Estoril competiu na II Divisão B entre 1999 e 2003 |
Fundado a 17 de maio de 1939, o
então Grupo
Desportivo Estoril Plage nasceu da Sociedade Estoril-Plage, proprietária do
caminho de ferro da Linha de Cascais,
de importantes hotéis na zona de Cascais
e do Casino Estoril, tendo adotado desde o início no emblema e nas cores o
amarelo do sol e o azul do mar, os baluartes da região. Porém, as cores
motivaram a alcunha de “canarinhos”,
em alusão à seleção brasileira.
Com apenas cinco anos de
existência, os estorilistas
viveram um dos maiores momentos da sua história ao participar na final da Taça
de Portugal, de onde saíram derrotados pelo Benfica.
Porém, 70 anos depois os canarinhos
voltaram a evidenciar-se ao assegurarem duas qualificações consecutivas para a Liga
Europa, em 2013 e 2014, com Marco
Silva no comando técnico. Dois quartos lugares, em 1947-48 e em 2013-14,
foram as melhores classificações de sempre do Estoril
na I
Divisão.
Contudo, o emblema
da Linha de Cascais viveu um período menos fulguroso da sua história
durante a viragem no milénio, quando competiu durante quatro temporadas (1999-00
a 2002-03) na II Divisão B – Zona Sul.
Vale por isso a pena recordar os
dez jogadores com mais jogos pelo Estoril
Praia na II Divisão B.
10. Baroti (56 jogos)
Baroti |
Disputou o mesmo número de jogos
de Rui Sá, mas amealhou mais 1734 minutos em campo – 4180 contra 2446.
A carreira de Baroti começou
praticamente com a conquista da Taça
de Portugal ao serviço do Estrela
da Amadora em 1989-90, mas nunca se afirmou na I
Liga e cinco anos depois foi contratado pelo Estoril,
depois de passagens por Académica
e Felgueiras.
No António
Coimbra da Mota este médio centro/extremo esquerdo viveu a fase de maior
fulgor na carreira ao longo de quatro temporadas na II
Liga, entre 1995 e 1999.
Após a despromoção à II Divisão B
permaneceu no clube por mais dois anos, tendo disputado 56 encontros (52 a
titular) e apontado quatro golos no campeonato.
Depois transferiu-se para o Amora.
9. Hélder Sá (58 jogos)
Hélder Sá |
Defesa central/médio defensivo
com passagem por vários clubes do distrito de Lisboa, como Odivelas,
1º Dezembro e Sintrense,
trocou o clube
de Sintra pelo Estoril
no verão de 1999.
Em duas temporadas no António
Coimbra da Mota amealhou um total de 58 jogos (56 a titular) e cinco golos
na II Divisão B.
Depois regressou ao Odivelas.
8. Nuno Rodrigues (59 jogos)
Dois anos depois estreou-se pela
equipa principal, mas não conseguiu evitar a despromoção à II Divisão B,
patamar competitivo em que disputou um total de 59 jogos (47 a titular) e
apontou dois golos entre 1999 e 2001.
Depois transferiu-se para o Sp.
Espinho, que na altura militava na II
Liga.
Após pendurar as botas voltou a
representar os estorilistas,
mas no futebol veterano.
7. Marco Paulo (61 jogos)
Com impacto imediato da equipa,
rapidamente desatou a marcar golos pelos canarinhos.
Nas duas primeiras temporadas no António
Coimbra da Mota totalizou 61 jogos (48 a titular) e apontou 26 golos, 16
deles na época 2002-03, que culminou no primeiro lugar na Zona Sul da II
Divisão B e na consequente subida à II
Liga.
Após a promoção permaneceu mais
um ano no clube e voltou a contribuir para uma subida de divisão, desta feita à
I
Liga. Porém, não acompanhou os estorilistas
no primeiro
escalão, uma vez que rumou aos franceses do Laval.
6. Freddy (63 jogos)
Freddy |
Mais um atacante angolano
radicado em Portugal desde tenra idade, mas que não se chegou a cruzar com
Marco Paulo no António
Coimbra da Mota. Produto da formação do Estoril,
transitou para a equipa principal em 1998.
Na primeira época nos seniores
mostrou-se impotente para evitar a queda para a II Divisão B, patamar em que
disputou 63 jogos (51 a titular) e apontou 20 golos entre 1999 e 2001.
Valorizado pelas boas campanhas
no emblema
canarinho, deu depois o salto para a União
de Leiria, então orientada por José
Mourinho na I
Liga.
5. Paulo Sérgio (66 jogos)
Paulo Sérgio |
Avançado possante (1,86 m) e
experiente, que já tinha jogado na I
Divisão ao serviço de Belenenses,
Paços
de Ferreira, Salgueiros
e Vitória
de Setúbal, chegou ao Estoril
no verão de 1999, proveniente dos franceses do Grenoble, a convite de Rui
Águas, quando já tinha 31 anos.
Em dois anos e meio no António
Coimbra da Mota consolidou-se como um dos melhores marcadores da II Divisão
B – Zona Sul, tendo apontado 16 golos tanto em 1999-00 e 2000-01. Brilhou
também na Taça
de Portugal, marcando numa vitória improvável no terreno do Sp.
