quinta-feira, 1 de julho de 2021

Os 10 brasileiros com mais jogos pelo Campomaiorense na I Liga

Dez brasileiros que passaram pelo Campomaiorense entre 1995 e 2001
O Campomaiorense, hoje já sem futebol sénior, competiu na I Liga durante cinco temporadas e em todas teve no plantel jogadores brasileiros. No total, foram 14 os que representaram a formação alentejana no primeiro escalão, o que corresponde a quase 15% do total dos futebolistas que vestiram a camisola dos galgos no patamar maior do futebol português.

Logo em 1995-96, na primeira presença na I Liga, os treinadores Manuel Fernandes e Diamantino Miranda fizeram alinhar dois futebolistas canarinhos (Joel e Tarcísio). Três épocas depois, quando a formação de Campo Maior chegou à final da Taça de Portugal, o técnico José Pereira apresentou no Jamor um onze com cinco nativos de terras de Vera Cruz (Renê Rivas, Mauro Soares, Laélson, Demétrius e Isaías) e ainda fez outro saltar do banco (Welington).

Posto isto, vale a pena recordar os dez futebolistas brasileiros com mais jogos pelo Campomaiorense na I Liga.


10. Telmo (8 jogos)

Telmo
Lateral esquerdo contratado ao Madureira em janeiro de 1998, não foi além de oito jogos (seis a titular) pelo Campomaiorense na I Liga, todos obtidos na segunda metade da temporada 1997-98. A estreia foi numa derrota caseira com o Benfica (1-2) e a despedida num desaire com o Sporting em Campo Maior (3-5). O concorrente direto, Basílio, deu-lhe poucas hipóteses.
Porém, prosseguiu a carreira em Portugal, tendo sido mais feliz ao serviço de Santa Clara – clube pelo qual subiu por duas vezes à I Liga -, Sp. Braga e Varzim.


9. Mauro Soares (27 jogos)

Mauro Soares
Médio de características defensivas, mas dotado de um remate forte e colocado, notabilizou-se ao serviço do Belenenses entre 1992 e 1995 e passou por Sporting e Farense, mas foi o Campomaiorense que lhe deu a possibilidade de disputar uma final da Taça de Portugal.
Apenas passou a época de 1998-99 em Campo Maior, mas foi quase sempre titular, sobretudo desde que José Pereira sucedeu a João Alves no comando técnico, no final de novembro de 1998, tendo disputado 27 jogos (23 a titular) e apontado dois golos, ao Estrela da Amadora e ao Sp. Braga. Paralelamente disputou sete partidas na Taça de Portugal, todos como titular, incluindo a final do Jamor.
Após ter recebido a medalha de finalista vencido da prova rainha do futebol português pendurou as botas, aos 30 anos.


8. Detinho (29 jogos)

Detinho
Possante avançado brasileiro com grande parte da carreira em Portugal, representou Paços de Ferreira, Vianense, Oliveirense e Marco antes de chegar a Campo Maior, no verão de 2000.
Nem sempre titular, mas quase sempre utilizado, participou em 29 jogos (13 no onze inicial) e marcou oito golos na última temporada dos galgos entre os grandes do futebol português. Melhor marcador da equipa nessa época, marcou a Salgueiros, Desp. Aves, Paços de Ferreira, Sp. Braga, Farense, Gil Vicente e Estrela da Amadora (dois).
Apesar do registo bastante razoável, começou 2001-02 em Campo Maior, mas ao fim de poucas semanas transferiu-se para o Leixões, clube da II Divisão B que ajudaria a chegar à final da Taça de Portugal.


7. Joel (39 jogos)

Joel
Médio defensivo, que também podia atuar como defesa central, chegou a Portugal para reforçar o Sp. Espinho em 1992, mas foi com a camisola do Campomaiorense que se notabilizou entre 1993 e 1998.
As duas primeiras épocas em Campo Maior foram passadas na II Liga, mas em 1994-95 foi um dos esteios da equipa que conseguiu uma então inédita promoção ao patamar maior do futebol português.
Já no primeiro escalão, em 1995-96, foi utilizado em 17 jogos (todos como titular), mas foi impotente para uma descida de divisão que já se fazia adivinhar, uma vez que os galgos passaram toda a temporada em zona de despromoção.
No regresso à II Liga voltou a ser importante não só para nova promoção como para a conquista do título nacional do segundo escalão, conseguido com Diamantino Miranda no comando técnico. Nessa campanha marcou três golos, todos no mesmo jogo, numa goleada caseira sobre o Moreirense (4-1).
Na quinta e última temporada no Alentejo foi importante para a obtenção da melhor classificação de sempre do clube na I Liga, o 11.º lugar, tendo participado em 22 jogos (17 a titular).
No final dessa época regressou ao Brasil para representar o Náutico.


