Dez jogadores que ficaram na história do Estrela da Amadora |
Líder isolado da
Série G do Campeonato
de Portugal, ainda que com mais dois jogos que o Sporting B, o Club
Football Estrela da Amadora está em posição privilegiada para assegurar uma
vaga na fase de promoção à II
Liga.
Caso venham a subir ao segundo
escalão, os estrelistas
vão ingressar num patamar em que o Estrela
da Amadora original competiu por cinco vezes, sendo que três delas
culminaram na promoção à I
Liga.
Logo na segunda presença, em
1992-93, o emblema
tricolor sagrou-se campeão. Mais tarde, em 2002-03 e 2004-05, alcançou o
terceiro lugar, posição que em ambas as ocasiões valeu a promoção ao patamar
maior do futebol português.
Em 170 jogos na II
Liga, o Estrela
somou 75 triunfos, 57 empates, 38 derrotas e um saldo de 222-163 em golos.
Ao longo dessas cinco presenças,
103 futebolistas jogaram pelos amadorenses
na prova. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram mais vezes.
10. Agatão (44 jogos)
Agatão |
Médio de características
defensivas que despontou no Desp.
Beja, clube da sua cidade-natal, passou ainda por clubes como O
Elvas e Boavista
antes de reforçar o Estrela
da Amadora no verão de 1990, na altura para jogar na I
Divisão e… na Taça das Taças.
Após a descida à II Divisão manteve-se na Reboleira, tendo disputado 23 jogos (22 a titular) e apontado dois golos, frente
Académico Viseu e Benfica Castelo Branco, em 1991-92.
Na temporada seguinte atuou em 21 encontros (19 a titular) na II Liga, contribuindo para a conquista do título.
Depois começou a carreira de treinador, tendo estado a fazer uma carreira
interessante nas ligas não profissionais.
9. Paulo Fonseca (47 jogos)
Paulo Fonseca |
Mais conhecido pelo seu trajeto
como treinador, Paulo
Fonseca fez uma carreira interessante como defesa central, tendo despontado
no Barreirense
antes de jogar na I
Liga com as camisolas de Leça, Belenenses,
Marítimo, Vitória
de Guimarães e, claro, Estrela
da Amadora.
À Reboleira
chegou no verão de 2000 e foi impotente para evitar a descida à II
Liga, patamar em que disputou 15 jogos (13 a titular) e marcou um golo ao Desp.
Chaves em 2001-02.
Na temporada seguinte foi
titularíssimo na linha defensiva tricolor
e contribuiu para a promoção à I
Liga, tendo atuado em 27 partidas (25 a titular) no campeonato.
Após ter voltado a competir no
primeiro escalão em 2003-04, na época que se seguiu despediu-se dos relvados
com uma subida de divisão e uma caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal. Em termos de II
Liga participou em cinco encontros (três a titular) e faturou por três
vezes, frente a Ovarense
e Santa
Clara.
Após pendurar as botas tornou-se
treinador, tendo orientado os juniores do Estrela
entre 2005 e 2007. “O Paulo
Fonseca estava a tirar o curso de treinador e, no final dos treinos, ficava
a falar com Jorge
Jesus para este lhe explicar algumas situações. Foi por isso que pensámos
no Fonseca
para treinar os juniores. Já então se notava que tinha capacidade para ser
treinador”, contou ao Correio da Manhã o antigo secretário
técnico dos estrelistas,
José Luís.
8. Hugo Carreira (49 jogos)
Hugo Carreira |
Mais um defesa central que
despontou no Barreirense.
No caso de Hugo Carreira, passou ainda pela equipa B do Deportivo da Corunha antes
de reforçar o Estrela
da Amadora no verão de 2001, numa altura em que os amadorenses
militavam na II
Liga.