Braga em novembro de 2000.
A época que se seguiu ainda foi
iniciada no clube, mas em fevereiro de 2002 mudou-se para o Olhanense,
numa altura em que já vinha a perder espaço nos canarinhos,
deixando o emblema
da Linha de Cascais com 66 jogos (53 a titular) na II Divisão B.
“[Vem à memória] alguma frustração
porque tivemos boas equipas no Estoril,
o objetivo era subir o clube de divisão. No primeiro ano não conseguimos o
objetivo, porque o Rui [Águas], a meio do projeto, sai por convite do Vitória
de Setúbal e leva o Paulo Ferreira, que mais tarde vai para o Chelsea,
e leva o Nelson Veiga. E acho que o projeto ficou um bocado hipotecado. E há
algumas más opções no segundo ano, apesar de termos boa equipa. O terceiro ano
é aquele em que o Estoril
vende a SAD ao grupo do Manuel Damásio, do Figueiredo e do Janela. É o Janela
quem vai tomar conta do futebol. É quando conheço o Ulisses Morais, que mais
tarde pega na equipa. Mas acho que, quando o Ulisses entra, já estamos sem
hipótese de subir esse ano”, recordou à Tribuna
Expresso em fevereiro de 2020.
4. Martins (76 jogos)
Martins |
Chama-se José Martins, mas
poderia chamar-se sr. Estoril
Praia. Afinal, foi formado no clube e cumpriu praticamente toda a carreira
na Amoreira
– a exceção foi em 1989-90, quando se estreou na II
Liga ao serviço do Penafiel.
No total, soma mais de 400 jogos pelos estorilistas,
o que faz dele o jogador com mais encontros com o equipamento amarelo
e azul, tendo representado o clube em três divisões.
As primeiras partidas pela equipa
da Linha de Cascais foram disputadas ainda em idade de júnior, em 1985-86,
tendo formado dupla com o atual selecionador nacional Fernando Santos, 13 anos
mais velho, no eixo da defesa.
Na edição inaugural da II
Liga, em 1990-91, já com Fernando Santos no comando técnico, formou uma
dupla sólida com Hélder que ajudou os estorilistas
a alcançar o estatuto de defesa menos batida da competição (28 golos sofridos)
e a subir de divisão após sete anos de ausência.
Seguiram-se três anos e I
Liga, não conseguindo evitar a descida de divisão em 1993-94. Após a
despromoção acompanhou os canarinhos
em mais cinco épocas na II
Liga, entre 1994 e 1999.
Porém, nem a descida à II
Divisão B o fez sair do clube, tendo continuado a servir o Estoril
no terceiro escalão do futebol português até pendurar as botas em junho de
2002. Em três temporadas na II B amealhou um total de 76 jogos (72 a titular),
não indo a tempo de contribuir para a promoção ao segundo
escalão em 2003.
Após retirar-se do relvado
abraçou a carreira de treinador, tendo orientado a equipa de juniores do seu
clube de (quase) sempre entre 2005-06 e 2011-12.
3. Vidais (80 jogos)
Vidais |
Defesa central que vinha a
fazer na II Divisão B ao serviço de clubes como Benfica
Castelo Branco, Juventude
Évora, Fátima
e Vilafranquense,
reforçou o Estoril
no verão de 2000.
Em quatro temporadas no António
Coimbra da Mota, três foram passadas a competir na II B, mas em apenas uma
foi titular indiscutível. Entre 2000 e 2003 amealhou um total de 80 jogos (64 a
titular) e quatro golos no terceiro escalão do futebol português, contribuindo
para o primeiro lugar na Zona Sul e consequente subida à II
Liga em 2003.
Após a promoção permaneceu mais
um ano clube, rumando depois ao Olivais e Moscavide.
2. Rui Júnior (88 jogos)
Titular indiscutível nas três
temporadas que passou no António
Coimbra da Mota, amealhou um total de 88 jogos (85 a titular) e sete golos.
Embora não tivesse conseguido a
desejada subida à II
Liga, as boas campanhas ao serviço do emblema
da Linha de Cascais valeram-lhe o salto para o Alverca,
que na altura militava nas ligas profissionais.
1. Diogo (133 jogos)
Diogo |
Médio defensivo natural do Estoril
e formado no clube, transitou para a equipa principal em 1995-96, quando os canarinhos
militavam na II
Liga.
Na época seguinte rodou nos
açorianos do Praiense, mas voltou ao António
Coimbra da Mota e por lá ficou até 2003.
Em 1999 mostrou-se impotente para
evitar a despromoção à II Divisão B, patamar em que se estabeleceu como capitão
e peça imprescindível no onze estorilista,
tendo amealhado 133 encontros (129 a titular) e três golos no campeonato em
quatro temporadas.
Após ajudar o emblema
da Linha de Cascais a alcançar a tão desejada subida à II
Liga, em 2003, transferiu-se para a Naval.
Sem comentários:
Enviar um comentário