quinta-feira, 30 de setembro de 2021

A minha primeira memória de… um jogo entre Midtjylland e equipas portuguesas

Mário Jardel apontou três golos aos dinamarqueses
Antes de mais, proponho um desafio ao caro leitor: escreva corretamente Midtjylland sem utilizar cábulas. O clube dinamarquês é daqueles que tem um nome impronunciável e nem o facto de ter entrado no meu glossário em 2001 faz com que me atreva a escrevê-lo sem utilizar o copy/paste.
 
O emblema nórdico, fundado em 1999, participou pela primeira vez no campeonato do seu país em 2000-01 e alcançou logo nessa época o apuramento para a Taça UEFA. Após ter afastado os norte-irlandeses do Glentoran na ronda de qualificação, apanhou pela frente um Sporting que não ganhava fora para as competições europeias há nove anos e que não conseguiam eliminar uma eliminatória uefeira desde 1996.
 
Olhando para os jogadores que defrontaram os leões na segunda quinzena de setembro de 2001, constato que nenhum atingiu um nível propriamente muito elevado. O guarda-redes Peter Skov-Jensen e o ponta de lança Morten Skoubo ainda chegaram à seleção da Dinamarca, enquanto o avançado ganês Razak Pimpong conseguiu jogar no Mundial 2006. Nada mais do que isso.
 
Já o Sporting, que tinha entrado em falso no campeonato, desde a contratação do goleador Mário Jardel que começava a trilhar o caminho que o haveria de levar à conquista do título nacional. No ataque, o brasileiro coincidia no ataque com outro reforço, o romeno Marius Niculae, compatriota do treinador Laszlo Bölöni e cujos golos o mantinham no onze titular. No apoio a esta dupla tinha lugar cativo o criativo João Vieira Pinto.



 
No primeiro jogo entre as duas equipas, na Dinamarca, o Sporting venceu por 3-0, com três golos de cabeça apontados já no decorrer da segunda parte. O primeiro foi da autoria do central irlandês Phil Babb, na resposta a um cruzamento de Sá Pinto a partir da direita (50’). O mesmo Sá Pinto executou o canto, desta vez a partir do flanco esquerdo, que proporcionou a assistência para o segundo golo, marcado por Beto (63’). E já ao cair do pano, um cruzamento fantástico de Luís Filipe encontrou Jardel no coração da área, tendo o brasileiro colocado a bola fora do alcance do guarda-redes dinamarquês (90’).
 
“O Sporting voltou a saber o que é vencer num estádio europeu depois de nove anos de jejum. A vítima foi o Midtjylland, uma equipa com muita vontade, mas inofensiva que desperdiçou na primeira parte a oportunidade de incomodar os leões e que acabou por perder frente a um Sporting que venceu com três golos de cabeça que, em princípio, deixam resolvida a eliminatória. Bölöni exagerou na quarta-feira quando considerou que os dinamarqueses eram favoritos, porque na realidade só aguentaram cinquenta minutos, os mesmos que demorou Sá Pinto a demostrar que a qualidade técnica do Sporting está muito acima das aspirações de uma equipa que não teve a melhor estreia possível na elite do futebol europeu”, escreveu o Maisfutebol.
 
 
 
Na segunda-mão, no velhinho Estádio José de Alvalade, Bölöni promoveu uma autêntica revolução no onze leonino, retirando Nélson, Beto, Rui Jorge, Paulo Bento, Sá Pinto, Rui Bento, João Pinto e Niculae e fazendo entrar Tiago, César Prates, André Cruz, Hugo, Diogo, Luís Filipe, Tello e Pedro Barbosa.
 
O apuramento do Sporting nunca esteve em perigo. Nada disso. Mas os verde e brancos sofreram para vencer o jogo depois de terem estado a vencer por 2-0. Aos quatro minutos, um daqueles lances geniais tão típicos de Pedro Barbosa e a passividade da defesa do Midtjylland permitiram a Jardel inaugurar o marcador. À beira do intervalo, Tello assistiu involuntariamente o goleador brasileiro para o 2-0.
 
No entanto, Lindkvist reduziu aos 54’, aproveitando as sobras de uma bola bombeada para a área, e dois minutos depois a defesa sportinguista estendeu uma passadeira aproveitada por Skoubo, que fez o 2-2. Porém, já nos minutos finais Skriver desviou para a própria baliza uma bola cruzada por Ricardo Quaresma (85’).
 
“Uma versão light do Sporting recebeu e venceu os dinamarqueses do Midtjylland. Missão cumprida, pode dizer-se, face aos pontos UEFA conseguidos e à eliminatória que foi ultrapassada, algo que os leões não conseguiam, nesta prova, desde 1996. Mas a noite vivida ontem em Alvalade não foi de alegria nas bancadas. Antes pelo contrário. Os adeptos sportinguistas não gostaram da exibição e trataram de assobiar veementemente a equipa. Alguns jogadores – César Prates, André Cruz e Rodrigo Tello – chegaram mesmo a ser alvo de uma ‘atenção’ especial, que ainda prejudicou mais as suas prestações. Laszlo Bölöni aproveitou a circunstância de ter a passagem à ronda seguinte garantida para rodar o plantel. Percebe-se, aceita-se e até se compreende que alguns dos escolhidos de ontem não tivessem o ritmo mais conveniente nas pernas. Mas o técnico romeno não precisava mesmo de baralhar as cartas mais do que elas já estavam, por natureza. Especialmente na defesa, Bölöni foi de equívoco em equívoco até ao susto final, ou seja, aos dois golos que a sua equipa sofreu, de rajada, na abertura da segunda parte. Colocar Quiroga como defesa-esquerdo e André Cruz como central do lado direito não lembrava ao diabo nem podia dar bom resultado”, resumiu o Record.
 











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