Dez figuras que ficaram na história ainda recente do Moreirense na I Liga |
O clube de Moreira de Cónegos tem
feito por colocar no mapa a freguesia do concelho de Guimarães, principalmente
pela conquista da Taça
da Liga em 2016-17 e pela obtenção de um histórico sexto lugar dois anos
depois, numa campanha em que o emblema minhoto
bateu o próprio recorde de pontos na I
Liga: 52. Antes, em 1999-00, atingiu pela primeira e única vez as
meias-finais da Taça
de Portugal, numa época em que até militava na II Divisão B.
Fundado por Álvaro Almeida e
António Pinheiro da Rocha, funcionários com cargos de alta responsabilidade na
Indústria Têxtil Cuca, localizada na vila, o Moreirense passou as três
primeiras décadas de existência no distritais da AF
Braga. Em 1979 estreou-se na III Divisão Nacional e seis anos depois na II
Divisão.
Durante os anos 1990 os cónegos
chegaram às ligas profissionais, mas após cinco épocas de classificações
modestas acabaram por cair novamente na II Divisão B. Porém, essa despromoção
foi apenas um recuo para ganhar balanço, pois com Manuel Machado no comando
técnico o popular Moreira somou duas promoções consecutivas, além do título de
campeão da II
Liga, e chegou à elite
do futebol português pela primeira vez em 2002.
Em 11 participações na I
Liga, 190 futebolistas representaram o Moreirense. Vale por isso a pena
recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
10. Vítor Pereira (66 jogos)
Vítor Pereira |
Depois de passar pelo Desp.
Chaves e pelos espanhóis do Extremadura, mudou-se para o Moreirense na
estreia do clube na I
Liga, em 2002-03. Nessa época, talvez a melhor da carreira, disputou 28
jogos (24 a titular) e apontou sete golos, frente a Marítimo, Paços
de Ferreira, Sp.
Braga, Nacional,
Belenenses,
Vitória
de Setúbal e Académica.
Na temporada seguinte atuou em 24
encontros (21 a titular) e apontou dois golos, diante de Beira-Mar e Marítimo,
contribuindo uma vez mais para assegurar a permanência.
Em 2004-05 perdeu influência, não
indo além de 14 partidas (sete a titular), não evitando a despromoção.
Após a descida de divisão
mudou-se para a União
de Leiria e depois rumou aos angolanos do Petro
de Luanda. Haveria de encerrar a carreira no Luxemburgo, onde ainda está
radicado e trabalha como treinador.
9. Ricardo Fernandes (68 jogos)
Ricardo Fernandes |
No verão de 2003, já após a
descida dos salgueiristas à II
Liga, mudou-se para Moreira de Cónegos, onde rapidamente se assumiu como
titular indiscutível. Na primeira época disputou 32 jogos (todos como titular)
e ajudou a garantir a permanência. Na segunda atuou em 25 partidas (também
todas no onze inicial), mas não evitou a despromoção.
Ainda assim, continuou no primeiro
escalão ao serviço do Nacional.
Depois passou pelos romenos do Rapid Bucareste e pelo Rio
Ave antes de regressar ao Moreirense em 2011 para ajudar os cónegos a
voltar à I
Liga.
Em 2012-13 defendeu as cores dos minhotos
em onze partidas (oito a titular), já na curva descendente da carreira, aos 35
anos, não tendo evitado a descida de divisão.
Após a despromoção regressou ao Fafe,
então a militar no Campeonato
de Portugal. Em 2017 pendurou as botas e tornou-se diretor desportivo dos justiceiros.
8. Bilel (76 jogos)
Bilel Aouacheria |
Maioritariamente titular no Estádio
Comendador Joaquim de Almeida Freitas, atuou em 26 jogos (21 a titular) e
apontou três golos, diante de Paços
de Ferreira, Portimonense
e Rio
Ave, ajudando a assegurar a permanência.
