Lusitano VRSA participou na edição inaugural da II Liga |
Fundado a 15 de abril de 1916, o Lusitano
Futebol Clube é popularmente conhecido como Lusitano
Vila Real de Santo António ou simplesmente Lusitano
VRSA.
Um dos principais emblemas do Algarve
até meados da década de 1950, tornou-se o segundo clube da região a chegar à I
Divisão, em 1947, iniciando aí um percurso de três anos consecutivos entre
a elite
do futebol português. Essas foram, aliás, as únicas participações dos diabos
algarvios no primeiro escalão. Logo na época de estreia, foi alcançada a
melhor classificação de sempre do clube: o 11.º lugar.
Paralelamente, foi nessa altura
que o Lusitano
VRSA obteve a sua melhor participação na Taça
de Portugal, tendo chegado aos quartos de final em 1948-49, acabando
eliminado pelo Atlético.
Desde então que o emblema
de Vila Real de Santo António ficou remetido para as divisões secundárias,
incluindo as distritais, onde atualmente compete. Em 1990-91 disputou a
primeira edição da II
Liga, terminando na 19.ª e penúltima posição.
Nessa temporada, 22 jogadores
vestiram a camisola do clube
sotaventino. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram mais vezes.
10. José Augusto (26 jogos)
José Augusto |
Defesa central/médio defensivo
que foi formado e despontou no Varzim, deixou o clube de sempre em 1990 para se
aventurar em terras algarvias.
Na única temporada que passou no Lusitano
VRSA disputou 26 jogos (25 a titular) na II
Liga, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
regressou ao norte de Portugal para vestir a camisola do Esposende.
9. Craveiro (28 jogos)
Craveiro |
Médio
natural de Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, e que jogou ao lado de
Carlos Xavier e Mário Jorge nos juniores do Sporting, passou por
clubes como Recreio de Águeda,
Oliveirense, Beira-Mar, Sp. Covilhã e União de Leiria antes de
assinar pelo Lusitano VRSA no verão de
1990.
Na
única temporada em que representou os algarvios atuou em 28
jogos (25 a titular) na II Liga, mas mostrou-se impotente para evitar a
despromoção.
Após
a descida de divisão regressou à zona de Aveiro.
8. Fernandes (29 jogos)
Fernandes |
Médio brasileiro de
características ofensivas, entrou no futebol português precisamente do Lusitano
VRSA em 1988-89, numa altura em que o emblema
sotaventino militava na III Divisão.
Na primeira época em Vila
Real de Santo António subiu à II Divisão e na temporada seguinte ajudou os algarvios
a assegurarem uma vaga na edição inaugural da II
Liga.
No reformulado segundo escalão foi
utilizado em 29 partidas (20 a titular) e marcou um golo ao O
Elvas, insuficiente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
permaneceu no Algarve,
mas mudou-se para o Barlavento para vestir a camisola do Esperança
de Lagos.
7. Carrada (29 jogos)
Carrada |
Disputou o mesmo número de jogos
de Fernandes, mas amealhou mais 603 minutos em campo – 2579 contra 1976.
Defesa lateral formado no Olhanense,
passou quatro anos na equipa principal do clube
de Olhão antes de reforçar o Lusitano
VRSA no verão de 1987, quando o emblema
raiano militava na III Divisão.
Na segunda época em Vila
Real de Santo António subiu à II Divisão e na temporada seguinte ajudou os algarvios
a assegurarem uma vaga na edição inaugural da II
Liga.
No reformulado segundo escalão
disputou 29 jogos (todos a titular) e marcou um golo ao Maia, insuficiente para
evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
mudou-se para o Esperança
de Lagos, tendo depois regressado ao Olhanense.
6. Vivaldo (30 jogos)
Vivaldo |
Lateral esquerdo muito ofensivo que
passou pelo Belenenses
e pelo Olivais e Moscavide antes de reforçar o Lusitano
VRSA no verão de 1989.
“Em bom momento ingressei no Lusitano,
pois no Belenenses,
onde iniciei a minha carreira, nas categorias mais jovens, poucas hipóteses
tinha de chegar ao time principal, assim regressei para a minha terra natal,
Mértola, e aceitei de pronto as condições lusitanistas”,
afirmou ao Jornal
do Algarve pouco tempo após ter chegado ao clube. “Não regatearei
esforços para servir o Lusitano
com toda a dignidade, e lutarei com todas as minhas forças, como o tenho feito
até aqui, para ganhar a titularidade e contribuir para a sua presença constante
numa divisão que melhor se coadune com o seu prestígio histórico”, acrescentou.
Na primeira época em Vila
Real de Santo António ajudou o emblema
raiano a assegurar uma vaga na edição inaugural da II
Liga.
Em 1990-91 disputou 30 jogos (29
a titular) e marcou um golo ao Feirense no reformulado segundo escalão,
mostrando-se impotente para evitar a descida à II Divisão B.
Após a despromoção permaneceu
mais dois anos no clube, ambos a jogar na II B, tendo em 1992-93 sofrido uma
fratura na clavícula que o afastou dos relvados durante três meses.
Em 1993-94 representou o Benfica
Castelo Branco, mas nas duas temporadas que se seguiram voltou a vestir a
camisola dos algarvios,
desta feita na III Divisão.
5. Farrajota (31 jogos)
Farrajota |
Defesa central/lateral direito
natural de Lagos e que despontou no Esperança
de Lagos durante a década de 1980, passou ainda pelo Quarteirense
antes de ingressar no Lusitano
VRSA no verão de 1989.
