domingo, 27 de setembro de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Desportivo de Chaves na I Divisão

Dez jogadores que ficaram na história do Desportivo de Chaves
Fundado a 27 de setembro de 1949, o Grupo Desportivo de Chaves nasceu da fusão entre o então campeão distrital Flávia Sport Clube e o rival Atlético Clube Flaviense, tendo vivido o seu período áureo desde meados dos anos 1980 até ao final da década de 1990, quando somou 13 das 16 presenças que contabiliza na I Divisão.

Logo na segunda participação, no primeiro escalão em 1986-87, os transmontanos alcançaram o quinto lugar, classificação que lhes deu direito a disputar a Taça UEFA na época seguinte. Em 1989-90 o emblema azul e grená voltou a concluir o campeonato na quinta posição, mas dessa vez não teve direito a apuramento europeu.


Após 13 presenças no patamar maior do futebol português entre 1985 e 1999 – a exceção foi em 1993-94, quando disputou a II Liga –, o Desportivo de Chaves ficou 17 anos arredado da elite, tendo regressado em 2016 para mais três épocas entre os grandes e em 2022 para pelo menos mais duas. Pelo meio, foi finalista vencido da Taça de Portugal em 2009-10, numa temporada em que até desceu à II Divisão B.

Vale por isso a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelos flavienses na I Divisão.


10. Lino (108 jogos)

Lino
Lateral esquerdo transmontano com ascendência angolana, chegou aos juniores do Desportivo de Chaves em 1988-89 e, depois de ganhar rodagem no Vila Pouca de Aguiar, ingressou na equipa principal dos flavienses dois anos depois.
Na primeira época no emblema azul e grená viveu na sombra de Rogério, não indo além de onze jogos (dez a titular) na I Divisão. Depois beneficiou da saída do concorrente direto para o Sp. Braga e nas duas temporadas seguintes somou um total de 64 encontros (todos a titular) e marcou um golo ao Sp. Braga em 1991-92, não evitando a despromoção em 1993.
Apesar da descida de divisão continuou no clube, ajudou a recoloca-lo no primeiro escalão e representou-o durante mais um ano entre a elite do futebol nacional, tendo atuado em 33 partidas (todas a titular) em 1994-95.
Depois transferiu-se para o Sp. Braga, mas voltou a Chaves em 2000 para jogar pelos flavienses na II Liga durante quatro épocas.


9. Rogério (113 jogos)

Rogério
Mais um lateral esquerdo, o antecessor de Lino. Após ter despontado no Gil Vicente, ingressou no Desportivo de Chaves no verão de 1987.
Logo nos primeiros meses no emblema flaviense participou nas eliminatórias da Taça UEFA diante dos romenos do Universitatea Craiova e dos húngaros do Honved, numa espécie de prova de fogo em Trás-os-Montes.
Em quatro temporadas nos valentes transmontados foi sempre um titular indiscutível, tendo contabilizado um total de 113 jogos (112 a titular) e cinco golos na I DivisãoO Elvas em 1987-88, Portimonense na época seguinte, FC Porto e Tirsense em 1989-90 e Vitória de Setúbal na derradeira época foram as vítimas de Rogério.
Depois transferiu-se para o Sp. Braga.



8. Jorginho (129 jogos)

Jorginho
Para variar um pouco, eis um defesa central, brasileiro e que já tinha adquirido alguma experiência na I Divisão ao serviço de Académico Viseu, Recreio de Águeda e Boavista antes de reforçar o Desportivo de Chaves no verão de 1986.
Na primeira de quatro épocas no emblema flaviense contribuiu para o quinto lugar – algo que viria a repetir em 1989-90 – e consequente apuramento para a Taça UEFA, mostrando-se à Europa do futebol na temporada seguinte, tendo disputado os quatro jogos da competição e apontado um golo ao Honved na Hungria.
Em termos de campeonato somou um total de 129 jogos e apontou seis golos, diante de Feirense e Sporting em 1987-88, Académico Viseu na época seguinte e Penafiel, Sporting e União da Madeira em 1989-90.
Em 1990 transferiu-se para o Mulhouse, da II Liga francesa, mas um ano depois regressou a Portugal pela porta grande, para assinar pelo Sporting.