6. Renê Rivas (47 jogos)

Renê Rivas
Defesa central/médio defensivo formado no Flamengo e revelado pelo Botafogo, reforçou o Campomaiorense no verão de 1993, um ano depois de ter sido vice-campeão brasileiro pelo emblema alvinegro.
Utilizado em 23 jogos entre 1993 e 1995 na II Liga, deu um pequeno contributo para a promoção ao primeiro escalão. Entretanto aventurou-se no futebol dos Estados Unidos, onde representou o Rochester Rhinos.
Porém, regressou a Campo Maior em janeiro de 1998 e em meia época ainda foi a tempo de disputar 14 jogos (12 a titular) no campeonato, tendo apontado cinco golos, a Salgueiros, Estrela da Amadora, Vitória de Setúbal, Farense e Boavista.
Na temporada seguinte manteve a influência e foi utilizado em 25 encontros (22 a titular), tendo somado três remates certeiros na I Liga, a Sp. Braga, Marítimo e Desp. Chaves. Paralelamente, desempenho um papel muito ativo na caminhada até à final da Taça de Portugal, tendo marcado nas eliminatórias com Alverca e Marítimo. No Jamor foi titular, mas foi expulso por acumulação de amarelos nos últimos minutos do encontro.
Em 1999-00 começou a época no Capitão César Correia, mas, após oito jogos (sete a titular) e um golo ao Belenenses, mudou-se no mercado de inverno para o Santa Clara. Mais tarde representou também Leça, Vila Real e Imortal no futebol português.


5. Demétrius (54 jogos)

Demétrius
O melhor marcador de sempre dos galgos na I Liga, com 23 golos. Ponta de lança com um currículo interessante, que incluía passagens por clubes importantes no Brasil como Santos, Fluminense e Bahia, foi contratado pelo Campomaiorense no verão de 1997, no arranque de uma época em que os alentejanos tinham o estatuto de recém-promovidos à I Liga.
Em 17 jogos (seis a titular), apontou sete golos – todos a partir de março -, incluindo um hat trick ao Sporting numa derrota por 3-5 em Campo Maior, tendo também faturado diante de Belenenses, Sp. Braga, Farense e Vitória de Guimarães.
Em 1998-99 foi mais longe e apontou 16 golos em 29 jogos (22 a titular) no campeonato – apenas o portista Jardel (36) e o benfiquista Nuno Gomes (24) fizeram melhor. Para esse registo contribuíram dois hat tricks - à Académica, ao Farense e ao Desp. Chaves – e um bis, ao Beira-Mar. Na Taça de Portugal também foi importante, ao marcar um dos golos que afastou o Esposende nas meias-finais. No Jamor também esteve perto de faturar logo nos primeiros minutos, mas ficou em branco e o Beira-Mar levou a troféu.
A temporada seguinte também foi iniciada nos galgos, mas após oito jogos (cinco a titular) e nenhum golo deu o salto para o Boavista, clube pelo qual se haveria de sagrar campeão nacional, ainda que com uma participação diminuta.



4. Isaías (57 jogos)

Isaías
Avançado móvel, chegou ao Campomaiorense já na fase final da carreira, à beira de completar 37 anos, após uma passagem bastante bem-sucedida pelo Benfica, na qual conquistou dois campeonatos e uma Taça de Portugal, e depois de, ao serviço do Coventry City, se ter tornado no primeiro futebolista brasileiro a atuar na Premier League desde que o campeonato inglês ganhou essa designação, em 1992.
Apesar da veterania, o profeta brilhou na primeira época em Campo Maior, tendo apontado 14 golos em 26 jogos (23 a titular) no campeonato. O FC Porto foi uma das suas vítimas, num empate a dois golos no Estádio Capitão César Correia. Porém, também apontou um hat trick ao Sp. Braga e bisou ao Farense em jornadas consecutivas, o que ajudou o clube a obter a melhor classificação de sempre da sua história, o 11.º lugar.
Em 1998-99 perdeu um pouco de gás, tendo apenas apontado quatro golos em 31 encontros (26 a titular). Ainda assim, brilhou nas eliminatórias da Taça de Portugal, marcando quatro golos que ajudaram a colocar os alentejanos no Jamor.
Após a final o pé-canhão regressou ao Brasil, onde terminou a carreira.



