sexta-feira, 2 de julho de 2021

Os internacionais guineenses que jogaram no Estrela da Amadora antes de Mamadu Candé

Os quatro guineenses que passaram pelo Estrela da Amadora
Num sketch do Gato Fedorento, o professor Chibanga foi questionado se já tinha ido a África, ao que respondeu: “A Amadora conta!?” De facto, a multiculturalidade é um dos traços característicos da Amadora, o que se tem refletido ao longo dos anos no clube que tem representado a cidade dos arredores de Lisboa ao mais alto nível, o Estrela.
 
A história do emblema tricolor tem sido escrita, em boa parte, por jogadores africanos ou com raízes em África. E a Guiné-Bissau não é exceção. O lateral esquerdo Mamadu Candé, anunciado recentemente como reforço do novo Estrela, que vai competir na II Liga em 2021-22, vai juntar-se a um lote de quatro internacionais guineenses que representaram os amadorenses.
 
Bobó
O primeiro internacional pela Guiné-Bissau a jogar pelo Estrela da Amadora foi o médio Bobó, nascido em Canchungo, e que passou pela Reboleira entre 1988 e 1990 depois de ter vestido as camisolas de FC Porto, Recreio de Águeda, Varzim, Vitória de Guimarães e Marítimo e antes de se ter notabilizado ao serviço do Boavista.
Embora tivesse chegado ao clube como médio ofensivo, foi transformado por João Alves num médio defensivo. “A história até é curiosa. O Alves estava no Leixões e precisava de um dez e veio falar comigo. Mas eu já tinha dado a palavra ao Estrela da Amadora e não voltei atrás. Só que as coisas não correram bem ao treinador que tínhamos no Estrela [Joaquim Meirim] e ele saiu e foram buscar…o Alves! Quando ele chegou achou que havia muitos médios ofensivos e começou a fazer testes para encontrar um número 6. Testou-me a mim, depois outros colegas, mas no final veio dizer-me que tinha gostado e que seria eu a jogar ali no próximo jogo. Fui titular, joguei bem e até fiz o golo. No final ele veio dizer-me para esquecer tudo o resto que o meu futuro era aquele”, contou ao Maisfutebol em janeiro de 2016.
Na primeira época no Estádio José Gomes, fez parte da primeira equipa dos tricolores a competir na I Divisão, em 1988-89, atuou em 31 jogos no campeonato (29 a titular) e apontou dois golos, frente a Nacional e Vitória de Guimarães.
Na temporada seguinte esteve associado ao momento alto da história do clube, a conquista da Taça de Portugal, tendo sido titular tanto na final como na finalíssima, em que ergueu o troféu apesar de ter sido expulso. No campeonato participou em 28 encontros (27 a titular).
A seleção da Guiné-Bissau, porém, só surgiu mais tarde na carreira deste centrocampista, que se estreou pelos djurtus em junho de 1996, na fase de qualificação para o Mundial 1998.
 
 
Juba
O próximo internacional guineense a vestir a camisola do Estrela da Amadora foi outro médio, Juba. Jogador com um longo percurso no Alverca, representou ainda os espanhóis do Levante antes de chegar à Reboleira no verão de 2002.
Na primeira época no Estádio José Gomes não foi além de um total de 16 jogos em todas as competições (10 a titular), mas contribuiu para a promoção à I Liga.
Na temporada que se seguiu foi utilizado em 25 encontros (23 a titular) no primeiro escalão, mostrando-se impotente para evitar a descida de divisão. Paralelamente, no final de 2003 somou duas internacionalizações pela Guiné-Bissau em eliminatórias da fase de qualificação para o Mundial 2006.
 
 
Ibraima
Quem chegou a partilhar o balneário com Juba na Reboleira foi o ponta de lança Ibraima, nascido em Bissau e que fez grande parte da formação no Estrela da Amadora. Em 2003-04, quando ainda era júnior de primeiro ano, participou em quatro jogos na I Liga (todos como suplente utilizado) e marcou um golo ao Rio Ave.
Apesar da precocidade com que chegou à equipa principal, na temporada seguinte rumou ao Tourizense e fez toda a carreira nas divisões secundárias.
Nos derradeiros meses de 2007, quando jogava no Odivelas, somou duas internacionalizações pela Guiné-Bissau, ambas frente à Serra Leoa em partidas a contar para a fase de qualificação para o Mundial 2010.
 
 
 
Adul
O quarto e último internacional guineense a jogar pelo Estrela da Amadora foi Adul, um extremo nascido em Bissau que fez praticamente toda a formação na Reboleira, tendo transitado para a equipa principal ainda júnior, em 2007-08, época em que disputou três jogos pelos seniores, todos na condição de suplente utilizado.
Na temporada que se seguiu esteve emprestado ao Oriental e depois deu-se a despromoção administrativa dos tricolores para a II Divisão B. E aí, no verão de 2009, Adul transferiu-se para o Vitória de Setúbal.
Mais tarde, em junho de 2012, quando era jogador dos cipriotas do DOXA, representou a seleção da Guiné-Bissau numa partida de qualificação para o CAN 2013, frente aos Camarões.
 
 
Além destes, houve quatro jogadores que passaram pelas camadas jovens dos estrelistas e que mais tarde atingiram a seleção principal da Guiné-Bissau: o guarda-redes Nené, o central Eridson, o extremo Romário Baldé e o ponta de lança Mamadu Camará.



A simplicidade e a importância do futebol de Fabrício Simões
     
 












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