7. Vicente (139 jogos)

Vicente
Mais um defesa, neste caso um polivalente que tanto podia atuar no lado direito como no eixo defensivo. Formado na histórica CUF, com selo da seleção nacional sub-21 e passagem pelo Vitória de Setúbal, mudou-se para Trás-os-Montes no verão de 1987, após o Desportivo de Chaves ter alcançado o apuramento para a Taça UEFA.
Logo na época de estreia jogou nas competições europeias e iniciou um percurso de seis anos ao serviço do emblema flaviense, sendo que nos primeiros quatro foi maioritariamente titular. Entre 1987 e 1993 atuou um total de 139 jogos (126 a titular) e marcou três golos no campeonato, diante de Famalicão e Beira-Mar em 1990-91 e de FC Porto na época seguinte. Despediu-se do clube após a conclusão da temporada 1992-93, que ficou marcada pela despromoção à II Liga.
Depois voltou à margem sul do Tejo, de onde é natural, para prosseguir a carreira no Montijo.



6. Filgueira (151 jogos)

Filgueira
Defesa central brasileiro possante e autoritário, chegou a Chaves e ao futebol português no verão de 1988, proveniente do Brasília.
Em cinco anos e meio com a camisola azul e grená foi sempre um titular indiscutível, tendo feito parte da equipa que em 1989-90 alcançou pela segunda vez na história do clube o quinto lugar na I Divisão. Entre 1988 e 1993 disputou 151 jogos (todos a titular) e apontou seis golos no primeiro escalãoBelenenses em 1989-90, Sporting e Gil Vicente na época seguinte, Boavista em 1991-92 e Salgueiros e Vitória de Guimarães na temporada que se seguiu foram as vítimas de Filgueira.
Após a descida à II Liga permaneceu no clube durante mais alguns meses, rumando depois ao Vitória de Setúbal, dando assim continuidade a uma carreira no futebol português que haveria de durar até ao momento de pendurar as botas.



5. Diamantino (167 jogos)

Diamantino
Médio de características defensivas natural de Chaves e formado no clube, chegou pela primeira vez à equipa principal em 1980-81, quando os flavienses militavam na II Divisão, depois de ter rodado no Ribeirense Loivos e no Vidago, nos distritais da AF Vila Real. Entretanto, voltou a sair para ganhar embalagem no Vilafranquense e no Boticas antes de voltar para ficar ao emblema azul e grená no verão de 1983.
Em 1985 ajudou os transmontanos a subir à I Divisão e depois representou o clube no primeiro escalão durante sete temporadas, quase sempre com um papel de relevo, ajudando o Desp. Chaves a alcançar o quinto lugar em 1986-87 e 1989-90, sendo que na primeira vez valeu o apuramento para a Taça UEFA. “Vinham muitos espanhóis aos nossos jogos. Já joguei com 25 mil pessoas no estádio, frente ao Benfica, FC Porto e Sporting. Era uma loucura”, recordou ao jornal O Jogo em maio de 2016.
Nesse período disputou um total de 167 jogos (155 a titular) e apontou cinco golos no campeonato – Sp. Espinho em 1988-89, Vitória de Guimarães e Vitória de Setúbal em 1990-91 e Marítimo e Farense na época seguinte foram as vítimas de Diamantino.
Em 1992 terminou a sua ligação ao clube e mudou-se para o Penafiel, então na II Liga.
Entretanto tornou-se treinador e chegou a desempenhar funções no Desp. Chaves: em 1998-99 assumiu interinamente a equipa principal, entre 2004 e 2007 foi adjunto e entre 2010 e 2012 orientou os juniores.


4. Gilberto (184 jogos)

Gilberto
Jogador polivalente, capaz de atuar como lateral direito e fazer várias posições no meio-campo, e transmontano, natural de Mirandela, representou o clube da terra, a Sanjoanense e estreou-se na I Divisão ao serviço do Salgueiros antes de reforçar o Desportivo de Chaves no verão de 1986.
Com impacto imediato na equipa, tornou-se rapidamente um titular indiscutível. Ao fim de um ano e meio no clube já tinha alcançado um apuramento europeu e a estreia na seleção nacional “AA”, tendo participado em dois jogos de qualificação para o Euro 1988, frente a Itália e Malta. Além disso, foi o autor do primeiro golo internacional de sempre dos transmontanos, diante do Universitatea Craiova na primeira eliminatória da Taça UEFA em setembro de 1987.
Entre 1986 e 1993 disputou 184 jogos (163 a titular) na I Divisão ao serviço dos flavienses e marcou oito golos, frente a Salgueiros e Varzim (dois) em 1987-88, ao FC Porto na época seguinte, ao Vitória de Setúbal e ao Sp. Braga em 1989-90 e ao Sporting e ao Marítimo na temporada que se seguiu.
O golo ao FC Porto, em dezembro de 1988, valeu aos flavienses a única vitória no histórico de confrontos com os dragões. “Foi o maior massacre que levámos em Chaves. O maior massacre da minha vida e mesmo assim matámos o FC Porto. Eles acabaram com cinco ou seis avançados [quatro na verdade: Gomes, Águas, Madjer e Everton], a carregar sobre nós, mas o Padrão também estava inspirado. Defendeu tudo. Fiz um chapéu ao Kongolo, que não era muito rápido, e rematei sem hipóteses para o Zé Beto. Até ao fim ainda tivemos mais duas hipóteses para marcar, porque o FC Porto ficou desesperado”, recordou ao Maisfutebol em fevereiro de 2018.
Após a descida à II Liga, em 1993, voltou ao Mirandela, então nos distritais da AF Bragança.
Em 2005-06 voltou ao Desp. Chaves para assumir a função de treinador adjunto na equipa principal.




