Dez figuras históricas do União de Santiago do Cacém |
Fundada a 18 de outubro de 1938,
a União
Sport Club de Santiago do Cacém viveu o período de maior fulgor da sua
história entre o final da década de 1980 e o início da de 1990, quando participou
por três vezes na II Divisão e quatro na II Divisão B.
Após uma longa travessia
nos campeonatos distritais da Associação
de Futebol de Setúbal, o emblema
do Litoral Alentejano chegou à III Divisão Nacional em 1974 e à II
Divisão em 1986, tendo competido durante três épocas consecutivas no segundo
escalão nacional, concluindo sempre o campeonato da Zona Sul entre o 13.º e o
16.º lugar.
Após a reformulação dos quatros
competitivos em Portugal em 1990, os santiaguenses foram
inseridos na II Divisão B, tendo obtido um terceiro lugar em 1991-92 – foi o
mais perto que o clube esteve de chegar às ligas profissionais.
Desde 2005 remetidos
nos distritais setubalenses, os unionistas contabilizam
três títulos de campeão da AF
Setúbal (1973-74, 1983-84 e 2001-02) e 27 presenças na Taça
de Portugal, tendo defrontado o FC
Porto nas Antas em 1975 (0-6).
Vale por isso a pena recordar os
dez futebolistas com mais jogos pela União
de Santiago na II Divisão.
10. Silvério (51 jogos)
Silvério |
Um filho da terra e um produto da formação da União
de Santiago, que ascendeu à equipa principal em 1978-79, então na III
Divisão. Em 1981 mudou-se para o vizinho e rival Vasco
da Gama de Sines, mas voltou ao Miróbriga
dois anos depois para contribuir para duas promoções, à III Divisão em 1984 e à
II em 1986.
Os bons desempenhos deste médio captaram a atenção do Belenenses,
que lhe deu a possibilidade de se tornar profissional e jogar na I
Divisão em 1986-87, tendo até sido alvo de uma utilização bastante
razoável.
Porém, no final dessa temporada regressou a Santiago do Cacém, tendo
amealhado 51 jogos (42 a titular) e cinco golos na II Divisão entre 1987 e
1989, mostrando-se impotente para evitar a descida à III Divisão.
Haveria de permanecer no clube até 1995, despedindo-se da carreira de
futebolista com nova descida à III Divisão.
9. Batista (52 jogos)
Batista |
Avançado brasileiro natural de Fortaleza, entrou no futebol português
precisamente pela porta do União
de Santiago do Cacém e acabaria por se tornar no melhor marcador de sempre
do clube na II Divisão, com 15 golos.
Na primeira época no emblema
do Litoral Alentejano, em 1986-87, atuou em 21 partidas (19 a titular) e
faturou por oito vezes no campeonato, diante de Olhanense,
Estrela
da Amadora, Samora Correia (dois), Esperança
de Lagos, Cova
da Piedade, Estoril
e Vitória
de Setúbal, ajudando os unionistas
a assegurar a permanência.
Valorizado, deu o salto para o Gil
Vicente, mas em 1988-89 regressou aos santiaguenses
para participar em 31 encontros (24 a titular) e apontar sete golos na II
Divisão, frente a Olhanense
(dois), Olivais e Moscavide, Alverca,
Esperança
de Lagos (dois) e Torreense,
ainda assim insuficientes para evitar a descida à III Divisão.
Após a despromoção permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao
Samora Correia na companhia de Jorge Chow. Porém, em 1991-92 regressou ao União
de Santiago do Cacém para competir na II Divisão B, numa época em que
contabilizou 16 remates certeiros.
8. Januário (64 jogos)
Januário |
Defesa central natural de Beja, fez a formação no Despertar, mas iniciou
o seu percurso como sénior no Desportivo
de Beja, tendo ainda passado por Lusitano
Évora e Vasco
da Gama de Sines antes de ingressar no União
de Santiago do Cacém no verão de 1984.
Na segunda época nos unionistas
alcançou a subida à II Divisão Nacional, patamar em que amealhou 64 encontros
(59 a titular) entre 1986 e 1989, não conseguindo impedir a descida à III
Divisão.
Haveria de permanecer mais dois anos no clube, tendo contribuído para a
promoção à II Divisão B em 1990.
No verão de 1991 transferiu-se para O
Grandolense na companhia de Dinis, Fã e Russo.
7. Flávio (69 jogos)
Flávio |
Médio nascido na Guiné-Bissau,
fez praticamente toda a carreira no Litoral Alentejano. Após ter concluído a
formação e iniciado o trajeto no futebol sénior ao serviço do Vasco
da Gama de Sines, passou pela primeira vez pela União
de Santiago em 1985-86.
