesa central que ingressou nos
juniores do Sporting
em 1981-82, proveniente do Vitória
de Setúbal, ingressou na equipa principal na época seguinte e por lá se
manteve até 1992, quando se transferiu para o Boavista.
Ao longo de uma década em Alvalade
não ganhou qualquer troféu, pois nesse período os leões
não venceram campeonatos nem Taças
de Portugal e Venâncio não participou nos jogos da Supertaça
Cândido de Oliveira em 1982 e 1987.
O defensor setubalense, que teve
um percurso muito marcado por lesões nos joelhos, até acabou por viver na Taça
UEFA alguns dos momentos mais altos da carreira, nomeadamente a caminhada
até às meias-finais em 1990-91, depois de já ter ajudado os verde
e brancos a atingir os quartos de final em 1985-86. Em sete participações
na prova, o central acumulou 32 jogos (todos como titular) e um golo.
Em 1987 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria
Atleta Profissional.
Após pendurar as botas voltou ao Sporting
como treinador nas camadas jovens e adjunto de Mirko Jozic, Giuseppe Materazzi
e Augusto Inácio na equipa principal.
5. Liedson (34 jogos)
Liedson |
Embora apenas apareça na quinta
posição deste ranking, é o melhor marcador de sempre do Sporting
na Taça
UEFA/Liga
Europa, com 20 golos.
Avançado baiano natural de Cairu,
era um autêntico conhecido quando chegou a Alvalade,
nos últimos dias do mercado de verão de 2003. É verdade que tinha marcado
muitos golos em clubes como Coritiba, Flamengo e Corinthians,
mas era bastante franzino, relativamente baixo para ponta de lança (1,75 m),
estava à beira e completar 27 anos e não muito tempo antes era funcionário de
um supermercado. Porém, só precisou de dois jogos para mostrar a Fernando
Santos que lhe devia conceder a titularidade, porque o que lhe faltava em
centímetros era compensado em velocidade, mobilidade, capacidade de impulsão,
facilidade de remate e empenho na luta com os defesas adversários.
Ao longo de sete anos e meio de leão
ao peito estabeleceu-se como o sexto melhor marcador de sempre do clube, com
172 golos – somente Peyroteo (524), Manuel
Fernandes (258), Vasques (214), Manuel Soeiro (207) e Rui Jordão (184)
fizeram melhor –, e conquistou duas Taças
de Portugal (2006-07 e 2007-08) e uma Supertaça
Cândido de Oliveira (2007), assim como dois troféus de melhor marcador da I
Liga, em 2004-05 (25 golos) e 2006-07 (15).
Em termos de Taça
UEFA/Liga
Europa, somou 34 encontros (33 a titular) e 20 remates certeiros ao longo
de cinco participações, ajudando os verde
e brancos a atingir a final da prova em 2004-05 – também contribuiu para a
caminhada até aos quartos de final em 2007-08.
Venceria ainda o Prémio Stromp na
categoria futebolista em 2007 e 2009 e tornar-se-ia o melhor marcador dos leões
nas competições europeias, com 26 golos.
Depois de ter voltado ao Brasil
para representar novamente Corinthians
e Flamengo,
regressou a Portugal em janeiro de 2013 para conquistar o título que lhe
faltava, o de campeão nacional, mas com a camisola do FC
Porto, pendurando as botas em seguida.
4. Oceano (36 jogos)
Oceano |
Médio proveniente do Nacional
da Madeira que se impôs imediatamente de pedra e cal no onze leonino,
esteve em Alvalade
durante onze temporadas (entre 1984 e 1991 e depois entre 1994 e 1998) e
disputou 401 jogos de leão
ao peito em todas as competições, mas nunca foi campeão, tendo sido um dos mais
injustiçados pelo jejum de 18 anos que durou entre 1982 e 2000.
Durante as duas passagens pelo Sporting
– pelo meio representou os espanhóis da Real
Sociedad (1991 a 1994) – conquistou apenas duas Supertaças
Cândido de Oliveira (1987 e 1995) e uma Taça
de Portugal (1994-95).
Relativamente à Taça
UEFA, somou 36 partidas (31 a titular) e quatro golos ao longo de oito
participações, tendo contribuído para a caminhada até às meias-finais em
1990-91, já depois de já ter ajudado os verde
e brancos a atingir os quartos de final em 1985-86.
Em 1988 e 1995 foi distinguido
com o Prémio Stromp na categoria Futebolista.
Após pendurar as botas, haveria
de voltar ao Sporting
em 2010 para exercer as funções de treinador adjunto. Entretanto foi adjunto de
José Dominguez na União
de Leiria e em 2012 voltou a Alvalade
para assumir o comando técnico da equipa B e orientar interinamente a equipa
principal.