3. Paulo Alexandre (189 jogos)

Paulo Alexandre
Mais um filho da terra. Natural de Vilarelho de Raia, concelho de Chaves, fez toda a formação e praticamente toda a carreira com a camisola azul e grená.
Estreou-se na equipa principal em 1989-90, na I Divisão, e logo na época de estreia deu um pequeno contributo para a obtenção do quinto lugar. Até à despromoção à II Liga, em 1993, disputou 58 jogos (51 a titular) no primeiro escalão, conseguindo paulatinamente ganhar o seu espaço, nomeadamente após a chegada de José Romão ao comando técnico.
Em 1994 contribuiu para a subida à I Liga, seguindo-se mais cinco anos no futebol português, nos quais somou mais 131 encontros (123 a titular) e uma mão cheia de golos, diante de Felgueiras, Tirsense e Vitória de Guimarães em 1995-96 e frente a Belenenses e Marítimo duas épocas depois.
Após nova descida à II Liga, em 1999, mudou-se para o Desportivo das Aves, ajudando os avenses a subir à I Liga. Depois voltou a Chaves, onde haveria de permanecer na equipa principal até 2007, entrando na história dos flavienses como o futebolista com mais jogos oficiais pelo clube (401).
Na última época da carreira, em 2007-08, representou os espanhóis do Verín.
Em 2010-11 voltou aos transmontanos para assumir a função de coordenador técnico.



2. Manuel Correia (193 jogos)

Manuel Correia
Defesa central natural do Seixal, na margem sul do Tejo, ganhou experiência de I Divisão ao serviço de Vizela e Penafiel antes de reforçar o Desportivo de Chaves no verão de 1989.
Com impacto imediato na equipa, assumiu rapidamente a titularidade e praticamente não a largou durante os sete anos que passou no emblema flaviense, seis dos quais no primeiro escalão. Durante esse período atuou em 193 partidas (190 a titular) e apontado oito golos, frente ao Nacional em 1990-91, ao Boavista na época seguinte, ao Tirsense e ao FC Porto em 1992-93, dois ao Boavista em 1994-95 e um ao Campomaiorense e outro ao União de Leiria na temporada que se seguiu, a última da carreira.
Logo na primeira época contribuiu para a obtenção do quinto lugar, tendo descido à II Liga em 1993 e subido logo no ano a seguir.
Após pendurar as botas tornou-se treinador, tendo passado pelo comando técnico da equipa principal do Desportivo de Chaves em 1997-98 e 2003-04.



1. David (230 jogos)

David
Médio que jogava preferencialmente no corredor esquerdo, estreou-se na I Divisão em 1982-83 com a camisola do Sp. Espinho, logo no primeiro ano de sénior.
Haveria de continuar nos tigres da Costa Verde até 1986, quando se mudou para o Desportivo de Chaves, contribuindo para a obtenção do quinto lugar e consequentemente apuramento europeu logo na época de estreia. Em 1989-90 repetiu a quinta posição, mas dessa vez não deu direito a qualificação para a Taça UEFA. Porém, não foram só alegrias, uma vez que desceu à II Liga em 1993, tendo voltado a subir um ano depois.
Em nove temporadas no emblema flaviense disputou um total de 230 jogos (211 a titular) e marcou 16 golos na I Divisão – Sp. Espinho, Farense e Vitória de Setúbal em 1987-88, Sporting e Penafiel na época seguinte, Penafiel, Portimonense e Tirsense em 1989-90, Marítimo e Vitória de Guimarães na temporada que se seguiu, Penafiel e Estoril em 1991-92, Sp. Braga na época seguinte e União da Madeira, Vitória de Guimarães e Boavista em 1994-95.
Em 1995 voltou ao Sp. Espinho, então a militar na II Liga.










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