Após um ano na Madeira
voltou ao Estrela. Em 2003-04 desceu à II Liga, patamar em que disputou 25 partidas (23 a titular) e apontou dois
golos, frente a Varzim e Feirense, na temporada que se seguiu, tendo
contribuído para o regresso ao primeiro escalão e para a caminhada às
meias-finais da Taça
de Portugal.
Haveria de continuar nos amadorenses por mais quatro anos, tornando-se capitão e rosto de uma equipa que passou
por enormes dificuldades financeiras até ser despromovida administrativamente
em 2009.
Depois voltou ao estrangeiro para jogar na China
e no Chipre.
7. Lázaro (54 jogos)
Depois de uma primeira época de
escassa utilização na Reboleira
(337 minutos distribuídos por 12 jogos), até pela por ter participado no CAN 1998
ao serviço de Angola,
tornou-se um elemento importante no meio-campo ofensivo dos amadorenses nas
temporadas seguintes, ainda que tenha sido impotente para evitar a despromoção
à II
Liga em 2001.
No segundo
escalão atuou em 23 partidas (19 a titular) e marcou um golo ao Moreirense
em 2001-02, enquanto na temporada seguinte disputou 31 jogos (22 a titular) e
contribuiu para a subida à I
Liga.
Em 2003-04 começou a época
no Estrela como
jogador, mas depois tornou-se adjunto de Miguel Quaresma no comando técnico da
equipa principal. Seis anos depois, em 2008-09, orientou a formação
da Amadora no patamar
maior do futebol português e levou os estrelistas às
meias-finais da Taça
de Portugal.
6. Rebelo (54 jogos)
Rebelo |
Disputou o mesmo número de jogos
de Lázaro, mas amealhou mais 508 minutos em campo – 4210 contra 3702.
Quando se fala em Estrela
da Amadora, Rebelo é um dos primeiros nomes que nos vem à cabeça. É
incontornável. Defesa central/médio defensivo natural de Loures que passou
vários anos nas divisões secundárias ao serviço de Trafaria, Pescadores,
Almada e Sacavenense, chegou à Reboleira em
1987, numa altura em que os tricolores estavam
na II Divisão. “Fui por causa do Joaquim Meirim, na altura treinador do Estrela,
que tinha sido meu treinador na temporada anterior no Sacavenense. Foi o
Joaquim Meirim que me levou para o Estrela
da Amadora e foi com ele que fomos campeões e subimos de divisão. Quem
verdadeiramente pegou no Rebelo e acreditou que o Rebelo podia ser
profissional, foi ele. Aqui, eu tive o que muita gente não tem, tive alguém que
acreditou em mim, que viu potencial em mim”, contou ao portal Vice.
Na temporada de estreia, ajudou
os amadorenses a
alcançarem pela primeira vez a subida ao primeiro
escalão. Em 1989-90 contribuiu para a conquista da Taça
de Portugal e na década que se seguiu foi preponderante para a
consolidação dos estrelistas no patamar
maior do futebol português e para a obtenção de classificações como os
dois honrosos sétimos lugares, em 1993-94 e 1997-98.
No entanto, também jogou duas
épocas com a camisola tricolor
na II
Liga, em 1991-92 e 1992-93. Na primeira disputou 30 jogos (todos como
titular) e marcou um golo ao Olhanense.
Na segunda atuou em 24 partidas (16 a titular) e faturou por três vezes, diante
de Penafiel,
Académica
e Vitória
de Setúbal, contribuindo assim para a conquista do título do segundo
escalão e para a consequente promoção à I
Liga em 1993.
Em 2001 foi dispensado após uma
descida de divisão e decidiu pendurar as botas, aos 40 anos, depois de 14
temporadas consecutivas na Reboleira.
5. Abel Xavier (63 jogos)
Abel Xavier |
Defesa central/lateral direito
que entrou para a formação do Estrela
da Amadora em 1987, já depois de ter passado pelas camadas jovens do Sporting.
“Era um clube periférico que angariava as dispensas dos grandes. O Estrela
fomentou uma formação extremamente competitiva com os rejeitados, com os
dispensados dos grandes de Lisboa, do Benfica,
do Sporting
e naquela altura do Belenenses.
