Dez figuras marcantes na história da União de Leiria |
A União
de Leiria precisou de menos de década e meia de existência para se estrear
na I
Divisão, em 1979-80, época em que somou a primeira de 18 presenças no patamar
maior do futebol português. No entanto, foi nos anos 1990 que os leirienses
começaram a cimentar a sua posição no primeiro
escalão, tendo somado dez presenças consecutivas entre 1998-99 e 2007-08,
período no qual atingiram por duas vezes o 5.º lugar, em 2000-01 e 2002-03, e
por outras tantas a 6.ª posição, em 1994-95 e 1998-99.
Paralelamente, o emblema
da cidade do Lis atingiu a final da Taça
de Portugal em 2002-03 – e as meias-finais em 1995-96 e 1997-98 – e
participou na Taça
UEFA em 2003-04 e 2007-08.
10. Costinha (112 jogos)
Costinha |
Guarda-redes internacional jovem
português que concluiu a formação no Boavista,
passou por Sporting,
FC
Porto e pelos espanhóis do Tenerife antes de ingressar na União
de Leiria no verão de 2000.
Em seis épocas na cidade do Lis
foi titular em três e meia – as outras duas e meia foram vividas na sombra de
Hélton –, tendo amealhado 112 encontros e 130 golos sofridos na I
Liga, ajudando o conjunto
leiriense a alcançar o 5.º lugar do campeonato em 2000-01 e 2002-03, tendo
contribuído igualmente para a caminhada até à final da Taça
de Portugal também em 2002-03.
No verão de 2006 seguiu com Jorge
Jesus para o Belenenses.
Após pendurar as luvas radicou-se
em Leiria, onde se casou com a filha de um dos fundadores da União,
e abriu uma academia no Outeiro da Fonte.
9. Paulo Gomes (126 jogos)
Paulo Gomes |
Médio natural de Viseu, despontou
no Académico
de Viseu e passou por Tondela,
Lousada, Vitória
de Guimarães e Sp.
Braga antes de assinar pela União
de Leiria no verão de 2002.
Em cinco temporadas na cidade do
Lis totalizou 126 partidas (101 a titular) e dois golos na I
Liga, ajudando a equipa a alcançar o 5.º lugar no campeonato e a presença
na final da Taça
de Portugal em 2002-03, tendo ainda contribuído para os dois apuramentos
europeus da história do clube.
No verão de 2007 transferiu-se
para o Paços
de Ferreira.
8. João Paulo (131 jogos)
João Paulo |
Defesa central/médio defensivo
natural de Leiria e formado na União,
estreou-se pela equipa principal pela mão de Manuel José num jogo frente ao Sporting
em Alvalade
em janeiro de 2000, quando tinha apenas 18 anos e seis meses, mas teve de
passar por um empréstimo ao União
de Tomar para atuar pela primeira vez na I
Liga, em agosto de 2001 e sob o comando técnico de José
Mourinho.
Ao longo de quatro temporadas –
apenas interrompidas por um empréstimo ao Sporting
na primeira metade de 2003 – somou 131 encontros (117 a titular) e 16 golos no primeiro
escalão, tendo contribuído para a obtenção do 5.º lugar no campeonato e
para a presença na final da Taça
de Portugal em 2002-03. Pelo meio, tornou-se internacional sub-21, olímpico
e B por Portugal.
“O Leiria
fez de mim jogador. Na época passada fui ver um jogo do Leiria
e, nos camarotes, estava uma fotografia minha. Até me arrepiei”, admitiu ao Maisfutebol
em novembro de 2017.
No verão de 2006 deu o salto para
o FC
Porto.
7. Alhandra (133 jogos)
Alhandra |
Lateral/médio esquerdo internacional
jovem português e formado no Sporting,
esteve emprestado pelos leões
ao Lourinhanense
e ao Alverca
e passou também por FC
Porto B e Académica
antes de ingressar na União
de Leiria no verão de 2002.
Em seis anos ao serviço do emblema
leiriense amealhou 133 partidas (87 a titular) e cinco golos na I
Liga, ajudando a equipa a alcançar o 5.º lugar no campeonato e a presença
na final da Taça
de Portugal em 2002-03, tendo ainda contribuído para os dois apuramentos
europeus da história do clube. Por outro lado, mostrou-se impotente para
impedir a despromoção à II
Liga em 2007-08.
