Os quatro guineenses que passaram pelo Estrela da Amadora |
Num sketch do Gato Fedorento, o professor Chibanga foi questionado se
já tinha ido a África, ao que respondeu: “A Amadora
conta!?” De facto, a multiculturalidade é um dos traços característicos da Amadora,
o que se tem refletido ao longo dos anos no clube que tem representado a cidade
dos arredores de Lisboa ao mais alto nível, o Estrela.
A história do emblema
tricolor tem sido escrita, em boa parte, por jogadores africanos ou com
raízes em África. E a Guiné-Bissau
não é exceção. O lateral esquerdo Mamadu Candé, anunciado recentemente como
reforço do novo Estrela,
que vai competir na II
Liga em 2021-22, vai juntar-se a um lote de quatro internacionais guineenses
que representaram os amadorenses.
Bobó |
O primeiro internacional pela Guiné-Bissau
a jogar pelo Estrela
da Amadora foi o médio Bobó,
nascido em Canchungo, e que passou pela Reboleira
entre 1988 e 1990 depois de ter vestido as camisolas de FC
Porto, Recreio
de Águeda, Varzim, Vitória
de Guimarães e Marítimo e antes de se ter notabilizado ao serviço do Boavista.
Embora tivesse chegado ao clube
como médio ofensivo, foi transformado por João Alves num médio defensivo. “A
história até é curiosa. O Alves estava no Leixões
e precisava de um dez e veio falar comigo. Mas eu já tinha dado a palavra ao Estrela
da Amadora e não voltei atrás. Só que as coisas não correram bem ao treinador
que tínhamos no Estrela
[Joaquim Meirim] e ele saiu e foram buscar…o Alves! Quando ele chegou achou que
havia muitos médios ofensivos e começou a fazer testes para encontrar um número
6. Testou-me a mim, depois outros colegas, mas no final veio dizer-me que tinha
gostado e que seria eu a jogar ali no próximo jogo. Fui titular, joguei bem e
até fiz o golo. No final ele veio dizer-me para esquecer tudo o resto que o meu
futuro era aquele”, contou ao Maisfutebol
em janeiro de 2016.
Na primeira época no Estádio
José Gomes, fez parte da primeira equipa dos tricolores
a competir na I
Divisão, em 1988-89, atuou em 31 jogos no campeonato (29 a titular) e
apontou dois golos, frente a Nacional
e Vitória
de Guimarães.
Na temporada seguinte esteve
associado ao momento alto da história do clube, a conquista da Taça
de Portugal, tendo sido titular tanto na final como na finalíssima, em que
ergueu o troféu apesar de ter sido expulso. No campeonato
participou em 28 encontros (27 a titular).
A seleção da Guiné-Bissau,
porém, só surgiu mais tarde na carreira deste centrocampista, que se estreou
pelos djurtus
em junho de 1996, na fase de qualificação para o Mundial 1998.
Juba |
O próximo internacional guineense
a vestir a camisola do Estrela
da Amadora foi outro médio, Juba.
Jogador com um longo percurso no Alverca,
representou ainda os espanhóis do Levante antes de chegar à Reboleira
no verão de 2002.
Na primeira época no Estádio
José Gomes não foi além de um total de 16 jogos em todas as competições (10
a titular), mas contribuiu para a promoção à I
Liga.
Na temporada que se seguiu foi
utilizado em 25 encontros (23 a titular) no primeiro escalão, mostrando-se
impotente para evitar a descida de divisão. Paralelamente, no final de 2003
somou duas internacionalizações pela Guiné-Bissau
em eliminatórias da fase de qualificação para o Mundial 2006.
Ibraima |
Quem chegou a partilhar o
balneário com Juba na Reboleira
foi o ponta de lança Ibraima,
nascido em Bissau e que fez grande parte da formação no Estrela
da Amadora. Em 2003-04, quando ainda era júnior de primeiro ano, participou
em quatro jogos na I
Liga (todos como suplente utilizado) e marcou um golo ao Rio
Ave.
Apesar da precocidade com que
chegou à equipa principal, na temporada seguinte rumou ao Tourizense e fez toda
a carreira nas divisões secundárias.
Nos derradeiros meses de 2007,
quando jogava no Odivelas,
somou duas internacionalizações pela Guiné-Bissau,
ambas frente à Serra Leoa em partidas a contar para a fase de qualificação para
o Mundial 2010.
Adul |
O quarto e último internacional guineense
a jogar pelo Estrela
da Amadora foi Adul, um extremo
nascido em Bissau que fez praticamente toda a formação na Reboleira,
tendo transitado para a equipa principal ainda júnior, em 2007-08, época em que
disputou três jogos pelos seniores, todos na condição de suplente utilizado.
Na temporada que se seguiu esteve
emprestado ao Oriental
e depois deu-se a despromoção administrativa dos tricolores
para a II Divisão B. E aí, no verão de 2009, Adul transferiu-se para o Vitória
de Setúbal.
Mais tarde, em junho de 2012,
quando era jogador dos cipriotas do DOXA, representou a seleção da Guiné-Bissau
numa partida de qualificação para o CAN 2013, frente aos Camarões.
Além destes, houve quatro
jogadores que passaram pelas camadas jovens dos estrelistas
e que mais tarde atingiram a seleção principal da Guiné-Bissau:
o guarda-redes Nené, o central Eridson, o extremo Romário Baldé e o ponta de lança Mamadu Camará.
A simplicidade e a importância do futebol de Fabrício Simões
Fabrício Simões tem poucas ações individuais que galvanizem os adeptos. Não contem com ele para levantar o estádio. Mas foi o somatório de todas as decisões que toma que fizeram dele uma pedra imprescindível na campanha do Farense que culminou na subida ao patamar maior do futebol português há pouco mais de um ano – e não foi certamente pelo desempenho dele que o Feirense não almejou a promoção na temporada transata.
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