Como o clube na zona periférica onde podíamos continuar a competir era o Estrela
da Amadora, fui lá. Era uma estrutura próxima da escola, próxima da minha
família, e isso era importante porque facilmente a família podia dizer não
jogas mais futebol, vais dedicar-te apenas à escola. E eu queria mostrar que a
dispensa tinha sido um erro”, recordou à Tribuna Expresso em janeiro de 2019.
A estreia pela equipa principal aconteceu
em maio de 1990, aos 17 anos. Na altura, já era um jovem com um belíssimo
currículo internacional, uma vez que se tinha sagrado campeão europeu de sub-16
e participado no Mundial da categoria em 1989. “Na primeira época júnior sou
chamado aos seniores, pelo Manuel
Fernandes, cujo adjunto era o José
Mourinho. Depois foi muito rápida a minha ascensão porque de facto eu tinha
talento e precisava de ser potencializado. Comecei a jogar muito cedo no Estrela
da Amadora”, lembrou, puxando a cassete atrás.
Ainda assim, foi depois de se ter
sagrado campeão mundial de sub-20 e de os tricolores
terem descido à II
Liga em 1991 que se estabeleceu como titular indiscutível na turma da Reboleira,
tendo disputado em 29 jogos (28 a titular) no segundo
escalão em 1991-92.
Na temporada seguinte explodiu,
ao ponto de ter sido chamado à seleção nacional AA quando se encontrava a
disputar a II
Liga, algo raríssimo na equipa das quinas. “Eu talvez seja o primeiro
jogador, ou um dos poucos jogadores, que tenham sido chamados à seleção A,
estando na II Divisão, por ainda estava no Estrela.
Por conhecimento do Carlos Queiroz da minha formação. sou convocado ao
Suíça-Portugal, jogo como titular e fui eu que fiz o cruzamento para o Semedo
marcar o golo de Portugal. Se não me engano, empatámos [1-1]”, contou Abel
Xavier, que em 1992-93 foi totalista na II
Liga, tendo atuado os 3060 minutos da competição e ajudado os amadorenses
a conquistar o campeonato
e a regressar à I
Liga.
Valorizado pela excelente
campanha, transferiu-se para o Benfica
no verão de 1993, tendo construído uma carreira fantástica, com passagens por
clubes como PSV Eindhoven, Everton, Liverpool, Galatasaray
e Roma.
4. Veiga (64 jogos)
Veiga |
Guarda-redes internacional jovem
português e formado no Benfica
ao lado de Paulo Lopes, Sousa, Bruno Basto, Veríssimo, José Soares, Bruno
Caires, Maniche e Edgar, passou pelo Alverca
e pelos espanhóis do Levante e do Valladolid antes de reforçar o Estrela
da Amadora no verão de 2002.
Titularíssimo na baliza tricolor
em 2002-03, não deu qualquer hipótese ao alemão Tomic, dono da baliza do Vitória
de Guimarães dois anos antes, tendo disputado 33 jogos e sofrido 31 golos
na II
Liga, ajudando a formação da Reboleira
a regressar ao patamar
maior do futebol português.
Impotente para evitar a descida
de divisão na estreia na I
Liga, voltou a ajudar o Estrela
a subir ao primeiro escalão em 2004-05, numa campanha em que atuou em 31
partidas e sofreu 25 golos. Entretanto, tornou-se internacional por Cabo
Verde.
Embora tenha contribuído para a
promoção, no verão de 2005 continuou na II
Liga ao serviço do Olhanense,
tendo depois emigrado para Inglaterra.
3. Pedro Simões (68 jogos)
Defesa central/médio defensivo recrutado no verão de 1996 ao Casa Pia tal como Calado e Chaínho em anos anteriores, foi muito pouco utilizado nas primeiras épocas
e raramente teve o estatuto de titular indiscutível nas que se seguiram. Curiosamente,
algumas das temporadas em que jogou mais foram na II Liga.