Após a descida de divisão
transferiu-se para os cipriotas do ENP.
6. Leão (133 jogos)
Leão |
Disputou o mesmo número de jogos
de Alhandra, mas amealhou mais 2297 minutos em campo – 10 318 contra 8021.
Médio de características
defensivas formado maioritariamente no Salgueiros depois
de ter jogado ao lado de Nélson e Folha nos iniciados do FC
Porto, despontou no emblema
de Paranhos, de onde saiu para o Sporting
antes de ingressar na União
de Leiria no verão de 1998.
Em cinco anos na cidade do Lis
totalizou 133 partidas (120 a titular) e três golos na I
Liga, ajudando o conjunto
leiriense a alcançar o 5.º lugar do campeonato em 2000-01 e 2002-03, tendo
contribuído igualmente para a caminhada até à final da Taça
de Portugal também em 2002-03.
No verão de 2003 voltou ao norte
do país para representar o Leixões.
5. Luís Vouzela (148 jogos)
Luís Vouzela |
Médio natural de Vouzela que
despontou no Académico
de Viseu, trocou o emblema
da Beira Alta pela União
de Leiria no verão de 1996.
Na primeira época na cidade do
Lis disputou 28 jogos (27 a titular) e marcou um golo ao Gil
Vicente na I
Liga, mostrando-se impotente para impedir a despromoção à II
Liga.
Em 1997-98 sagrou-se campeão do segundo
escalão e nas quatro temporadas que se seguiram somou mais 120 partidas
(106 a titular) e três golos no patamar
maior do futebol português, tendo contribuído para a obtenção do 5.º lugar
no campeonato em 2000-01.
Paralelamente, disputou um jogo ao
serviço da seleção nacional B em agosto de 2000 e despertou o interesse do Sporting.
“Em outubro/novembro de 1999 começou a falar-se muito de uma transferência para
o Sporting.
Até dei uma entrevista a falar disso, porque parecia tudo encaminhado, mas
acabou por não acontecer e isso marcou-me. Sabia que, se chegasse lá,
representaria um enorme salto na minha carreira. Foi uma pena, até por isso.
Anos mais tarde, tive o Augusto Inácio como treinador no Beira
Mar e ele confirmou-me tudo. Só não fui para o Sporting
porque o Leiria
pediu mundos e fundos por mim”, contou ao Maisfutebol
em janeiro de 2022.
“Foi por isso, por ter sentido
isso, que acabei por não renovar pela União
de Leiria ao fim de seis épocas no clube. Tinha renovado anteriormente,
novamente por números baixos. Em 2001-02, propuseram-me um contrato que era
humilhante para mim, alguém que estava ali há seis anos e que merecia mais
reconhecimento. Tive uns problemas no último ano por causa disso, mas o
treinador, o Vítor Pontes, foi espetacular comigo e disse-me que me ia utilizar
até ao fim”, acrescentou.
No verão de 2002 transferiu-se
para o Santa
Clara.
4. Paulo Duarte (154 jogos)
Paulo Duarte |
Defesa central natural de Massarelos,
concelho do Porto, concluiu a formação no Boavista
e passou pelo União
de Coimbra antes de passar pela primeira vez pela União
de Leiria entre 1988 e 1991, na altura para jogar na antiga II Divisão
Nacional e na II
Liga.
Seguiram-se passagens por Salgueiros
e Marítimo
antes de voltar à cidade do Lis no verão de 1995. Nas duas primeiras épocas
após o regresso ao clube somou 57 encontros (56 a titular) e dois golos na I
Liga, mostrando-se impotente para impedir a despromoção à II
Liga em 1996-97.
Em 1997-98 sagrou-se campeão do segundo
escalão e nas seis temporadas que se seguiram amealhou 97 partidas (78 a
titular) e dois golos no patamar
maior do futebol português, ajudando o conjunto
leiriense a alcançar o 5.º lugar do campeonato em 2000-01 e 2002-03, tendo
contribuído igualmente para a caminhada até à final da Taça
de Portugal também em 2002-03.
Em 2004 pendurou as botas, aos 35
anos. Logo a seguir tornou-se treinador, tendo exercido as funções de
treinador-adjunto e de técnico principal na União
de Leiria até novembro de 2007.