3. Beke (64 jogos)

Beke
Defesa central sem grande currículo no Brasil, chegou pela primeira vez a Campo Maior em janeiro de 1998, efetuou três jogos (dois a titular) no espaço de um mês e não mais foi utilizado, tendo voltado ao Porto de Pernambuco.
Voltaria no verão de 1999, desta vez para se fixar de pedra e cal no eixo defensivo dos alentejanos, tendo disputado 29 encontros (todos a titular) e marcado três golos, frente a Marítimo, Sp. Braga e União de Leiria.
Na temporada seguinte até participou em mais encontros, 32 (sempre como titular), e marcou um golo ao Alverca na última jornada, mas insuficiente para evitar a derrota e a descida de divisão.
Haveria de continuar mais um ano em Campo Maior, na II Liga, mas depois da extinção do futebol profissional nos alentejanos continuou a jogar no segundo escalão com a camisola do Salgueiros. Entretanto também representou o Olivais e Moscavide e depois voltou ao Brasil.



2. Welington (77 jogos)

Welington
Avançado móvel, capaz de atuar nas alas ou no eixo do ataque, reforçou o Campomaiorense no verão de 1997, proveniente do Ferroviário, do Ceará.
Em Campo Maior nunca foi propriamente um titular indiscutível, mas era quase sempre utilizado. Na época de estreia disputou 25 encontros (15 a titular) e marcou dois golos, a Desp. Chaves e Boavista, ajudando os alentejanos a obter a melhor classificação de sempre na I Liga, o 11.º lugar.
Em 1998-99 continuou a alternar entre a titularidade (10 vezes) e o papel de suplente utilizado (19), tendo apontado três golos - a Académica, Rio Ave e Benfica – e participado na caminhada até à final da Taça de Portugal. Na época seguinte foi utilizado em 24 encontros (11 a titular), amealhando mais três remates certeiros, frente a Sp. Braga, Santa Clara e Belenenses.
Em 2000-01 representou o Albacete, na II liga espanhola, mas temporada que se seguiu voltou ao Estádio Capitão César Correia para a última época dos galgos no futebol profissional.
Depois continuou em Portugal ao serviço de Leça, Salgueiros, Ovarense e Portimonense.


1. Laelson (126 jogos)

Laelson
Extremo rápido e de baixa estatura (1,62 m), foi uma das principais figuras dos tempos áureos do Campomaiorense. Ao longo de quatro temporadas consecutivas, entre 1997 e 2001, foi quase sempre titular indiscutível e apontou um total 21 golos no campeonato. E, com 126 partidas disputadas, foi o jogador dos galgos com mais jogos na I Liga.
Proveniente do Porto de Pernambuco tal como Beke, logo na época de estreia somou quatro remates certeiros em 31 jogos (24 a titular), ajudando os alentejanos a obterem a melhor classificação de sempre do clube, o 11.º lugar.
Na temporada seguinte melhorou os registos, tendo disputado 32 jogos (28 a titular) e marcado seis golos no campeonato. Paralelamente contribuiu com três golos na caminhada até à final da Taça de Portugal, incluindo os que garantiram as vitórias sobre Sp. Braga e Penafiel nas primeiras eliminatórias.
Em 1999-00 mostrou-se mais uma vez ao seu nível, disputando 30 partidas (29 a titular) e apontando cinco golos, entre os quais um que valeu a vitória sobre o FC Porto em Campo Maior, no célebre jogo da marcação serrada de José Soares a Mário Jardel.
Na quarta e última época no Estádio Capitão César Correia voltou a faturar por cinco vezes, novamente com o FC Porto entre as vítimas, e participou em 33 encontros (31 a titular), mas foi impotente para evitar a despromoção.
Embora o Campomaiorense tivesse descido, Laelson manteve-se na I Liga com a camisola do Vitória de Guimarães. Em Portugal passaria ainda por Moreirense, Varzim, Atlético e Oliveira do Hospital antes de encerrar a carreira no futebol brasileiro.














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