Na temporada seguinte representou o Juventude
Évora, mas logo a seguir voltou ao Miróbriga
para totalizar 69 partidas (67 a titular) e seis golos na II Divisão Nacional
entre 1987 e 1989, não conseguindo impedir a descida à III Divisão.
Até se transferir para o
Alcacerense em 1995 na companhia de Manuel, haveria de alcançar ainda duas
subidas à II Divisão B (1990 e 1994) e duas descidas à III Divisão (1993 e
1995).
6. Toninho (69 jogos)
Lateral esquerdo natural de
Santiago do Cacém e formado no União,
transitou para a equipa principal, tendo competido na III Divisão e no
campeonato distrital da AF
Setúbal antes de totalizar 69 jogos (68 a titular) e um golo (ao União da
Madeira, em 1986-87) na II Divisão B entre 1987 e 1989, não conseguindo evitar
a despromoção na época de despedida.
Após a descida de divisão
mudou-se para o Alcacerense, tendo ainda atuado noutro emblema santiaguense, o
Deixa-o-Resto, antes de encerrar a carreira.
5. Dinis (70 jogos)
Dinis |
Guarda-redes formado no Vitória
de Setúbal ao lado de Venâncio, passou por Praiense, Comércio
e Indústria e Benfica
Castelo Branco antes de ingressar no União
de Santiago do Cacém no verão de 1985.
Na primeira época no clube alcançou a subida à II Divisão Nacional,
patamar em que amealhou 70 partidas (todas como titular) e 101 golos sofridos
ao longo de três temporadas, não conseguindo evitar a descida à III Divisão em
1989.
Após a despromoção permaneceu mais dois anos no emblema
do Litoral Alentejano, tendo festejado a subida à II Divisão B em 1990.
No verão de 1991 transferiu-se para O
Grandolense na companhia de Januário, Fã e Russo.
4. Ferreirinha (71 jogos)
Ferreirinha |
Extremo de baixa estatura, mas
rápido e habilidoso natural de Ermidas do Sado, no concelho de Santiago do
Cacém, começou a jogar futebol em pequenos clubes da sua área de residência,
como Vitória Ermidense, Alvaladense e Lousalense.
Em 1983 mudou-se para o União
e por lá se manteve até 1997, quando pendurou as botas, tornando-se capitão e
figura importante na história do emblema
santiaguense, além de ter subido de divisão por quatro vezes e descido em
três ocasiões.
Em termos de II Divisão Nacional
totalizou 71 encontros (67 a titular) e dez golos pelo conjunto
do Litoral Alentejano ao longo de três épocas, não conseguindo evitar a
descida à III Divisão em 1989.
Noutras temporadas, também vestiu
a camisola dos unionistas
nos distritais da AF
Setúbal, na III Divisão e na II Divisão B.
3. Hipólito (76 jogos)
Hipólito |
Defesa cabo-verdiano que no seu
país representou o Boavista da Praia, entre outros, só vestiu a camisola do União
de Santiago do Cacém em Portugal, curiosamente nas três épocas em que o clube
do Litoral Alentejano militou na II Divisão Nacional, ou seja, entre
1986-87 e 1988-89.
Nesse período totalizou 76
encontros (63 a titular) no campeonato, mostrando-se impotente para evitar a
descida à III Divisão em 1989.
2. Zé Rui (77 jogos)
Zé Rui |
Defesa central internacional
cabo-verdiano que no seu país representou o Sporting da Praia, reforçou o União
de Santiago do Cacém em janeiro de 1987.
Com impacto imediato na equipa,
tornou-se rapidamente titular, tendo totalizado 77 encontros (todos no onze
inicial) e oito golos na II Divisão no espaço de dois anos e meio, mostrando-se
impotente para evitar a descida à III Divisão em 1989.
Após a despromoção permaneceu
mais um ano no clube, rumando depois ao O
Elvas.
1. Nélson Raimundo (94 jogos)
Nélson Raimundo |
Jogador polivalente, capaz de
atuar como lateral direito e fazer várias posições do meio-campo, foi campeão
nacional de juniores no Benfica
ao lado de José Carlos e transitou diretamente da formação das águias
para os seniores do União
de Santiago no verão de 1986.
Nas três primeiras temporadas no
clube amealhou 94 partidas (93 a titular) e seis golos na II Divisão Nacional,
não conseguindo evitar a descida à III Divisão em 1989.
Em 1992 transferiu-se para O
Elvas na companhia de Briguel, passando ainda pelo Vasco
da Gama de Sines antes de regressar ao Miróbriga
em 1994-95, temporada em que se mostrou uma vez mais impotente para evitar a
despromoção à III Divisão.
Muito penalizado por uma lesão
grave no joelho direito, haveria de se manter no clube até 1997, quando se
mudou para o Alcacerense juntamente com Nuno Pereira, Marinho e Jorge Pereira.
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