Em 2018-19 perdeu algum espaço,
mas ainda assim participou em 21 encontros (nove a titular) e marcou um golo ao
Tondela
numa campanha em que os cónegos alcançaram um histórico sexto lugar.
Na terceira e derradeira
temporada no emblema minhoto
recuperou algum protagonismo, tendo disputado 29 partidas (21 a titular) e
faturado por uma vez, frente ao Gil
Vicente.
Depois terminou contrato e deixou
o clube. “Toda a história tem um início e um fim. Chegou a hora de fechar mais
um ciclo na minha carreira. Despeço-me de um clube que acreditou em mim e que
me abriu as portas da I
Liga. Foram três anos de aprendizagens e de grandes experiências. Agradeço
ao Moreirense por tudo o que me proporcionou, a todos os meus companheiros, ao
staff e aos adeptos do clube, que me fizeram sentir em casa. O caminho agora
continuará noutro sentido, mas fica a minha enorme gratidão”, escreveu nas
redes sociais.
7. Neto (81 jogos)
Ângelo Neto |
Quase sempre titular em Moreira
de Cónegos, logo na primeira época contribuiu para a conquista de maior relevo
da história do clube, a Taça
da Liga, ainda que não tivesse sido utilizado na final four. Em termos de campeão disputou 23 jogos (22 a titular) e
ajudou a assegurar a permanência.
Em 2017-18 ganhou ainda mais
protagonismo no meio-campo minhoto,
atuando em 29 partidas (26 a titular) e marcando um golo ao Boavista,
revelando-se uma vez mais importante para garantir a manutenção.
Na terceira e última temporada
manteve o estatuto, participando em 29 encontros (22 a titular) da campanha que
culminou com a obtenção do histórico sexto lugar.
Depois mudou-se para os sauditas
do Al-Fayha, onde reencontrou Arsénio e o treinador português Jorge Simão.
6. Sagna (83 jogos)
Pierre Sagna |
Quatro anos depois mudou-se para
o Moreirense e desde cedo que se estabeleceu como um titular indiscutível no Minho.
Na primeira época atuou em 26 jogos (23 a titular) e marcou um golo ao Arouca,
contribuindo para uma campanha sem sobressaltos.
Em 2016-17 foi um dos esteios da
equipa que venceu a Taça
da Liga, tendo jogado a final frente ao Sp.
Braga, e que garantiu a permanência com uma vitória sobre o FC
Porto na derradeira jornada, tendo participado em 30 partidas (29 a
titular) no campeonato.
A temporada seguinte voltou a ser
complicada, mas Sagna manteve a titularidade, disputando 27 encontros (todos a
titular) na I
Liga.
Após deixar os cónegos já passou
por Belenenses
SAD, pelos gregos do Panetolikos e pelo Santa
Clara, mas tem sentido dificuldades para obter o mesmo protagonismo que
tinha no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas.
5. Sérgio Lomba (83 jogos)
Sérgio Lomba |
Defesa central nascido em Moçambique,
mas radicado no Minho
desde tenra idade, fez praticamente toda a carreira no norte de Portugal. Após
concluir a formação no Vitória
de Guimarães e ver fechada a porta da equipa principal, passou por Vila
Real, Vianense e Freamunde até chegar às ligas profissionais para reforçar o Gil
Vicente.
Embora fosse titular em Barcelos,
mudou-se para o Moreirense na época de estreia dos cónegos na I
Liga, na qual atuou em 23 partidas (22 a titular).
Em 2003-04 reforçou o estatuto,
tendo disputado 30 jogos e apontado dois golos, frente a Estrela
da Amadora e Académica, contribuindo para uma campanha bastante tranquila e
que resultou em 46 pontos e na obtenção do nono lugar, melhor pontuação e
classificação do clube no primeiro
escalão até 2019.
Na temporada seguinte voltou a
participar em 30 encontros (novamente todos a titular) e marcou um golo ao Vitória
de Setúbal, mas não evitou a despromoção.
