A minha primeira memória de… um dérbi entre Liverpool e Everton

Andy Carroll deu a vitória ao Liverpool perto do apito final

A minha primeira memória de um dérbi de Merseyside, entre Liverpool e Everton, é referente a um jogo que aconteceu em… Londres. Tenho uma vaga ideia de se ter falado em 2004-05 como seria se o Everton ficasse em quarto lugar na Premier League e o Liverpool fora do top 4 mas ganhasse a Liga dos Campeões, uma vez que pela primeira vez daria a um país (Inglaterra) a possibilidade de colocar cinco clubes na Champions – o que veio mesmo a acontecer –, e de que os toffees tinham vencido pelo menos um dos jogos frente aos reds no campeonato, mas não me recordo de nenhuma das partidas dessa temporada.

 

Do que me lembro foi das meias-finais da Taça de Inglaterra em 2011-12, que como é tradição foram disputadas em terreno neutro, mais precisamente no palco da final, o mítico Estádio de Wembley, que seis anos depois tive a possibilidade de visitar.

 

Curiosamente, esse duelo ia colocar frente a frente o 7.º (Everton) e o 8.º classificado (Liverpool) da Premier League. Os toffees, então orientados por David Moyes, tinham deixado pelo caminho Tamworth FC, Fulham, Blackpool e Sunderland, mas não podiam contar com uma das principais estrelas da equipa, Jack Rodwell, no dérbi. Os reds, comandados por Kenny Dalglish, tinham eliminado Oldham Athletic, Manchester United, Brighton & Hove Albion e Stoke City, e viviam uma crise na baliza, uma vez que Pepe Reina e Doni estavam suspensos, o que obrigou o treinador escocês a recorrer ao internacional australiano Brad Jones.

 

O jogo começou com uma intensidade elevadíssima, digno de um dérbi, com o Liverpool a mostrar ligeiro ascendente. No entanto, foi o Everton a abrir o ativo, por intermédio do avançado internacional croata Nikica Jelavic, que aproveitou uma descoordenação entre Agger e Carragher e um ressalto no companheiro de equipa Tim Cahill para inaugurar o marcador aos 24 minutos. Na altura, Jelavic vivia um grande momento, o que lhe valeu o prémio de jogador do mês da Premier League em abril de 2012.

 

Após quase quarenta minutos em desvantagem, o Liverpool chegou ao empate pouco depois da hora do jogo, com Luis Suárez a aproveitar um passe que saiu demasiado curto do central Sylvain Distin para o guarda-redes Tim Howard para se isolar e atirar para o fundo das redes (62’).

 

E à beira da entrada no tempo de compensação, quando já se começava a pensar no prolongamento, Andy Carroll saltou mais alto do que toda a gente na área do Everton e cabeceou certeiro, na sequência de um livre batido por Craig Bellamy (87’).

 

Numa crónica sobre o jogo, redigida neste blogue, realcei que a partida foi “disputada a um ritmo muito intenso e com uma toada maioritariamente equilibrada, digna de um dérbi tão conhecido” com o de Merseyside, tendo destacado a eficácia do Everton na primeira parte e a ambição do Liverpool no segundo tempo. “Um grande jogo, com emoção e intensidade de inicio ao fim, e com a possibilidade de prolongamento desfeita nos últimos instantes”, concluí.

 

 

Em termos individuais, dei ênfase à classe de Steven Gerrard, que “mesmo nas fases mais intensas da partida, não deixou de fazer passes certeiros”, ao “lutador-nato” Luis Suárez e à precisão e critério de passe de Marouane Fellaini.