Na primeira época em Vila
Real de Santo António ajudou o emblema
raiano a assegurar uma vaga na edição inaugural da II
Liga, competição em que viria a disputar 31 jogos (todos a titular) em
1990-91, ainda que sem evitar a descida dos sotaventinos
à II Divisão B.
Ainda assim, valorizou-se e
permaneceu no segundo escalão com a camisola do Rio
Ave.
Desde 1997 que está radicado no
Luxemburgo, onde encerrou a carreira.
4. Álvaro (33 jogos)
Álvaro |
Médio formado Vitória
de Setúbal ao lado de Venâncio, representou O
Elvas, Cova
da Piedade e Desp.
Aves antes de reforçar o Lusitano
VRSA no verão de 1990.
Na primeira época em Vila
Real de Santo António disputou 33 jogos (28 a titular) e apontou quatro
golos na edição inaugural da II
Liga, diante de Portimonense,
O
Elvas, Maia e Freamunde. Ainda assim, mostrou-se impotente para evitar a
descida à II Divisão B.
Após a despromoção permaneceu
mais dois anos no emblema
raiano, despedindo-se do clube com a descida à III Divisão em 1993.
Depois transferiu-se para o
Trofense.
3. Herculano (34 jogos)
Herculano |
Defesa central guineense que veio
para Portugal para estudar medicina, mas o futebol profissional levou-o a adiar
o sonho de ser médico, tendo passado por clubes como Académica
(na altura Académico),
Recreio
de Águeda e Olhanense
antes de ingressar no Lusitano
VRSA no verão de 1989.
Na primeira época em Vila
Real de Santo António ajudou o emblema
raiano a assegurar uma vaga na edição inaugural da II
Liga, competição em que viria a disputar 34 jogos (todos a titular) em
1990-91, ainda que sem evitar a descida dos sotaventinos à II Divisão B.
Após a despromoção permaneceu
mais um ano no clube, tendo depois regressado ao Olhanense.
Depois de encerrar a carreira
formou-se em Educação Física, tendo sido professor e treinador no Algarve.
Herculano haveria de falecer em
fevereiro de 2018, aos 61 anos, vítima de acidente vascular cerebral.
O seu filho, Vasco Fernandes, foi
internacional jovem português e jogou na I
Liga ao serviço de Leixões,
Olhanense
e Vitória
de Setúbal.
2. Maarten (35 jogos)
Maarten |
Avançado holandês rápido, bom
rematador e forte no jogo aéreo, representou o modesto Katwijk no seu país e
chegou ao futebol português pela porta do Olhanense
em janeiro de 1985.
Após três anos e meio em Olhão,
assinou pelo Lusitano
VRSA um pouco a… contragosto. “Ao fim de três anos de estar em Portugal e
ao serviço do Olhanense,
foi com bastante pesar que aceitei ingressar no Lusitano
VRSA, pois tive sempre em mente representar um clube da I
Divisão. Obviamente que é uma grande diferença. Mas enfim… tive de aceitar
a resolução da entidade patronal”, afirmou ao Jornal do Algarve em 1989, num recorte recuperado pelo portal Antigas Glórias
do Futebol Algarvio e Alentejano.
No entanto, contribuiu com golos
para o trajeto ascendente do emblema
raiano, que em 1989 saiu da III Divisão e um ano depois atingiu a II
Liga. “Se a frustração foi o sentimento que me invadiu no princípio da
minha estadia no Lusitano
VRSA, com satisfação verifico que hoje dou por bem empregue tal decisão.
Não sei que mais elogiar, se companheiros, diretores ou equipa técnica. Vim
encontrar uma autêntica família, um grupo de trabalho compacto e unido, cuja
solidez teve como resultado a subida tão almejada, com hipóteses vastas de
sermos campeões”; acrescentou.
Na época em que atuou no
reformulado segundo escalão, em 1990-91, atuou em 35 partidas (28 a titular) e
marcou um golo ao Louletano,
insuficiente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
regressou à Holanda
para vestir a camisola dos Alphense Boys.
Viria a falecer em 2014, num ano
em que comemoraria o 50.º aniversário.
1. Paulinho (36 jogos)
Paulinho Viegas |
Jogador polivalente, que podia
jogar como lateral direito e médio, nasceu em Vila
Real de Santo António e passou pela formação do Lusitano
VRSA, assim como pelas de Beira-Mar
Monte Gordo e Farense.
Em 1986-87 ingressou na equipa
principal do emblema
raiano e contribuiu para a ascensão meteórica do mesmo desde os distritais
da AF
Algarve à II
Liga. “Ao iniciar a minha carreira de futebolista no Lusitano
VRSA, onde conheci todos os escalões etários, jamais pensei que um dia
haveria de ser campeão com tão pouca idade. Quero lembrar que apenas com 19
anos, ao serviço do Lusitano
VRSA, fui campeão distrital, após o meu regresso de Faro,
onde durante um ano permaneci no escalão júnior, na I Divisão. Foi
extraordinária esta caminhada para a vitória encetada pela nossa equipa, numa
demonstração de força coletiva e técnica, que tudo e todos levou de vencida”,
afirmou ao Jornal do Algarve em 1989,
num recorte recuperado pelo portal Antigas Glórias
do Futebol Algarvio e Alentejano.
Na edição inaugural do
reformulado segundo escalão atuou em 36 partidas (35 a titular), mas foi
impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
permaneceu mais um ano no clube, transferindo-se depois para o Penafiel.
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