Após a despromoção prosseguiu a
carreira na I
Liga com a camisola do Penafiel,
voltando a descer de divisão.
4. Primo (86 jogos)
Primo |
Sem oportunidades nos vimaranenses,
foi obrigado a sair, tendo passado por Sandinenses e Fafe,
até reforçar o Moreirense no verão de 2000, quando os cónegos militavam na II
Divisão B, reencontrando Manuel Machado, que já o tinha orientado nos justiceiros.
No Estádio Comendador Joaquim
Almeida Freitas foi um dos esteios da equipa que alcançou duas promoções
consecutivas e conseguiu a permanência nos dois primeiros anos na I
Liga.
Titularíssimo no lado direito da
defesa do conjunto de Moreira de Cónegos ao longo de três temporadas no primeiro
escalão, atuou em 86 jogos (85 a titular) e marcou um golo ao Beira-Mar em
2003-04, não evitando a despromoção em 2005.
Após a descida de divisão
mudou-se para o Paços
de Ferreira, tendo ainda vestido a camisola do Beira-Mar antes de regressar
a Fafe
para passar os últimos anos da carreira e exercer as funções de adjunto e de…
psicólogo.
3. Arsénio (90 jogos)
Arsénio |
Na primeira meia época no
Moreirense contribuiu para a conquista do título de campeão da II
Liga e consequente promoção à I
Liga, patamar em que disputou 31 jogos (29 a titular) e marcou três golos,
diante de Gil
Vicente e Vitória
de Setúbal, ajudando a assegurar a permanência.
Entretanto rumou ao futebol
búlgaro, tendo passado por Litex Lovech e CSKA Sófia antes de regressar ao
Estádio Comendador Joaquim Almeida Freitas para mais duas temporadas no patamar
maior do futebol português.
Em 2017-18 atuou em 29 encontros
(24 a titular) e apontou dois golos no campeonato,
frente a Vitória
de Guimarães e Desp.
Aves, voltando a contribuir para assegurar a permanência. Na temporada
seguinte participou em 30 encontros (27 a titular), marcou a Marítimo (dois), Boavista
e Feirense e foi por isso um dos esteios da equipa que alcançou um brilhante
sexto lugar.
Valorizado pelas boas épocas no Minho,
rumou ao futebol da Arábia Saudita para assinar o contrato da sua vida, à beira
de comemorar o 30.º aniversário.
2. Armando (93 jogos)
Armando |
Na primeira época em Moreira de
Cónegos contribuiu com 18 golos para a promoção à II
Liga, valorizou-se, e saiu para o Salgueiros, então a militar no primeiro
escalão.
Porém, não foi feliz em Paranhos
e acabou por regressar Estádio Comendador Joaquim Almeida Freitas a meio da
temporada para ajudar a conquistar o título de campeão da II
Liga e a assegurar a consequente subida ao patamar
maior do futebol nacional.
Seguiram-se três anos na I
Liga, nos quais disputou 93 jogos (60 a titular) e marcou dez golos,
afirmando-se como um elemento importante para prolongar a primeira estadia dos
cónegos entre
os grandes. Benfica,
União
de Leiria, Nacional,
Vitória
de Setúbal, Santa
Clara e Sporting
em 2002-03, Vitória
de Guimarães e Alverca
na época seguinte e Beira-Mar e Benfica
em 2004-05 foram as vítimas dos remates certeiros de Armando.
1. Jorge Duarte (97 jogos)
Jorge Duarte |
Titularíssimo no Estádio Comendador
Joaquim Almeida Freitas durante os primeiros três anos do Moreirense na I
Liga, disputou um total de 97 jogos (96 a titular) em 102 possíveis e
marcou um golo ao Boavista
em 2002-03, ajudando a assegurar a permanência nas duas primeiras épocas antes
de não conseguir evitar a despromoção na terceira.
Após a descida de divisão rumou
ao Leixões, clube em que o pai se notabilizou, antes de encerrar a carreira no Desp.
Aves.
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