3. Manuel Fernandes (36 jogos)
Manuel Fernandes |
Disputou o mesmo número de jogos
de Oceano, mas amealhou mais 177 minutos em campo – 3055 contra 2878.
Avançado móvel, saltou da CUF
para o Sporting
no verão de 1975. Em Alvalade
tornou-se não só capitão e ídolo, mas também uma lenda viva. Mais até do que os
dois campeonatos (1979-80 e 1981-82), as duas Taças
de Portugal (1977-78 e 1981-82), a Supertaça
Cândido de Oliveira (1987) e o troféu de melhor marcador da I
Divisão (1985-86) que ganhou, é recordado sobretudo pelos quatro
golos que marcou na goleada por 7-1 sobre o rival Benfica em dezembro de 1986.
Em termos de Taça
UEFA, somou 36 jogos (todos como titular) e 16 remates certeiros ao longo
de oito participações na prova, tendo contribuído para a caminhada até aos
quartos de final em 1985-86.
Em 1979 foi distinguido com o
Prémio Stromp na categoria Atleta Profissional.
Apesar da veia goleadora exibida
na altura, foi dispensado em 1987, aos 36 anos, para encerrar a carreira ao
serviço do Vitória
de Setúbal.
Haveria de regressar ao Sporting
na condição de treinador. Primeiro em 1992-93 como adjunto de Bobby Robson,
depois em 2000-01 como treinador principal, conseguindo guiar a equipa à
conquista da Supertaça.
Desde 2011 que vai
esporadicamente desempenhando algumas funções na estrutura do futebol leonino.
Foi diretor responsável pela equipa B, líder o departamento de scouting e chefe
do departamento de futebol. Atualmente é uma espécie de relações
públicas/embaixador do clube.
2. Anderson Polga (43 jogos)
Anderson Polga |
O primeiro campeão do mundo a
atuar em Portugal. Natural de Santiago, Rio Grande do Sul, despontou no Grêmio,
clube pelo qual venceu dois campeonatos gaúchos e uma Copa do Brasil e que o
catapultou para a seleção brasileira, tendo participado na campanha vitoriosa
do escrete de Luiz Felipe Scolari no Mundial
2002.
Um ano depois mudou-se para
o Sporting,
tendo conquistado rapidamente o estatuto de titular, que acabou por manter
durante praticamente todas as nove temporadas que passou em Alvalade,
embora nunca tivesse voltado a ser chamado para a canarinha.
Logo na segunda época de leão
ao peito, em 2004-05, atingiu a final da Taça
UEFA, prova na qual totalizou 43 jogos (42 a titular) e dois golos ao longo
de sete participações, tendo ainda contribuído para a caminhada até às
meias-finais da competição em 2011-12.
Paralelamente, conquistou
duas Taças
de Portugal (2006-07 e 2007-08) e duas Supertaças (2007
e 2008) pelo emblema
leonino. Ficou a faltar o campeonato.
Poucos meses depois de ter sido
distinguido com o Prémio Stromp na categoria especial carreira, despediu-se do Sporting
em maio de 2012 após uma frustrante
derrota com a Académica na final da Taça de Portugal.
1. Rui Patrício (51 jogos)
Rui Patrício |
Descoberto pelo antigo
guarda-redes leonino Joaquim
Carvalho (1958 a 1970) e apontado desde tenra idade como sucessor de Vítor
Damas, foi formado no Sporting e
estreou-se pela equipa principal ainda com idade de júnior, aos 18 anos,
defendendo uma grande penalidade logo no primeiro jogo, numa visita ao Marítimo,
em novembro de 2006.
Cerca de um ano depois roubou a
titularidade ao sérvio Stojkovic e não mais a largou, tendo feito a estreia na
ainda denominada Taça
UEFA a poucos dias de comemorar o 20.º aniversário, numa vitória do Sporting em
casa sobre o Basileia (2-0) em fevereiro de 2008. Pelos leões haveria
de disputar 51 jogos e sofrer 60 golos na prova, tendo atingido os quartos de
final em 2007-08 e 2017-18 e as meias-finais em 2011-12.
Paralelamente, conquistou
duas Taças
de Portugal (2007-08 e 2014-15), duas Supertaças (2008
e 2015) e uma Taça
da Liga (2017-18), tendo ainda participado na caminhada até às meias-finais
da Liga
Europa em 2011-12, tendo ainda ajudado Portugal a sagrar-se campeão
europeu em 2016, num torneio em que foi eleito melhor guarda-redes.
Em 2016 foi distinguido com o
Prémio Stromp nas categorias Futebolista e Europeu.
Haveria de deixar o Sporting pela
porta pequena, rescindindo unilateralmente no verão de 2018 após o ataque à
Academia do clube, rumando
aos ingleses do Wolverhampton.
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