3. Renato (220 jogos)
Renato |
Defesa central que despontou no Salgueiros,
passou sem sucesso pelo Sporting
e representou o Vitória
de Setúbal antes de ingressar na União
de Leiria no verão de 1999.
Em nove temporadas na cidade do
Lis – apenas com um pequeno interregno em 2003-04, quando o jogador esteve ao
serviço do Leixões
– totalizou 220 partidas (215 a titular) e seis golos na I
Liga, ajudando o conjunto
leiriense a alcançar o 5.º lugar do campeonato em 2000-01 e 2002-03, tendo igualmente
contribuído para a caminhada até à final da Taça
de Portugal também em 2002-03. Porém, em 2007-08 mostrou-se impotente para
impedir a despromoção à II
Liga.
Após a descida de divisão
regressou ao Salgueiros
para encerrar a carreira.
2. João Manuel (226 jogos)
João Manuel |
Jogador polivalente, mas que
atuava preferencialmente como médio centro, começou a jogar futebol no clube da
sua terra, o Moimenta da Beira, tendo depois passado por Viseu e Benfica, Académico
de Viseu e Académica
antes de assinar pela União
de Leiria no verão de 1995.
Nas duas primeiras épocas na
cidade do Lis somou 55 partidas (54 a titular) e dois golos na I
Liga, mostrando-se impotente para impedir a despromoção à II
Liga em 1996-97. Ainda assim, convenceu o então selecionador Artur Jorge a convoca-lo
para o jogo da seleção nacional A frente à Alemanha, em dezembro de 1996.
Em 1997-98 sagrou-se campeão da II
Liga e nas seis temporadas que se seguiram amealhou mais 171 encontros (158
a titular) e dois golos no patamar
maior do futebol português, ajudando o conjunto
leiriense a alcançar o 5.º lugar do campeonato em 2000-01 e 2002-03, tendo igualmente
contribuído para a caminhada até à final da Taça
de Portugal também em 2002-03.
No verão de 2004 transferiu-se
para o Moreirense.
Haveria de morrer em maio de
2005, vítima de esclerose múltipla. Dois meses antes, havia sido homenageado no
Estádio Municipal de Leiria. Na ocasião, a claque Frente Leiria ostentou uma
faixa onde se podia ler: “João, serás sempre um dos nossos.”
1. Bilro (246 jogos)
Bilro |
Possivelmente o primeiro nome que
nos vem à cabeça quando pensamos em União
de Leiria. Foram muitos os jogadores que representaram o emblema
da cidade do Lis que depois atingiram outros patamares, mas ao longo
de onze anos o onze leiriense foi
composto por Bilro… e mais dez.
Lateral direito internacional
jovem português e formado no Sporting ao
lado de Secretário, Paulo Torres, Amaral e
Abel Xavier, chegou a integrar o plantel principal, mas não conseguiu
estrear-se de leão
ao peito.
No verão de 1993 mudou-se para
a União
de Leiria, tendo logo na primeira época no clube contribuído para a
promoção à I
Liga, patamar em que totalizou 73 jogos (71 a titular) entre 1994 e 1997, contribuindo
para a obtenção do honroso 6.º lugar em 1994-95 e para a caminhada até às
meias-finais da Taça
de Portugal em 1995-96.
Em 1997-98 voltou à II
Liga para se sagrar campeão e nas seis temporadas que se seguiram somou
mais 173 partidas (172 a titular) e nove remates certeiros no primeiro
escalão. Em 2002-03 marcou o golo que levou o conjunto
leiriense à única final da Taça
de Portugal da sua história e, tal como em 2000-01, ajudou a equipa a
alcançar um brilhante quinto lugar na I
Liga. Na época seguinte esteve na estreia do clube
da Beira Litoral na Taça
UEFA.
Em janeiro de 2004 deixou a União
de Leiria em litígio com o presidente João Bartolomeu, aventurando-se
depois nos açorianos do Lusitânia e no futebol de praia.
Em 2012-13 regressou ao clube
como treinador da equipa B (que pertencia ao clube, numa altura de litígio com
a SAD), tendo assumindo o comando técnico do plantel principal na época
seguinte.
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