Em 2001-02 disputou 19 jogos (18 a titular) e apontou quatro golos,
diante de Ovarense,
Desp.
Chaves e Maia (dois). Na época que se seguiu atuou em 30 partidas (28 a
titular), contribuindo para a subida à I
Liga.
Por fim, em 2004-05 voltou ao segundo
escalão para participar em 19 encontros (13 a titular) e marcou um golo à
Naval, voltando a ajudar o Estrela a ser promovido ao patamar
maior do futebol português.
2. Semedo (90 jogos)
Semedo |
O melhor marcador de sempre dos estrelistas
na II
Liga, com 14 golos.
Extremo formado no Casa
Pia, foi recrutado no verão de 2000 aos gansos tal como Calado, Chaínho e
Pedro Simões em anos anteriores.
Embora nem sempre tenha sido
titular indiscutível, foi sempre bastante utilizado. Poucos meses após chegar à
Reboleira
tornou-se internacional sub-21 por Portugal, mas não conseguiu evitar a descida
à II
Liga em 2001.
No segundo
escalão disputou 30 jogos (20 a titular) e apontou seis golos em 2001-02,
frente a União de Lamas, Desp.
Aves, Felgueiras (três) e Leça, registo que lhe valeu a convocatória para o
Campeonato da Europa de sub-21 no final dessa temporada.
Na época seguinte atuou em 32
encontros (20 a titular) e faturou por quatro vezes, diante de União de Lamas, Alverca
e Portimonense
(dois), tendo marcado aos algarvios um dos tentos decisivos na vitória que, na
derradeira jornada, garantiu a promoção aos amadorenses.
Após um ano na I
Liga voltou à II
Liga em 2004-05 para participar em 28 partidas (18 a titular) e somar
quatro remates certeiros, frente a Desp.
Chaves, Ovarense,
Alverca
e Santa
Clara, contribuindo para nova subida ao patamar
maior do futebol português e para a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal.
Semedo permaneceu no Estrela
até 2006, rumando depois ao futebol romeno, na altura um destino habitual para
jogadores portugueses de clubes de média dimensão.
1. Rui Neves (93 jogos)
Rui Neves |
Lateral capaz de atuar nos dois
corredores, entrou para os juvenis do Estrela
da Amadora em 1985 juntamente com o irmão gémeo Jorge Neves e só
deixou o clube em 2004, quando pendurou as botas.
Em 1988-89 subiu à equipa
principal, estabeleceu-se imediatamente como titular e na temporada seguinte
ajudou o clube a atingir o momento alto da sua história, a conquista da Taça
de Portugal. “Foi o ponto mais alto da minha careira. Por isso, as
recordações que guardo são as melhores, embora não seja nostálgico. Era o meu
segundo ano de sénior e tinha apenas 20 anos. Tudo aquilo ficou gravado na
memória, uma vez que aquele ambiente é simplesmente fantástico. O Jamor estava
muito bonito, repleto de público, meio por meio, ou seja, metade torcia
pelo Estrela e
a outra pelo Farense.
Para o clube foi um marco muito importante em virtude de na época anterior ter
chegado à I
Divisão. Lembro-me com alegria dos meus colegas e treinadores. Era um
conjunto fantástico”, recordou ao Record em
março de 2005.
Nos meses seguintes, tornou-se
internacional sub-21 e estreou-se nas competições europeias, tendo disputado
três jogos na Taça das Taças.
Seguiram-se anos de altos, como a
obtenção do 7.º lugar em 1997-98 e as promoções à I
Liga em 1992-93 e 2002-03, e baixos, como as despromoções em 1991 e 2001.
Pelo meio, esteve ao serviço do Gil
Vicente em 1993-94.
No total, disputou 93 encontros (92
a titular) e apontou dois golos em quatro épocas na II
Liga: 1991-92, 1992-93, 2001-02 e 2002-03.
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